Hoje
viajei por lugares inesperados, procuro involuntariamente o refugio longe de
tempos que a vida me levou. Fechei a porta à alma, e deixo-me levar nas asas da
deslembrança, tentei não pensar, tentei sorrir para dentro perante tudo aquilo
que me deixou triste, resguardando -me do mundo, correndo as cortinas do sonho, bloqueando a magia…Quando sinto frio , tapo-me com a
ausência, dou descanso à imaginação que
me rodeia a mente. É na noite
que as sombras atormentam, as diversas e tardias esperanças... É na noite que
abuso da meiguice e da inocência, diante de fatos inesperados que me toldam e
me silenciam ... Fujo de pessoas que se calam perante os suas próprias vontades
, desejos , fujo sempre de algo que nunca ocorrerá . Escuto em
várias vigílias, o som das almas intranquilas que se revelam nuas
mórbidas e esquecidas , bebidas pelas suas próprias sinas.
Escrevo-lhes pois elas tem na sua essência , a sua luz, que as direcciona
apenas ao bem!!! Elas vivem Incertas, e não só vagueiem, por caminhos
tortuosos mas também num plácido desvanecer perante a solidão. Sou
um ser pronto vivo a sobrevoar a imensidão de tudo aquilo que pode inquietar, sigo almas encobertas,
que a noite faz de companheira, verto as vontades além do olhar sem o medo de total
escuridão... Posso continuar a bailar
todas as almas em mim e perambular entre as noites sem que eu me resigne...
sexta-feira, 31 de janeiro de 2020
segunda-feira, 27 de janeiro de 2020
Hoje
desnudo as palavras que em mim vão nascendo, tenho nome para todas mas, nem
tudo é um turbilhão de emoções ou exposição das sensações, e, jamais as
considerarei monólogos sem fim ou enxurrada de palavras desenfreadas. Todos
precisamos abrir o coração porque a
linguagem da mente , que prefere o racional, o útil e o seguro, entra em conflito
com a linguagem do coração impedindo-nos
de seguir a intuição que nos faz
realmente felizes. Sabem a linguagem do
coração é difícil de interpretar, pela rejeição,
pelo abandonado, pela exclusão,no entanto, quem escuta e é sensível aos sinais
, consegue estar presente para ouvir e falar na mesma linguagem, com a mesma disponibilidade.
Com isto digo que é preciso semear para colher.
Não basta o Silêncio…Há silêncios que criam abismos. Nascem de palavras que não
foram ditas, resultam de sons que geraram desentendimento. Há palavras que ficam
encarceradas na nossa memória como desconfianças. Há silencio a construir muros . Há muros que caem do
nascer de palavras, no diálogo e
compreensão. Há palavras que andam e se aproximam, que vão diminuindo a altura
dos muros; palavras que unem o que o silêncio afastou…Há alturas em que nos
sentimos sós, desligados do resto do
mundo. Ficamos sós , sem mais por dizer, deixamos-mos ir entregues a nós mesmos, como ficar fechado num quarto escuro, fugindo do silêncio , tentando com múltiplas actividades,
encher o tempo com encontros, telefonemas , evitamos ao máximo aquele momento em que
ficamos de novo em casa sem ninguém, entregues ao vazio do que o reencontro
inesperado e os olhares esquivos não se apercebem …Há sempre palavras que não
são ditas , silêncios que gritam beijos de 3 vidas que vivem na alma de quem os
deu, permanecem no coração de quem os recebe, e morrem na recordação de quem os viveu…Já Houve tempos em que o silêncio era uma dor e logo o som
calado das palavras escritas enchiam páginas de poesia e amor….
quinta-feira, 23 de janeiro de 2020
Hoje
despi os meus pés e toquei ... Na
areia... Onde pela primeira vez despi a minha roupa .. Como se num lugar
longínquo estivesse , ali me converti a nu
com o som que cada vez parecia mais próximo de mim! Abri os olhos e descalcei
as minhas pegadas do areal, onde o mar resvalava de forma soberba e imponente….
Tenho vontade de o ver de muito mais perto... Mas!!! Agito o olhar de
forma calma e serena com a sensação que ele é só meu, nem que seja apenas por
mais uns minutos , vou deixar ele entoar o seu cântico perante o luar despido que
se cruza com o meu nu. Pudesse a noite ser mais que esta ilusão, eu
garantidamente conjugaria todos os verbos que definissem a coragem e ousadia de
quem ousou pisar as águas que se evaporaram de mim…Olho para os céus como
quem olha para os poemas guardados em gavetas …Fico sem palavras! Escritas, descritas, pelos meus
humildes dedos que tantos anos se vergaram perante folhas, que não guardo jamais em lugar algum! Prefiro ter a gaveta cheia de vazio, cerrado... Docemente deixo verter pelo céu uma voz que me chama, chego a casa e as
paredes desta sala escorrem preces... desejos... para muitos...
cumpridos... para outros nunca serão...Posso esperar, sim eu sei mais um pouco ...
