quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Hoje e agora os meus olhos tremulam na escuridão, desmaiando na noite que cerrou, e embaciou os céus , enquanto a maresia envolveu-se nas águas paradas onde a concha que me encerra , me abandona em troca de grãos de areia que sem alma se vão arrastando pelas margens … Estas águas espelhadas, não refletem em mim as vozes, os risos, os minutos, que o mundo desenha…Meus ouvidos pousam na noite dormente , como uma ave refém, na escuta dos batidos distantes  dos passos que caminham no escuro sem alma, são estes os viajantes que voltam pouco a pouco, num regresso que é um poço onde jazem muitas historias. Uma arvore que tem muitos frutos, um mar de muitas ondas, um silêncio com muitos gritos, um céu de muitas nuvens, um coração de muitas explosões …Um regresso é sempre um poço de solidões! Há que diga que é um dom, ou um talento, mas eu apenas desejo me expressar e quando não escrevo , sinto-me completamente vazio…SE me falta a inspiração , emocionalmente me fragmento , fico sem chão, se falo de amor e paixão é porque isso me preenche o coração! Sinto-me carente quando não escrevo, e o que escrevo é puramente humano, somos emocionais e cada palavra é um puco de paixão que vivo…É nas palavras que vou bordando a magia que o tempo me roubou, é nesse momento que a ampulheta do tempo me faz desfazer os contratempos…Se ao menos eu conseguisse dizer numa só palavras o como pode ser grandioso sussurrar nas asas do vento,  eu então refletir-me-ia na luminescência  do luar não pelas palavras sucintas que muda o tempo  mas antes pelas  que mudem o mundo! Quando escrevo sinto que estou em queda livre, é ai que  me vou segurando a tudo o que acho seguro, rejeitando a estrada que não me leva a lado nenhum ... Vou rejeitando esse caminho , escutando os trovões , gritando com eles como se esse fosse o meu ultimo suspiro, vou colocar a minha armadura e enfrentar esse novo ano que me deixa suspenso! Estas são as palavras amedrontadas que hoje chega até mim, são tão precisas que morrem como estrelas na nudez das minhas mãos...Que o foco do seu final ilumine esta avidez...


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Hoje é o caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos sentidos e que os leva a lado nenhum...Este é um artifício criado por uma necessidade de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios, escondemo-nos as horas planeadas, numa ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado. Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo. Coloca-se-nos o  de sermos maiores do que a própria existência e levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o amanhã pode nem sequer existir mais...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

 Hoje penso que é quase  impossível definir o amor de uma forma mais precisa, é obvio  que concordarmos de que se trata de um desejo,  ardente de vermos a pessoa que gostamos feliz, independente de circunstâncias que nos são impostas serem ou não as mais favoráveis ! Daí tratar-se do mais sublime sentimento , já que não visamos recompensa alguma. Gostamos e pronto! É ai que a poesia se difunde como uma voz da alma no seu tom mais audível. Gostava que percebessem que um começo afetivo até pode durar uma eternidade, mas para isso acontecer esse amor, essa paixão, essa verdade tem de ser grandiosa para costurar as cicatrizes de uma vivência anterior que se tenha transformado numa mera etapa de um percurso…Acredito que quanto mais honestos sejamos, mais fineza usaremos no trato mutuo e é isso, que une a mais admirável voz do caracter para com o próximo. Há quem diga que sou estranho,  acredito que são os deuses que aproximam os seres uns dos outros, assim como são os rastos de luz que me fazem escrever as brisas que me vão sussurrando nas mãos e me fazem derramar os sentimentos das intenções mais iluminadas ! Amar é um privilégio e um constante  aprendizado indivisível que entra em forma de luz nos corações , gerando a paz e a harmonia…Uma vivência de Luta em todos os sentidos, que esculpe as ações mais justas e peneira a rudez e o egoísmo um feliz Natal 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

 Hoje os Pés andam ,  nus sobre o asfalto, assolado pelos vendavais, que refletem os cabelos ao vento no silencio agonizante dos mortais. Estende-se ao longe uma luz de sonho, como um manto envolto pela desarmonia …Sacudida a espera lenta pelo sopro da certeza, firma-se os pés na clareza do caminho que se abre retilíneo traçado pelo esquadro do destino em passos descompassados de declínio! Talvez o mundo esteja a fazer o pino e por sua vez corra com a maré-cheia. Isto tudo revela a dança da lua, louca e breve, onde se junta o sol encoberto no meu olhar, abandonado à sua sorte …Quero caminhar de vagar, muito devagar, sem pressa , sem meta, somente andando no ritmo que a escuridão impera! Tenho vontade de andar de vagar, sem  embaraçar, sem pensar na vida, sem pensar na dor, apenas sonhar e voar…Em Janeiro já há saldos, quanto custará a felicidade? Um montão de sacrifícios certamente, e amargura…Quanto custará a felicidade, uma vida? Um Caminho? Um olhar? Apetece caminhar devagar, somente com a minha alma lado a  lado, só esta hoje me escuta enquanto o meu coração bate por fechar os olhos a esta luta…

 

sábado, 12 de dezembro de 2020

 Sei que já houve um tempo, em que as minhas asas foram vento, em que os meus silêncios foram canto de embalar e que vos elevaram a alma e vos fizeram sonhar. Nesse momento, a minha essência libertou-se, abandonou o corpo à sua sorte e ergueu-se no infinito céu onde busco uma estrela nesta noite profunda sem fim. Lembrem-se dos mundos distantes que percorremos nessas viagens deambulantes onde misturamos as cores do arco-íris para pintar as histórias acabadas de sonhar, em tintas frescas que repousavam sobre as telas deste mundo de encantar que tanto sonhamos... Esses eram tempos em que a vida tinha as suas ambiguidades, em que entre muitos de nós não haviam saudades porque sempre nos fundíamos num só corpo, numa só brisa, nesse instante dilacerante que o mundo nos fez passar de noite a dia. É deste alimento que vivo, neste vácuo constante onde me fecho, onde oro, e choro o sal das minhas lágrimas em poemas dessincronizados, desprovidos de fragrâncias. Um dia hei-de voar de novo, por entre os destroços do meu corpo, feito sopro de vida que se ergue do abismo sobre uma praia sem espírito. Estou farto de ser ilusão, esperança e mensagem , deixei de sentir o meu coração, quero alimentar alma com a vontade de seguir a diante, de ser gente e viver o que vida me deixou para os últimos dias ...Não podia por aqui passar sem rasto deixar... olhem parta trás e vejam o que eu deixei !!!

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 Hoje é nas entrelinhas de um prazer secreto que me reencontro , esta herança que fica da espuma dos dias desdobra-se em rascunhos e letras... Reencontro-me nessas palavras coladas num post remetido a um universo distante sem leitores. Reencontro-te nos sorrisos que não toleramos e nenhuma máquina fotográfica regista na sua essência. Reencontro-me nessas lembranças quentes, quase cópias exatas do ontem que ficaram perdidas  entre mitos de hoje. Reencontro-me nessas pequenas partilhas que cabem numa caixa de papel. Reencontro-me na memória auditiva de uma gargalhada profunda e continuada, nesses reversos do passado de uma noite quase silenciosa, inquieta pelas letras que se derramam de fora para dentro. Sinto-me esvaziado, mais pobre até. Todavia, ultrapasso o impacto dessa primeira perceção, por isso nunca mais paro de escrever, percebo que nesta vida tudo não passa de um texto inacabado num livro branco, como aquele que existia antigamente nas escolas, que passava de mão em mão e cada um rasurava um suspiro ... este foi o meu!

terça-feira, 24 de novembro de 2020

 Hoje o silêncio entre duas pessoas deixa de incomodar quando ambas se conhecem e se amam plenamente! E esse pseudo silêncio que  invade o território escondido de cada um, já que o vazio das palavras assemelha-se a um oceano profundo de segredos. Que  posso pedir? bem!! leiam apenas a minha mente não queiram a minha  voz para saberemcomo me sinto, o que quero, o quanto  desejo. Apenas leiam. Decifrem o silêncio que  desamparo nesta sala negra, sozinho, só o silêncio...os meus olhos desnudam numa esquina o olhar das  confidências silenciadas que as ruas da amargura despertam. Essas ruas onde o silêncio naufragou com a beleza da entrega de um simples olhar...  Fechem os olhos e auscultem o sussurro da respiração, o pular frenético do coração que  acompanha-nos em cada passo. O silêncio, apenas o silêncio. Não o acorde de uma melodia perdida nas malhas do tempo. Não o suspiro desprendido de um corpo feminino abandonado. Nem o bater vitorioso das asas de um pássaro que combate o medo do primeiro voo. O silêncio. Apenas esse e não o sapateado das vidas que nos rodeiam. Nada. Só o vazio. Só o eco dos nossos corações que bombeiam o desejo e segue esse  silêncio, que entre, o que, foi arquitetando uma barreira inultrapassável  sustentando uma ponte, entre dois mundos á deriva do olhar..... o silêncio é um misto de sentimentos que transparece as mais sentidas declarações , os mais puros e inocentes olhares, e é no silêncio que se escuta a voz do outro , o murmúrio do coração alheio...é no silêncio que nos escutamos a nós mesmos no eco da voz da consciência…

