Hoje eu pronuncio os meus sonhos nas noites escuras, quando estes, me soam cada vez mais distantes!!! Escrevo palavras e estas beijam-me como se tivesse boca, beijam-me como se houvesse esperança, nas horas tardias do amor, mas!!! São palavras nuas que se perdem no meu rosto e recusam-se a saltar muros dos desgostos nas acções colorias...Escrevo palavras sem cor, inesperadas como a poesia de um amor... Letra a letra vou esculpindo o mármore distraído que as minhas palavras transportam nos abraços dos amantes...Vou tendo piedade das palavras penitentes caídas nas almofadas, num montão de pecados de suspiros afogados pela vergonha das palavras que digo , mendigas, que jamais terão um vestido decente para as cobrir na vida...Hoje sou um ser de pés colados ao chão... Amanha serei as reticencias de um voo inacabado!!
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
Hoje eu sei que já
tentei dizer mais do que sabia, e talvez até um pouco mais do que sentia…Provavelmente
o que nunca disse, ou, até mesmo o que todos sabem! Já busquei palavras simples, transparências das mais puras que
encontrei, mas foi no silêncio que cheguei a sonhar os meus mais amáveis versos,
foi esta sabedoria estranha que a ironia
que me fez não só ouvir , mas também escutar…Se a lua falasse....Eu amparava-lhe
as estrelas do seu olhar, que me aquecem os sonhos ! Se a lua também falasse… A
Luz do seu silencioso voo mostrar-me-ia o arrepio das verdades singelas que o
limbo das incertezas atropela no caminho da paciência… Este Pacto Brilhante que
assinei, neste silêncio cúmplice que me cativa, deixou cair as pétalas de um
sorriso inquieto, que se desprendeu do galho da alvorada ! Fiquei assim de olhos escondidos na
madrugada, esperando a brisa como um
suspiro, de sentidos apurados com um copo ali , um cigarro acolá de dedos
trémulos sustentando sonhos pendentes a planar entre o passado e o futuro…Sem
presente!
Como uma Fraude eu prefiro que o meu Ego me engula a me deitar na cama de um estranho à procura e amor...
Como uma Fraude eu prefiro que o meu Ego me engula a me deitar na cama de um estranho à procura e amor...
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
Hoje
preciso de luz, no meu rosto resvala a acta da minha pele , onde há respostas
e marcas nas unhas que seguram o cálice do grito das injurias adensando a Brisa
fria que baloiça suspensa no jardim da minha memoria , há uma magia que
perfuma o horizonte que vou despindo em tom de pétalas de saudade a flutuar no
embaraço das lembranças . A minha ternura vive na paisagem de um olhar inquieto
onde repousam os sentidos fatigados ... Deixo o dia crescer até ao seu fim para
que possa acariciar as estrelas numa noite em que a solidão espreita a sombra
de um murmúrio ausente no luar sem sorriso de uma presença sonhada! O sopro
deste mar que banha esta vida agita as minhas cortinas que baloiçam no bailado
do brilho do sol, o dia nasceu é verdade e aqui não está ninguém ...apenas
suspiro só!!! Foi apenas um sonho...De qualquer forma quando abraço a almofada
sinto a sensualidade de um anjo nos lençóis, este fragmento da alma será apenas
um puzzle secreto que só uma noite sonhadora unirá na perfeição....Hoje se
houvesse degraus para o céu, eu teria subido ao sol que se reflecte em mim…
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Hoje e pensando na
quadra que se avizinha , quero apenas desejar a todos muitas felicidades nesse
dia, que os milagres vos dominem e façam
perceber que o Natal, não esta somente virado
para os dias 24 e 25 de Dezembro. O Natal está em nós todo o Ano, e nesta Época
apenas está a concretização de todos os desejos feitos durante um ano que
passou…As ruas ficam todas iluminadas, com pessoas sorridentes, que lutam pelo milagre do Natal,
mas esse milagre está dentro de cada um de nós… Em homenagem a esse dia que chega
a ser tão sagrado dentro de nós, peço
apenas prosperidade e saúde para todos assim como o milagre das emoções
desejadas seja uma constante nos restantes dias do ano. Não posso nesta mensagem, esquecer os anjos
que os dias nos levaram , os nossos entes queridos que jamais vamos esquecer e
jamais substituir nos seus lugares da mesa de todas as celebrações. Peço-vos
assim que façam a separação entre estes
dois universos da vida e consigam com a existência de
um só, ver o sentido nas palavras de quem o mundo não conseguiu legendar mas o
céu ainda ilumina ….Feliz Natal
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Hoje
consigo ver sem sonhar, fecho os olhos e atravesso a neblina que caiu aqui ,
como um manto que me faz esquecer sem nunca ter tido! Já fiz Perguntas,
reticências, já tentei dar sentido a esta falta de sentido, mas a desobediência
da vontade esconde a luz, não mostra o seu brilho e me ofusca o olhar…
Eu remexo a razão quando a verdade me diz não , eu , olho as marcas sem vontade
, eu visto-me de noite para esconder as tempestades, mas nunca me escondo de
mim, não me envergonho, mesmo que as lágrimas deslizem em desalinho num
compasso sem retorno marcado, as páginas deste pergaminho escondem-se
neste céu . Como posso ver sem sonhar, escrevendo silêncios ou trancando o ar ?
Fechando estradas, abrindo fronteiras? Hoje
despi-me dos preconceitos na limpidez de um sonho, procurando apenas a magia no espelho
da realidade. sonho, mas!! Tristemente fiquei encurralado na limitação, da
expressão, que me levou adormecer…Volto assim ao sonho profundo onde a magia
acontece e rasga o horizonte , mostrando a montanha perfeita onde a nascente de
água se vai deixando cair, límpida e transparente
no meu rosto cansado . Vagueando nas ruas da alma, vejo portas mal fechadas , espaços vazios,
fechaduras forçadas , olhos turvos, que no silêncio acutilante vertem lágrimas por tanta pergunta amontoada, num canto sem respostas…Deixo-me cair por apenas
ter a certeza que perdi as cores com as quais um dia me pintei…
domingo, 2 de dezembro de 2018
Hoje acordei de sobressalto passei a mão nos cabelos e penteei meus sonhos...A barba por fazer coçava meu rosto, e o dia nascia e contra mim pois lá estava o sol que insistia em me bagunçar o olhar lacrimejante... Preparei o meu café e lá fui a mais um dia! Banhei meu corpo, agora nu, água escorrendo aos prantos lavava meus sonhos inacabados, na minha sensatez do brilho intenso da saudade dum choro derramado pelos cantos, do caminho, onde esvazio meus versos, que nem são mais versos são palavras, onde desfaço poesia, derretendo sentimentos como asas de cera que desaparecem no calor das distâncias...Não imagino um voo, nem dores eternas, sóbrias, imaculadas, persistentes mas!!! Adoptadas como um sobrenome onde as rimas flutuam , dia após dia, noite após noite, como um cavaleiro das trevas solitário, que se esconde do sol que se foi, que se apagou com o coração castigado, sem sonhos, sem vida ...E assim sigo, não persigo, bebo aos goles as sombras geladas dos momentos que virão tentando não desistir de vez em quando daquela vontade danada de fazer das palavras um tropeço, sem nexo, sem sentido, sem amor nos versos pois nem sempre as palavras são justas, ou brilham , como a saudade da luz brilha na lua que de dia se esconde dos vidros quebrados espalhados por todos os locais em que vagueei. Em cada um deles está um reflexo que me pertence. Sei de cor o ponto em que descansa cada um dos fragmentos e tenho esta estranha obsessão de lhes passar por cima e dispersá-los ainda mais para de noite reflectirem o brilho que a Lua lhes concedeu !!
