Hoje não tenho vontade de ter nada que me
retire a euforia necessária, do poder do criador, para que eu esteja sempre à mercê de mim
mesmo a cada uma das minhas ações... Hoje estou com a minha mente unicamente
minha , eu já sonhei e vivi sonhos, eu já tive delírios que na realidade eram
apenas a realidade, eu já me despi e fiquei nu perante a vida, mas nunca deixei
que o meu coração se rasgasse ao ponto de me perder de mim mesmo . Mas a dor foi tanta que já quis inventar outro sonho…Eu não escondo que
gostaria de ser exemplo para as minhas Filhas, mas , provavelmente o tempo, o
vento que nos cerca, ou a simples falta de vulgaridade não me permitiram
isso…Sei a incidência que tenho em algumas pessoas que me rodeiam, que me amam, que me respeitam ,que me dão vivacidade à espontaneidade que para muitos é
invejável, é esse o meu brilho que me
transforma as janelas da alma! É por essas pessoas que vou deixando um rasto, é
por elas que o meu sorriso se rasga e explode em momentâneas e disciplinadas historias. Posso ser
pensativo mas jamais serei rancoroso, vivo capturando as palavras, verdades,
onde muitas vezes elas nem existem…Qualquer roupa que eu vista, eu assumo-a
como a minha pele, eu sei o que sou e
não me torno naquilo que me acham , nunca
me objectalizo eu torno-me naquilo que sou e acredito.
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Hoje
vi o sol nascer… Misturei-lhe o silêncio com as palavras ao assistir aos raios
que se prolongavam no infinito dos céus, onde se ergue a cúpula sólida e majestosa
que mais parece proferir uma bênção a
todos os homens e mulher que por ai meditam. Eu chamo-lhe silêncio arrebatador …
não imponho os meus passos, comando apenas o meu espírito, que me faz esquecer
as horas que atrapalham o tempo e deixam-me mergulhar num espaço onde matéria e espírito se misturam harmoniosamente como o silêncio e palavras… Neste breve declaração
de desassossego , tento escrever o rio que em mim circula perdido, na sagrada
angustia dos momentos que se espalha nos meus dias! Não me intimida o abismo
que se estende debaixo dos meus pés e esvazia a minha força. Sinto cada vez
mais o folgo derrotado, cansado, desobediente , onde os ecos do passado entoam cânticos
no meu cérebro estagnando-me perante a incerteza do próximo dia que aqui vai
nascendo…A minha razão esconde-se envergonhada por trás de muro inóspito que a fraqueza do meu
espírito vai dando vida numa prevista
comoção . As minhas pálpebras chegam a denunciar o que é viver num
alvoroço de ideias distintas e nulas que poucos percebe e que na minha cúpula de
silencio se vai dando forma! Nesta embriaguez
de sentidos há imagens insistentes de saudade que atravessam o frenesim das
emoções desocupando-se de tudo, para guardar serenamente cada minuto que resta
de vida que aqui vou postando… É assim o silêncio e as palavras em mim, calar
sempre teve mais valor que palavras erradas, sempre foi mais fácil arrepender-me
de uma palavra que dum silencio… São esses os degraus do tempo que nos fazem
sair da obscuridade , não peço palavras que me façam sair do sono inconsciente
que na noite mergulho, peço apenas, que estas me façam amanhecer com sementes
nas mãos e vontade de as espelhar…
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
Hoje
não estranhei o silêncio que nascia por entre o arvoredo denso , como se fosse
uma sombra acompanhada de múltiplos ruídos que se misturavam na bruma que
cercava de um manto branco quase luminoso, as húmidas esperanças que ao longe,
como estrelas se esforçavam para atravessar esse manto e fazer chegar alguma
luz . Cheira-me a castanhas, vou atrás do seu cheiro, dobro a esquina do meu
pensamento para cortar caminho até elas…Coloco o olhar nas nuvens de fumo, vejo uma senhora de cabelo apanhado
rodopiando um assador com as suas mãos ásperas, dedos enegrecidos onde passam
as quentes e boas tão bem apregoadas, enquanto uns circulam cegos pelo fumo
denso como nevoeiro que os faz adormecer de cansaço nos braços da noite eu
perco-me no bailado que ali foi inaugurado …. Hoje a saudade desceu as escadas,
e, quando esta resvalou pela escadaria, a noite subiu pela escarpa onde as cinzas pintam de negro o
que escrevo, é ai, que vou apregoando
como a “senhora das castanhas” que tinha as mãos enegrecidas pelas cinzas…Quando
a saudade escorre-me pelos dedos, escrevo e rescrevo o sentimento mais
embrutecido que gerou a cicatriz que fecha os capítulos, de poemas, que ainda
soltam versos quebrados numa breve ternura…Apago
as cores do ar, fico confuso , interrogo-me se foi o sonho ou a ilusão que eliminou
as minhas cores , desdobro-me em formas abstratas neste enigmático traje que me
silencia o coração!