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

 Hoje o silêncio acaba por entrelaçar nas mãos a sensação de vazio. Como se fosse uma bagagem espalhada no chão com a armadura a arder deixando as mãos vazias despidas de mim mesmo …Somos feitos de desconstruções, de dias cinzentos…Escrevo sobre a busca de  identidade, uma constante procura de palavras mais especificas,  de pessoas que nos fazem falta, pessoas que não nos façam sofrer. Há vocabulários para quem  não ama , há bibliografias de quem morre por amor, há suspiros paradoxos, há tardes  tão vazias que deixam  no corpo a certeza de uma solidão planeada.  Na calada da noite fica a certeza de não existirem muitos amanhãs, há sempre o tempo que é tempo e uma vida que não é vida…Hoje até não está frio, não sinto calor, mas!!!  transpiro as cores das estações, verto-me  numa prosa fraca, na  poesia de quem não é poeta e música de quem não dança….Não deixo os meus  restos para  ninguém, converto o  abstrato de todos nós enquanto, arrumo os adjetivos fáceis …E omito!!! Faço nascer no estômago a revolta e no coração a  flor que não brota! Desenho jardins sem corpos,  corpos sem amor, uniões sem prazer, quando o único prazer é não existir união...Deixei cair  a bagagem no chão das pessoas que vivem para mim,  afogo-me na fonte desse olhar, onde só existe o cheiro do sonho e nada mais…. Esta  desconstrução pinta-me o olhar  da recordação  do amor em abundância, na ingenuidade de quem nada viu em  mim , de quem passou por cima,  na ansia daquilo que eu não sou!

terça-feira, 17 de novembro de 2020

 Hoje ganhei coragem a meio da noite, com o som da abertura das portas onde passa a alma !!! Senti o universo, o tempo onde fluem os sentidos como quem  invoca os céus ...Desistam eu não sou profeta, nem teria tal pretensão, apenas a energia que emana de mim flui nos  sonhos... Recrio-me numa imagem pálida de luz que habita em muitas dimensões .As minhas letras são vozes que se propagam no vazio inconsciente dos meus dias e a minha voz é uma melodia que se inventa em cada nota tocada...Escutem!!! Mas, não ousem em extrair a essência ao que amam, sob pena de obterem algo insípido, desprovido de sentidos que pode ser tudo, ou será já nada... Parem ! Deixem-me ficar, guardado para sempre nessa caixa secreta, onde guardei os meus escritos mais sagrados, deixem-me ser o perfume que emana da pele quando já nada mais reste de nós a não ser o brilho da aura invisível. Só assim não deixarei de estar presente quando me queiram. O corpo é vago, vive por toda a eternidade está naquilo que guardamos e não naquilo que tocamos. Hoje foi assim a minha noite, esperei sentado a esse portão horas,  cruzei o meu mundo, parei numa jura no local onde não apareceu a minha busca ... lutei com todos os fantasmas, sem poder fazer mais nada...Tenho no peito o tamanho de uma prisão, e foi apenas estas palavras que deixei cair porque sonhava com um anjo com um Anjo, esperei , esperei, olhei o céu e só ai CRUZAMOS OLHARES! Baixei o olhar e fechei a minha porta ...

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

 Hoje de noite vou sentar-me no rebordo da tua cama, e nas mãos irei levar palavras para te sussurrar enquanto ficar ali quieto, a ver-te pairar sobre os sonhos, ficarei enquanto o teu corpo levemente se resguardar do fresco da madrugada no meu manto . Leio-te em silêncio e transcrevo os teus suspiros, em sabias brisas ancestrais que em ti projecto sobre o teu manto. Sinto que neste meu acto de contemplação, não só velarei o teu espírito, como embalarei os teus sonhos. Hoje Sentir-me-ei guardião, protector… Quero sentir que com os meus verbos degolo as ameaças de pesadelos e afaste as criaturas das trevas que sempre tentam os sonhos de quem ousa sonhar!!! Não, eu não sou o exemplo de homem ao qual possam de chamar anjo, muito menos terei laivos de alguma santidade o que me move é esta profunda e sentida fé no Espírito, na Alma e na bondade com que nascemos aos pés de nossas mães. Acredito piamente que a luz que nos habita à nascença pode ser mantida e alimentada ao longo da vida, mesmo que esta perca o foco em alguns períodos… Sem querer fazer profecia ou até mesmo ser pregador ou ilusionista das palavras, defendo que há entre nós laços que falam no silêncio da noite. Creio que eu te protejo mesmo sem estar perto , e tu a mim …. Sei que não sou a sabedoria do poço mais fundo do teu templo mas tenho a certeza que o tempo em que estamos com aqueles que nos querem bem é sempre um tempo ganho nesta vida…

sábado, 14 de novembro de 2020

Hoje preciso de luz, no meu rosto resvala na ata da minha pele ,  onde há respostas e marcas nas unhas que seguram o cálice do grito das injurias adensando a Brisa fria que baloiça suspensa no jardim da minha verdade?, há uma magia que perfuma o horizonte que eu ia despindo em tom de pétalas de uma flor a desabrochar no embaraço das verdades , A minha ternura vive na paisagem de um olhar inquieto onde repousam os sentidos fatigados ...Gosto de deixar o  dia crescer até ao seu fim para que possa acariciar as estrelas na noite em que a solidão se torna na sombra de um murmúrio ausente no luar sem sorriso da presença sonhada! O sopro deste mar que banha esta vida agita as minhas cortinas que baloiçam no bailado do dia que nasceu na verdade, mas aqui não está ninguém ...apenas suspiro só!!! Foi apenas um sonho...De qualquer forma quando abraço a almofada sinto a sensualidade de um anjo nos lençóis, este fragmento da alma será apenas um puzzle que não terminei , se houvesse degraus para o céu, eu teria subido ao sol para ele se refletir em mim…Hoje vos digo, que é muito triste combater o destino, como é tão insensato amarrar o coração á crueldade de atirar fora a ternura, a minha folha de papel rejeita as letras , fico perplexo com o amar com amor, o que será isto para os demais? Amar é uma reza acender o sol no meio duma noite , é deixar o rumo seguir sem preocupações e não pensarem que sabem o que os outros sentem , tocam ou vêm porque se não somos fortes de dizer o que sentimos não devemos enfraquecer os outros obrigando-os a dizê-lo…Ontem vivia a magia que me foi oferecida, Hoje choro a cor que pinto deste mundo onde me colocaste Deus! Sei que as estrelas são o holofote de muita gente , hoje elas são apenas a minha estrada…

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

 Hoje assistimos a uma desordem total, ela invadiu o nosso século, as nossas vidas… Esta  forma moderna da desordem é a inversão dos valores do convívio humano... Perde-se a  família, os filhos, tornam-se surdos para o timbre da voz paterna. Os pais esses acabam estupefatos temendo  os filhos. Temem principalmente perdê-los. Criam-se Muralhas , os “Entendidos “ dizem ser  necessárias para o homem, para a família, para as Cidades, porque toda morada de hoje está ameaçada. Fico confuso…Na escola estudávamos os heróis que derrubaram as muralhas para assegurar a liberdade, como antecipando-nos a estes obscuros tempos dos quais vivemos, escutámos a voz do insensato que pretende destruir o palácio com o argumento da eficácia,  se assim tivesse sido, hoje não teríamos de escutar a  eloquência de tantos políticos, economistas, jornalistas! Chego à conclusão que é  possível que por muito tempo vivamos da lembrança dessa sombra da nostalgia, depois, a própria sombra se apagará e deixaremos de compreender, o ser pleno não se esgota nesta perspetiva que se reduz à ordem natural de como vivíamos …Essa falsa liberdade, defende o homem para que possa alcançar a plenitude em seu sonho,  isso é bom,  porque é a base de sua vida , mas insuficiente…Não chega beber a água da lua, nem juntar os espelhos da memoria na valsa deslumbrante da historia, é preciso ortografar o olhar…Já não há como compassar o tempo , existe  corações que sangram, mas não amam o real, agarram-se apenas a um ideal e vivem do irreal!

