segunda-feira, 2 de outubro de 2017

 Hoje acordei com o sabor a sal de todos os mares que me banham, autografei os cometas da aurora desta cândida paisagem de infância que o frio da noite tatuou no planalto no degelo de mais um sonho que perfurou o silêncio cicatrizado da minha alma, exposta no alpendre das horas perdidas…Quantas vezes senti os meu dedos derramarem a implacável dor acorrentada nos porões dos veleiros adormecidos,   quantas vezes no óbito dos sonhos, deixei de   trespassar muros de prisões, no crematório  de poemas sem regras na orgia de palavras ? Assim fui obrigado, as palavras tem um obscuro movimento próprio na audácia da sua compreensão, tem vida, movimentam-se por sim mesmas sem casualidade seguindo unicamente o seu movimento próprio. Ainda não sei porque razão em mim, o silêncio ocupa o lugar de palavras no vazio das frases, se não consinto que me devorem, que me invadam , me usem , na decadência da subserviência do oportunismo…

2 comentários:

  1. Sempre magico ler-te Paulo e parece que aproveitaste para enviar mais uns recados ...
    Os sonhos nunca morrem e talvez o teu silêncio ocupe o lugar de algumas palavras para evitar confrontos, más interpretações ou até mesmo interpretações abusivas ...É sem duvida muitas vezes melhor, parar e serenar animos, beijos

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  2. Tal como tu não vives sem o teu silêncio, existe muita gente que já não vive sem te ler... mas mais do que ler—te é a tua presença real que fascina quando teus olhos encantam...

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