Hoje acordei com o sabor a sal de todos os mares que me banham, autografei os cometas da aurora desta cândida paisagem de infância que o frio da noite tatuou no planalto no degelo de mais um sonho que perfurou o silêncio cicatrizado da minha alma, que se expos no alpendre das horas perdidas…Quantas vezes senti os meus dedos derramarem a implacável dor acorrentada nos porões dos veleiros adormecidos, quantas vezes no óbito dos sonhos, deixei de trespassar muros de prisões, no crematório de poemas sem regras na orgia das palavras ! Hoje as palavras tem um obscuro movimento próprio na audácia da sua compreensão, tem vida, movimentam-se por sim mesmas sem casualidade seguindo unicamente o seu movimento próprio. Ainda não sei porque razão em mim, o silêncio ocupa o lugar de tantas palavras no vazio das frases, se não consinto que me devorem, então, que me invadam , me usem , na decadência da subserviência do oportunismo…Hoje é apenas mais um dia de reflexão e sei bem que há dias sem decisões, também sei que há dias de dizer que chega e gritar que basta ... Durante um largo período de tempo percebi que tinha perdido a minha casa, pois na sua morada não existia as responsabilidades que são obviamente divididas e não são imploradas... Estes últimos dias foram dias de imposição, os sonhos abarcaram os meus vazios, deixando asas que não podiam voar. Os remédios da vida chegam com a forma de sons e cores ou então de sabores e gestos , quando o meu remédio vem de uma forma única de amar! Hoje quero ver a Vida, quero ver a poesia a transformar-se, ganhar contornos na sabedoria, na sabedoria emocional e nunca na de ego ou material…Vivo com a verdade de que trago dor e mágoa a várias vidas mas que nunca , nunca …Pela forma de atropelar gente, ou usar os sentimentos alheios para percorrer as horas de um relógio! É que os relógios param os corações explodem, é na lucidez do amor que podemos encontrar todos os paradoxos, se somos semelhantes podemos também ser meros opostos…Hoje sou uma liberdade romântica, sem nunca o ter sido, danço uma valsa platónica na insignificância da escassez que o amor pode ser no infinito da saudade! Amo-vos minhas filhas, são vocês que dão corda ao relógio da minha vida, porém o meu tempo não se mede em relógios , é a vossa vida que me chama ...
sexta-feira, 30 de julho de 2021
domingo, 25 de julho de 2021
Hoje o dia conflui sem certeza, sem cor, sem textura totalmente impercetível., assim como o vazio decora a margem da alma e todas as nuances se extirpam sob o véu da desigualdade, ou se quiserem da tendenciosidade abraçada pelo medo dos dias confusos. Tudo se torna leve por conta do esvaziamento que o findar propicia. A vida equaciona em nossos peitos uma infinidade de sonhos engavetados, que desbotam as virtudes mais concretas. Como Humano, Ui, falta-me certamente tudo, até a garra, que me debruce na esperança e o anseio inefável da paralisia. de tantos entroncamentos e caminhos sem placas de orientação…. Porque a vida não aponta, não deixa evidentes suas maravilhas, ou acontece ou não, no peito há sempre um trampolim que amortece a queda, e engrossa a cortina do céu, escurecendo as expectativas, que a paisagem vislumbrada pelos olhos, sonho cultivado, no solo do nosso peito vai germinando… sinceramente, sinto falta dos abraços que cativam, e escondem em cada um de nós o espetáculo das ausências, de distanciamentos que incidem na solidão em nossas vidas. Todos os dias anoitece dentro, de nós , ai nos findamos como quem se esgota, porque há dias que tudo é levado pelos dias incomuns, pelo silencio dos acontecimentos. E pairamos inertes diante de um passivo desespero, de uma inconsciente condição de receio. A vida por vezes amortece nossos olhares, a saúde que impulsiona o coração a pulsar, os pés a andarem.... E só nos resta aguardar o dia nascer de novo, como em um ciclo ininterrupto de renovação, humana que só finda no nosso último suspiro de vida! A Alma é um reduto de múltiplas sensações que por vezes acabam mesmo por nos abandonar…
terça-feira, 20 de julho de 2021