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

 Hoje eu sei, que algures existe um lago de águas , no meio de uma montanha silenciosa, onde as arvores são sem- abrigos entre os céus e as ilhas onde se enterra os lamentos pintados das mais belas cores da ternura fazendo desaparecer o desamor do coração… Eu sei que haverá um paraíso onde os encontros aconteçam, entre almas perdidas vestidas de bonança ao som de um piano oculto ! Hoje escolhi os aguaceiros para lavar a alma, queria tanto adormecer nas vagas que sempre sonhei da eterna paixão , elas exultam os instintos crispados , elas são o tributo aos sonhos acabados, esculpem o altar imaculado onde rogo aos Deuses a luz que tanto pedi ao Mar…Mas!! Ninguém me quer  devolver a boia que me faça emergir no poço do silencio , mas nunca me irei sentir derrotado, o passado será sempre o que eu quiser, o futuro a viagem que eu desejar fazer… Sinto-me um ser sem fome, sem frio, um pedaço de barro que apenas foi moldado por Deuses… Se para sair do meu corpo tenho de o deixar preso no que sou, então prefiro deixa-lo derramado na terra fatal onde a liberdade não se situe na mesquinhez sombria de gente sem perdão. Eu sou assim, revelo-me, mas há pessoas que vivem em sonhos indecifráveis, há uma coisa que é chamada estupidez,  como um bicho que engole a vida sem deixar ela ser vivida… Existe lugares para uma nova existência, onde os  presságios e sonhos parecem cânticos de crianças no orvalho das manhas que o amor não consagrou!

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Hoje o dia nasceu e apenas um espelho envelheceu a minha alma, devorei a raiva desse olhar fosco, silenciando-me para melhor conseguir escutar os dias nas areias das minhas palavras…. Fecho mais uma vez os olhos para desnudar no meu caminho as palavras que a respiração ofegante eclode de mim, na loucura de alguns instantes que crio para escrever descalço de ausências!! Tateio a minha sombra caída, nesse castelo de raivas que a distancia infinita ladrilhou no deserto do meu reflexo, estendo a mão ás minhas ruínas, ergo o olhar aos céus no desprezo da minha imagem de outrora, onde jazem, os prodígios da memoria que pintaram a alma de mil cores, mentiras e singelas verdades. Hoje assisto ao meu reflexo no espelho da vida, desmoronado pelo nevoeiro inebriado das palavras, desta luta eterna sem espada, onde o odor dos sonhos, saltam por cima da vida …Troco de máscara mais uma vez,  a pedido de Deus ou até do Diabo, já nem quero saber, de onde vem todas as culpas do Mundo caminhamos perdidos no meio deste oceano sem Velas nem Bussolas ! Tudo isto começou por todos nós a ser vivido de uma forma confusa e descoordenada, numa manha fatídica onde nem o silêncio consegue o êxodo desse dia triste … Uns Rezam, outros Tombam, outros ficam Mudos de Alma silenciada...

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Hoje sinto-me como se estivesse sentado na mesma cadeira de sempre, onde sussurrei a mesma oração um milhão de vezes, eu sei, ela não funciona embora esteja entranhada nos seus discípulos, mas!!! Uma pagina da bíblia não vale uma vida, eu sei…Hoje há  algo de errado no dia, tento acordar a mente, matando o silêncio, arrancando as cortinas para que o sol entre, será que é errado dançar estes versos que escrevo, é que quanto aos anjos esses vão e vêm fazendo-nos especiais a cada pensamento que passa pela mente…Posso ate rastejar perante o que me coloca em suspenso, gosto e preciso sempre de procurar mais e melhor , posso até me queimar pelo chão que piso escutando cada batida do meu coração que se deixa perder sem deixar vestígios… Pego em cada hora que passa, tento sentar-me no tempo perto do mar, onde os espelhos da contradição despertam as pétalas do olhar…levei anos de dor a chegar aqui, passei por gerações ao sabor do vento para me erguer num deserto! Não há jardins de regressos, apenas náufragos sem voz,  protagonistas de histórias gerando alma em sementes do olhar. Estou aqui, sentado no tempo, tentando fazer alquimia com o poder da água deixando ortografado nela o meu simples olhar…

domingo, 25 de outubro de 2020

Hoje , para os distraídos escrevo, que o meu compromisso é com a verdade,  não discuto com a realidade, a aceito assim como ela se me apresenta. As coisas são como são, agora hipocrisia, mal formação, leviandades, não contem comigo… Meus amigos, tenho tanto para dizer, que as palavras atropelam-se, eu sei que as ruas aonde passo, já foram ruas que passaram outros. De que forma , nem preciso de saber,   mas não me vulgarizem , não me sujeitem à insanidade , já que sei muito bem,  que pelas ruas onde passo, passaram outras gentes...vezes sem conta! Nestas ruas que me passeio há calçadas desgastadas, de milhares de pés que se fizeram milhões de pedaços de nada…Cada vez que ouso dar um passo perco a minha identidade, assim como muitos se passeiam e não a tem! Caminho , mas entro sempre no esquecimento ao contornar, gente cinzenta como as pedras do chão… A imortalidade não é de quem passa nessa rua, a mim , basta-me uma vida, para não ser apenas mais um a deixar-se ir, sem rosto, sem valores, sigo assim de passos firmes! Vejo rostos fictícios, de roupas caras, que acenam as mãos , mas desculpem façam de conta que a rua é deserta… A mim não…Tenho muitas perguntas, mas levo-as comigo, não quero ser mais do que sou, mas jamais tolerarei que me façam sentir o que não sou...Sou assim vivo-me inteiro, sem disfarces e se o sol não quiser guiar-me o caminho, eu aceitarei , continuarei assim, pela sombra…

domingo, 18 de outubro de 2020

 Hoje o silêncio acaba por entrelaçar nas mãos a sensação de vazio. Como se fosse uma bagagem espalhada no chão com a armadura a arder deixando as mãos vazias! Somos feitos de desconstruções, sem cimentos cinzentos, mas de dias cinzentos…. Escrevo sobre a busca de identidade, uma constante procura de palavras mais especificas e pessoas que não nos façam sofrer. Há vocabulários para quem não ama , há ortografias de quem morre por amor, há suspiros paradoxos, há tardes  tão vazias que deixam  no corpo a certeza de uma solidão planeada.  Na calada da noite fica a certeza de não existirem muitos amanhãs, há sempre o tempo que é tempo e uma vida que não é vida…Hoje está calor,  transpiro as cores das estações, verto-me  numa prosa fraca, na  poesia de quem não é poeta e música de quem não dança….Não deixo os meus  restos para  ninguém, converto o  abstrato de todos nós enquanto, arrumo os adjectivos fáceis …E omito!!! Faço nascer no estômago a revolta e no coração a flor que não brota! Desenho jardins sem corpos, corpos sem amor, uniões sem prazer, quando o único prazer é não existir união...Deixei cair a bagagem das pessoas que vivem para amar, afogo-me na fonte  de água, onde só existe o cheiro do sonho e da chuva…. Esta desconstrução pinta-me o olhar da recordação de uma noite fria do amor em abundância na ingenuidade do calor que se faz sentir!

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Hoje, a luz do dia esconde-se como se descêssemos para os calabouços onde a luz é trémula e faz prever um sombreado de tristeza  nas paredes…  Como se fosse possível mascarar-nos, também de granito e darmos as mãos no escuro, onde as pedras se lamentam e onde todas as sombras não passam de sombras! Cada vez que descemos  degraus na vida, o nosso coração soluça, pelos que vem atrás, e pelos que vamos encontrar no caminho… Eu já desci de um mundo para o outro,  parecia-me uma marcha silenciosa uma procissão de condenados, onde apenas se escutavam os  passos , abracei-me à minha imaginação, dei as mãos aos deuses que caminham pacientemente com a esperança , suplicando que a Natureza acorde os que adormeceram com luz...  Sim!! Esses felizardos, vivem   sob nós... Criam um  burburinho na "Terra" que fica em ebulição, mas, nos faz sentir firmes, mesmo descendo a escadaria deste precipício sem fim! Há inconsciências , e por mais degraus que se desça nesta antecâmara, não restam palavras que testemunhem a descida … Afinal , o “homem” apenas é pequeno, diante de uma porta enorme! Enquanto não se parar esta escada rolante , não existir coragem de silenciar com rigor,  os arquivos deixados na escuridão e as palavras que não podem ser declamadas… Emolduremos então os sentidos , eu também estou aqui , como vocês descendo a escadaria, esperando a minha vez, mas!! Vou propositadamente dando passagem a todos os que conseguir, para me atrasar … Não confundam isso com simpatia, nem timidez! Sinto-me inteiro, fechando os olhos, mesmo sabendo que a minha voz só é valorizada , quando silenciada …