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
Hoje não tenho vontade de ter nada que me
retire a euforia necessária, do poder do criador, para que eu esteja sempre à mercê de mim
mesmo a cada uma das minhas ações... Hoje estou com a minha mente unicamente
minha , eu já sonhei e vivi sonhos, eu já tive delírios que na realidade eram
apenas a realidade, eu já me despi e fiquei nu perante a vida, mas nunca deixei
que o meu coração se rasgasse ao ponto de me perder de mim mesmo . Mas a dor foi tanta que já quis inventar outro sonho…Eu não escondo que
gostaria de ser exemplo para as minhas Filhas, mas , provavelmente o tempo, o
vento que nos cerca, ou a simples falta de vulgaridade não me permitiram
isso…Sei a incidência que tenho em algumas pessoas que me rodeiam, que me amam, que me respeitam ,que me dão vivacidade à espontaneidade que para muitos é
invejável, é esse o meu brilho que me
transforma as janelas da alma! É por essas pessoas que vou deixando um rasto, é
por elas que o meu sorriso se rasga e explode em momentâneas e disciplinadas historias. Posso ser
pensativo mas jamais serei rancoroso, vivo capturando as palavras, verdades,
onde muitas vezes elas nem existem…Qualquer roupa que eu vista, eu assumo-a
como a minha pele, eu sei o que sou e
não me torno naquilo que me acham , nunca
me objectalizo eu torno-me naquilo que sou e acredito.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Hoje
vi o sol nascer… Misturei-lhe o silêncio com as palavras ao assistir aos raios
que se prolongavam no infinito dos céus, onde se ergue a cúpula sólida e majestosa
que mais parece proferir uma bênção a
todos os homens e mulher que por ai meditam. Eu chamo-lhe silêncio arrebatador …
não imponho os meus passos, comando apenas o meu espírito, que me faz esquecer
as horas que atrapalham o tempo e deixam-me mergulhar num espaço onde matéria e espírito se misturam harmoniosamente como o silêncio e palavras… Neste breve declaração
de desassossego , tento escrever o rio que em mim circula perdido, na sagrada
angustia dos momentos que se espalha nos meus dias! Não me intimida o abismo
que se estende debaixo dos meus pés e esvazia a minha força. Sinto cada vez
mais o folgo derrotado, cansado, desobediente , onde os ecos do passado entoam cânticos
no meu cérebro estagnando-me perante a incerteza do próximo dia que aqui vai
nascendo…A minha razão esconde-se envergonhada por trás de muro inóspito que a fraqueza do meu
espírito vai dando vida numa prevista
comoção . As minhas pálpebras chegam a denunciar o que é viver num
alvoroço de ideias distintas e nulas que poucos percebe e que na minha cúpula de
silencio se vai dando forma! Nesta embriaguez
de sentidos há imagens insistentes de saudade que atravessam o frenesim das
emoções desocupando-se de tudo, para guardar serenamente cada minuto que resta
de vida que aqui vou postando… É assim o silêncio e as palavras em mim, calar
sempre teve mais valor que palavras erradas, sempre foi mais fácil arrepender-me
de uma palavra que dum silencio… São esses os degraus do tempo que nos fazem
sair da obscuridade , não peço palavras que me façam sair do sono inconsciente
que na noite mergulho, peço apenas, que estas me façam amanhecer com sementes
nas mãos e vontade de as espelhar…
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
Hoje
não estranhei o silêncio que nascia por entre o arvoredo denso , como se fosse
uma sombra acompanhada de múltiplos ruídos que se misturavam na bruma que
cercava de um manto branco quase luminoso, as húmidas esperanças que ao longe,
como estrelas se esforçavam para atravessar esse manto e fazer chegar alguma
luz . Cheira-me a castanhas, vou atrás do seu cheiro, dobro a esquina do meu
pensamento para cortar caminho até elas…Coloco o olhar nas nuvens de fumo, vejo uma senhora de cabelo apanhado
rodopiando um assador com as suas mãos ásperas, dedos enegrecidos onde passam
as quentes e boas tão bem apregoadas, enquanto uns circulam cegos pelo fumo
denso como nevoeiro que os faz adormecer de cansaço nos braços da noite eu
perco-me no bailado que ali foi inaugurado …. Hoje a saudade desceu as escadas,
e, quando esta resvalou pela escadaria, a noite subiu pela escarpa onde as cinzas pintam de negro o
que escrevo, é ai, que vou apregoando
como a “senhora das castanhas” que tinha as mãos enegrecidas pelas cinzas…Quando
a saudade escorre-me pelos dedos, escrevo e rescrevo o sentimento mais
embrutecido que gerou a cicatriz que fecha os capítulos, de poemas, que ainda
soltam versos quebrados numa breve ternura…Apago
as cores do ar, fico confuso , interrogo-me se foi o sonho ou a ilusão que eliminou
as minhas cores , desdobro-me em formas abstratas neste enigmático traje que me
silencia o coração!
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
Hoje tudo o que eu precisava era de um pouco mais de confiança,
mas!! Para onde foi o amor? Quando já tudo foi dito e feito, tudo foi tão
percorrido mas eu sinceramente não o encontro...Para onde foi ele? Por muito
que me indigne e levante os braços , sou apenas mais um que o perde da vista e
o vê cruzar o horizonte sem uma estrada convergente com a minha ...Sinto a
minha casa a queimar, e é nas cinzas que a minha alma ainda clama! É ao longe
que vejo os clarões dos trovões neste cabo onde me encontro , e eu não tenho
receio deles eu apenas peço o amor e não em palavras...Eu não preciso só de mim
, eu preciso de um nós , e eu sei tão bem transformar os substantivos em verbos
mas !! Continuo aqui, como quem lança uma luz sobre as sombras, deixando cair o
meu ego nas palavras que muitas vezes são mentirosas, espalhando-se por
vazios como folhas secas que o vento leva... Muitas palavras cantam versos
inacabados de poemas por escrever que as silabas orgulhosas ferem na escuridão
suplicante de luz! Eu não sou indiferente a nada nesta vida, nem mesmo das
palavras que apunhalam a alma de sonhos distraídos ... A minha indiferença no
olhar afasta-se das falsas palavras que riem como hienas famintas numa noite de
luar ... Por vezes ficamos de mãos atadas e há destinos que nos afastam, e
por muito que reescrevamos nas estrelas, o mundo nem sempre é só nosso! Pois é
amigos, nada é fácil, há vales de montanhas que tem portas impossíveis de
transpor... por isso, hoje digo conscientemente que ninguém pode reescrever nas
estrelas, tudo me separa dele e eu apenas pergunto para onde ele foi , o Amor...
domingo, 18 de novembro de 2018
Hoje irei ser uma janela sobre o mar, onde uns olham e limitam-se a apreciar a vista… Há quem tenha medo do que possa descobrir e não se atreva a dar uma espreitadela. Ninguém imagina os segredos que se escondem, para lá da rebentação das ondas no horizonte do meu olhar, mas também há os que têm a certeza que há mais do que mar e marés. Hoje vou abrir essa janela que eu sou e ficarei ali como se o tempo subitamente parasse, para que a brisa doce vá soprando ao longe como um sorriso e torne a janela que sou indiscreta!!! Da minha janela embriago os aromas do mar de paixão, ergo um vendaval que sucede à brisa, mostro outras janelas que existem em mim, que o vento abre de par em par…Encandeio-me sobre o tempo infinito, vejo que junto ao mar os sonhos não ganham raízes, vão-se transformando em areia molhada, por isso, fico aqui olhando-a derramar-se na ondulação, onde há sempre sol no horizonte. Mesmo em dias de chuva, quando as gotas molham a minha janela eu deixo-a entreaberta , é assim esta minha janela, com vista sobre o mar…
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Hoje apenas gostava de ser, a beleza gracejante de uma folha ou ter asas para
que, num audacioso, mas auspicioso silêncio voa-se, mas!!! Não sou , apenas
consigo pairar ao vento, navegando na imensidão do tempo... Tenho um leve
baloiçar no olhar que fazem as minhas asas ecoar, e confundem-me... usando as
suas cores como um sonho de outrora, sinto-me deflorando o outono que passa...
Escuto o sussurrar do vento, ele esta chamando por mim, por trás da névoa do
outro lado do mundo, o coração da vida palpita, ela me chama, eu aceno ....
