quarta-feira, 31 de julho de 2024

Hoje os nossos rostos surgem nos mais frágeis reflexos, como eles os recortam, não fazendo ideia do que somos apenas do que parecemos...As nossas vibrações são desmentidas pelos outros, tócam-nos de um modo que nem nos impela a sonhar! Somos como unma luz que não se deixa prender, com a alma que se cala, tornando-se indeferente ada noite que sobrevivemos, enchemos um copo entre os restos desse enorme dia que se tornou a mais estranha das viagem, onde uma e outra onda ainda nos revira, sacode, e o mar obriga-nos a beber esse gole glacial enquanto juntos levantamos a rede num mudo entendimento diante da vida e desse sol macio no esforço de ler a última linha que escrevemos! É tão pouco o tempo que temos, talvez por isso saiba a grogue, a bebida dos condenados, levamos um gole o mais longe que podemos, imaginando como seria bom provar ainda alguma outra coisa, um travo que abalasse a existência, de tal modo que a memória nos servisse de alimento como uma eternidade dilatando os poucos dias vindouros...Gostava de poder despedir-me do sentindo e a realidade coincidir uma última vez comigo mesmo, as árvores a respiração a gravidade em esses sítios assombrados, onde os anjos deixam nas paredes sonhos ...Há tantos gritos que se engole ao longo de uma vida tudo parece alheado, e então às vezes olhas para cima e o céu nocturno deixa-te a sensação de que todo esse brilho toda essa dispersão talvez seja uma lembrança, que se espalha após a queda de um anjo ! Toda essa luz capturada, esses ecos sem saída, e de algum modo é possível que seja este o efeito pretendido, olhar o mundo e a própria infância como uma civilização perdida, e que talvez só por isso nos cause uma tão grande comoção e saudade. Hoje pergunto-me porque nunca ninguém teve o cuidado de juntar todo o pó que já fomos, houvesse tempo, e certamente que as mãos resistiriam na berma dos sentidos entre o vazio e a dispersão da memória! Todos vão perdendo a capacidade de segurar a conrrente ou a luz dos gestos vagos com que um dia nos apropriámos da vida, sobre o reflexo dos astros nas águas...Ficamos fracos para o ritmo e para as visões que nos davam a posse momentânea e o gozo deste mundo. Hoje o absurdo prevalece, o idioma mal se toca, ou roça à sensíbilidade da matéria, e chegam a passar-se anos sem que uma só frase venha respirar à superfície, tome parte desse rumor que se ouve à flor dos caminhos... Parece confuso mas!!!Resta-nos abrir fossos, salgar o chão dizer pouco, o mais breve rasto, e pôr tudo num resto, fazer a guerra num detalhe, assim achamos os venenos mais íntimos dos homens, as sombras distraem-se em outras latitudes, mas deste lado tudo parece quebrado, frio. Se outros lavam a boca, nós preferimo-las sujas, o gosto revoltante de um beijo e assim voltamos ao embalo e à espuma dos dias que nos querem,cerveja, mar, essa canção que trazemos dentro como ossos e sangue, buscando o infinito na carne. É um modo de dizer, de o repetir de rasgar os últimos sinais e decorar a ausência, dispor os versos como ruínas e poeira junto dessas plantas secas firmando a névoa, e de invocar o desejo quando este se tornou a mais rara e a mais perturbadora das distâncias...