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

  Hoje estou naqueles dias em que me apercebo que a vida tem crueldades, mas também delicadezas que se  estendem além da paixão, se manifestam em nós, como relâmpagos e trovões! Umas vezes trazem a  desejada permanência de  amizade, família, trabalho, amor, por isso eu digo-o que somos realidades que se chocam com as crueldades e delicadezas da vida! Por muito que tenhamos profetizado os nossos dias eles serão sempre um aprendizado que muitas vezes se manifesta em nós da pior forma... Umas vezes tiramos baixo aproveitamento outras vezes , passamos com distinção…Queremos sempre o milagre  perto mas este pode demorar uma eternidade a germinar em nós,  e o chão, vai-se afundado deixando o tapete que sempre deslizou nos nossos pés irregular, expondo-nos a um mundo que se mostra cada vez menos humano… Falta em muita gente o conceito de família, lar! Amigos,  lar é,  onde se partilha a mesa, é onde se sonha com o sono de criança, é onde se avista a luz acesa, é onde os ruídos nos embalam, é onde se discute a posição dos quadros, e os objetos  têm vida e nos contam historias… É disso que sinto falta …Hoje sinto-me resiliente, mas,  não sinto vergonha em chorar, todos choramos, uns choram para fora, outros preferem guardar, outros escondem, fingem num sorriso amargo que nada os atinge… 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Hoje sinto que as palavras estão gastas, rasgadas no seu ultimo fôlego … Não existe palavras certas para definir o ser, , nem o perfeito nem o imperfeito quanto mais o esquisito! Foram-se perdendo com as tempestades, deixando para trás os navios desatracados , á deriva  sem porto de abrigo sem sons apenas silêncios…As palavras deixaram de ser audíveis, quando uma vogal se aproxima , fogem as consoantes, grito por elas aos ventos, mas a voz vai perdendo a lucidez . É como se as mentiras chegassem em forma de boatos, algo contrafeito que disfarça sentimentos alternando apenas acontecimentos. É mesmo assim , hoje estou aqui, num descompasso de sensatez  envolto em faltas que não preenchem as minhas,  como se fossem sinónimos indivisíveis de  uma força grotesca que nada une e tudo divide, onde cabe um mundo mas,  nenhum ideal! As palavras parecem gastas, onde a brisa da noite se impõe, há véus sem esplendor que sobem e descem com o sussurro das estrelas, há noites escuras onde só brilham os segredos alargando os tempos entre espaço e o infinito…Há luz na escuridão, onde as palavras se gastam e se cansam nos murmúrios do luar! Hoje deixo a semente da inspiração na correnteza da água que não soa nas margens dos meus dedos aflitos, escolho nas palavras a paz que não tem preço, mas exige muitas escolhas e dedicação, devendo procurar-se e desenvolver de acordo com as condições que temos ao nosso alcance disponíveis…Hoje, a paz das palavras gastas,  vem ter com quem prepara a sua tranquilidade emocional.

 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Hoje vejo por esta janela, medos que criamos, como obstáculos da mente que  fazem levantar paredes de aço. Haverá um dia que  perderemos a noção do tempo, ai ficaremos fora de compasso. Encontramo-nos num limbo entre o abismo e a felicidade, onde tudo o que nos falta é força, e vontade …  Há dias que temos a certeza do mundo e outro que colocamos tudo em questão. Somos pedaços de corações assustados, na sombra da insegurança,  iludidos em expetativas,  em sonhos perdidos. Hoje em dia é mais fácil viver em negação do que arriscar com o coração. A despreocupação tornou-se hábito de desistentes, mas hoje em dia há quem não veja o mundo ser de forma diferente. As pessoas têm medo das partidas, porque temem a saudade. Não sabem lidar com distâncias ou com metades. Preferem viver no seu mundo interior, na sua bolha de solidão. É mais fácil ignorar a ausência que viver com ela em permanência. Já ninguém sabe dizer que não, andam com fitas coladas na boca e com medo de exprimir as emoções. Acham difícil dizer um amo-te, mas a facilidade com que dizem a palavra odeio-te é inigualável. Poucos sabem perder-se nas estrelas, por andar com a cabeça na lua. Corpos vagueiam perdidos em ruas despidas, as mentes tornaram-se espaços em branco e as almas vazias. Ninguém sabe o que é viver realmente a vida… De mil pedaços somos feitos, juntando as peças a todos os momentos. Todos temos feridas e marcas. Histórias que pesam e que vêm carregadas… de emoção. Ninguém sabe o que quer, ou o que tem. Ninguém sabe se vai ou se se mantém. mundo vive de medos, mas não o sabe dizer. Tem medo de acordar ou de adormecer. O mundo perdeu a sua essência no amor, caminhamos sobre o medo e fechamos nos  na nossa  dor… De que somos feitos então , para além de corpos cheios de matéria? Esta realidade nua, em que despimos a alma e contornamos a mente, a insanidade deixa-nos mergulhados em emoções. Vibrações sentidas em sussurros que fazem da vida um arrepio repentino. Vagueamos num labirinto em busca de certezas. Procuramos respostas às perguntas que não dizemos em voz alta. Deixamos de falar de agir... Somos corpos inertes, que não sabem por onde seguir.  O mundo dá Voltas  e  volta a seguir o seu percurso. Quando damos conta, o  coração aperta-se, nas lágrimas fazendo-as rolar pelo rosto abaixo , fazendo as saudades correrem o seu caminho. As coisas mais importantes, são as mais incertas. Procuramos as certezas, mas é na incerteza que se escondem  as respostas...

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

 Hoje, sem mascaras, mas de mascara, sem capas e sem mentiras,  olhem para mim e vejam  tudo, amanha estarei aqui e não serei esta pessoa, certamente... Amanhã tentarão entrar na minha alma e o meu corpo estará deserto. Amanhã podem procurar o meu sorriso , mas, apenas  as lágrimas estarão tatuadas. Amanhã não vou reconhecer ninguém o meu olhar será vazio. Quem eu sou hoje, nunca se esqueçam! Se algo disserem de mim, não se sintam na obrigação de ripostar...  Posso atravessar as noites como um fantasma triste, vagueando sem destino, não me sinto melhor nem pior do que um dia fui... estou simplesmente vazio, despido de vida, despido de amor, despido de todos os sonhos, mesmo dos que já realizei…Quando caminho ao tocar no chão, as minha pegadas fazem ressurgir o passado. Renascem  vozes dos meus passos,  ouço-as vibrando dentro de todo o meu vazio… Por muito que caminhe não projeto sombras , não  há luz para que as tenha... há apenas a noite da noite que atravesso neste corredor que não me leva a lado algum… Sinto-me um mero fantasma deambulando pelos sonhos alheios, imóvel, sei o que procuro e o que certifico de que  não vejo. Vazio, sempre este vazio...Não foi assim que imaginei os sonhos! Imaginei que, em algum momento algo iria chegar e eu já não ia ser apenas e somente um fantasma vagueando nas noites de tristeza; aquelas noites que não amanhecem e que ficam dentro da alma, acorrentando-a ao chão frio de não saber o que vem amanhã. Imaginei que ia sorrir mas fazê-lo com todo o sentido. Sorrir de verdade, com aqueles sorrisos que não esmorecem e que ninguém rouba… Mas hoje apenas vejo-me atravessar a noite fria, passando pelos mais íngremes penhascos como um fantasma, saltando sem medos para o precipício… Eis que acordo dos meus sonhos. Não sou nem nunca serei um fantasma! Posso até avistar o penhasco neste corredor de vida, que este velho amigo de todas as horas, continua  comigo,  jamais me deixará … Hoje acordei de um sonho que não era meu e apenas abdico daquilo que não acredito...

domingo, 23 de agosto de 2020

 Hoje sinto que somos a luz que projecta a ilusão, quando os dedos escrevem sinto que soltam nas palavras, o pedaço da personalidade que somos e o ser que serenamente deixamos, que cubram em nós...De facto existem pedaços de dor , ausência, de paixão de carinho neste nosso mundo!!! neste mundo onde deambulamos existem pedaços de saudade , felicidade, carência , pedaços de sonhos que muitas vezes remetemos para o nosso silêncio. Todos juntos se encaixam , e nesta onda também se perdem...existe o quente e o frio, que se separam em pedaços de serenidade , verdade, realidade e ai a tristeza também tem um lugar. Existe a simplicidade e a complicação...existe o silêncio e o perdão ; existe o desejo e o desapego !!!Sempre existiu em todos nós, seres mortais, a loucura como passividade e o perfume como duvida...Mas é nos sentimentos que os pedaços são maiores pois todos juntos formam o amor e este só se torna pleno quando todos os pedaços de nós se unem e funde num só!!! Quando a alma não se alinha , as palavras ficam retidas e formam uma cascata , ficam aprisionadas ...Umas choram silêncio outras ficam aprisionadas vertendo sofrivelmente lágrimas sobre cada suspiro que nos compõe !!! E já agora sabem porquê? Porque metade de mim é silêncio e a outra metade um remoinho de sentimentos que me silencia o coração!!!Pergunto quantas noites vou ter de ficar acordado, quantas lagrimas ainda terei de chorar, nem sei, o poço é fundo e não parece secar...Mas se os céus por cima de mim , seguem as estrelas cadentes, então só o amor nos poderá salvar, só amor poderá olhar para dentro  do coração , ver por quem somos, e saber se o que somos será suficiente para perdoar ...Estamos tão cegos que não conseguimos perdoar , só o amor, nos poderá salvar...Se ao menos houvesse apenas amor...

