quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Hoje sonhei, que corria-me a eternidade nas veias. Senti o pulsar acelerado do meu coração, parecia uma balada desfeita em mil notas de promessas feitas. A minha pele nua, refletia as cores estreladas no luar fazendo dos meus cabelos um rio sem fim, sem rumo, correndo para o lugar em que o sonho e a realidade não impõe fronteiras…Hoje sonhei, ou melhor,  o meu coração pelo menos bateu. Preciso escrever, assim escondo os olhos que refletem a falta de esperança. A minha pele arde sob a chama sempre acesa que vou transportando, hoje ela alimenta-se do esplendor e da subtileza dos movimentos das minhas mãos, nesta dança imperfeita que parece em mim uma criação da mão divina. Antigamente morava no meu peito o desejo de viver para sempre. Queria acordar de juventude, correr o mundo de felicidade. Dormir nos braços do contentamento. Havia mais do que perfeição nas minhas palavras, havia mais do que mera beleza, era como se o mundo tivesse parado para se curvar ao eterno. O longínquo fascina-me é como se pudesse contagiar o Universo. Hoje foi em segredo que, agarrei nas teclas e escrevi no meu oculto o silêncio e a saudade. Escrevi para adormecer todos os segredos que a minha alma guarda e não mais partilhou. Foi em segredo que continuo a respirar sem viver, pensando num breve sorriso, que a única coisa realmente certa que fiz na vida foi deixar na sombra a felicidade que guardara, para escrever  palavras, carregam e bombeiam  todos os segredos do meu coração.

4 comentários:

  1. Muito lindo Paulo, que continues durante muito tempo a bombear estas palavras para o teu coração, assim nós aproveitamos e irrigamos o nosso. Lindo

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  2. Bom dia! Se precisas escrever, escreve sempre! Nunca deixes palavras por dizer, pois ao contrário do que possas pensar, ninguém te "ouvirá" se não as proferires...
    Mais um texto muito envolvente que nos leva a sonhar(te)
    Beijinhos

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  3. Caro Paulo que lindo sonho que aqui colocas para nós, continua a fazer-nos sonhar a nós também, . Gostei muito um bem haja

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  4. O Paulo não é contador de historias , é criador de sonhos, texto muito envolvente e acima de tudo perfeito.
    Obrigado pela sua partilha

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