quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que trancou as sílabas na perfeição do dia, sem enfrentar o íngreme e noturno verbo que esmagou a raiva ao desbravar o vazio do lugar final! Demoro-me nas linhas das palavras, seco as letras, lentamente demoram-se-me os gestos, mais do que seria de esperar, na dimensão dos dias que os enleiam. Ignoro os nomes das coisas e as palavras enrolam-se. Presença inútil a da música que tanto gosto, petrificam-se as emoções e na espuma dos sonhos, dispo-me, gera-se o frio, igual ao de uma pedra sem ângulos nos dedos que ferem a coragem...Não há paz nem na sombra, nem nos claustros, que roçam a dor na demora dos gestos que Inquieta-se a lucidez, fermenta o rasgão no espelho, perde-se a semântica dos sentidos.
Hoje é este exercício da escrita que faço, mas!! Este tem de ser um exercício de prazer! Podemos senti-lo como fonte de maior ou menor sofrimento se nos centramos nos nossos dramas ou nas nossas dores. Mas isso seria demasiada exposição trazida aqui a um lugar visível, por isso criamos, então, personagens vivas em metáforas,falamos por elas, porque elas, não se acomodam ao normal curso do tempo e declinam com o voar das folhas secas...Abrem a extensão dos mares, aconchegam as saídas do tempo, em pequenos nadas que transformam em grandezas de encher vaidades. Hoje neste ato criativo uso apenas as palavras de sentimento, em distracções de bem-estar e anseio, em exercícios de representação do que não foi mas podia ter sido, em projecções dos nossos desejos ou dos desejos dos outros, já que os adoptamos e adaptamos. Quando existe um eclipse existem dois corpos celestes, dois centros,mas nunca sabemos qual dos dois corresponde ao que está para além do nosso olhar. Não me levem a mal, os que, pensam, os que acham, os que julgam, os que pressupõem, os que se acham no direito ou na posição, ou sem posição e a torto… de me julgar, de censurar, de caluniar em vão.
Não sou pessoa de me reter por pressuposições alheias. Não me intimida o olhar de quem nada me diz. Se é liberdade que todos anseiam, dispam-se das leis que não fizeram.
Tolos são aqueles que pensam que podem a alma aprisionar.
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