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

 Hoje é daqueles dias em que ergo os braços ao céu e agito no ar os dedos, como se quisesse moldar o vento, criar do nada um pensamento um caminho uma verdade... Imagino na tridimensionalidade do vazio que o vendaval arrasta a forma que gostaria de lhe dar, o espaço que queria desenhar ou até a personagem que queria encarnar e viver planando nesta represa de palavras que em mim jorra de forma ininterrupta... Mas a vida não é feita de vazios moldáveis pelo simples facto de pensar, a realidade gera-se de formas, de matérias e de sonhos que nos atrevemos a sonhar, porque a mão que nos guia nos impele, nos auxilia e nos compreende, e, num rasgo de vontade, nos faz criar até de sentimentos estéreis uma vida!!! Continua a existir esperança para os que acreditam que não há limites para os horizontes, só assim a entrega incondicional dos que amam gera criação. Respeito o meu Criador, mas desafio-o constantemente, como se fosse sempre possível dar mais um passo, mesmo percebendo que o abismo está à frente. Se quiserem olhar o céu eu tenho uma escada …Fechem os olhos e subam!!!

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Hoje numa mera infinidade, sem  tempo de espera, assisto ao encontro de rios, com os 7 mares . É nesse encontro que as pessoas vivem histórias, ajoelhando-se perante o infinito para o derramar de lágrimas, sem se  redimirem …Como se a água salgada dos mares distantes prostituísse e  inundasse os olhares ! Não vejo  futuro, os climas  enfrentam-se, disputam a fonte do calor e a certeza do frio constante nas palavras que escrevo. É neste assalto repentino, que vejo desenhada as memórias rápidas de projectos sonhados, desenho nas minhas memorias lentas  rios, mares que se cruzam, viagens impossíveis que se desfazem em átomos… Esqueço a poeira, escrevo romances, musicas que ninguém escuta!  Como poderei eu dançar este som que a minha vida gera? Olho o Sol e a grande audácia da sua luz, eis que as palavras fazem-me sentido,  muitas vezes estar na solidão, é um trabalho criativo, e por muito idílico e poético que pareça, desgasta , fere os sentidos dos quais somos compostos…Escrever para mim é como estar num palco, onde rasgamos a alma através do que escrevemos, muitas vezes escrutinados , por olhares , julgamentos, descontextualizados que nos fazem renunciar à escrita… Ou temos alma de Betão ou então metade dos dias ficamos na vala  ardente da escuridão. Mas!! eu tenho muita sorte , faço aquilo que quero e gosto,  embora saiba que existe sempre o lado negro, utópico de colocar-me sempre numa fasquia alta e a excelência aqui, é desvalorizada….

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Hoje conto-vos que como todos os humanos eu também , em muitas situações tento ser mais forte do que todos os medos...Mas !!Nem sempre é-me possível, há fantasmas que me toldam os pensamentos, aprisionando-me na minha própria solidão, que nem o desenho do meu melhor sorriso consegue fazer com que tudo seja natural…Se formos a ver tudo se resume somente à procura de um caminho que não se encontra e a todas as voltas da vida se fecha mais! Eu já tentei ser forte mas cheguei à conclusão que não o sou, tentei carregar sozinho o mundo nos meus ombros mas não consigo de todo fazê-lo. Muitas vezes sentimos-nos assim devido aos apegos seja por coisas,  pessoas, sentimentos, levo-me a perguntar-me e questionar-me sobre a importância de tudo isto na minha vida! Porque será que não posso ser inteiramente livre? Quantas coisas deixei de fazer na minha vida por cauda de coisas e de certas pessoas? Quanto tempo me falta, quanto tempo terei ainda de investir em limpar, arrumar, e esvaziar as gavetas do cérebro…Quero escutar-me , nem que seja no meu intenso silêncio, quero escutar o meu coração e aprender a ler as lágrimas…Peço um pouco de paz, mesmo a quem nada sente… Repetidamente faço os mesmos erros,  porque quando olho em volta, continuo a ser a mesma pessoa e a ter o mesmo instinto que se resume a ser apenas humano! A vida até pode arrastar-me, privar-me, rasgar-me o destino, mas eu deixarei apenas os meus sonhos morrerem quando o meu grito já não mais entoar e a única vontade latente seja somente desistir , jamais aceitarei morrer pela irracionalidade e pelo egoísmo de quem nunca pensou em mais do que é sim próprio, este é o meu legado…Estamos todos dentro de jaulas , como se deixasse-mos de ser dignos do nosso direito à liberdade, esta é a mensagem que o mundo nos está a tentar enviar, somos apenas convidados e não donos de nada no seu espaço...

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Hoje ando à volta deste amontoado de palavras que viram e reviram no  tacho que fervilha versos de arrepiar. E é de cumplicidade que os ingredientes se envolvem para os  temperos acrescentar o singular paladar que cruza  a fantasia nas mãos que os compõe. A vida pode ser um prato indescritível de prazer, viver é como cozinhar, é um dom de quem o sente e partilha, declamando,  sons que dedilham a melhor melodia na mesa dos afetos ! Acordei muito cedo, vi o sol a nascer com a elegância de uma árvore  em flor, senti a primeira brisa a eriçar-me a pele, fiquei com vontade de apagar o som dissonante que a vida teima em mostrar, como uma voz molhada que esconde coreografias intimas numa pintura  de ultima hora em tela estática. Essa voz é o tempo, é um eco que percorre o meu alpendre sem que esta natureza se renda  á normalidade que o ser humano faz com o estabelecimento de rotinas que leva a que se façam sempre as mesmas coisas da mesma maneira. Esta previsibilidade é o maior problema da humanidade , pois exige que todos ajam , sintam, da mesma maneira o que conduz a uma cegueira enorme …Ninguém está disposto a aprender, A palavra de Ordem hoje, é voltar á dita normalidade, ou á normalidade possível, ou á nova normalidade…Todos que entrem no terço, ou seja, trabalhar um terço e produzir o triplo mas isso não é possível …Quando esta pandemia entrar pelas empresas a dentro , as empresas vão querer continuar a produzir , as crianças a desaprender, os padres a rezar, e a tentar apenas tratar o espirito…Eu não quero que vocês creiam em mim! Crer é supostamente adivinhar e imaginar, quero que optem por respeitar o próximo, sejam críticos, porque a vida não é só degraus no caminho, nem tão pouco é um ensaio para um suposto paraíso , a vida que há é apenas aqui e agora, mão há prémios de consolação nem castigos, ninguém leva consigo uma placa de registo, onde se fará uma triagem entro o céu e inferno… Não vos posso dizer mais pois também nada sei, apenas sei que esta é a nossa única oportunidade de existir, amar e usufruir a oportunidade que nos foi concedida de viver o aqui e o hoje…Para todos os que acham que precisam de um milagre, então procurem-no dentro de vocês mesmos, obrigado por me lerem pois, vocês fazem o meu milagre acontecer …


sexta-feira, 10 de julho de 2020

Hoje caros leitores , curiosos, tomei a decisão de vos entregar as palavras, que entre os dedos vão crescendo e ao mesmo tempo alimentando esta casa ao cair da noite! há horas em que já não conseguimos, sem ajuda, recordar sentimentos que habitam na mais frágil memoria de nós próprios, tanta palavra ao longo dos anos foi jorrando do olhar invadindo o sonho,  tropeçando na esquina do silêncio sufocando e amordaçando o eco da voz que se foi calando…Há palavras que se acumulam como uma cisterna de águas paradas , ácidas que nem raízes deixam germinar! É que nem só as larvas e vermes se arrastam, qualquer corpo sem vida bóia no poço dos medos deixando se arrastar nessa superfície sem fim, cheia de paredes redondas que  por muito que se estenda as mãos, falta-nos sempre os dedos como os poetas. Poetas debitam sentimentos sem dedos nos gestos que se perdem no próprio ato de se doarem …É neste biombo de escrita que a sua verdade se dissolve, não se apertam as mãos , aperta-se a garganta , ergue-se um palácio sobre as águas que todos os dias desabam e ressurgem na praia húmida onde o sol rasteja agarrado ás redes , submerso no céu nublado deste corpo de degraus, todos inclinados em milhares de lembranças que não se repetem!


