Hoje um abraço onde nada mais existe , seria o calor que reina, seria a lagrima que resiste e a amizade que persiste. Quando as folhas dos pensamentos teimam em ficar em branco, os amigos são as palavras que faltam no nosso silêncio e a saída das portas que se fecham…Deixamos escrito no tempo os sorrisos , as lagrimas os gemidos que perduram no alpendre de tudo o que fomos, como peças soltas que acabam por serem rotuladas de vida esquecida e contornos sorridentes de coisas mal esquecidas! Há coisas que escrevemos que parecem sorridas outras choradas, são paginas soltas do nosso livro, pegar nelas e colá-las seria como se as nossas mãos tivessem magia , para agrupar tudo como peças que compõem o coração , seria como abrir uma janela para o mar, alargando a vista para as coisas mais singelas e sonhar…sonhar! Escrevo meras palavras nesta pagina que se mostra sempre vazia, onde os olhares inquietos surgem descompassados como a batida do coração . Seguro na minha mão trêmula como se dum cavalo selvagem se tratasse, que galopa no meio do nada, e é esse nada que me sai das mãos como uma alma nua… Se cada gesto fosse uma palavra, os meus sentidos a mim pertenciam , mas destas mãos sai, desejos, virtudes, inquietudes, pedacinhos de sonhos que cuido na esperança perdida que nem quero ouvir falar! Eu já fui um Jardim completo, estava repleto , não havia lugar para mais flores…Hoje sigo livre, sem jardim para cuidar e todas as coisas que amo nesta vida, deixo-as, Livres … Se voltarem decerto foi porque em algo as conquistei…Se não voltarem , eu continuarei bem, decerto também foi porque jamais as tive!
quarta-feira, 28 de abril de 2021
sexta-feira, 23 de abril de 2021
Hoje vos digo que sabe-nos bem, por vezes, estar sossegados no nosso cantinho, longe do barulho e da correria lá fora. Há quem lhe chame férias, outros afastamento, talvez no fundo seja só uma pausa. Paramos um pouco para refletir na vida, ver quem somos, para onde vamos, o que andamos cá a fazer. Não, não pensem que voltamos mais sábios, mais ricos ou felizes. Na realidade acho que até voltamos mais pobres... As poucas certezas que temos ainda vêm reforçadas as muitas duvidas regressam sem resposta. Mas a verdade é que gosto de escrever e sei que algumas pessoas até gostam de me ler, por isso, não virá dai grande mal ao mundo se de vez em quando der largas á minha imaginação. Quando tomei a decisão de criar este espaço, era apenas o MEU espaço. Um segredo que guardava a minha intimidade, um escape para todo o meu sentir, talvez um museu para algo que eu outrora julgava que me pertencia apenas e só a mim. No seu inicio não imaginava este refúgio a ser visitado, não me via a partilhá-lo com desconhecidos, não procurava nada nem ninguém, nem procuro... Criei este espaço para desabafar, para poder ouvir o eco do meu silêncio que ressoava após a libertação de palavras. Aos poucos fui revelando o que guardava cá dentro, convidando pessoas a visitar extratos do meu coração, a sentirem as minhas palavras, a lerem os meus sentimentos. Não o fiz por vaidade, pela popularidade barata que todos nós procuramos, para ouvir elogios ou ser admirado, nada disso! Fi-lo porque preciso de sentimentos à minha volta, sou um homem de sensações, preciso de sentir que toco as pessoas, preciso de as tocar. Nada mais me importa. Em nenhum momento deixei de sentir o que escrevi. Por mais olhos que me olhassem, consegui sempre abstrair-me deles ou, pelo menos, não deixei que estes interferissem na minha forma estranha de sentir. Pelo contrário, deixei que os sentimentos que pairavam à minha volta me inundassem de mais e mais sentimento. Como se tudo fosse uma gigantesca sede de amar que eu sabia nunca vir a ser saciada. Escrevi sobre sonhos e fiz sonhar quem já não os tinha, penso eu, haverá algo mais importante do que isso? Mas os tempos mudam, nós mudamos, até a nossa forma de avaliar o mundo. Se houve coisa que aprendi, é que de facto já ninguém acredita em príncipes, princesas ou em contos de fadas…Como nunca quis correr o risco de me tornar um espécime raro, tenho de aceitar que “os homens são todos iguais”, sou apenas mais um. Eu apenas escrevo desabafos de um homem comum tentando passar despercebido no meio da multidão, as minhas palavras são silenciosas e o que gostava mesmo era que alguém fosse capaz de me fazer mudar de ideia, e fizesse o meu corpo querer uma companhia, enquanto a minha mente vai insistindo em solidão… Quando escrevemos o nosso nome pouco importa. Qualquer identidade não passa de um mero prognóstico que provem das limitações humanas, embora haja quem se importe demasiadamente com tolices agudas. Perdemos o senso da lealdade. Tudo é número. Tudo é o que temos e não o que deixamos. Somos movidos por uma mentalidade tão caótica que nem o nosso próprio pensamento entende , somente segue. Seguimos, porque? Por algo melhor? Mas se seguimos quer dizer que concordamos, não? Ou será que concordamos pela monótona sobrevivência? O ser humano é impressionante, depois de realizar algo lamentamos ou glorificamo-nos. Os nossos beijos e abraços são tão rápidos que somente sentimos o seu sabor depois de perde-los. Gastamos muito tempo tentando ser, pensamos demais sentimos de menos...