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
Hoje tudo o que eu precisava era de um pouco mais de confiança,
mas!! Para onde foi o amor? Quando já tudo foi dito e feito, tudo foi tão
percorrido mas eu sinceramente não o encontro...Para onde foi ele? Por muito
que me indigne e levante os braços , sou apenas mais um que o perde da vista e
o vê cruzar o horizonte sem uma estrada convergente com a minha ...Sinto a
minha casa a queimar, e é nas cinzas que a minha alma ainda clama! É ao longe
que vejo os clarões dos trovões neste cabo onde me encontro , e eu não tenho
receio deles eu apenas peço o amor e não em palavras...Eu não preciso só de mim
, eu preciso de um nós , e eu sei tão bem transformar os substantivos em verbos
mas !! Continuo aqui, como quem lança uma luz sobre as sombras, deixando cair o
meu ego nas palavras que muitas vezes são mentirosas, espalhando-se por
vazios como folhas secas que o vento leva... Muitas palavras cantam versos
inacabados de poemas por escrever que as silabas orgulhosas ferem na escuridão
suplicante de luz! Eu não sou indiferente a nada nesta vida, nem mesmo das
palavras que apunhalam a alma de sonhos distraídos ... A minha indiferença no
olhar afasta-se das falsas palavras que riem como hienas famintas numa noite de
luar ... Por vezes ficamos de mãos atadas e há destinos que nos afastam, e
por muito que reescrevamos nas estrelas, o mundo nem sempre é só nosso! Pois é
amigos, nada é fácil, há vales de montanhas que tem portas impossíveis de
transpor... por isso, hoje digo conscientemente que ninguém pode reescrever nas
estrelas, tudo me separa dele e eu apenas pergunto para onde ele foi , o Amor...
domingo, 18 de novembro de 2018
Hoje irei ser uma janela sobre o mar, onde uns olham e limitam-se a apreciar a vista… Há quem tenha medo do que possa descobrir e não se atreva a dar uma espreitadela. Ninguém imagina os segredos que se escondem, para lá da rebentação das ondas no horizonte do meu olhar, mas também há os que têm a certeza que há mais do que mar e marés. Hoje vou abrir essa janela que eu sou e ficarei ali como se o tempo subitamente parasse, para que a brisa doce vá soprando ao longe como um sorriso e torne a janela que sou indiscreta!!! Da minha janela embriago os aromas do mar de paixão, ergo um vendaval que sucede à brisa, mostro outras janelas que existem em mim, que o vento abre de par em par…Encandeio-me sobre o tempo infinito, vejo que junto ao mar os sonhos não ganham raízes, vão-se transformando em areia molhada, por isso, fico aqui olhando-a derramar-se na ondulação, onde há sempre sol no horizonte. Mesmo em dias de chuva, quando as gotas molham a minha janela eu deixo-a entreaberta , é assim esta minha janela, com vista sobre o mar…
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Hoje apenas gostava de ser, a beleza gracejante de uma folha ou ter asas para
que, num audacioso, mas auspicioso silêncio voa-se, mas!!! Não sou , apenas
consigo pairar ao vento, navegando na imensidão do tempo... Tenho um leve
baloiçar no olhar que fazem as minhas asas ecoar, e confundem-me... usando as
suas cores como um sonho de outrora, sinto-me deflorando o outono que passa...
Escuto o sussurrar do vento, ele esta chamando por mim, por trás da névoa do
outro lado do mundo, o coração da vida palpita, ela me chama, eu aceno ....
