Hoje
sinto o cheiro a um Outono que se
avizinha, a minha alma elege-o como a mais rica estação… É ele que pinta meus
sentidos com as suas cores, seus aromas,
e essa sensação de despedida que deixa no ar, vai-se transformando em
saudade… Talvez seja o melhor momento para virar paginas, desse livro, que tem sido a minha vida escrita e descrita
nas palavras que se vestiram de sentidos e se fizeram emoção, na esquina do
pensamento ! A dor muitas vezes não se entende, escrever é como lavar a
alma, secar lágrimas, amar e sonhar…As palavras são uma embalagem onde cabem
todos os sentidos ou aqueles que se podem partilhar…Nem sempre são sentidos
assinados, sim porque sei há muito que copiam textos meus, mas !! Se formos a
ver , isso não me preocupa…Os meus sentimentos são iguais a aos teus, os
vossos, aos humanos comuns…Não pensem que vou deixar de escrever, não, não o farei, até porque aos milhões de
cliques eu acho que devo algo ! Uns assumindo-se como seguidores , outros
anónimos visitantes e outros invisíveis e discretos, que vão lendo, na sua
subtileza o que sinto …Se não escrever , acho que deixo de acrescentar vida aos
meus sentimentos, por muito que eu às
vezes sinta vontade de encerrar a vida deles, eu recuso-me a apenas guardar lá
bem no fundo o que a minha mente e alma palpitam. Jamais guardarei o que me
fere e o que me faz sonhar , prefiro perder-me
no meio das preces dos Deuses, do que deixar o meu corpo onde tenho vivido, sofrer da fome do esquecimento…É
a saudade que nos faz sentir que somos feitos de sentimentos, , formas ,
memorias, historias, momentos, silêncios, paixões e dores repetidas. Somos feitos de
amor, lugares, desamor, sorrisos , lágrimas , somos todas as estações e instantes
de todas elas …
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
Hoje faço-me apenas de humano, sulcando os buracos que deixei nascer no meu peito. Viajo para além de todo o horizonte,
para lá do eco da humanidade , onde se decide
se mais vale ou não, estar parado de frente para os pequenos e infinitos
abismos que alguns transformam em entradas para que outros apenas tenham de
mergulhar…Cada dia que se finda , coloco o tempo na cauda da promessa , que
se gera na semente da luta divina ! Para além do que nos é possível,
enquanto humanos , sonhamos alcançar os abismos intransponíveis nas barreiras dos corpos que se unem como
mãos e se tocam, beijam e perdem…não semeiem em mim a potencia do ressentimento,
porque somos distancias em corpos opostos que se mergulham na possibilidade de
esbarrar na barreira de outros e isso dói…Construo o meu cais, de pessoas de peito aberto, que
despertam gestos, nas suas palavras incomportáveis, que voam nas marés em ondas
rasas, escrevendo olhares que afundam
desejos ...Sou apenas mais um humano que luta corre , cai, e muitas vezes nem
consegue sair do mesmo lugar, sinto-me indefeso , pequeno perante os passados que espreitam…Todos nos acusam, todos nos sentenciam como se fossem eles a tomar
as decisões das nossas vidas! Isso leva-nos a alhear-nos da terra, da vida, das
mentiras e verdades que a constroem e nos fazem mergulhar no nada… Como se tudo
fosse mais um nada, e nós o Universo desse nada!
terça-feira, 13 de agosto de 2019
Hoje há um céu enorme em tudo o que tocamos ....Sem duvida que há e um dia tive uma proposta de amor vinda da alma onde havia um universo de palavras simples por dizer, onde havia um espaço imenso que se separou pela dor, onde nasciam olhares sussurrando o amor… Houve esse momento na minha vida ... Que deu importância à minha existência, mas hoje já não há lugar para a reinvenção das sombras só aguardo pelo nascer da manhã , esta sim a inevitável luz que se fez na minha vida presente … Hoje vou falando comigo mesmo como fazem os loucos, enquanto ao meu redor sinto anjos a esculpir no céu!!! Chego a convencer-me de que tudo é possível, sinto uma força imensa, invisível, Lá fora no céu há agasalhos de luz, afagos da maresia esbarrar nas pedras , deixo-me embalar pela rebentação das ondas e adormeço sem a esperança do amanhecer, misturando-me com as cinzas da tarde, das palavras que aqui vou transformando num livro antigo de culpas devoradas pelo fogo que faz de mim um trovador surdo , vagabundo , que bifurca o coração deste mal sentido, que derramo nas mãos pesadas do desentendimento, por isso deixei-me perder neste mundo…Hoje sou uma estátua cansada, que baixa a cabeça, no aconchego de uma casa vazia numa reza, sem terço, que procura esmagar esses dias de frias recordações pois é tão urgente não atropelar o começo…As ondas esbarram nas rochas e não há nenhuma que resista à violência da raiva deste mar que Deus exalta sobre mim , onde anda a mulher que congeminou feitiços de amor que o vento fez cair sobre mim!!!??
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
Hoje nem a musica
entra no meu corpo , devoro minha pele como fogo incontrolado, que engole as
matas , os campos , as casas… Não há brisa que nos conforte, para quê entregar
os pensamentos neste fogo apertado que despe o solo e deixa o caminho repleto
de imprevistos roçando as esquinas e ruas que deixam as memorias engolir
bairros , vielas, ruas e labirintos que sempre nos acompanharam na caminhada…Há
bairros a desmoronar, mesmo com esforço esgotante os heróis caem um por um na
calçada , nem as igrejas abençoam os
padroeiros destas freguesias…Batem as portas , descem dos altares, anestesiando
as musicas que outrora arrepiavam os
instrumentos que emprestavam as notas para os poemas de amor! Hoje as lágrimas podiam cair dos céus, serenamente atravessando as chamas do desejo, rasgando
bloqueios e escorrendo pelas calçadas turvas, acomodadas e esquecidas nas horas
de impotência …Há maquinas de rasto no caminho, rasgando constelações de vida ,
retirando vida para proteger a vida! Hoje ficam as palavras no lugar das
borboletas, da vegetação, amo-as , troco-as pela primavera que vai demorar a
vir, pelos cheiros e cores que tão cedo não se irão recompor … E Vocês que
assistem ao exterminar da vida no nosso “ interior” que direi vocês?! Que olhar
vos resta , que armas poderemos juntos usar para regar as palavras que pouco
explicam mas que já pouco mais que elas resta…
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