Estou indo...Silencio-me , deste faminto verbo que ansiosos segredos calam em
minha alma , sôfregos de paixão aconchegam-me , quero continuar
a sentir pois já me revelei profetizando
a minha essência...Sou aquilo que escrevo, sou parte do que sinto, sou sombra
sem medo, sou chuva molhada, sou como vocês me vêm, como me descrevo, sou
paixão e emoção, uma rima inacabada, sou metade de mim, sou cansaço, sou a fome
do querer, sou o deserto sem água, sou o dia sem partida, uma manhã ensolarada,
sou um crime cometido, um desejo consentido, uma noite enluarada, profetizo os
sonhos, sou tudo e sou nada, sou a verdade expressiva, uma frase censurada, sou
o poema de amor, sou o mistério, sou o limite, sou uma alma desnudada
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Hoje ,vou ali e já volto, vou ver este mundo
estranho , sim , bem mais estranho que o meu! Vou a esse lugar onde todos andam
de pé enquanto eu ando ás cambalhotas …Quando uns levantam eu sento,
envergonhado pelas minhas emoções quem uns usam para ir e outros para voltar…Vou
até ali à beira do precipício onde se avista o outro mundo, onde me
debruço com orgulho do meu, para o desconhecido que não me mostra empatia,
apenas uma falta de afinidade desafinada…Hoje estou aqui na fronteira de dois
mundos , onde um corta a cabeça ao outro apenas para esta não rodar com o resto
do mundo, a mente nunca para de simular
verdades , mesmo quando o mundo exclui as suas diferenças …Um mundo onde há desinteresses
que cansam, silêncios estabelecidos que completam a faltam de conexão, espontaneidades que viram exclusão , arte que
sobra e vira interrogação, livros nas
estantes empoeirados que nunca houve intenção de ler mais que a capa…É um
mundo, onde há pessoas que dizem existir beleza de estarem sós…Mas!! Eu sempre fiz
um caminho inverso, sempre fui só e estive dentro, certamente olhando para fora…
Na
vida tudo precisa de equilíbrio, há quem precise do que lhe faz falta e outros
precisam de esvaziar excessos por viverem rodeados demais! Se há pessoas que
vivem num mundo acelerado e tendem a fechar os olhos para assistirem ao
abrandar do mundo, também há quem viva em silêncio a suplicar para abrir os
olhos e fazer o mundo rodar…Fui ali , estou de volta não sou eu que não caibo
neste mundo estranho, este mundo é que não cabe em mim, apenas preciso do meu inverso, para que os dois polos que habitam em mim possam convergir na
mesa direção…
domingo, 4 de novembro de 2018
Deito-me todos os dias fora de horas, mas sei que adormeço antes, talvez tenha perdido a noção da alternância entre a lucidez e a noite escura!!! Adormeço de olhos abertos sobre a mesa onde os papéis descansam de mim. Assim fico, inerte no olhar da vigília, até despertar das imagens ou dos desejos cada vez mais definidos, escondidos debaixo de algumas letras que repito desconexamente. Mesmo em dias tempestuosos, transpirando sob o frio que gela a casa pelo lado de dentro, adormeço nos gestos e nos olhos ainda abertos mas sem noite que os faça descansar. As paredes são iguais todos os dias e eu, de olhos abertos sobre a mesa onde as folhas dos livros me rejeitam a vontade, forço contas de cabeça em volta de parcelas apagadas pelo tempo mas o tempo esse foge-me pelos dedos!!! Deito-me e todos os, de olhos abertos mas sem parar para pensar, dou comigo sem sentidos porque os perdi na busca de razões para que o mundo seja este girar contínuo de interesses que nunca são os que interessam, enquanto as pessoas se batem e se combatem por convicções que as viram de costas umas para as outras. E também se abatem na necessidade de confronto. São poucas as horas do dia e é pouco o tempo para aquilo que verdadeiramente é importante, parecendo que a importância está nos argumentos da afirmação falível. Já são poucos os dias em que não me deito fora de horas, fora de mim, e se o desejo permanece é porque se alimenta desta vontade de passar para além da realidade e negar aos olhos e ao entendimento a aproximação precoce de um precipício . São poucos os dias em que permaneço inteiro. Hoje deito-me muito cedo certamente antes de cair a noite e vou rebuscar as peças para me enformar mais uma vez, colando-me destes pedaços que me compõem !!!
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Hoje falo dos vícios físicos...Sim, sei que todos o
compreendem, por saber que a dependência química gerada, passa a ser fornecida
pelo cérebro como uma necessidade do corpo... No entanto, dificilmente
escutamos falar, que as emoções também podem se tornar vícios... A repetição
gera uma condição não acham? O nosso cérebro é capaz de produzir sob o efeito
de determinada intenção um sonho , um desejo um querer… Passamos então a querer
repetir determinados atos ou emoções para voltar após algum tempo, a sentir que
se tornarão uma necessidade…Temos a tendência de separar nossas emoções do nosso condicionamento físico, como se estas fossem um fenómeno à parte mas não
o são! Há vícios que costumam suprimir ou
disfarçar a nossa própria fragilidade assim como, verdadeiras necessidades que
temos...Talvez seja essa a razão que torna difícil reconhecê-los ou até
mesmo, libertarmos dos mesmos. A nossa
dificuldade de escutar o problema, está exactamente na dificuldade de
vermos espelhado a nossa própria fraqueza no dia a dia…. A abstinência dos nossos vícios gera a ansiedade, talvez por isso cheguemos ao ridículo de tentar tampar um
vazio que antes era ocupado ou saciado por uma opção. Esta ansiedade gera-nos a
irritabilidade e agitação perda de confiança, força de vontade, compreensão e
nos limita dia a dia, sem nos
conhecer-mos na totalidade, jamais nos libertaremos. É essa escuridão, que me
faz olhar para a folha em branco e nela encontrar a luz… Sabem o pior disso, é
que essa folha em branco, se tornou numa ilha, onde a solidão e os naufrágios
se convertem em paginas de sobrevivência que se vão dispondo como uma grade de
uma cela em torno de mim…Eu já não escolho as palavras que escrevo, eu passei a ser escolhido
por elas! Moral da historia , assim como as teclas e o espaço vazio se doaram
para ser escrito , eu também me doei para escrever...
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Hoje sonhei,
que corria-me a eternidade nas veias. Senti o pulsar acelerado do meu coração,
parecia uma balada desfeita em mil notas de promessas feitas. A minha pele nua,
refletia as cores estreladas no luar fazendo dos meus cabelos um rio sem fim, sem rumo, correndo para o lugar em que o sonho e a realidade não impõe fronteiras…Hoje sonhei, ou melhor, o meu coração pelo menos bateu. Preciso escrever, assim
escondo os olhos que refletem a falta de esperança. A minha pele
arde sob a chama sempre acesa que vou transportando, hoje ela alimenta-se do esplendor
e da subtileza dos movimentos das minhas mãos, nesta dança imperfeita que parece
em mim uma criação da mão divina. Antigamente morava no meu peito o desejo de
viver para sempre. Queria acordar de juventude, correr o mundo de felicidade.