sábado, 20 de julho de 2024

Hoje não tenho palavras sábias se procurais essas palavras, esta não é a melhor porta para bater porém, o mundo está repleto de homens sábios de sentidos virtuosos que, certamente, vos dirão as palavras que os vossos corações doces e generosos, tanto procuram e anseiam! Estou a ficar cansado, serio! Não dos débitos e créditos, mas das alíneas dos números, dos artigos e leis dos decretos-leis, produzidos por juristas que tudo sabem... Mas hoje as circulares e dos ofícios-circulados, através dos quais os directores e patronato, debitam para o vulgar o que se deve entender que entenderam, repito, estes pensadores sem estatudo cansam-me... Mas,não me considero um mero funcionario triste, porque a um funcionário não se pede nem se paga para ser triste...Um funcionário é um funcionário, despido de adjectivos, como diriam os proclamados Juristas da palavra, a leitura e a mensagem das alíneas dos números nos artigos das leis e nos decretos-leis que regem os funcionarios absorvem e ocupam um espaço desmesurado na mente de todo e qualquer executante ...Objectivamente, sou um funcionário cansado e estranho que só agora me ocorra este cansaço, quando passei tantos dias, anos a atualizar-me, mas hoje arranjei coragem para mandar às malvas as alíneas dos números nos artigos das leis e nos decretos-leis e ir com as aves para bem longe! Pois é meus amigos, é assim o tempo tudo devora no seu fluir incessante. Muda o mundo em cada hora, e a verdade em cada instante. Passam as horas, vão os dias, vão os meses vão os anos, e breves são as alegrias, pois os desenganos são tantos...Tenho resistido bravamente à vontade que tenho de falar, de escrever. Guardo uma caixa de rascunhos, cheia de Msgs escritas e não enviadas, como se ao escrever, eu pudesse exorcizar todas as situações, que me açoitam a alma e o coração, a minha pele, a minha boca, fecha-se e quarda todos os sentidos, teima em guardar os pensamentos com suavidade que outrora moraram em mim...! Como podem imagens vividas e pensadas nos assombrar assim? O vazio chega a ser avassalador. Ainda me perco nesta vontade quase constante de me abrir, de partilhar aquelas coisas pequeninas que nos habituamos a guardar só para nós! intermináveis pensamentos que nos correm no olhar do acordar ao som do silêncio da noite... Sinto saudades, claro que sinto saudades de descortinar um mundo encantado, diria que quase irreal, que muitas vezes nos propomos viver quando somos sonhadores! Mas o mundo é tão real em suas cobranças, em nos moldar ao seu jeito, em nos mostrar que sonhos são apenas sonhos... Talvez só ai vejamos que talvez tenhamos exagerado no nosso sonhar... Os sonhos na vida ficam na esmagadora maioria das vezes na gaveta, como que na esperança um caminho melhor por isso, me invade uma sensação estranha, que, me aterroriza o silêncio que fica em vez de ousarmos enfrentar os virtuosos pensadores das verdades nos ditos decretos leis que de tudo falam esquecendo o sonho de um ser...Rendido ao cansaço, por vezes sinto que essas lembranças, de momentos menos bons acabam como neblina no cálido calor do sol da manha, invadindo-nos como uma avalanche, que nada deixa pela frente, fazendo-nos frágeis, soterrados sob situações que vivemos e do quão pouco que restou desses sonhos que um dia sonhamos...

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Hoje ressalvo que o Amor é, bem mais velho que o mundo, porque, é fascinação, tempo sem tempo, já que amor é, o sol que sempre regressa à sua fonte de origem e contempla o outro com os olhos do coração...Hoje sonho pela alvorada fora, nessa sede de absoluto abandono, mesmo que os dias sejam sempre azuis e a felicidade corra nos corredores da mente! Teço muitas palavras, deixo-as solitárias sem memória, assim nenhuma me interroga nas minhas lágrimas, onde há sempre uma ou outra que se afoga... Deixo-as sós ante o vazio, ignoradas, entre pensamentos azedos, fechadas, numa ânsia rendida de medos, sussurrando na solidão, sem que possam encontrar refugio numa outra paixão... Respeito-as muito mas!! Não procurem piedade em mim! Não ousem decifrar sem mim o tempo que a alma demora a se instalar...Deixem-me o caminho percorrer, nos tons aveludados que os versos abandonados tecem a cada passada! Haverá rasto de meus passos sempre, que é todo o consolo que guardo, de cada palavra, nua, lançada nas expressões que as atitudes não colheram...Ninguém consegue descobrir, desbravar novos oceanos se não tiver a coragem de perder de vista a costa! As grandes transformações acontecem quando ousamos atravesar o fogo, eu sei que é proibido; rir dos problemas, náo lutar pelo que se quer, abandonar tudo por medo, não transformar sonhos em realidade, não demonstrar amor, fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor, deixar os amigos, não tentar compreender o que já se partilhou com eles, Chamá-los somente quando necessita deles, não sermos nós mesmos diante das outras pessoas, fingir que elas não te importam, ser gentil só para que se lembrem de ti, esquecer aqueles que gostam de ti..Mas!!! Há tanta coisa proibida na nossa sociedade, há um nivel de exigencia absurdo em relação à vida, queremos que absolutamente tudo dê certo, e às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada na perpeblicidade !Vou dar um exemplo, trivial, que acontece todo dia na vida de todo o comum mortal..Quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao vosso, em vez de simplesmente entrarmos pela outra porta, ou, sair com o carro e tratar da nossa vida, bufamos, praguejamos, esperneamos e assim acabamos por desgastarnos mais no resto do nosso dia.Será que me fiz entender? só nos acontece a nós ou aos nossos amigos também acontece? Mas, eles parecem felizes, será que nada dá errado na vida eles? Pois é dá aos montes, só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença...Que audácia é contrariá-los em toda a dversidade que a vida nos coloca...Talvez a porta do lado seja, uma boa entrada ou uma boa saída...

