Hoje em silêncio quantas
vezes... Brigando com o tempo nos encontramos? Conseguem me dizer? Somos sempre dois e era muito bom
conseguirmos ser só um! Já Pensaram no ser humano como um Mundo, imaginem
tentar dividi-lo em dois hemisférios, o
norte e o sul… Em qual optavam estar? É tudo para mim uma questão de
identidade, brigar com o tempo , para esconder mazelas apenas serve para
esconder algo e manter aparências… Por vezes mais vale nos apresentarmos como
distantes , assim revelamo-nos mais humanos enquanto nos vamos vestindo dos
silêncios ! Jamais me conseguirei manter naquele espaço entre a mascara e o
rosto, onde a voz e o eco se cruzam na palavra. Não era capaz de me não mostrar, naquilo que sou, e aquilo que mostrasse não fosse eu, não poderia me revelar…Prefiro
deixar o ar entrar ás cambalhotas pela janela do meu olhar, onde as árvores levantam as vozes e a terra seca do meu empedrado abrindo as goelas no uivo da alcateia sem nome…Brigando
com o tempo é o que me resta deste quase tudo, que teimosamente escrevo em
palavras que lutam para não serem apenas silêncios …
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
Hoje
entre paginas tantas e folhas de livros
lidos por mim folheados , encontro um que se destaca, sem palavras que alguém ambiciona ler…Esse
livro é o ser humano… ! Em
todos há letras invisíveis, codificadas e
folhas de luto, com segredos para obter
mas nem o amor alguma vez as fez reter!
Coloco passwords nesta minhas letras
para desbloquear as cores desse livro, sei se alguém soubesse decifra-lo, logo seria um best - seller …Nada nos impede
de vestir palavras amarradas das ambições retraídas, todos somos acendalhas da
vida , todos temos insónias de sofrimento intemporais nas madrugadas que deixam
espelhar as imagens extasiadas dos retratos surreais, e eu sei, que a lua prateada desenha na pagina das visões imateriais … Mas!!
É no conceito metafisico das abstractas belezas
da vida que se emolduram os olhares e as letras nesta pagina sem palavras que
desejava ler…Somos todos humanos ao cavar buracos no peito, como pequenos e infinitos,
abismos que convertemos em estradas…Não, não pensem que ensandeci! Posso até ser sonhado pelo espelho onde me
olho, mas sei que vivo as sanções das cores do equivoco, são elas que encobrem a penugem das contradições que cada ausência de palavras faz na tela do livro
que cada dia que olhamos e não vemos, vamos desejando…
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
Hoje
peguei na caneta e desenhei as letras no papel!! Sem receio, misturei a tinta
escura com a cor seca do caderno. Sem querer, despejei as palavras que ainda
não sabia estarem escondidas atrás da pele, naquele lugar onde se guardam os
medos. Tentei desenhar cada letra com cuidado, com a delicadeza de quem sabe
por onde começar. Mas!! Tinha a certeza de que não sabia. As letras juntavam-se
intuitivamente, como se cada uma delas só fizesse sentido rodeada de outras
formas e sons...Ainda assim, limitei-me em cada frase, desfazer o tabu da culpa
que me pendia nos nós dos dedos. Não sabia de onde vinha, não conhecia a sua
origem, nem sabia definir a sua génese em mim!!.Senti que fluía em mim uma
escrita, gelada, a consumir-me a pele e a guiar-me as mãos pelos recantos do
dia. E os dias ...Estes vão passando, com as horas a pesar-me nos seus dedos e
a urgência de escrever a marcar o ritmo. O mundo continua, o tempo corre atrás
de tudo o que nunca voltará. Sinto-me esquecido nas curvas apertadas do caminho
onde vou escrevendo, não sei bem sobre quê, mas... escrevo. até que um dia a
caneta no papel já não sabia quem é...Hoje olhei os meus olhos e percebi que
não mais cabia o que sinto na minha própria pele, por isso despi-me de mim e
vesti estas palavras...Como um ser híbrido que transita de um corpo para outro…
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Hoje vou
escrever assim sem grande requinte, percorrendo as margens , navegando apenas
em meu corpo, fazendo-me vivo a cada novo olhar. Faço-me vivo pelo mundo carregado de tudo o que é vivo e do que é
morto, desaguando pelo destino… Sim, acreditem e ignorem as virgulas e essas
convenções que se inventaram , para nos tornarmos mais claros , para os outros … Tudo o que para mim é vivo tem
aromas de multidões , tudo o que é morto soa a sonho clandestino, que carrega o
peso do destino! Hoje gostaria de ser livre num voo rasante num areal vazio e liso onde
pudesse passear sem deixar rasto e quem sabe molhar os pés nas águas do ir e
vir das marés que tantas vezes entraram pela minha escrita ou mesmo dos
aromas da maresia que sempre me transportaram até muito mais longe do que
alguma vez pude sonhar …O sonho continua a transportar-me, como quem morre um
pouco nas chamas de um fogo que lavra numa ilha que se vai vestindo de cinza
derramando lágrimas para o mar, arrastando as árvores da vida para o luto que silenciosamente tinge o céu …Não me
venham dizer que o meu pensamento vomita emoções ainda virgens e que o ego esconde do medo, não, não digam isso! É nas entrelinhas que escrevo a explosão dos sentidos, é nas entrelinhas que faço a gestão das
ironias e do culto perfeito da ética hipócrita ! Todos os dias cresço e é isso
que cada palavra me faz ou me pode
fazer , porque quero acima de tudo sentir-me livre numa liberdade exposta sem nuvens que nos passam por cima da cabeça, não existe liberdade quando nos fechamos ou nos restringimos às margens
de uma folha de papel por isso é que ainda ando a pensar que força tem esta
coisa das palavras, palavras que unem e desunem e de que forma é que tudo se pode manter, sem
com isto perdermos traços da nossa personalidade…
terça-feira, 1 de outubro de 2019
Hoje
as minhas mãos agarram o gemido da noite que cobre ainda as árvores ,
deixando os seus frutos que arrancam sem
ruído o caroço da promessa de noite
escura. Tento mudar a alma da minha bagagem para este mundo, onde os anjos desenham o
rasto do caminho…Fecho os olhos e venço o desejo de me rever ao espelho , tento
saber de que lado estou. É ai que me sinto. Olho-me bem, a imagem não se desfigura,
este olhar precede um outro bem mais desperto e mais real que sobrepõe o
meu…Os Deuses cruzam-nos, cruzamos
olhares, perdemo-los quando somos
engolidos pela multidão a cada passagem nas avenidas da vida, deixamos a alma e
a nossa bagagem num outro mundo , nem sei bem porque…Hoje as folhas caem das árvores, gritando as suas preces quando tocam o chão, alguém acende a fogueira no caminho, para
turvar a sede dos sonhos ?! Sinto que deixo o corpo suspenso como quem deixa
uma roupa no estendal, suspensa, encostada ao parapeito do abismo, a tentar
escorregar pela noite, de pés e mãos que se atam e desatam, esvoaçando o tronco
no túnel do vento como um anjo que se sacode e se deixa secar no fim da viagem…
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