terça-feira, 7 de julho de 2020

Hoje assisto ás correntes de emoções no meu frágil coração…Olho aquela espuma bravia, que se espalha no areal como uma nuvem ameaçadora, como que a dizer, que em toda aquela imensidão se aglutinam os sonhos de muita gente viva! Engolido pelo horizonte, assisto ao barco sem rumo, tanta gente que embarcou nele,  fico ali a contemplar a sua forma de se agarrar à vida! Este mar é como algumas pessoas, poderoso, arrogante, que mesmo assim acaba por fazer o aconchego da alma ! Mais uma maré que enche esta praia,  espraiando a maresia dos sonhos, percorrendo o universo dos confusos, fico com vontade de me mascarar de pescador, agarrar na mochila e no balde e avançar cheio de fé, deixar a imaginação viajar pelas quebras da maré…Tanta gente, meu Deus, vou esbarrando com outros mascarados, não sei bem de quê, mas levam na ideia promessas de peixe graúdo no intervalo de um cigarro… Ouvi insultos entre dois mascarados, ainda hoje não percebi bem porquê! Ambos  acho, reclamavam a mesma maré, e questionavam-se mutuamente porque se tinham mascarado tive de intervir, relembrá-los que nos tínhamos de fazer acompanhar com as máscaras do tempo…Tantos desencantos ocultos,  sem ombros amigos, para depositar incertezas, vão-nos deixando atormentados, ancorados a este mar que até há pouco tempo se fazia companheiro e nos acolhia nas chegadas e partidas acalmando as nossas loucuras nas praias abandonadas expurgadas de pedaços de areia…Pergunto-me se este mar é apenas água e areal? Serão só as vagas fruto dos ventos? Volto a colocar a minha máscara, como se duma mordaça de tratasse para calar as questões que a nós, humanos, nos vão traindo o que mais de nobre temos para nos fazer seguir mesmo que mascarados,  num Carnaval sem fim...

terça-feira, 30 de junho de 2020

Hoje eu sei que me perco nas palavras , mas , perder-me-ia de qualquer forma, porque na vida há muita perda , até calar e deixar de desabafar se torna uma perda irrecuperável  . Escrever torna-se uma dependência , como uma droga, porque é nas palavras que me acho,   conseguindo assim sobreviver ...Há venenos essenciais e este é um deles, composto por desalentos, emoções, sentimentos que retemos na imaginação saturada e nos escorrem pelos dedos se deixarmos…Não quero entrar em silêncio, não posso deixar o meu coração se calar, preciso que ele se pronuncie de forma clara e precisa, que revele as verdades, e nunca perca a clarividência das minhas palavras, que seja um rio desabrido que viaja para a foz com o seu dever cumprido… Este processo interior, olha carinhosamente para as cicatrizes que são a marca do nosso carácter, todo o conforto interior do ser humano é um processo difícil, é possível acrescentar -lhe leveza e  sentido para o sustentar mais. Estamos todos na corrida da vida e por muito grande que seja o nosso percurso feito, estamos sempre a tempo de recomeçar ou colocar um ponto final onde nem uma virgula cabe! Como todos os que me lêem eu também tenho momentos em que preciso de arrumar a vida e acho que a melhor maneira é começar sempre pelas gavetas de dentro. Hoje como podem ver, perco-me mesmo pelas palavras, estou muito grato a todos os que me tem lido, por saber que há quem valoriza mesmo as minhas palavras, eu tenho persistido em caminhar sempre de frente para a luz, pois só assim consigo aprender com os meus erros e escolher as batalhas que sim valem a pena eu lutar…Sabes Pai, faleceste à 14 anos e ainda sinto que te estou a perder...


quarta-feira, 24 de junho de 2020

Hoje quando todos por um, nos devíamos resguardar em casa , assistimos á perda da nossa generosidade, para com um mundo que está doente, perdido, desgovernado, revoltado… Devemos  fazer o que ao nosso alcance estiver pois só assim conseguimos a união entre a humanidade que só agora acorda ao tentar abrir  mãos da necessidade de afastamento que muito significa para a continuação dos nossos genes e cores pela eternidade fora! Apesar de tudo,  o mundo tem muitos encantos e em nós existe sempre latente a esperança, quando se olha os céus e o seu azul que rasga os raios de sol, o mundo parece estar parando, mas existe uma força dentro de cada coração que fará todos os dias o sol brilhar. Existe tanta vida para além do nosso olhar, existem tantas promessas, tantos beijos, tantos abraços que criam a ponte  da nossa esperança neste mundo cada vez mais vazio  de tudo… Mas nada é em vão, não há uma dimensão absoluta  de nada, até as pedras chegam a crescer , dos sulcos abertos no chão das lembranças inglórias do nosso esforço colectivo. Um dia vamos iniciar, eu sei,  um novo ciclo, num mundo completamente vazio, onde nada será igual, onde a persistência e perseverança será o dom dos residentes …Ainda vamos a tempo, haja “fé” pois tudo poderá ser diferente, apenas reflictam então! O mundo está a mudar, aliás , sempre teve mas não com a velocidade de agora...Este novo paradigma de desindustrialização que evolui para Fast food, faz-nos pensar nos países emergentes, e eu sinto-me cada vez mais submergente! Hoje estou assim, resta-me reflectir também então...


sexta-feira, 19 de junho de 2020

Hoje quando acordei já estavam no cais,  os barcos adormecidos das águas sem vagas… Só ai o olhar ampara o sopro do vento demorado, que arrasta os sussurros primitivos a cada degrau da escarpa navegada! Não há margens aqui onde habito, as calçadas são desertos, íntimos a preto e branco, os candeeiros repousam as mãos famintas na luz  que alumia o artesão a moldar as águas deste mar revolto a baloiçar nas paredes da encosta da minha casa! Não estou a profanar as metáforas, por uma dádiva dos céus, não… Nem tão pouco me agarro à vertigem das sombras que se instalam nas minhas margens, sou fruto de um despiste quase inocente, se for a ver, há tantos como eu,  procurando nas outras pessoas a  felicidade muitas vezes em mentiras e sorrisos falsos rodeados de verdades enganadas de vidas destroçadas em areias movediças que levam e trazem os navios parados nas praias, as barcas vazias de peixe, as redes espalhadas nas margens do areal  dos pescadores por coser…Há miséria e desgraça nas mentiras, vivesse inventando imagens, de sonhos que escutamos em eco nas palavras como se fosse um jogo que quem encontra primeiro vence, mas eu até agora apenas tenho ficado no pódio, encontro sempre em segundo lugar! Posso ate lavar os sonhos, banha-los no pensamento e na espuma perfumada da maresia, que graças à inercia das palavras me acomodo sem partir e sem voar.. Eu sei meus amigos, é preciso soprar na fogueira muitas vezes , mas se ela se apagar não podemos insistir  precisamos novamente de uma acendalha…


segunda-feira, 15 de junho de 2020

Hoje conto o tempo, mesmo que eu deixe de contar os minutos nada deverei ao tempo, sempre vivi na eternidade das situações , foi ai que meu pensar se debateu nas minhas palavras, soando aos meus gritos que eclodiram no caminhar dos meus passos… Jamais negar-lhe-ei o meu esquecimento, todos os seus segundos são sentidos pelos dedos nas contracurvas vertiginosas das minhas palavras , sinto-me deslizar nas lombas dos pensamentos, escuto-os no embate inevitável da minha loucura que jamais entenderei , mas ainda assim acho que merecia ao menos um entendimento diferente vindo de outros minutos! Na verdade são as palavras que deixam o silencio ditar nas nossas mãos vazias, a vaidade dos anos que passaram e passam pelas nossas noites desajeitadas, escuras carregadas de nuvens onde o tempo não sossega nem um minuto mesmo! Hoje estou assim, flutuando nos segundos onde as estrelas viajam cheias de cor adensando o luar , silenciando o vento no chão que reflete a brancura da luz da Lua . Chegamos a uma altura em que o tempo é apenas nós e a noite, num dialogo gelado onde se saúda a coragem de escutar o som do compasso  onde crescemos, desmaiados como uma maré que se insta-la na margem e na nudez das rochas …


sexta-feira, 12 de junho de 2020

Hoje vou falar-vos, dos  desejos calados, que , apenas os olhares trocados confessam, na causalidade dos dias que os compromissos engessam na nossa vontade. Quero falar sem protocolos, percebem! Falar da forma mais inesperada que há,  dos desejos das paixões que ainda não vivi, daquilo que nunca fui e da razão em mim que os sonhos não deixam medir! Amanha quem sabe se ousarei…Se ousarei,  falar em seios quentes e hirtos de desejo por mim, hoje apenas quero falar da viagem do olhar pelo corpo que se contrai em suspiros para esquecer o desejo que nos rasga a pele numa dança de sentidos que não penetra na intensidade dos sonhos…O olhar para mim é a porta da alma, onde não me deixo confundir pelo espaço ou pelo tempo! É um lugar onde o sexo não entra , deixou de fazer sentido, apenas os "sentidos" desdobram-se em palavras,  em telas, fazendo o olhar mover-se como o movimento dos cabelos ao vento! Como por magia, o instante torna-se  pleno,  os sonhos envolvem-se num serpentear sem malícia apenas com ternura de um ato de amor…Sonho com a simplicidade mais profunda da fantasia sem rosto,  os pensamentos são assim mesmo…parecem um muro feito de pedras encaixadas umas nas outras… Algumas, alisadas pelas memorias esquecidas num tempo tão antigo que quase já não lembramos… Outras, com tamanhos variados, cada qual com seu peso em nossa vida… Empilhadas no acaso das lembranças, com lágrimas e  sorrisos… Pedras que o tempo vai enfeitando de nostalgia ao longo dos anos…Hoje estou assim!

