Hoje
trago as mãos fechadas, como se já
não abrissem por ninguém, como duas asas
paradas que não tem céu para bater…Vejo
rugas marcando as minhas mãos ,
parece que vão deixando a alma presa a desenhar caminhos vãos... Vou aprender o
caminho, sim aquele que vem do mar e vai dar a casa, onde a areia se desfaz,
apagando vestígios das nossas pegadas no areal! Há sentimentos que chegam com as marés, á
nossa ilha deserta , não trazem rotulo , memoria ou remorso, apenas sons que
nos fazem recordar o como somos vazios e ao mesmo tempo náufragos de pedaços de
céu… Todos queremos o nosso pedaço de céu, trazemos nas mãos notas de um som só, de um ritmo apenas! Há
anjos que se erguem dos sonhos, outros de asas erguidas voam na direcção dos céus. Usam
mascaras nas suas viagens, flores no olhar e dias claros de sol cortados a
meio, fazem as primaveras, umas atrás das outras. Desenham dias redondos de luas
em quarto crescente, projectando bocas abertas em busca do ar que nos escapa, partes de
todos nós, sonhos que mantemos, prazeres
de instantes em silencio, que nos rasga a pele de ausências em notas de um só
som!
terça-feira, 24 de setembro de 2019
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
Hoje
na noite escura, não reconheci o caminho, como se a cegueira
da visão me bloqueasse os sentidos, enrolando nela as emoções e não me
deixasse reconhecer as cores. Fico perplexo com o desnorte do
caminho irregular que se desenha aos meus pés, opto por caminhar na berma acompanhado
por sombras e águas vestidas de reflexo
que deixam o meu olhar vulnerável…. O dia Acordou e nada mudou, chove gotas de sol, pétalas de
luz crescem nos ramos secos das árvores despidas, sustendo as ondas do mar
longe das gentes , que parecem viver de braços escondidos como os seus tesouros
se escondem da infinita eternidade…Hoje, a noite clareou , na metamorfose do dia, fazendo crescer os segredos e
mistérios nos espíritos inquietos que desaguam na minha existência. Nem sempre
é fácil transcrever ou escrever coisas que vem na mente , as ideias vem e vão,
mas fica sempre uma insistente e por vezes nem a queremos escrever…Mas!!! Faz-se o
dia, e as mãos trémulas buscam a consistência do toque, no olhar que se afunda
entre nuvens e nuances de azul que conduzem o horizonte desbotado e distante .
É nesta vista mais densa que consigo viajar, no tempo, no corpo, estabelecendo uma paridade
do corpo e Alma…Sinto o gosto Vulcânico misturado com as cinzas da minha lava
que arde que me queima a chama , deixando-me sem combustível para acender a labareda do meu existir nestes mil km de distancia entre a noite escura e o dia
que nasceu…
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Hoje venho
aqui para dizer que, ontem me dei conta do tempo que me falta para vir
aqui…Pode parecer que a inspiração anda
adormecida! Mas, não… Sei que somos feitos de instantes, alguns belos, outros,
nem tanto! Alguns, alegres, outros
tristes, alguns, uma eterna confusão… Mas, são esses instantes, que somados me
fazem escrever cada historia e é isso que nos faz ser únicos.
É nos pequenos instantes, que
construímos nossa personalidade, moldamos nosso caráter, amadurecemos e
adquirimos sabedoria…É nesses instantes que, podemos ver algo que jamais
esqueceremos, ou sentir algo que não havíamos sentido antes, mergulhamos dentro de nós para nos toleramos um pouco mais, quem sabe assim, se possa
colorir mais a vida. Há pessoas fantásticas , que passam por nós por breves
instantes, deixam marcas difíceis de esquecer o que contrasta com outras que
nos cruzamos diariamente e nos esquecem, e esquecemos facilmente ! Tenho dias que vejo poesia no caos da vida,
não há uma ordem humana para encontrar a beleza numa selva…Por muito que
caminhemos descalços não sentimos a erva húmida da terra nem o calor das suas
entranhas, caminhamos na vertigem do coração das montanhas, entre florestas e
nascentes orvalhadas em noites de prata, esta é a poesia da natureza selvagem…
É nessa irreverencia que somos brisa na energia oculta das arvores , criamos
desprendimento da vida, no decorrer dos minutos, em que o presente se torna passado
e o futuro presente…Este é o palco onde a impermanência do encontro se torna no
desprendimento da Alma, desligo-me do derradeiro desfecho e escrevo a minha
pacificação que me veste de felicidade genuína…
terça-feira, 3 de setembro de 2019
Hoje
vou contar-vos uma coisa, uma coisa que muitas vezes esquecemos e isso acontece
quando vivemos a vida em função dos
outros, sim eu sei que acontece, todos
nós temos as nossas prioridades e isso leva-nos a acabamos por esquecer de nós.
Esquecemos do que somos, do que era o nosso sonho, aquele sonho que era apenas nosso. Não é fácil, fechar uma parte de nós, e , adormecer algumas coisas que eram importante para a nossa realização pessoal,
mas!!! Muitas vezes, não temos escolhas. Faz-se necessário, trocar nossas
prioridades, deixar vontades em gavetas, para dedicar ao que se torna parte
fundamental em nossas vidas, então quase deixamos de existir...Eu já o fiz, certamente ainda o faço, mas tenho consciência
disso, é como se adiasse os próximos capítulos da minha vida, dando uma pausa
que acaba por se tornar definitiva…Só que, lá fora, a vida continua. A pausa, é
só dentro de nós! Então, fica um vácuo, um espaço, um caminho entre o antes, e
o agora, o agora e o depois. Não há segundas chances, não se emenda a história.
Não existe uma ponte, nem um caminho para voltar e fazer uma visita ao passado,
para depois retornar, dando um nó ou um laço para unir as duas partes. Ando
com uma saudade estranha, do que poderia ter ou ser, nesse vácuo, nesse vazio que
faz borbulhar uma curiosidade de como seria eu, nesse espaço que ficou em
branco… Saudade de conhecer-me nesse universo que ficou por preencher com os
meus sorrisos, com a meu olhar e do
cheiro da chuva nas pedras desse lugar... Que não pude empilhar e construir
esse forte que hoje me faz falta para me abrigar…Hoje estou assim simples mas
fazendo uma utopia com o complexo da vida
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

-
Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
-
Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
-
Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...