segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Hoje falo dos vícios físicos...Sim, sei que todos o compreendem, por saber que a dependência química gerada, passa a ser fornecida pelo cérebro como uma necessidade do corpo... No entanto, dificilmente escutamos falar, que as emoções também podem se tornar vícios... A repetição gera uma condição não acham? O nosso cérebro é capaz de produzir sob o efeito de determinada intenção um sonho , um desejo um querer… Passamos então a querer repetir determinados atos ou emoções para voltar após algum tempo,  a sentir que se tornarão uma necessidade…Temos a tendência de separar nossas emoções do nosso condicionamento físico, como se estas fossem um fenómeno à parte mas não o são!  Há vícios que costumam suprimir ou disfarçar a nossa própria fragilidade assim como,  verdadeiras necessidades que temos...Talvez seja essa a razão que torna difícil reconhecê-los ou até mesmo,  libertarmos dos mesmos. A nossa dificuldade de escutar o problema, está exactamente na dificuldade de vermos espelhado a nossa própria fraqueza no dia a dia…. A abstinência  dos nossos vícios  gera a ansiedade, talvez por isso cheguemos ao ridículo de tentar tampar um vazio que antes era ocupado ou saciado por uma opção. Esta ansiedade gera-nos a irritabilidade e agitação perda de confiança, força de vontade, compreensão e nos limita dia a dia,  sem nos conhecer-mos na totalidade, jamais nos libertaremos. É essa escuridão, que me faz olhar para a folha em branco e nela encontrar a luz… Sabem o pior disso, é que essa folha em branco, se tornou numa ilha, onde a solidão e os naufrágios se convertem em paginas de sobrevivência que se vão dispondo como uma grade de uma cela em torno de mim…Eu já não escolho as palavras que escrevo, eu passei a ser escolhido por elas! Moral da historia , assim como as teclas e o espaço vazio se doaram para ser escrito , eu também me doei para escrever...

4 comentários:

  1. Caro Paulo que extraordinário como me revejo nas suas palavras, impressionante como se fosse uma psicanálise a todos os comuns mortais. Um bem haja por todos as palavras que o escolhem e pela ousadia das partilhar

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  2. como estás Paulo, mais um lindo texto teu que até nos intimida comentar, somos todos escravos dos nossos vícios mas, livres e de todos os vícios que eu tenho, aquele que mais me acompanha é eu ser Eu Mesma ...Sempre! Pelo que percebo o Paulo também o é, e jamais sai desse registo . Todos nós nascemos feitos folhas em branco que aos poucos vamos colorindo , o Paulo é artífice dessa coloração, escreve com paixão, amor, e é impossível ler as suas palavras sem que nos envolvamos também nessa coloração por isso também nos doamos a ti ... Amei

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  3. Todos as pessoas que escrevem pedaços de vida , tem dias ímpares na sua verbalização , uns dias escrevem desejos, sonhos com paixão, outros escrevem com o coração a sangrar... Este texto soa-me a este misto, muito bem escrito e de uma forma até de analise pessoal que chega a ser muito realista e explicativa. Um texto poderoso que nos faz reflectir . Cumprimentos

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  4. Lindo texto e fazendo sentido ao que escreves, digo que: - Amar pode ser o maior de todos os vícios, Mas!!! Como diz Paulo Coelho: "Esta Vida é um punhal de dois gumes fatais: Não Amar é sofrer; Amar é sofrer mais" Bjo

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