Mas!!! A vida também vai partir de mim, ela não nos concede o
tempo ... E ontem eu apenas pedia tempo... De nada tenho medo, apenas da
incongruência, da loucura e do vazio, que
vida leva nas asas do vento sem bússola para nos orientarmos…
segunda-feira, 20 de janeiro de 2020
Hoje
sinto-me como um vampiro ao sol, que entra na alucinação semeada em
metáforas, que se sucedem aos
abismos em grutas e sombras….Trago em
mim essa droga resignada dos corajosos injectados, de sangue, de carne moribunda que a infundada ficção gera nas mentes turvas
de toda esta gente…Há quem me queira
decifrar…Há!! Mas decifrar pessoas não é decifrar palavras, decifrar pessoas é
decifrar gritos, e olhares de serenidade! Há palavras que nos rasgam o olhar,
mas há gritos que nos rasgam a Alma. Tantos gritos que ficam surdos , sem
palavras que as acompanhe , e todos os agudos por decifrar vão ficando no
vómito do olhar … Que palavras são estas? De que boca saem e em que ouvido irão
morrer… Umas tantas destinadas a corações que acabam perdidas no vento outras
encerram-se em lábios que as retém e as rejeitam prenunciar! Tantas nos magoam, outras nos reconfortam , nos devolvem a vida como uma doce caricia de amor….Ficamos
com sede de tempo! É esse descompassar alheio ao julgamento do sumptuoso paraíso,
que nos pisa o improviso , nos frusta o
sentimento, nos retira o alimento da alma e nos leva a procurar por vielas a paz
…Perdemos o tempo… Ele é como grãos de areia que nos fogem entre os dedos !
Hoje peço tempo… Quero rever todos os sorrisos que encontrei, a boa gente que
amei na liberdade que semeei …A liberdade só é uma, mas dependerá sempre do
tamanho da gaiola que construirmos…
segunda-feira, 13 de janeiro de 2020
Hoje pergunto-me para onde foi toda a minha inspiração? Será que esta
partiu para longe ou nem exista mais,
sinto saudade de outros tempos, de quando era próximo com as palavras, hoje vejo-as distantes. O tempo passou, tudo parece mudar mas eu
continuei aqui, esperando por coisas que talvez nunca cheguem, factores que
talvez nunca me influenciem, coisas que provavelmente nunca serão diferentes.
As vezes é mais fácil destruir um sonho,
embora seja improvável que se aceite isso de braços abertos, mas pode
ser feito, e algumas vezes tem de ser feito…Muitas coisas na minha vida já não são mais iguais, outras coisas jamais
mudaram, e outras já nem fazem sentido, apenas nos meus sonhos tudo continuou
intacto, chego até a sentir o cheiro
deles, vivo os sonhos como vivo a minha vida, porém acordo com o sentido da realidade , mas!! Esta
não me obedece como os sonhos que trago na cabeça! Há quem diga que somos tão
minúsculos com a nossa felicidade mas, Gigantes com a nossa dor…Por mais que eu faça para entender, eu não estou de todo a conseguir...É verdade que deixei de viver de saudades para viver apenas por ai, sou, aquilo que já fui, por mais que tente, que gaste todos os meus argumentos, que escreva , que leia , que personifique a razão, eu irei sempre pensar num novo recomeço é esta força maior, que me vai continuar a permitir sonhar...
terça-feira, 7 de janeiro de 2020
Hoje acordei de sobressalto passei a mão nos cabelos e penteei meus sonhos...A barba por fazer coçava meu rosto, e o dia nascia e contra mim pois lá estava o sol que insistia em me bagunçar o olhar lacrimejante... Preparei o meu café e lá fui a mais um dia! Banhei meu corpo, agora nu, água escorrendo aos prantos lavava meus sonhos inacabados, na minha sensatez do brilho intenso da saudade dum choro derramado pelos cantos, do caminho, onde esvazio meus versos, que nem são mais versos são palavras, onde desfaço poesia, derretendo sentimentos como asas de cera que desaparecem no calor das distâncias...Não imagino um voo, nem dores eternas, sóbrias, imaculadas, persistentes mas!!! Adotadas como um sobrenome onde as rimas flutuam , dia após dia, noite após noite, como um cavaleiro das trevas solitário, que se esconde do sol que se foi, que se apagou com o coração castigado, sem sonhos, sem vida ...E assim sigo, não persigo, bebo aos goles as sombras geladas dos momentos que virão tentando não desistir de vez em quando daquela vontade danada de fazer das palavras um tropeço, sem nexo, sem sentido, sem amor nos versos pois nem sempre as palavras são justas, ou brilham , como a saudade da luz brilha na lua que de dia se esconde dos vidros quebrados espalhados por todos os locais em que vagueei. Em cada um deles está um reflexo que me pertence. Sei de cor o ponto em que descansa cada um dos fragmentos, e tenho, esta estranha obsessão de lhes passar por cima e dispersá-los, para que há noite reflictam o brilho que a Lua lhes concedeu !!
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