Dormir nos braços do contentamento. Havia mais do que perfeição nas minhas
palavras, havia mais do que mera beleza, era como se o mundo tivesse parado
para se curvar ao eterno. O longínquo fascina-me é como se pudesse contagiar o
Universo. Hoje foi em segredo que, agarrei nas teclas e escrevi no meu oculto o silêncio e a saudade. Escrevi para adormecer todos os segredos que a minha alma guarda e não mais partilhou. Foi em segredo
que continuo a respirar sem viver, pensando num breve sorriso, que a única
coisa realmente certa que fiz na vida foi deixar na sombra a felicidade que
guardara, para escrever palavras, carregam e bombeiam todos os
segredos do meu coração.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
Hoje sentei-me aqui
neste empedrado novo do meu quintal, estendendo
as mãos na direcção da lua, imaginando assim como eu, também alguém erguerá as mãos a ela e
nossos dedos, ainda que anónimos, se encontrarão nos mesmos sonhos desse espaço infinito…. È essa espera
indeterminada que nos faz enfrentar os desafios, acreditando que tudo terminará
em um abraço imortal… Seu nome, seu rosto, suas actividades, seus medos e
realizações, desconheço até ao presente momento, no entanto, sinto uma lufada
de carinho em cada brisa, o seu olhar em
cada raio de sol e suas lágrimas em cada gota de chuva. Hoje estou assim , como
uma criança que desfruta da natureza e
conforta a sua solidão com amigos imaginários, onde percorro cada rosto,
esperando que nossos olhos se encontrem na multidão e a minha multiplicidade se
integre a sua individualidade, fazendo enfim de nossas duas notas de vida uma só canção. Mesmo
que essa carta não encontre destinatário, escrevo para que essas palavras não
morram em mim e ainda que eu morra sem suas palavras, o amor sobreviva…Hoje questiono-me se existe um estágio entre os sonhos perdidos
e os seguros, se sim eu estou exactamente nele! Não sei se recuo, ou se insisto
na caminhada. Essa sensação de não saber o que fazer, que caminho escolher,
esquerda ou direita, é muito desconfortante. Ao mesmo tempo em que recuar
transmite minha fraqueza e o medo do inesperado, seguir em frente pode ser surpreendente, mas decepcionante também. Sinto-me como uma criança que
assiste a um filme, de suspense com as mãos no rosto, com um olho aberto e
outro fechado com medo de ver, mas morrendo de vontade de assistir ao que vai
acontecer…
domingo, 21 de outubro de 2018
Hoje vou escrever nesta noite escura, sem a lua como testemunha, vou
confidenciar-vos o meu íntimo segredo. Faço um pedido às estrelas…peço que me
ensinem a mostrar a vida e todo o brilho que nela existe. peço ainda...que não
me deixem caminhar sozinho, não o mereço, como uma embalagem enfeitada com laços de
amor, porque sinto-me um cartão de entrega, reflectido nos meus olhos... letras da
cor do mar. Sim é verdade são lágrimas de todas as maneiras!! É a falta de Amor
que transcende o corpo e cega a alma. Ah! a alma todos nós queremos entender essa
estranha forma de nos levitarmos além daquilo que somos como matéria ...quando nos
ausentamos de nós mesmos atraídos pela vontade de sentir... sentir mesmo que seja
um amor sem toques, mas!! que toca a alma, quando na realidade, as
palavras ouvidas soam como um recital de poesias, e deslizam pelos lábios com
infinita e doce ternura. Estranho amor... Que se sente como uma suave canção,
que deixa no ar perfume de romance e nos pensamentos uma única intenção...simplesmente
querer. Tento entender esse estranho amor, que nasceu da imagem de um olhar
triste. que levou um coração ao encontro de outro coração, no desejo de sonhar
os mesmos sonhos de viver uma só história...onde a emoção possa entender cada
vontade escondida de um amor transbordante de paixão magia, sedução e poesia...
sinto-me estranho perante a busca desse amor ...! Sinto-me só nessa caminhada...!
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Hoje venho pedir
desculpa, a serio! Se o que escrevo para uns é luz para outros não é de todo
caviar e incomoda-os… Escrevo meus amigos em linhas marginais, repletas de erros banais e incultos! Mas!!! Sei
que sou imperfeito, não pretendo ser académico, apenas bebo todas as palavras,
que o mundo não me deu, e falo sempre na primeira pessoa, não me envergonha ser
tão pessoal pois para impessoal já existem as metáforas…Quando escrevo não me limito
escrever para as paredes, até porque , sempre me seduziu mais as portas, é através delas que consigo passar…O que
escrevo não é de forma alguma obras de arte, é apenas as minhas realidades que
ver-to de mim mesmo com todos os pontos e virgulas que acho necessários …Aceito
criticas, não aceito insultos ! Na minha vida defino-me pelas minhas escolhas
ou até mesmo pela falta delas e por muito que me tentem ler aquilo que é curioso em mim e em todos os demais não é uma ou duas
palavras é exactamente o que esta dentro delas . Sim meus amigos , críticos, dentro da simples palavra "escolher" existe também um
verbo "colher"... Como se a
definição da nossa posição fosse justamente o fator determinante para estarmos
onde estamos… Quantos de nós já dissemos “eu não escolhi passar por isso"...nem
todas as nossas escolhas são conscientes.. As vezes, a omissão determina as acções
e nos iludimos ao pensarmos que os atos de não agir, não são também uma acção…. Acreditem as raízes do que não fazemos são mais
profundas do que o que foi feito... Porque ao silenciar, também consentimos e
permitimos que elas se desenvolvam livremente. Todas as escolhas partem sempre
da capacidade de decisão... Que por sua vez nos faz optar por algo, obrigatoriamente para tal, precisamos
aceitar romper. Uma escolha nunca vem só...para recebermos algo, é preciso
deixar partir outra...Quando tentamos a proeza de ganhar ambas as opções, não
raro, acabamos sem nenhuma. Para todo começo, precisamos de um fim. Pensem
nisso já que o tempo não para e o amanhã
começa agora...
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
Hoje percebi porque os antigos dizem que “quando sangras fazes as pazes com
o céu” sei que sangro enquanto escrevo e sinalizo os rituais dolorosos de passagem pelo fogo da mais inocente tristeza… Sangro enquanto
escrevo, só assim consigo ter paz mesmo que provinde de lágrimas !Todos os seres humanos são
diferentes, uns são alegria outros tristeza, e é essa tentativa ridícula de os
fundir que faz, muitos de nós se dispersarem do caminho …Uns falam com palavras
, outros com imagens, nunca conseguiremos antever em nenhum dos casos o abismo
que nos separa, apenas o conseguiremos se nos tocarmos na superfície de um
sonho … Sinto este tropeço do espírito, mas ainda assim, aceito sempre a ilha a que cada um pertence, aceito
entender para lá do corpo , para lá de uma vida, porque o vazio já me antecedeu
e jamais sofrerei pela ganância de uma eternidade impossível…Hoje deixo o tempo
cair a pique sobre mim como algo divino onde acabei por ir, perdi lágrimas,
mergulhei nas memorias, onde as palavras apenas são signos como grãos de areia
que escorrem através dos dedos fazendo castelos ruir no mar! As palavras apenas nos descrevem quando todas as imagens nos paralisam,
apenas escrevo palavras que me trazem superfície por isso, sinto-me gasto pelas filosofias do coração, como poderei eu viver o profano se apenas sei
sentir o sagrado…
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Hoje é
infinitamente grande o milímetro que deixo entre o ar que respiro e do sonho. É intensa
a entrega de ecos nos nossos próprios
lábios, sedentos da maresia, dos sabores...
É imensamente distante esse espaço exíguo onde encerramos nos nossos corpos,
num ardente abraço estreito que se comprime nos ventres despidos do espaço
vazio criado! É intensamente aliciante perder os dedos entre os nossos cabelos, num mero sublinhar de um desejo de
tatuar em relevo na pele o incinerar dos pecados aveludados no nosso olhar . É nesta
junção entre sujeitos e os seus predicados, que os sonhos se fundem num abraço
entre duas metades de um só. Sirvam-se deste aperto entre braços, desta vontade
de ser, a cada detalhe, onde o corpo de uma estrela gira em pequenos estímulos como se fosse uma lua em torno de planetas…Hoje
vou incinerar estas palavras, onde me dispo de vocábulos que deixo escorrer
pelo meu corpo, desse desejo indolente que transforma o tempo em eternidade, e faz de mim
amante de uma vogal sem consoante, nesta frase interminável que me contorna
despido…Hoje apenas vos pergunto onde termina o pudor da nossa nudez , se os
nossos dedos são como margens onde tudo flui e se torna em prazer e desejo ao
libertar-nos das palavras que se adensam de forma tensa agitando labaredas de fogos dentro de nós…?!