domingo, 18 de abril de 2021
Hoje sem duvida que prefiro o silêncio, esse surdo gemido que me agride na vestimenta do vazio das palavras! Vou adornando esta estadia voluntária e apática de prisioneiro , sem luz … Por muito que tenha tentado fintar os buracos da grade que me circunda, não consigo deixar de ser violado pelo plagio voluntário da mente que o silêncio agressor deixou cair em mim nas minhas palavras despidas …Há paredes que foram caindo do meu peito, onde o mar se deixou arpoar pelo sol intenso…Resta-me o perfume do seu azul quando a noite cai no deserto do meu olhar! Deixem-me ficar ai, no escuro dessa noite, onde os pretextos são desenhados de forma adultera, onde a carne da alma é indivisível , onde os terramotos são menos intensos, as trovoadas menos barulhentas e as marés menos vivas … Em todos nós existirá alguém capaz de sentir a densidade da sua garra, da sua força? Ou haverá alguém em nós destinado a ser quem é? Ou será que eu existo por ter sido o que já fui? Sinceramente nem sei se as palavras que aqui emprego tem o vigor que precisariam de ter, mesmo que estas não passem de meras sombras dos meus segredos, falta-me a força para morrer nas noites em que o meu corpo se recusa a dormir … Sigo assim no meu pulsar constante, ora frágil, ora forte, vivo de quando em quando, ora caminho com norte ora sem rumo, mas vou caminhando ... Não olhem com desdém a sombra assolou o meu rosto , acabo esquecido de mim mesmo, não sou ninguém ...Hoje estou aqui, ás 18 horas já deitado na minha cama, e não há mais ninguém para culpar destas dores que me invadem ... Nem mesmo consigo desfazer a mala da roupa que fiz! O que sou eu agora, será que sou alguém que nem mesmo eu consigo suportar? Hoje sinto-me mesmo a resvalar como quem cai...
