quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Hoje é daqueles dias em que sinto que me falta espaço para caber na minha própria vida, esta reclusão cega-me, deixando-me refém dos delitos que a minha consciência nunca cometeu! Há sem restrições pecados vividos na vã mania do sentir que deliberaram o tremor inconstante do imprevisível que estremeceram as bases frágeis da fraqueza do amor…. Fazendo-me frágil na força e forte na fraqueza! Acreditem que há danos, encruzilhados nas fronteiras dos retratos outrora efusivos que nos declinam, umas vezes amansando, outras mantendo, padecendo, matando em nós o intenso guerreiro que já há muito depôs as armas, fincando indefeso apenas marchando no meio de muitos outros que se afunilam! A verdade é que os horizontes, são feitos de luz que se dissipa inesperadamente. Foge-nos o apego instantâneo do ritmo enclausurado em nossas bases humanas. Talvez pelo desajuste íntimo e humano do tão essencial em ser, estar e viver. Quero muito viver, mas, há pouca nitidez nos pontos aos quais me vou remetendo, no raciocínio que mais parece que foi burlado por um campo de força que se alimenta da nossa felicidade. Dias passam como um piscar de olhos. os anos se atropelam, não há regra que diminua o ritmo da incerteza desordenada, que incide nossos passos a um fatal desgaste…Não é saudável ver a falta de cores nesta vida, o sopro de todos os descuidos retira-nos a clareza, perspicácia do templo que ancora as nossas principais alegrias e vontades! Chego á conclusão que acabamos involuntariamente de dispensar em excesso a nossa capacidade humana de subverter o simples em grandeza e de conferir o pensamento no miserável! . Falta-nos o espaço, suspendemo-nos numa correria sem precedentes com a falsa noção que tudo passara rápido. Mas!! Não! Nós é que nos apressamos sem precisão, sem alinharmos os nossos sonhos pois são eles que realmente nos movem os pés. Tornamo-nos as vítimas dessa fraude que nos lança sem direção a lugar algum...

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

 Hoje nem tudo acontece como esperamos. Esta é a verdade mais absoluta da minha vida…. E creio que nunca aprendemos com esta verdade. Acho que faz parte da nossa natureza teimar, lutar contra todas as evidencias que nos fazem voar, ou simplesmente perder o voo que idealizamos... A vida é mais real, se marchamos numa rua em constante construção, há que ver por este prisma diferente que nos leva a encarar as adversidades e os acontecimentos com recetividade, a ponto de colorirmos melhor esse caminho que nos surge, na maioria das vezes cinza. Olhar para trás não significa voltar, porque voltar é exatamente o que não precisamos. Voltar é se deixar afetar. E este não é o propósito. O que passou é como um livro de cabeceira. Afinal, o livro de cabeceira é um livro que nos identifica de alguma maneira, é aquele que já lemos milhões de vezes, mas sempre o consultamos regularmente; às vezes para encontrarmos este algo que nos coloca no chão e nos faz lembrar o que somos; além de elementos que nos atestem de sabedoria e nos ajuda a renovar, para o amanhã melhorar. Mudar de estrada não significa alterar o horizonte que se segue, ou desistir do sonho! Os olhos alcançam mais que as mãos, quando estas acenam em distâncias o que nenhum gesto de corpo é capaz. Mesmo assim continua longe de se ver o além por trás da linha do horizonte. O quadro da vida ao redor, classifica-a e a limita, impõe-nos feito uma estátua com espaços para poucas lapidações. Mas da mesma forma como as paisagens são mutáveis nas nossas vidas, com o tempo, nossa alma se transforma ao mínimo movimento. O olhar pode mirar um simples verso do horizonte e com esse aprendizado nos tornamos capazes de alcançar os sonhos escondidos por trás do tecido celeste que reveste a nossa alma…Ela é o maior reduto de sensações no nosso ser, nunca nos irá abandonar e será o mais oscilante de tudo em nós…Hoje tenho de admitir que me sinto meio perdido nestas linhas tortas da vida!

domingo, 8 de agosto de 2021

Hoje a lua olhou para baixo focando o meu caminho deixando de  fora o seu encanto…Não sei o que a fascinou em mim para ter  tempo de me acompanhar até casa. Talvez tenha tido piedade e recordou-se de mim e  dos meus passeios pela escuridão onde nem se conseguia avistar o  verde das árvores e o azul do mar…Estou-lhe muito grato por ter-se dedicado a mim nesta noite …O Sol tinha-me avistado mas!!! Escondeu-se ,  eu não me iludi ao vê-los! Eu sei que há na caminhada humana todos os meios que levam ao caos ou ao cosmos.. Nunca ignorei isso…Sempre foi assim podemos ser tudo ou apenas metade de tudo, podemos ser solidão solitária ou solidão acompanhada. Vitórias perdidas ou  momentos entregues ao luar, ser tudo ou apenas um pouco de algo! Foi sempre assim podemos reflectir-nos num  espelho e apenas  ver o corpo sem a alma... Podemos sentir a alma sem corpo… Podemos ler o coração sem vontade. Podemos ser metades de metades, divididas aos poucos, até não serem mais do que grãos de poeira a esvoaçarem pelo céu da  vida, ocultando o sol e a lua que nos Guia…Hoje perco-me no tempo e não me  recordo de colher outra coisa. Apenas metades!!! Metade da vida. Metade da realização. Metade do percurso sem fim que se acumulava em nadas, em vazios, em sensações eternas de metade da vida  deste caminho  que tarda… Vivo sonhos escritos empilhados em poemas, que se fizeram livros e se arrumaram em estantes onde metade dos sentimentos foram meia mentira... O resto dos sonhos ficaram esquecidos nas meias verdades  que dançam  valsas sem par...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...