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Hoje
eu vou atrever-me a escrever sobre o meu mundo, sobre este caminho torto, que
me faz viver virado de cabeça para baixo. Eu tinha imaginado viver
de outra forma, mas o estranho é que o meu mundo parece sempre contrário a tudo
aquilo que parece ser o certo. Tudo pode acontecer por aqui, não
queria assustar a ninguém, mas , quando a presença de qualquer som nos incomoda
e fere, quando a esperança parece um sonho tão distante, quando os olhos são
incapazes ver evidências, porque negar é menos doloroso, quando é preciso
encontrar um lugar seguro para chorar, quando eu preciso dessas coisas, mesmo
ficando em silêncio, é quando mais preciso de ajuda…Não é difícil dizer quem
sou, pois sei-o bem , difícil é quando tento exprimir-me , não só não o digo
correctamente, como o que sinto
invariavelmente se transforma no que digo… Não sou homem de grandes
segredos, inconfessáveis, está tudo aí,
escancarado nas palavras que eu escrevo, nos desejos que confesso, nas
fantasias que realizo. Tenho sempre a ousadia de escrever sobre vários temas e
de publicá-los , mesmo que ninguém
lesse, eu ainda seria grande admirador das palavras, e , acho que isso é o mais
importante. Preciso de emoção, preciso de vida, preciso que me leiam, e que
absorvam cada palavra que a minha imaginação ousou transformar em
sentimentos…Não tenho medo das criticas ou censura…Para mim esta é apenas ter
de calar um sentimento ou um simples lamento! Eis-me aqui de novo , debruçado
na muralha da vida, como quem ficou retido no vácuo dos seus erros… Hoje chamo
a mim a dor daquilo que não tenho e que
desejo com todas as minhas forças; hoje sei,
há mais dias assim, a minha alma confunde o sonho com a realidade e vive na
corda fina das opções possíveis, tudo o que
sinto me faz apenas um, para depois se desfazer em mil pedaços
impossíveis de unir…
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
Hoje
revivo a dor causada pela perda dum ente querido, do meu Pai, peço desculpa a
quem me lê mas há coisas que nos atingem
com a mesma intensidade dessa perda... Eu sei, que é a lei da vida, a
que estamos sujeitos logo após nascemos, nossa única certeza absoluta no
transcorrer da vida será a de que um dia perdermos a vida. Não há como fugir a
esta realidade. A morte não faz parte de nossas preocupações imediatas. Vamos
vivendo sem pensarmos que um dia morreremos, aí, quando menos esperamos, ela
nos bate à porta arrebatando-nos um ser amado e então, sentimos-nos impotentes
diante dela e o pensamento de que nunca mais essa pessoa veremos… Aumenta mais
nossa dor. A perda, traz a tristeza e a revolta. Então, vem a procura, a
busca de um consolo que possa realmente acalmar e dar um pouco de tranquilidade
ao espírito, que vive com indignação de tanta angústia no coração. Ninguém pode
ver a alma, mas só a alma pode verdadeiramente ver a essência das coisas…O meu
Pai faleceu à 11 anos e eu ainda me sinto perdido, desorganizado, já não confio
no tempo pois ele não saiu de mim e até acho que continua vivo em tudo o que
faço…Digo mais, quando o nosso corpo cede tudo acaba se não existir alguém no
mundo dos vivos que nos transporte, por isso digo que ele vive em mim e em tudo
o que faço, aquilo que nos faz ter vida eterna para além da morte é o legado
que aqui deixamos … Fechem os olhos deixem “morrer o que a morte sepultou, deixem viver em voz no legado do amor
partilhado…A vida é uma perda lenta de tudo o que amamos, enquanto cá persistirmos resta a lembrança e a muita saudade.
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
Hoje
escrevo em contra-mão do mundo, porquê perguntam muitos de vocês !? Talvez
porque muitos buscam ansiosamente a felicidade, enquanto outros são
literalmente escravizados por ela…Muitas vezes os meios utilizados tornam-se nos fins ! Ser feliz está na
moda , é algo que para obter, vale tudo, desde que, devidamente, "postado", "compartilhado" vulgarizado… Ao invés de um estado de espírito conquistado... Ser
feliz, se tornou uma impensada subjugação a modelos sociais que decididamente
não chegam aos meus! Uns expõem as festas, as viagens, conquistas...Nesta
hipervalorização do quotidiano, os padrões e objectivos a serem atingidos se
tornaram elevados demais, o que justifica a presença cada vez maior da
depressão na vida de muitas gente…Poucos ousam desafiar o senso comum de
"maravilhoso", poucos tem a
coragem de não ter redes sociais e muitos os criticam como conseguem… Tipo como
consegues estar só? Pergunta que ultimamente se tornou viral na minha vida! Não são essas coisas que me fazem feliz ou
que determinam a felicidade, mas sim, quem somos. Contraditoriamente, fazemos
coisas sem parar, mal tendo tempo de saber quem somos… Eu vou em contra-mão,
rompi há muito com os padrões que me podem ou não, perante os outros , fazer-me
feliz… Eu retirei as máscaras, aceitei as minhas imperfeições, choro quando o
meu corpo cede e a minha mente resvala , mas, visto-me de liberdade de
princípios e valorizo sempre que entre dois extremos existe um longo caminho…Sou
flexível sem perder um traço da minha personalidade, entendo as dificuldades
como oportunidades e as diferenças como complementos , entrego-me ao
prazer da simplicidade, sintetizo a complexidade que habita em mim, a vergonha
e o medo não me embaraçam quando a vontade e transparência me realizam…Afinal
um dia vou ver que, vou encontrar não
quem eu estava procurando , mas quem estava procurando por mim…
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Hoje
sinto as pessoas anestesiadas,
complacentes submissas desmotivadas, fechadas nas suas conchas como se tivessem
sido enjauladas num sarcófago…Amontoam-se incertezas, corrupção, por estarmos
conformados, apáticos resignados e adormecidos! O ser humano vai perdendo a sua
essência , sorri apenas e conta piadas como se o presente não fosse nada e
apenas engavetassem mais notícias de guerra, porque matar morrer e sofrer não
os sacode… Dá-lhes apenas o alento de também,
pisar, vulgarizar pessoas que jazem por terra os sonhos que nunca foram
vividos! Hoje sinto que a nossa sociedade perdeu o seu rumo, é um riacho de
curso morto, e por favor , não me chamem de dramático! Não me julguem , sou intenso, e como todos também tenho
alegria em mim que quase me deixa exausto…Quando é preciso, sei chorar e até
perdoar… Mas!!! A nossa sociedade não está a evoluir, as pessoas estão a ficar agressivas, Inadequadas, exageradas,
dramáticas e lutam muitas vezes apenas para se fazerem notar… Eu sei, que os
extremos assolam todas as pessoas, e seria um erro imputar somente o fenómeno
ás decepções que vivenciamos diariamente…A maior verdade é que hoje eu sei que
os sujeitos agressivos, a pesar de tentarem ser imponentes a maioria das vezes
dependem dos outros… A agressão nada é mais que uma mera resposta para esconder
todas as emoções negativas que carregam dentro de si, e por enumeras outras
razões… Meus amigos , lembrem-se que seja qual for a vossa verdade , jamais
poderá justificar a submissão de outro ser humano…Por muito que tentemos elevar
o nosso ser, jamais conseguiremos ter a estatura que nos agrade, e lembrem-se
que ninguém consegue sobreviver muito perto do chão…Hoje estou assim , amanha ,
não sei, mas!! Sempre que me quiser libertar, invento um cais…Se quiser ser
feliz , invento uma lua nova a clarear, se quiser sonhar, acordo e quero mais…Se
alguém me quiser seguir invento mais do que a solidão me dá…
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Hoje
vejo-me à procura de uma palavra, talvez de uma letra que tenha perdido neste
meu crivo de malha tão estreita… Ao longe assisto a um tornado que me enche
o pulmão, de
ecos e sons que nunca senti… Eu sei que as palavras que escrevo, são as que me
definem, mas sinceramente também aquelas que me colocam ausente de mim mesmo! Sou
um predador de mim mesmo, caço-me, na espera e já me encontro à tanto tempo
aqui a ver as estrelas a nascer, reluzindo neste escuro apático…Sinto-me analfabeto,
as palavras não surgem, e, a noite ainda é uma criança para aqueles que
como eu só as têm como companheiras…Por obra do acaso, estou aqui nesta noite
estrelada, sereno como sempre, acompanho
com paciência a presença de um cometa e o seu rastro que percorre uma
imensidão como se fosse um feixe de luz na minha pequena visão... Vou esperar sei que adiante, terei o nascimento da minha Lua, criatura doce e indecifrável. É por
causa dela que ainda me encontro acordado. Sinto muito sono e pressinto que, a
qualquer momento, posso adormecer sem encontrar a minha palavra… Foram os Deuses
que me colocaram aqui para dar-me este presente. Vou riscar mais um fósforo
para acender mais um cigarro, e me manter acordado mais um pouco….. Olho no meu
relógio e sinto uma certa inquietação. Ainda faltam mais trinta minutos para a próxima
meia hora, não posso perder esse espectáculo! Afinal, não é todos os dias que um
morador de rua é abençoado pelas estrelas…
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Hoje o céu estava azul, corria uma brisa suave, descalcei-me e
caminhei em pensamento pela areia
fresca, direcionando-me para o mar. Parei sentei-me e deixei que os meus olhos
se perdessem no horizonte, eu sei desde criança, que existe algo particularmente belo e
especial quando céu e mar se encontram. É a minha única
fronteira, que me limita de tudo o que há partir daí … É
ai que me apercebo que a minha incompletude será sempre eterna, sendo o meu horizonte visível, não se deixa capturar, recua na
medida em que avanço em sua direção…Amigos, fiquem sabendo que por muito que
ele sinalize o limite do meu olhar , ele jamais se esgotara estendendo-se muito
para além daquilo que possam imaginar…Hoje fui atraído pelo Mar, como um
naufrago encorajado com a vista de terra
junto ao céu, ouvi sons sem fim, mas eram apenas ecos de mim! Mergulhei em caricias,
amparado pelo chão onde reluziam os cristais do mar, estes, enchiam o luar de salpicos, como peixes de
prata, que desatavam os tons de cinza perpetuados no voo da saudade deixando mais um
eco de sons, cambalhotas, subjugando, amparado, sugando, lágrimas de castelos
de areia, onde as criaturas flutuam , embriagadas , extasiadas, num mergulho da
loucura que o mar oferece na minha cura….