terça-feira, 13 de abril de 2021
Hoje como se conseguisse ser uma palavra , finto-me numa das prateleira dos livros que recorto, como se ainda estivesse dentro dum deles. Adoro sentar-me no chão, desfolhar-me como se duma página eu me tratasse sem nunca me cansar do era uma vez! Olho o céu , como quem se debruça numa varanda enluarada, noite após noite, sinto a minha alma desprender-se, vejo-a a vaguear pela linha do horizonte como um véu dum vestido a esvoaçar. Mas a lua dá lugar ao sol, o dia dá lugar a outro dia, a noite a outra noite, e eu, espero como uma criança o eco de uma voz dentro do livro a chamar por mim. Corro e desfolho mais uma pagina , sinto-me feito de papel, como uma personagem imaginária, inexistente que apenas sonhei… Olho novamente o céu e questiono-me tanto, será que para ser adulto terei de esquecer que fui criança? Nesses instantes a casa, que outrora foi um lar, transforma-se numa torre onde me sinto um prisioneiro agrilhoado… Esta prateleira parece a torre é tão real, tão fria, tão triste, tão intransponível , solitária que só serve mesmo para arquivo de livros … A solidão mancha as páginas , cobre tudo de negro, escurece as páginas que outrora foram pinceladas de cores vivas. As lágrimas escorrem e humedecem as letras douradas das historias que outrora também foram minhas…As imagem diluem-se, a voz dissipa-se, os poemas de amor esvaem-se! Mas, é tão fácil ler-me a Alma , basta um simples olhar, para o meu coração se corromper e eu me perder no labirinto desse olhar , ai pouso as armas do meu exército pois sinto-me protegido mas nu…Eu não sou o céu. Ninguém é o céu. Mas sente-se aqui a meu lado enquanto eu desfolho este livro , ai saberão que não há céu que não possa ser nosso…
quinta-feira, 8 de abril de 2021
Hoje vos digo que há muito tempo que sei e sinto o nascer da noite até pelo seu odor. É o aroma da escuridão a acariciar-nos a face resvalando pelo nosso espírito e a alma , penetrando nas janelas do nosso olhar, não nos deixando adormecer … Até parece que preciso de viver a noite, coisa que, nem mesmo no meu sonho mais delirante alguma vez fiz ! Eu apenas queria continuar a sonhar, este sonho de homem mendigo que sonha de olhos abertos, com a chave que balança hesitantemente no colo da fechadura do meu viver. Não é fácil sentirmos este desvario, como se fosse uma semente vazia, como se ao sonho faltasse o delírio e como se ao delírio faltasse o sonho. Hoje abdico do nascer do sol, esse amanhecer que narcotizarei nos meus sonhos como um simples apeadeiro , ou uma cratera da noite! Eu já vi há muito tempo, que das estrelas caíam palavras, todas em grupos até formarem um texto completamente nu. Elas desenvolvem sentimentos , para o qual depois não conseguimos lograr expressões que comportem tantas sensações . Esta é a razão para que, o silencio apenas acompanhe as emoções que a sensibilidade do olhar seja capaz de expressar , eternizar nos momentos que sublimamos , que suspendemos na nossa recordação como inesquecíveis, o silencio do olhar! À medida que a noite se instala na nossa corrente sanguínea nascem nos dedos as lembranças , como vagas que comprimem o peito, como rochas nuas que já foram leito, soltando a saudade como um bando de pombas brancas que tem como trágico destino dizer tudo aquilo que sentimos…
terça-feira, 6 de abril de 2021
Hoje, a luz do dia esconde-se como se descêssemos para os calabouços onde a luz é trémula e faz prever um sombreado de tristeza nas paredes que separam a terra do céu… Como se fosse possível mascarar-nos de granito e darmos as mãos no escuro, onde as pedras se lamentam e todas as sombras não passam de sombras! Cada vez que descemos degraus na vida, o nosso coração soluça, pelos que vem atrás, e por aqueles que vamos encontrar no caminho… Eu já desci de um mundo para o outro, parecia-me uma marcha silenciosa uma procissão de condenados, sobre mim o trovoar de passos , abracei-me à minha imaginação, dei as mãos aos deuses que caminham pacientemente com a esperança , suplicando que a Natureza acorde os que adormeceram com luz... Esses felizardos, vivem sob nós... Criam um burburinho na "Terra" que fica em ebulição, mas, nos faz sentir firmes, mesmo descendo a escadaria deste precipício sem fim! Há inconsciências , e por mais degraus que se desça nesta antecâmara, mais palavras testemunham a descida … Afinal , o “homem” apenas é pequeno, diante de uma porta enorme! Enquanto não se parar esta escada rolante , não existir coragem de silenciar com rigor, arquivos deixados na escuridão e as palavras que jamais serão declamadas… Acabaremos apenas por emoldurar então os sentidos ! Eu também estou aqui , como vocês descendo a escadaria, mas vou propositadamente dando passagem a todos os que puder, para me atrasar … Não confundam isso com simpatia, nem timidez! Sinto-me inteiro, fechando os olhos, mesmo sabendo que a minha voz só é valorizada , quando silenciada…Hoje por tudo, irei silenciar a minha voz...Sentar-me na minha Praia e ver o por do sol , silenciando o perfume do sonho em mim, deixar essa fragância levar-me até ao céu !