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Hoje consigo ver sem sonhar, fecho os olhos e atravesso a neblina que caiu aqui , como um manto que me faz esquecer sem nunca ter esquecido! Já fiz Perguntas, reticências, já tentei dar sentido a esta falta de sentido, mas a desobediência da vontade esconde a luz, não  mostra o seu brilho e me ofusca o olhar… Eu remexo a razão quando a verdade me diz não , eu , olho as marcas sem vontade , eu visto-me de noite para esconder as tempestades, mas nunca me escondo de mim, não me envergonho, mesmo que as lágrimas deslizem em desalinho num compasso sem retorno marcado, as  páginas deste pergaminho escondem-se neste céu . Como posso ver sem sonhar, escrevendo silêncios ou trancando-os no ar ? Fechando estradas, abrindo fronteiras?  Hoje despi-me dos preconceitos na limpidez de um sonho,  procurando apenas a magia no espelho da realidade. sonho, mas!! Tristemente fiquei encurralado na limitação, da expressão, que me levou adormecer…Volto assim ao sonho profundo onde a magia acontece e rasga o horizonte , mostrando a montanha perfeita onde a nascente de água se vai deixando cair,  límpida e transparente no meu rosto cansado . Vagueando nas ruas da alma,  vejo portas mal fechadas , espaços vazios, fechaduras forçadas , olhos turvos, que no silêncio acutilante vertem lágrimas  por tanta pergunta amontoada, num canto sem respostas…Deixo-me cair por apenas ter a certeza que perdi as cores com as quais um dia me pintei…

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Hoje vejo o dia como um regresso do Outono e este é a estação  mais equilibrada da alma. Ele desenha e pinta meus sentidos. Adoro os seus aromas, cores  e essa sensação de despedida que deixa no ar… Outono é saudade e recomeço… Não há momento mais bonito para se virar uma pagina, para relegar para a memoria aquilo que um dia foi ou desejou-se que fosse…É como fechar um livro e reabrir outro, onde a nossa vida foi escrita e descrita nas palavras que se vestiram de sentidos e se fizeram emoção… Abrindo um novo livro será sempre uma incerteza e esta acarreta novas sensações e emoções de dias diferentes , não necessariamente  bonitos repletos de mil sorrisos, estes poderão ser feitos de lágrimas e de dor… Nunca sabemos o que vamos desfolhar no novo livro, há sentimentos que por muito que queiramos , muitas vezes não os entendemos! Se não podemos ler um novo livro então escrevamos, escrever  lava a alma, não temos de  sarar feridas, secar lágrimas  nem sorrir, amar ou sonhar. Temos sim de viver uma outra estação como este dia de Outono que nasce em meio de dias de verão…Eu acho que já aqui coloquei, todos os sentimentos que se podem partilhar. Todos verdadeiros e sentidos. Muitas vezes nem os vivi mas os salientei como se os tivesse vivido…Mas não é por não os ter vivido que os deixo de assinar,  não deixam de ser meus, mesmo que os tenha idealizado, sonhado e não os tenha vivido. Sempre fui plagiado, sim eu sei que tenho sido,   mas isso nunca me preocupou, afinal sou humano e os meus sentidos são iguais ao de toda a gente. Eu já pensei em deixar de escrever aqui, mas iria perder o rasto aos anos que aqui passei com algumas pessoas que me são queridas, por muita vontade que alguns , passo a expressão “alarves mal formados” tenham que eu deixe de escrever, Mas!!! Eu por eles,  apenas tenho vontade de manter este capitulo e jamais deixar guardado bem no fundo da alma os meus pensamentos , odeio analisar sozinho o que sinto e por isso não o farei e não o tenho de fazer !! Assim meus amigos despeço-me com a certeza que este dia de Outono que parece despedida, é e será mais uma renovação.


quinta-feira, 28 de maio de 2020

Hoje descrevo o peso do silêncio como uma grande pedra que invade o nosso espaço , restringindo-nos ao que resta dele … O mais triste é que  sabemos que essa pedra é talvez o que está mais próximo de nós,  em alguns  momentos ,  como uma extensão daquilo que somos! Há dias assim em que todos os barulhos,  vozes,  músicas nos agridem  mas há outros dias que  é bom  recordar esse silêncio, como uma dádiva, esses dias em que o respirar nos une a qualquer coisa maior, e os sons fluem em nós… A pedra continua ali, desejo recuperar lhe algum espaço  mas lá fora estamos em guerra…Eu sei que todos querem viver um amor sem tempo e sem lugar definidos, eu sei, um amor sem passado nem futuro, onde cada momento de encontro transborde vida, e sensações. Será que ainda existe um amor assim? Será que existe algum sentimento  que não pergunte, nem responda, que seja apenas  um breve voo, a inconstância das dunas, e á suavidade de um fim de tarde. É possível que nesse lugar indefinido se cumpra apenas a essência das coisas, ou seja não as rosas em si,  mas a ideia e o perfume das rosas… Não os oceanos, mas a força e a espuma do mar. O mais difícil é aceitar que essa exuberância poderá  viver-se como quem vive uma estação do ano e não mais do que isso, senão tudo se concretiza e perde! O amor , feito para isso, para ser vivido e ser lembrado, para chorar e fazer chorar, para cuidar dos que cá ficam e velar pelos que vão…

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Hoje  há Muito sol, o dia acordou  cheio de luz, mas na minha Rua as pessoas andam estranhas, de costas viradas para o caminho. Tropeçam, caem e levantam-se, sem nunca tirar os olhos da imagem desfocada e incandescente deste dia, que lhes atraiçoa o  percurso…Que profunda  cegueira, não se distinguem os passos que dão, mas cada vez estão mais longe uns dos outros, separados por mais muros de betão. Coleccionam mentiras e desapego, as suas únicas verdade penduram-nas nas janelas, como se fossem cortinas!!! Não há flores...Tudo secou,  ainda mais lá dentro do que cá fora. Há cegueira e secura na minha rua. Só os gatos dizem bom dia.  Ainda há pouco um enroscou-se nas minhas pernas. Trazia uma chapa  pendurada ao pescoço que dizia  quero o meu dono…Há em muitos de nós uma alma que chamo , alma dos “diferentes” que é feita de luz, onde  estrelas sem morada , deslumbrantes ,  vivem guardadas para aqueles poucos capazes de sentir e entender!! Nessas moradas há tesouros de ternura humana dos quais só os “diferentes” são capazes de valorizar… Meus amigos não mexam com o amor de um “diferente” a não ser que sejam suficientemente fortes para o viver…

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Hoje deixo cair o meu olhar na paz do repouso silenciado,  onde a única luz é a plenitude  vivenciada do amor perfeito e incondicional! É na suavidade de um poema que espreita os diversos aspectos da brisa divagante que ficam entre o nascer e o por do sol…Conjugar a poesia em palavras é ver o mundo a meia luz , é limitar a busca dos viveres na obscuridade da nossa existência resumindo a mossa historia em simples atos tristes de fantasia… Há timbres sonoros que resvalam nas mãos que movimentam o contorne das letras ao fluir a ternura da paz indescritível ; há sons apenas que fazem os compassos na alquimia nostálgica da dor  adormecida a cada oração … Escrever, desabafar, poetizar torna-se viral ; é como abrir uma janela a cada dia e deslumbrar-nos com o nascer e o pôr do sol ; é deixar os olhos com rastos de água desmaiando para o mar;  é ver os pingos de chuva a transformarem-se festivamente em meras gotas de cristal! Não me arrependo de ter iniciado esta odisseia, vou-me reconstruindo como humano, sou apenas mais um desafortunado que vislumbra a serenidade nos céus porque o relógio não para mesmo quando o coração aflito segreda as angustias suspensas,  o tempo é interrupto , fica-nos o som ferido do simples tic-tac!