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Hoje ao adormecer neste meu mundo,
apenas me restou a almofada que todas as noites enlaça uma conversa contada nos
ecos do silêncio, desarredei a mobília
que teima em persistir nos mesmos lugares! Escutei sons, vozes de pessoas que
não se calam, nesta presença, que não existe mas não a conseguimos esquecer, isso,
seria apagar uma parte de nós… Eu sei que , um a um, vamos desaparecendo como
éramos conhecidos, mas renascendo em histórias que não contamos ou que
contamos, que o tempo modificou, deixando gravado em tatuagens impregnadas no
mundo ao redor de impressões…Ontem , quisera o tempo que eu falasse por isso eu
falo e sei que todas as estradas da vida convergem em apenas uma…A dos filhos,
esses sim partes dos nossos corpos, onde a nossa alma se processa como um ato
de amor universal, então porque há pessoas que tentam dividir o amor fazendo
sentenças nas nossas vidas? A grande separação entre seres humanos de sexos
opostos é essa mesmo, porque será que as pessoas não percebem que só dois seres
inteiros se completam e se encontram? O
mundo foi criado pelos deuses não pela
separação dos sexos , ele foi idealizado pela razão versus emoção; ele foi
criado pelo visível versus pelo invisível; ele foi criado pelo espírito versus a matéria!! Enquanto tudo o que buscarmos dividir se complementar, não vamos
passar de um Oceano compactado numa Gota…Ergam pontes que possam unir extremos,
PORQUE AMOR, é a junção de todas as cores na transformação de uma única cor …Amor
é um campo único , use-se a técnica que se quiser, apenas se consegue
cultiva-lo !
sábado, 8 de setembro de 2018
Há seres que trazem o mar nos olhos, não pela
cor, mas pela vastidão da sua alma…Trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos,
ficam em nós para além do tempo, como se a maré nunca as levasse da praia onde
nos fizeram felizes…Há pessoas que trazem o mar nos olhos não pela sua beleza
mas pelo infinito modo como abarcam as nossas vidas ...O amor não é cego , mas
tem falta de vista!!! Ele sacia a sua cede no avesso fazendo a terra
estremecer, levando as árvores a sacudirem os ninhos de penas que envolvem o
seu telhado…Há seres que trazem o mar nos olhos mas eu apenas estou a
encontrar-me à medida que me perco e já houve um tempo que este me parecia
infinito, agora há tempo em mim que parece finito e volúvel…esta relatividade
aparenta-se a uma besta voraz onde as próprias circunstâncias perdem a
convicção por isso não ouso escrever sobre a extensão do tempo! Há seres que
trazem o mar nos olhos mas eu conheço os sentimentos de esferovite…Eles
reflectem-se nos olhos de quem finge passear nos nossos sonhos. Basta-me essa
dor para também eu aqui sepultar as minhas palavras ...
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
Hoje sinto-me observador, muitas das vezes como hoje, assim me sinto, expectante , foi esta forma que adoptei para sobreviver, viver, já que sei melhor que muitos, que há sempre um precipício entre os sentimentos, e , poucos
tem a coragem de encarar esse salto…Chego a ter pena do “amor” ele sempre foi acusado
de provocar dor , quando o devíamos referenciar na vida simplesmente por ter
acontecido, mesmo que numa breve passagem. Se ele permaneceu na nossa vida ,
isso, considero um luxo! Qualquer tipo de amor merece o nosso respeito profundo
, porque quem estraga tudo , não é ele , somos nós … Muito se escreve sobre o
amor, nas redes sociais, em livros, em blogues, como eu faço aqui, mas não sei
se todos nós que escrevemos sobre ele, sabemos mesmo se é o que nos parece ou
vai parecendo ser, ou se é alguma coisa mais que ainda não descobrimos ou
sabemos explicar. Isto porque certamente
nem precisamos de o fazer, e talvez,
esta dimensão inexplicável seja só por si o amor. Todos já amámos,
continuamos a amar, gostávamos de amar e queremos continuar a amar e a cuidar,
e a deixar que nos cuidem também. O amor dá outro sentido e significado à vida
mesmo que nos faça sofrer, ou até nos percamos, podemos ter tudo, mas sem amor,
sentiremos sempre que nada temos…Por isso queremos amar, queremos ser amados! Mas se por um lado nos
dá este folgo todo também nos tira quando nos sentimos a sofrer , o amor
coloca-nos no topo da montanha ou no vale mais baixo, às vezes, de forma tão
rápida que não sabemos muito bem como viver e sentir tudo o que sentimos. E aí
vale-nos o amor, o nosso, que repara, que aquieta, que cuida, que cura, que
mora eternamente em nós quer o vejamos ou não. Faça sofrer ou faça sorrir é melhor
ter amado e perdido do que nunca ter amado de todo. Porquê? Porque o amor é
vida, é força e constrói-se de dentro para fora. A verdade é que um silêncio ancorado no porto da dor seja porque for, grita sempre pela distância, querendo uma presença…
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Hoje sei que a vida chega a ser curiosa quando nos leva a conhecer,
reconhecer e desconhecer pessoas…O conhecer resulta em toda conversa que começa pela
simples necessidade de ousar e faz parte da nossa essência humana, levando-nos
a quebrar o silêncio, porque por vezes ele basta para tornar alguém presente! Reconhecer
vai além! Passa a existir uma parte de nós mesmos na outra pessoa. Uma identificação que
suplanta as afinidades, que faz com que
os segundos pareçam eternos e os sonhos magia! Se no ato de conhecer, não imaginamos
como seria a vida sem essa pessoa, no reconhecer tenho a certeza, que só é
possível existir vida para explicar uma proximidade que supera o próprio
conhecimento de outro alguém…Quanto ao desconhecer, este fica no limiar da fatalidade, como um mero desencontro de caminhos ou direcções, que fazem
com que as mudanças transformem um inconfundível sorriso em apenas mais um na
multidão! Se no conhecimento e reconhecimento destacamos-lo como uma agulha no
palheiro, no desconhecer tudo é palha ! O desinteresse constrange a própria
proximidade e isso não podemos nunca evitar…Falo por mim, o conhecer é uma ânsia , o reconhecer é algo raro exige aprofundamento, cujo o risco nem todos
estão dispostos a correr …Eu sei que cada pessoa , trás para o mundo uma forma única
de olhar, muitos tentam compará-la , mas mesmo que queiramos forjar, todos temos
diferenças únicas que nos caracterizam…Todos voamos mas de maneira diferente,
mesmo que não consigamos acompanhar o voo de alguém, não podemos desistir ou
perder a imaginação, a beleza da vida está no processo que nos conduz a ela, o fim
é sempre uma consequência , e nunca a causa…
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
Hoje tenho no olhar fantasias poéticas que
outrora vivi, sempre quis viajar e desbravar o universo, mas tive de me
conformar apenas com alguns versos numa viajem interior…Cheguei querer mudar o mundo, mas apenas tive o consolo de mudar o meu …Sempre quis
aprender a tocar piano, mas apenas aprendi percussão! Juntei batidas ao invés
de teclas … Sonhei ser amado, mas, aceitei apenas amar…Sempre adorei conversar
mas, com a falta de quem me ouvisse, optei por escrever! Quis sentir
menos do que sinto, mas a minha emoção nunca parou de crescer, sempre gostei de
rir e sorrir , por não ser sempre capaz, optei por me esforçar fazer outros
sorrirem…Sempre lutei para saber qual era o meu lugar, sempre me quis
encontrar, mas hoje apenas humildemente, já me apenas aceito em
não me perder. Lutei tanto para libertar a alma
mas cheguei à conclusão que beleza existe na prisão do corpo, sendo ateu , levou-me a fazer do amor a minha única fé! Eu sempre fui assim ,
pensativo, sempre me adaptei, sempre amei escrever, sempre escrevi sentimentos
que vivi que desejei viver e outros que me soavam a algo! Escrevi e escrevo e
que seja muito claro, sempre pela com necessidade de comunicar , pela companhia, pela
fantasia, pela alma, pelo que sou, pela necessidade de falar e não ter tido quem
me tenha sabido escutar, muitas vezes apenas frases que encolhi para quem, não me leu…
.