Hoje eu tenho a certeza que cada um de nós é como um livro que desfolhado, conta a própria historia do inicio ao final . Já o nosso corpo é, apenas uma casa onde a nossa alma habita nesta passagem pelos vivos, partindo apenas quando não couber mais nessa casa, como se quisesse começar uma nova história, um novo livro , que não será aqui, será num outro lugar , se esse lugar existir… Já pesaram que cada dia que passa pode ser tudo que nos resta para viver? Eu realmente não sou um bom exemplo de vida , desperdiço o tempo como se ele fosse infinito, e digo-o, talvez porque existir para mim seja apenas uma circunstancia que me foi imposta. Eu não pedi nada a ninguém , nem fui inquirido nunca acerca da minha existência! Mas!!! Estou aqui por muito que muitas vezes tenha vontade de rumar para bem longe daqui…Para longe do que sou, para longe de mim…Seria tão bom , conseguirmos sair sem destino, mas …Não fui inquirido, mas fiquei com obrigações que me seguram a este lugar ! Nem dá para sair um pouco dos escuros das noites, dos problemas, das angústias... Hoje, gostava de sentar-me á beira mar e olhar o céu contado, ao mesmo tempo as estrelas, mas humanamente isso também não é possível , nem sei quem as criou para lhe agradecer a beleza criada ! Não há mesmo uma forma possível de eleger a estrela do céu mais bonita, nesta existência ao mesmo tempo tão imensurável como o infinito em que me deixo perder… O mundo está uma rebelião, como posso entender que ao mesmo tempo que este céu lindo que me cobre seja o mesmo que vê um mundo doentio, de valores, afetos, que não dignificam a bravura e a fé dos nossos antepassados …Enfim , estou aqui e adorava ao menos ficar á deriva no meio do oceano apreciando esse momento único onde tanta estrela brilha , não sei se para me iluminar o olhar , ou para se despedir deste mundo que se afunda … Pergunto-me a mim mesmo , invocando os Deuses se as brisas e as estrelas que brilham são ou não uma tela viva pintada por Deus!
quinta-feira, 15 de julho de 2021
Há pessoas que se amarram a nós envoltas em maresia para que não saibamos distinguir as linhas do seu nome…Deixam na praia um búzio para que as oiçamos nos ecos das marés antes de sumirem mar dentro! Há passos delicados na areia e sereias ao longe a quem pergunto, quem são, apenas o mar me responde! Sou feito de terra, diluíra-me nestas águas antes de poder encontrar-te… Hoje dorme o teu nome na boca dos peixes…Eu , trago o sopro de uma noite nos cabelos e todas as vozes, que não quis ouvir, seguram os botões quase soltos deste manto em forma de neblina que me envolve… Vivo dentro da janela, que pintei à rebeldia, no muro que atravessa o virtual do real…Aqui as noites são claras e consigo tocar a lua com a palma da minha mão…Aqui sou um homem que não existe, escrevo em todos os muros invisíveis, uma frase dedicada à cegueira do Ser ."Talvez seja esta janela, o paradigma que vos falta" Apesar das poeiras e da lama onde as almas se arrastam, amanhece a vida dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa a neblina . Sinto que, em todos os muros se pode abrir uma janela…A janela do amor, é a que mais visibilidade nos dá, aprendemos a amar não as pessoas mas os sentimentos das pessoas, aprendemos a conviver com os defeitos que temos e perdemos tempo demais procurando a pessoa perfeita, sendo que ela só existia dentro de nós. É muito estranho quando Idealizamos pessoas incríveis, dispostas mentalmente e fisicamente a se adaptarem a nós, ao nosso estilo. Mas isso é errado porque assim, estamos desejando secretamente encontrar alguém compatível com o melhor de nós! Eu falo por mim, as expectativas, essas, já não são mais as mesmas, pois passei a administrá-las e não projetá-las em ninguém. Já usei os sonhos como uma tela branca, para desenhar os meus desejos. Hoje uso-a como tela pronta, para me equilibrar… Não é que já tenha aprendido tudo, nem tão pouco consiga controlar todas as minhas emoções , porém separo a raiva da razão, o desgosto da compreensão e a ansiedade de todos os motivos . Deixei de viver o futuro e aprendi a apreciar o presente, impedindo que ele se torne um passado frio e amargo… Aprendi muito. Mas aprendi a me amar antes de buscar qualquer tipo de amor em alguém. O amor só existe quando conseguimos encontrá-lo dentro de nós ao invés de em alguém… Por vezes o amor é, representado em coisas tão simples na vida do ser humano, que mais vale fechar os olhos e sonha-lo!