sábado, 6 de julho de 2024

Hoje o dia nasceu cheio de sombras, por vezes somos obrigados a pintar-lhe cores , as nossas cores, aquelas que passeiam sorrisos, fantasias onde despejamos as cores dos frutos verdes, com aromas de mar e calor de areia nos pés. Eu vou deixando as minhas pegadas presas na areia da praia, obrigando-me a flutuar sobre o caminho. Mesmo que vá metamorfoseando as palavras que cada vez mais se tornam mudas! As sombras imperam neste amanhecer, vem do ventilar da noite escura sem estrelas, neste enlace que nos doma e torna cada vez mais calmos, desertando o incerto em utopias que construímos em nós…Tenho o sorriso incógnito, porque retribuo tudo em sonhos que as brisas nos levam a baloiçar nas noites de vigília! Quando tudo na vida parece desmorona-se, sem aparente hipótese de salvação, eu fico em meditação, agradecendo interiormente a celebração da razão na suavidade dos gestos… Hoje, aquieto-me embevecido aqui neste recanto do jardim dos pensamentos, pudera eu segurar o tempo na palma das mãos! A paz desceria sobre a terra, deixando tudo no seu lugar, no lugar certo... Não existe diferença entre as pétalas das flores, e os espinhos dos catos, que no canteiro da vida se entrelaçam com a mesma beleza! Nos momentos assim, talvez os sonhos até sejam objectos que possam ser tocados...Tivesse eu escrito pela manhã, bem cedo, e apenas saberia falar do vazio crescente, que este dia cheio de smonbras embola no peito, e, nos torna o corpo e a alma mais frágeis, ao ponto de nos emocionar, com tudo, e por nada...Ás vezes surge um soluçavar dentro de mim, a caminho de um rio de margens magoadas pelas ilusões, que ficaram presas na esquina da vida entre paredes, iluminando-nos com uma luz ténue, que espelham tantas coisas misteriosas, da própria vida, e da alma insondável pelo mundo. cada sonho é um misterio, se a vida não tivesse mistérios, tudo se tornaria demasiado previsível, e, os dias seriam o rosto do próprio tédio... E eu a única coisa que quero de previsível, em todos os dias da minha vida, é o som de cada passo que exerço ao alimentar o coração e a alma, que me desfragmenta a monotonia da existência, que por vezes se instala de uma forma clandestina como o destino! Sou perito em mastigar o silêncio de suco amargo que, como coágulos de sangue vermelho gritante, circulam pelas artérias rasgando a escala de décibeis avuledados! Gosto deste lugar onde as flores não tem nome, gosto de colocar as mãos nas palavras ocultas tenteando o silêncio no mistério da eternidade ...Gosto das estrelas semeadas pelo areal e que a sua sede , seja saceada com a água salgada na mansidão das marés, deixando a lua entrelaçar os seus focos de luz como uma teia de sentidos! Hoje sinto o cheiro deste vinho maduro que o mosto do meu corpo efervescente derrama pela vida...Um dia , todas as palavras serão palpáveis e cada sonho terá o seu contorno defenido, e, só nesse tempo o dia irá raiar diluindo as cores que sei bem de cor, como as estradas do infinitio...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...