terça-feira, 28 de agosto de 2018
Normalmente começo com o
Hoje mas, hoje começo com o ontem que é
uma lembrança e amanhã é apenas uma mera
hipótese!! Não existe dias ideais , porque bom, seria os dias serem todos especiais… Não devemos esperar certezas para
iniciar algo, as melhores invenções da vida nasceram da duvida! Ontem escrevi
para suturar feridas quando precisava,
de um colo para ficar…Quando escrevemos estruturamos a alma , para esta
ser tocada ao invés do corpo. Cada palavra enlaçasse em silêncios, que falam
dentro de nós… Como um nó de vontades, o corpo afasta-se da alma, assim como
aparência e a fantasia do ego! Quando tocamos no corpo , desenhamos sexo e este
é mecânico , já amor, é a divindade a sair dos poros …Todos nós tentamos
construir historias sem guião onde desejamos ser heróis e cavaleiros , mas!!
Somos apenas caminhantes na procissão da alma, somos apenas palavras
gastas no vale do esquecimento, remando
contra as águas dos pensamentos… somos seres de saudades , regressando envoltos
nos nevoeiros, densos , com amor amordaçado na gaiola aberta que jaz no tapete
das clemencias esquecidas das coroas de louro para os vencidos! Ontem senti o
meu corpo ceder à dor e se não fossem as minhas mãos falarem, eu diria que a
minha alma ao vento já nada sente. Se não fosse o abraço dos Deuses, eu ficaria
aqui apenas calado, a erguer os dias, sobrevoando a densa
neblina a cair no mar bravio, sentando-me nas pedras deste… Cais de silêncio…
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Hoje sonhei-te, senti que o meu olhar repousava junto da tua urna, na terra cor de cera
banida, da graça austera do teu túmulo,
e teu espírito que ficou neste mundo entre os homens. Nesta terra
onde nunca a tua paixão teve repouso, sinto as palavras que cintilam no sossego
dos túmulos da floresta no sono e no seu rumor, o vento esquivo fere-nos em vão,
quando as palavras já nada assassinam …Resta-me confirmar a tua semente dispersa
na grandeza que os pobres cobiçam nas montras
de ruas perdidas deste meu empedrado percorrido ao acaso…Amar este mundo
violento, ingénuo ,confuso , adolescente sem ti, é , pior que odiar, é miséria no escândalo da minha consciência …Pai , hoje, a tua alma está noutro universo,
onde não há comunicação possível ! Eu sei que nada sabemos da alma, nem da
nossa…A dos outros, é apenas olhares, gestos, palavras, suposições, meras munições nos nossos revólveres prontas a nos
fazer tombar… Entretanto vamos vestindo cancros,
trabalhando sombras, derramando lágrimas sobre cadáveres que repousam no silêncio em busca de paz! É só isso que
aqui faço, falar com um espelho secreto que reflecte pelos meus dedos , imagens múltiplas
da minha nudez , que assalta como uma tempestade num ultimo suspiro de lucidez, a timidez do meu ser…
terça-feira, 21 de agosto de 2018
Hoje reflicto sobre a coisa mais brilhante, mais subtil,
delicada e penetrante dos nossos sentimentos. Pouco importa o tempo, a ausência, a distância, as
impossibilidades...Pois, se existe "afinidade", qualquer expectativa de reencontro
retoma a ilusão…É no dialogo que este exacto ponto se perde, as afinidades deixam de existir quando se
perde a vida mediante o tempo, não há vitoria no adivinhar, do real do que é objectivo
ou subjectivo… Aquilo que é permanente é sempre passageiro se for básico,
superficial ! Eu sei , eu sei que ter afinidades hoje, é raro mas se esta
existe, não são precisos códigos verbais para se ser capaz de o manifestar.
