Hoje posso dizer que refleti muito e penso que esse estado de alma se aplica não somente ao que nos magoa, mas também ao universo das ideias. Quando alguem se movimenta em torno de algo, o mundo ao seu redor responde, reagindo de alguma forma à sua ação inicial. São estes acontecimentos em torno deste exercício que deixam de estar apenas sob o nosso controle, pois uma dinâmica própria é criada levando pessoas, mesmo que de forma inconsciente, a responder a esse estímulo de uma forma muito particular. Isso pode incompatibiliza-las! É neste cenário de movimentos e reações que é preciso estar atento, tem que servir para os aprendizados que surgem. Não raro, nascem ideias até mais sofisticadas e estratégicas do que a que você lançou inicialmente. É necessário dar combustível aos sonhos e é isso que gostaria de fazer , mas não o posso fazer sozinho, se os sonhos forem mútuos, para que eles nasçam no mundo real, temos de nos focar em torno deles e não, aguçar os fragmentos desse caminho. Hoje esteve tanto calor, que voltei a sentir o prazer de andar descalço, percorro todo este areal o areal , onde em alguns sítios nos amamos e senti-lo é apenas pisá-lo. Escuto o estremecer dos finos grãos de areia, que quase me fazem sentir como um grão de areia, nos meus pés…Sinto-me uma planta neste areal, devo-o ao sol ao calor e a algo mais que não sei adjetivar , mas como se estivesse a adivinhar o próximo inverno, sacudo a areia, estico os dedos dos pés e despeço-me deste sentir….Agora poderei calçar estes sapatos que já me acompanham, de sola gasta e irei celebrar o pisar da areia para ela voltar a me despedir! Nesta altura, pedirei apenas a este oceano que me lave bem os pés destes grãos de areia até á nova estação e que me traga novas sensações a descobrir. Tenho o meu coração numa caixa muito apertado, acreditem, dorido escondido , pressionado sentindo-se sufocado, mas !! Ele já saiu da caixa , soltou-se engrandeceu-se , voou , viajou de forma saborosa e entregou-se de forma vagarosa, por uma vez ele saiu dessa caixa , sentiu-se enorme , viveu amou e sofreu. Hoje ele tenta voltar á caixa , mas tem o dobro do tamanho, não sei que tipo de amanho lhe dar, talvez para lá voltar a caber , tenha de ser espezinhado amarrotado, sem reparação acaba sem mais viver a sua ilusão.
sexta-feira, 7 de abril de 2023
sábado, 1 de abril de 2023
Hoje as palavras podem até não ter, em si, qualquer mérito já! Mas !!! Se forem convenientemente utilizadas, têm todos os méritos possíveis . Hoje se escrevo , é apenas para iluminar o corredor da minha alma que muitas vezes , escolhe o pôr-do-sol como refúgio ficando apenas ali, ao pé do mar, a ver as ondas a passarem enquanto o poente avança, e vão aparecendo novas cores no céu outrora apenas azul. ao ver o sol, já quase mergulhado no horizonte, invade me um silêncio, que me revira dos pés à cabeça, para então, levar me para longe, tão longe...é aí que me apercebo que já não faço parte do meu próprio mundo e acabo por sentir um imenso vazio – um vazio de mim. Nesses momentos, não há poesia. Estou só, afogado por uma solidão faminta, atenciosa, paciente, meticulosa e fiel. Dói a alma, a respiração concentra-se num só ponto, os ossos estalam em desespero, é penoso estar desnudado de mim mesmo quando falhamos em tudo até na comunicação, sim comunicação falha quando alguém fica com ideia que somos algo que não somos de todo... É como se entregassem os livros ao sepulcro das estantes, ao amor, déssemos um colo de horas certas, e deixássemos de abrir as janelas para cheirar a noite! Já nada soletra as palavras, se ao menos a dor servisse para atirar às paredes e abrisse as portas até estas falariam, o grito que se fechou na garganta…Se ao menos a dor sangrasse o sal do abismo criado, o desamor repousaria apenas nas vidas vazias que o tempo coloriu nos jardins do sonho que caiu sem dono e sem morada. Tudo se perdeu no caos de uma praia cega que não teve a capacidade de sentir o que se sentia, deixou-se levar pelo vento arrastando-me de novo para o palácio do mendigo ! Lugar onde os sonhos são inquietação, pintada, pelas manchas interditas deixadas nos lençóis onde o amor se inventou e se fez olhar….Eu sei que a morte dos sonhos é apenas mais uma pura mentira , não existem sonhos assim que se desfaçam como marés, a morte dos sonhos entranha-se pela pele sem jamais morrerem , ficam na sombra a queimar o futuro entre o cais que serve de chegada e partida . Na hora de tudo se converter em dor, lagrima e escuridão perde-se o tempo do regresso , ficamos sem nada possuir com o amor na palma de uma das mãos aberta e na outra o que se inventou para o amor não ter… Hoje a morte dos sonhos rasga-me as palmas das mãos que de tanto abertas ficarem, os ventos tudo levaram , porque a magia é sempre incerta e eu, no amor inventado, apenas mais um vagabundo…
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...