Estou indo...Silencio-me , deste faminto verbo que ansiosos segredos calam em
minha alma , sôfregos de paixão aconchegam-me , quero continuar
a sentir pois já me revelei profetizando
a minha essência...Sou aquilo que escrevo, sou parte do que sinto, sou sombra
sem medo, sou chuva molhada, sou como vocês me vêm, como me descrevo, sou
paixão e emoção, uma rima inacabada, sou metade de mim, sou cansaço, sou a fome
do querer, sou o deserto sem água, sou o dia sem partida, uma manhã ensolarada,
sou um crime cometido, um desejo consentido, uma noite enluarada, profetizo os
sonhos, sou tudo e sou nada, sou a verdade expressiva, uma frase censurada, sou
o poema de amor, sou o mistério, sou o limite, sou uma alma desnudada
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Hoje ,vou ali e já volto, vou ver este mundo
estranho , sim , bem mais estranho que o meu! Vou a esse lugar onde todos andam
de pé enquanto eu ando ás cambalhotas …Quando uns levantam eu sento,
envergonhado pelas minhas emoções quem uns usam para ir e outros para voltar…Vou
até ali à beira do precipício onde se avista o outro mundo, onde me
debruço com orgulho do meu, para o desconhecido que não me mostra empatia,
apenas uma falta de afinidade desafinada…Hoje estou aqui na fronteira de dois
mundos , onde um corta a cabeça ao outro apenas para esta não rodar com o resto
do mundo, a mente nunca para de simular
verdades , mesmo quando o mundo exclui as suas diferenças …Um mundo onde há desinteresses
que cansam, silêncios estabelecidos que completam a faltam de conexão, espontaneidades que viram exclusão , arte que
sobra e vira interrogação, livros nas
estantes empoeirados que nunca houve intenção de ler mais que a capa…É um
mundo, onde há pessoas que dizem existir beleza de estarem sós…Mas!! Eu sempre fiz
um caminho inverso, sempre fui só e estive dentro, certamente olhando para fora…
Na
vida tudo precisa de equilíbrio, há quem precise do que lhe faz falta e outros
precisam de esvaziar excessos por viverem rodeados demais! Se há pessoas que
vivem num mundo acelerado e tendem a fechar os olhos para assistirem ao
abrandar do mundo, também há quem viva em silêncio a suplicar para abrir os
olhos e fazer o mundo rodar…Fui ali , estou de volta não sou eu que não caibo
neste mundo estranho, este mundo é que não cabe em mim, apenas preciso do meu inverso, para que os dois polos que habitam em mim possam convergir na
mesa direção…
domingo, 4 de novembro de 2018
Deito-me todos os dias fora de horas, mas sei que adormeço antes, talvez tenha perdido a noção da alternância entre a lucidez e a noite escura!!! Adormeço de olhos abertos sobre a mesa onde os papéis descansam de mim. Assim fico, inerte no olhar da vigília, até despertar das imagens ou dos desejos cada vez mais definidos, escondidos debaixo de algumas letras que repito desconexamente. Mesmo em dias tempestuosos, transpirando sob o frio que gela a casa pelo lado de dentro, adormeço nos gestos e nos olhos ainda abertos mas sem noite que os faça descansar. As paredes são iguais todos os dias e eu, de olhos abertos sobre a mesa onde as folhas dos livros me rejeitam a vontade, forço contas de cabeça em volta de parcelas apagadas pelo tempo mas o tempo esse foge-me pelos dedos!!! Deito-me e todos os, de olhos abertos mas sem parar para pensar, dou comigo sem sentidos porque os perdi na busca de razões para que o mundo seja este girar contínuo de interesses que nunca são os que interessam, enquanto as pessoas se batem e se combatem por convicções que as viram de costas umas para as outras. E também se abatem na necessidade de confronto. São poucas as horas do dia e é pouco o tempo para aquilo que verdadeiramente é importante, parecendo que a importância está nos argumentos da afirmação falível. Já são poucos os dias em que não me deito fora de horas, fora de mim, e se o desejo permanece é porque se alimenta desta vontade de passar para além da realidade e negar aos olhos e ao entendimento a aproximação precoce de um precipício . São poucos os dias em que permaneço inteiro. Hoje deito-me muito cedo certamente antes de cair a noite e vou rebuscar as peças para me enformar mais uma vez, colando-me destes pedaços que me compõem !!!
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Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...