Quanto as portas dos céus se tocam, e sentimos a dita, afinidade, é porque ela já
existia antes de qualquer “acontecimento”, afinidade vem quando se está longe,
e porque o digo? Porque sentir é algo que vem de dentro para fora, é ser comedido
e aceitar receber de dentro, anteriormente
a qualquer entendimento… Hoje sinto-me
assim, não me sinto como…Não me sinto contra…Não me sinto para… Apenas tenho um
sentimento singular , discreto, independente, que me dá vontade de escrever um
livro que fala que só podem em nós existir dois tipos de sentimentos . O amor ,
é claro … E o medo! E porque o digo, talvez porque tudo que não é amor , vira
medo …Medo de sofrer, medo de não ser entendido…Gostava de dizer como alguém, que, “ Metade de mim é amor e a outra também” , mas!!! Não posso , é medo…
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
Hoje sinto-me sozinho, sinto o silencio correr-me nas veias, e sei, que não há controle possível para não o sentir...Por muito que me mantenha
firme , estes cigarros que vou apagando não me fazem perceber onde estou,
embora olhe para o horizonte, nada consigo vislumbrar, mas se ao menos alguém
gritasse desse horizonte e me perguntasse , perdeste o sentido e o
caminho? Eu diria , sim por favor deixa uma luz acesa para eu retomar o
caminho, por favor deixem uma luz acesa , estou farto de procurar o lugar mais
escuro para me esconder... Estou farto deste sentido, que faço eu neste
bordel de lágrimas, na orla de tantos véus, fabricando palavras nas
morgues dos céus...Sinto-me um artesão de sangue rezando de punhos cerrados
palavras brancas de medo, neste coração humano de tesouros ocultos… É no
silêncio que vou selando os meus pensamentos de esperança de sonhos e
prazeres, cujo charme se romperia de
fosse revelado…
quinta-feira, 16 de agosto de 2018
Hoje a minha casa estava
adormecida e silenciosa! Tentei distrair-me, todos os segundos em que passava
devagarinho pelas horas projectadas no meu olhar, mas o sono não vinha…Sai à rua pareceu-me ver
as estrelas a dançar, serio! Moviam-se silenciosas numa valsa que imaginei. Não
resisti ao seu brilho, eis que segui
o raio do luar que se estendia como um tapete, daqueles mágicos, onde as
estrelas pareciam crianças pulando e brincando…Mas estava só as crianças já
haviam saído…Afinal estou acordado ou a sonhar?! Talvez seja melhor deixar-me
estar , sem perceber qual é o meu estado, vou antes olhar as estrelas e
imaginar a minha Margarida e a pequena, a mais irrequieta… Ali eu estava acompanhado, podia brincar, pular, dançar… correr por entre
elas girando e sorrindo alegremente. Ergo os olhos aos céus e vejo a lua benevolente sorrir-me ternamente, sacudindo os seus braços, fazendo mil gotas cair, orvalhando a noite
serena em que parei junto dela, o tempo de tomar fôlego para mais uma descida
vertiginosa até ao “mar” que num abraço aconchegante e doce como o de uma mãe ….Saudades de vocês minhas
filhas, minhas estrelinhas… É hora de adormecer já que os meus olhos estão a
prender-se neste rosto pálido, através do silencio que encheu-se de um
gemido baixinho de dor…tão baixinho que me faz sentir que a casa continua
adormecida…
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
Hoje o meu coração está diferente…Ele é
engraçado! Nem sei como o definir . Não pulsa apenas , pensa também…Quase
sempre enigmas do próprio sentir! Não há quem o consiga desvendar, já que
quando parece que estamos a chegar lá, ele muda seu ritmo... Há dias que bate mais para
um lado do que o outro. Deixando-me pequeno, perdido em emoções que se atropelam e toldam o
meu raciocino, ainda assim, faço uma tentativa de interpretação mas ele não me
deixa penetrar e retomar o seu ritmo... Falar desta maquina que se quer superar
ao cérebro, é quase entrar na biografia
do sentimento...e que complicado é conhecer o sentimento que nele pulsa! Gosto
tanto de viver de descobrir sentidos, também de esquecer alguns, aprender outros...Mas hoje, ele começou a
bater de um forma diferente, um compasso até aqui desconhecido. Deixou-me
intrigado e resolvi procurar onde estava o erro. Descobri que, ao contrario do
que pensava, não tinha perdido qualquer batida… Sempre soube que o meu coração
como os de todos os demais, quebram-se e
perdem algumas batidas ficando feridos e que por isso muitas vezes, não
encontram o ritmo certo, ou o mesmo ritmo de outrora. Este coração mostrou-me que
apesar da vida de altos e baixos , eu não perdi qualquer batida ...Bem pelo contrario...Tinha olhado os céus, e
este me proporcionado um mar sereno em noite de luar... Hoje pergunto-lhe com o
que sonha?...Pergunto numa tentativa de o entender... Ele me diz, que sonha com
o beijo do mar, com o toque da alma...Responde-me sem querer entrar em
pormenores...Fico em silêncio, pensando na resposta... Numa ultima tentativa de
chegar perto daquele ser misterioso que em mim pulsa mas por muito que grite eu
não o escuto…Não há dádiva maior do que a entrega de coração...
sábado, 28 de julho de 2018
terça-feira, 24 de julho de 2018
Hoje é daqueles dias em que ergo os braços ao céu e agito no ar os dedos, como se quisesse moldar o vento, criar do nada um pensamento um caminho uma verdade... Imagino na tridimensionalidade do vazio que o vendaval arrasta a forma que gostaria de lhe dar, o espaço que queria desenhar ou até a personagem que queria encarnar e viver planando nesta represa de palavras que em mim jorra de forma ininterrupta... Mas a vida não é feita de vazios moldáveis pelo simples facto de pensar, a realidade gera-se de formas, de matérias e de sonhos que nos atrevemos a sonhar, porque a mão que nos guia nos impele, nos auxilia e nos compreende, e, num rasgo de vontade, nos faz criar até de sentimentos estéreis uma vida!!! Continua a existir esperança para os que acreditam que não há limites para os horizontes, só assim a entrega incondicional dos que amam gera criação. Respeito o meu Criador, mas desafio-o constantemente, como se fosse sempre possível dar mais um passo, mesmo percebendo que o abismo está à frente. Se quiserem olhar o céu eu tenho uma escada …Fechem os olhos e subam!!!
quarta-feira, 18 de julho de 2018
Hoje sinto simplesmente falta…Falta dos sonhos que me embalaram a alma, dos
sorrisos tontos que nascem nos lábios, simplesmente porque a memoria tem dias,
que trás de volta instantes que nos enchem de magia…Sinto falta da doçura de um
beijo trocado em segredo, do toque suave de uma alma na minha, com a força com
que me faça sentir de novo vivo… Sinto falta das horas em que o mundo parece
não mais existir…porque nada mais interessa no mundo…Hoje sinto falta das palavras, por isso
escrevo-as, nos silêncios do meu coração, que a ausência imposta me rouba da
razão…Sinto falta daquela ilusão, que nos faz voar por caminhos desconhecidos,
por retalhos de uma vida que poderia ter sido! Sinto falta das fantasias, das
historias de encantar , onde eu podia ser quem quisesse…Até aquilo que nunca
fui…Dono do meu coração! Sinto falta daquelas horas em que, era capaz de irradiar,
palavras de alma aberta onde me iluminava
para que nada fosse escondido, nesta perfeita imperfeição que é ser eu mesmo ,
no sonho da entrega inconsequente …Sinto falta de tantas coisas que chego á
conclusão que nunca foram minhas…
segunda-feira, 16 de julho de 2018
Hoje percorri as linhas imperfeitas do meu
ser, inventando sorrisos nas pontas dos dedos…Encontrei o que não queria mostrar…O que não queria ver… Descobri numa alma quebrada as cicatrizes
sulcadas pelos medos…Muitas!! Todos temos historias, que desenhamos, pintando com palavras coloridas, nas telas, as emoções que outrora sentimos, sonhamos, com cores do arco-íris que disfarçaram e esconderam as feridas…Mas dos sonhos também se acorda, e com toda a clareza pudemos enfim ver…as historias nascidas em nós, são desejos tatuados na imperfeição do noso ser…Hoje gostava levantar as
barreiras da razão, definir as palavras proibidas, no conforto das estrelas aquecidas, onde o mar repousa em cachos de espuma desconhecidos que se cruzam na
margem paralela do caminho de dias por acontecer… Quantas vezes parei e escutei
o silêncio que se faz de uma voz calada… Quantas vezes deixei nas palavras sem
nexo, estremecer o meu grito abafado, que,
suplicava que a noite viesse silenciar no seu vestido de
escuridão, para que nem o olhar, se atrevesse a despir a sua emoção escondida dos caminhos que
tracei pelo meu corpo ausente… Já escrevi rimas e loucuras , que incendeiam
a pele, mas hoje apenas saciarei a sede dos meus lábios sem a suavidade do
sabor da nostalgia do Outono, ou do Calor de um dia de verão, e sem o pequeno arrepio que percorre a alma
como nos dias frios de inverno…
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Hoje sei que há ausências que
invadem a minha alma…Sei o seu nome ! Dentro dela, o silêncio que cala as
vozes enche o vazio com palavras esquecidas… Chego a pregar aos
Deuses para que estes não me deixem só... Deixo-me ir para onde me
levarem, soltando as
amarras do desejo e, como uma Nau que ousa seguir o seu curso
esventrado o mar, o meu sangue vai fervendo numa explosão de
sentidos, que me faz naufragar pelas margens do meu corpo...
Mas !! Acreditem, eu não me deixo de inventar, na minha timidez, vou desvendando
os segredos que a minha alma jamais encerrou...Dispo-me de todas a certezas, em
gestos inquietos , guiando-me por entre as labaredas do fogo que me consome por
dentro! Quantas vezes pintei eu nesta tela, onde todos os sentidos se conjugavam num só…Já
perdi a conta das, tantas vezes que fugi
para não sentir a dor da perda... Sei que o nascer do dia, trás consigo, o
sol que inevitavelmente virá buscar a minha ilusão, de uma noite
perfeita… Bom dia!
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