sábado, 3 de abril de 2021
Hoje eu sei que se , alguém um dia reconstituir as origens da solidão humana, irá descobri-las na perda de intimidade com o mundo, nos muitos cortes que nos afastam do afeto físico. Deixamos de passeamos pelos sentimentos , mesmo quando o fazemos, fazemo-lo demasiadamente depressa para absorver o que desejamos e precisamos. Acabamos por fica para trás, sem gerir o tempo, logo se diz que que nos distanciamos de tudo e todos… Penso frequentemente neste tipo de afastamento do mundo físico, embora seja apenas físico, porque no nosso intimo não conseguimos deixar de estar em contato, regra geral, os seres humanos parecem ansiar por um lugar específico, por determinado enquadramento emocional que nos permita uma sensação de conforto! Fico assim, rasgando o corpo por carta, matando-o em palavras nesta realidade ingrata de noite e de dia de desilusões que nos traem e nos deixam sem vida…Esta anestesia rasga-me o corpo, porque o carinho não se pede, não se nega, não tem idade nem tão pouco medida! Não é uma vergonha sentir desejo, este é companhia, consolo, abraço, perdão, e alegria no coração! Não há maior fonte de carinho que o beijo desejado no toque abençoado pela cumplicidade da razão, é no olhar terno e desconfiado que se obtém o sorriso mais rasgado e desconfortante que resultam nas minhas palavras entrelaçadas do perdão. É este embaraço que gera num só peito, a batida de dois corações. Quando gostamos de alguém , não é por decisão nossa, não nos apetece amar e pronto… Podemos desejar e planear sentir emoções e controlar as saudades e ansiedades mas decidir gostar não é um ato isolado, não há controlo, não optamos. Amar é isso mesmo é gostar sem escolher , é seguir sem um plano porque desejar não é uma opção…Hoje rasgo o corpo, porque quero gostar sem escolher !
quinta-feira, 1 de abril de 2021
Hoje sinto o dia escuro, escondido atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente, tentando inutilmente fazer-se despercebido. Esse escuro transparece e grita, onde se nota e clama… Move-se entre as paredes do meu labirinto, é um eterno vagabundo sem outra casa ou outro interesse na vida. Vive na sombra acorda-me de manhã sem me deixar dormir à noite, move-me, o dia inteiro, no desejo de que o dia se torne noite outra vez…Pensa ele que passa despercebido em mim! Mas não. Quando tento escapar-lhe, ele toca-me na alma, já começa a ser regular esse aviso, que me faz revirar os olhos, tentar e desistir da busca pela coerência. Mas!!! Quando7 não o sinto pergunto-lhe se ainda está em mim. Não há uma explicação lógica, não há uma agenda nem um motivo... nem precisa de haver. Continua tudo oculto nos recantos de mim. Ao menos faz-me sentir acompanhado. Mas continua tudo, desafortunado, difícil, persistente, inevitável, maduro irracional. Como é estranho o vazio me preencher de saudades, inventa histórias feitas de palavras ditas ou pensadas. Transforma-me pensamentos em desejos. Desejos em sonhos. Sonhos em segredos que não se contam a ninguém. Esse dia escuro está escondido. Aí, escondido à vista de todos. E ninguém sabe. Ninguém vê. Ninguém sabe que fica atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente. Ninguém sabe que permanece no centro do meu pensamento. Mas ninguém precisa de saber... É esse o sentido do sentir. Acontece dentro de nós. Muda tudo em nós, sem nos mudar. E avança connosco, até parar no transito!!!. Pode não ter nome. Pode não ser claro. Mas está lá, faz-me persistir sabendo que não estou só... Quando não vivemos por fora morremos por dentro, talvez seja esse o escuro que me grita e se move no meu labirinto interno, dizem que tem de estar escuro para se ver as estrelas ... Hesitei tantas vezes no rio do meu olhar , navegar por este afluente, deixando ele alongar-se nas minhas margens percorrendo-me em todos os recantos, ciclos onde crescem as minhas flores de brandura e revolta , dando cor ao meus olhos com o perfume que não emana …Mas sinto! Que já não estão ai!!?
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...