segunda-feira, 9 de abril de 2018

Hoje a noite rabiscava um  amarelo na sua lua crescente, não se escutava música de animais, parecia um deserto esta noite, os sons característicos haviam dado lugar a vozes pequenas que se propagavam pela brisa vinda de  norte. O mar acalmou, um por um dos barcos atracados,  começaram a navegar. Bailando com as pequenas ondas, com o céu sem grande brilho deixaram-se  guiar pela cor indefinível da maré,  onde enrolo cada frase na areia desta praia, onde outrora  ancorei as minhas mãos…Aqui ao longe, apenas avisto as suas velas de luto, solidão, que se aprisionaram como pássaros, abrigados de uma tempestade, depois de lhes ser aprisionadas as asas…Esta noite viajei por todo o mundo, procurando o olhar mais doce da noite,  havia um lugar que  supostamente o arco íris entornava o seu excesso de cor , havia um olhar , uma passagem secreta que o desejo ajustava no brilho inocente da lua escondida . Fiz do seu foco  cúmplice enquanto o meu corpo se fez rio na urgência da sede dos olhos aguados deste inequívoco silêncio nas palavras!

3 comentários:

  1. Mãos "ancoradas" e olhos aguados... É assim que me sinto tantas vezes...
    Hoje, é um desses dias.... o silêncio é a minha voz, voz que só eu consigo ouvir!

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  2. Paulo , mas como são lindas as tuas palavras, se alguém me lesse este texto em voz alta eu fechava os olhos e voaria agarrada na brisa do teu pensamento e dele faria o meu porto. Lindo Paulo sempre lindo e é um texto teu e só teu, inconfundível . beijinhos

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  3. Caro paulo o silêncio está tão repleto de sabedoria e de espírito, que é nesse silêncio que geramos a harmonia da nossa vida, e só um silêncio que nos pode perturbar, aquele que nos faz falar...Bem Haja sempre, dentro e fora do seu silêncio que tão bem escutamos aqui .

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