sexta-feira, 9 de julho de 2021
Hoje quando me enfileiro entre os demônios, deixo guiar a vontade ao centro nervoso do meu interior, acuso o que decididamente me desorienta e ao mesmo tempo acomoda. Não dá para ficar à parte… As maiores mazelas moram dentro de nós, como uma doença adoece o nosso mundo, o olhar esse, fatigado anui a dor que vive à custa da nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significantes de apatia? Sinceramente não sei, se ao menos a luta fosse abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se elevar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes, os calçados... Esta mudança é interna ornamenta os caminhos com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura ao redor. Que a luz desacomode e finalmente intervenha pela mudança estritamente imprescindível à minha alma com destreza e delicadeza, sem causar vandalismos na pátria que construímos dentro de nós mesmos ao longo dos anos. Mas!! O mundo é reflexo de nós. Sua manutenção nem sempre é espelho de nossas ações. Esta Pandemia tem sido uma revolução nas nossas vidas mesmo que nem sempre tudo que gira em torno dela seja autêntico, ficamos ancorados, de coração e sonhos cada vez menos ativos! Hoje o peito devora-me em saudade, alienando o silêncio para as profundezas. Por tanto tempo estive adormecendo minhas memórias para reciclar um pouco de paz. Contudo, hoje exalta a vontade de delirar os versos do que tenho sentido, porque nem sempre é possível, nem sempre há dia para desejar e noites para amar... Nem sempre há estrelas cintilando na arquitetura esplêndida dos céus; nem sempre há olhos para admirá-las. Nem sempre as palavras nascem e se intercalam com doçura. Mas quando elas surgem, surgem, e nem sempre há alguém para quem lê-las. Nem sempre há abraços. Nem sempre falta deles ou de quem os dê. Nem sempre há beijos e dedos entrelaçados. Nem sempre há falta de afeto ou só saudade. Nem sempre há carinho. Nem sempre ...
terça-feira, 6 de julho de 2021
Hoje é arda a entrega do passo que nos direciona sem um abraço. É o amor que gira pelo peito, nasce e frutifica, floresce e nos arquiteta com a estrutura que compõe os nossos sentimentos. O sentimento até lateja intermitente em nós, reerguendo-nos das quedas, tal como o sangue que potencializa a vida que o coração nos entrega. Padecemos na tentativa de negar, de fugir de uma mão que nos convida a adentrar num navio pronto para navegar no maior dos oceanos. Porque para amar é preciso aceitar o convite de um vento que tremula intermitente sobre o nosso mundo. Hoje eu apenas me desprendo para dar mãos, novamente, à poesia para esta me soltar o grito e quem sabe me reencontrar. Que a luta seja com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se regenerar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes que sempre vestiu... Esta mudança é interna ornamenta os caminhos que desbravo com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura na árvore da vida. Que os Deuses se desacomodem e finalmente intervenham pela mudança estritamente imprescindível à alma. Com destreza e delicadeza., sem causar vandalismos na minha áurea que construí dentro de mim ao longo dos anos. Basta um deslize e escorrego, tombo da tênue corda onde a minha diminuta alma caminha. A cada choque com o chão, desmorono como fugitivos amedrontados. A vida é mesmo assim, uns nos tiram o sonho, outros nos devolvem os sonhos…É esta dialética que não consigo alcançar com a razão, nem de dia nem envolto no mistério da noite! Sinto-me um simples sopro de existência que rodopia na luz e na escuridão …É este duelo de síntese que não me faz quente nem frio, nem mais nem menos, nem som nem silêncio , nem negro nem branco, apenas um ser que tenta a superação aos seus limites , isso leva-me a olhar e não ver…
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...