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Hoje assisto de longe a este manto do anoitecer  que abraça a  terra, escuto os sons e os tons das pessoas que se passeiam pelo luar…As tristezas sentidas, tem de dar lugar a devaneios que fazem,  ali bem longe no horizonte, a magia diluir-se no infinito das estrelas espelhando a luz que parece ser gotículas de prata que choram e pairam  sobre o mar inquieto…Queria que estas gotas de luz que descem dos céus , alegrassem as profundezas do meu leito e soltassem as espécies marinhas que no meu pensamento se inquietam! O mar já não me agiganta as ondas,          que se revoltam em mim, fintando as estrelas neste olhar que se magnetiza na distancia que se adensa…O vértice das lágrimas contornam as nuvens, na ternura do amanhecer, circundando o arco-íris que abre seus braços numa acrobacia que precipita as lamurias da minha existência,  vão dando o adeus aos meus lamentos .Os ventos  trazem uivos  brandos que trespassam o meu jardim , levando o perfume derradeiro da vida, sorrateiramente deixando para trás as décadas da complexidade de  pessoas da minha existência , ao longo dos tempos absorvido neste ângulo de visão que o meu silêncio foi estabelecendo …Fico acordado até ao nascer do novo dia, contemplado a suavidade cristalina das águas, que se misturam com os meus sentidos na esperança que se ilumine como um raiar de um novo dia! Olho para leste , suplicando que o dia não me deixe cair a oeste

terça-feira, 12 de maio de 2020

 Hoje falo de parentalidade e ausência desta,  até pode ser que achem estranho que tantas atitudes negativas possam estar associadas à criação de um filho, eu pelo menos acho! Mas,  é importante lembrar que, na maioria das vezes, esses pais e mães não querem , até mesmo, não percebem o quanto estão sendo tóxicos para os próprios filhos. Comportamentos como esses podem ser resultado, por exemplo, de uma criação autoritária e pouco afectiva ou de uma insegurança que faz com que esses pais busquem se reafirmar por meio do controle da vida de seus filhos, usando-os para hostilizar o outro . Seja o que for, em muitos casos, há quem defenda que atrás das atitudes de pais tóxicos está o amor e o desejo de fazer o melhor por seu filho, mas eu não vejo mesmo isso assim... Isso leva-nos a  buscar o auto conhecimento e até ajuda profissional para  caso situações como as citadas acima passem a ser recorrentes na relação entre pais e filhos. Afinal, uma relação baseada no cuidado, no respeito e honestidade,  é uma relação melhor para todos! A maior parte das pessoas até pode ter uma atitude narcisista involuntária mas existe outros que o são propositadamente até ao ridículo da arrogância, são mal formados e não percebem ou ignoram que isso vai impactar negativamente a vida e o desenvolvimento dos pequenos … Ser Pai e ser Mãe não é um titulo é sim um estado de alma  e uma atitude, sempre em prol do menor e do seu bem estar. Infelizmente há seres ou coisas , chamem-lhes o que entenderem , que não são dignos dessa dádiva de gerar e cuidar  uma vida , que para mim é a coisa que mais nos dignifica como humanos…Sinceramente hoje não consigo deixar um legado no tempo das palavras, com o louvor ao amor...No entanto tenho a esperança que um dia a ternura e o sorriso das minhas filhas seja a sinfonia de um poema ...

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Hoje palavra a palavra vou construindo um mundo, eu sei que curvei a cabeça, que desisti do meu olhar, optei por transpor num livro as folhas de uma vida. Ergui um castelo, desenhei uma utopia registei cada suspiro, cada momento como um sonho de cristal! Será um heroi quem o conseguir transpor, já que ele é feito de sentimentos. Vou recriando estrofes e palavras que a minha vida rasgou em cada pensamento que escrevi …Muita gente lê este sonho de cristal que aqui vou colorindo, mas poucos o entendem , limitam-se a desfolhar as palavras que escrevo …Fica a sensação que as palavras não chegam! Então, não sendo suficientes as palavras ditas, os sorrisos esboçados, as mãos dadas, eu sento-me e escrevo. Escrevo apenas. Escrevo sem ter para quê ou para quem! Escrevo mas as palavras não são suficientes. Nunca são suficientes para descrever o rosto perfeito, o sorriso perfeito, as mãos perfeitas, a alma perfeita... As minhas palavras não conhecem a perfeição, por isso, também não chegam, não bastam, não são suficientes para vos explicar como é o meu mundo. Não são suficientes para dizer o que sou, por isso Choro…. É mesmo assim. Choro por medo de não ser, também eu, suficiente…Não ser suficiente para o tanto que há para viver e que não me é suficiente ...

sábado, 2 de maio de 2020

Hoje falo apenas em sentimentos e pergunto, até que ponto alguém pode medir o que nós sentimos ? Há pessoas ficam nos julgando, mas elas nem se quer sabem o que realmente sentimos, as vezes nem nós sabemos ao certo. Os sentimentos são muito complexos e confusos, precisamos de tempo para poder descobrir o que eles representam... Penso que fica complicado fazer isso com influencias de um e de outro. Nos deixarem  pensar é muito melhor, afinal as nossas  escolhas vão-nos levar onde devemos  ir, não onde nossos  amigos querem que consigamos chegar! É que há sentimentos que parecem ser uma doença , que a ciência ainda não descobriu a cura, a doença mais poderosa do universo, dessa doença todos sofrem, crianças, adultos, idosos, os altos ou os baixos, os fortes e os fracos, mulheres ,  homens, até mesmo os homens que dizem não ter sentimentos  esses também amam … Uma doença estranha, sem muitos sintomas, de repente um suspiro pode ser a dose exata pra se contrair a doença do amor, um olhar que se encaixa, um abraço apertado, um sorriso sincero. Ninguém gosta de estar doente de amor, embora soframos quase sempre, sempre estamos dispostos a contrair novamente essa doença, ela nos faz sorrir e faz chorar, faz pensar e escrever, faz de nós poetas, escritores, faz de nós reféns. O amor certamente é uma das coisas mais extremas do mundo, que nos faz os mais felizes,  mas também nos pode fazer  sentir o pior do mundo, enfim para falar de amor, palavras não são o suficiente, para entender o amor não basta apenas escrever, temos que  o viver, ou ja o ter vivido.... Escrever o que sentimos nem sempre é fácil, colocar sentimentos em palavras é uma tarefa muito complicada, porque geralmente é á noite, quando estamos sozinhos em nossos quartos, que surgem  pensamentos, frutos de amoções, e é verdade, quando estamos rodeados por amigos , não conseguimos, mas quando estamos sozinhos, pensamos em coisas até antes pouco inimagináveis, que nunca seriam ditas por nós, acredito que todos nós temos um lado poético escondido, somos, afinal, autores de nossa própria historia, e essa cabe somente a nós designarmos um final feliz, somente a nós !

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Hoje estou assim como meio perdido, falta-me a destreza dos sentidos,  não sei bem como procurar o caminho de regresso a casa... Esta noite desci dos céus e ainda carrego nas asas a humidade do ar. A Noite foi fria imaginei-me como um anjo que deixou em mim a vontade de ser pássaro, e carregar nas assas os desejos de ser vento… Não sei porque para aqui vim, arrastado pela corrente, deste corpo ausente, seguindo o curso deste trajeto infinito. Não sei porque sou, o que sou, e porque ainda persisto , soa a  vazio, mas quem escreveu o silencio de palavras que eu não disse ? De quem é a obra deste destino que em mim se vai traçando?  Sei que atravesso os espaços, como um raio que antecipa o trovão, aguardando pelo som que estilhaçará o silêncio, dos pensamentos que se vão. Ainda assim prego aos céus como quem vela o sono, como quem desenha a sua sombra, que a todos os lados me segue e  conduz. Sei que esta luz encandeia o olhar, mas ao mesmo tempo, também faz sonhar. Estou aqui, sentado no canto da esquina onde debrucei o meu corpo, esperando apenas por um olhar, um eco... Hoje vou ficar na luz  para ser visto como sou , mas ninguém aqui está, todos  dormem profundamente, envoltos na própria vida… Hoje escrevo e sou apenas o suporte que transporta as letras, elas são o sentido que o lhes ofereci,  do que senti, não consigo conferir ou administrar outro uso e por pequena que seja a  mensagem, eu limito-me ao êxodo dos instantes que o mar provoca  ao esbarrar na terra, aceitando e provocando a respiração das suas pedras na ilha do tempo que há tanto tempo foi um instante ...

terça-feira, 21 de abril de 2020

Hoje vejo que nos tentam ensinar a viver "tapados", é assim que nos ensinam, é assim a doutrina a todo o momento, e é assim que acreditamos que o mundo é e terá que ser, embriagado de um fundamentalismo de senso comum em que vivemos… Já pensaram nisso? É como se durante o nosso  crescimento perdêssemos a capacidade de nos surpreendermos com este mundo em que estamos inseridos. Como se tivéssemos perdido  algo essencial, algo que os filósofos tentam despertar em nós, a indignação e a critica.. Porque há algo dentro de nós que nos diz que a própria vida é um grande enigma,  e  sentimos muito antes de aprendermos a pensar sobre isso. Em breve as plantas taparão por completo esta ponte da indignação e critica, que outrora estava limpa e ladeada de vegetação…Os  passeios dos que gostam de caminhar deixaram de se fazer. A natureza aproveita para se fazer notada, o verde ficará mais verde e as folhas deixarão de estar espezinhadas...O que era uma ponte por onde passei, ficará escondida, até ao dia em que possamos novamente descobri-la por entre arbustos que se fizeram muralhas. Agora é tempo de ficar em casa, dizem! Pensando no ontem e sonhando com dias melhores. Uma coisa que me sufoca, é saber que todas as pessoas que eu amo, um dia vão me deixar, embora façamos juras intermináveis de amor eterno e tudo mais, um dia o tempo vai nos separar, pode levar anos, pode levar segundos, pode ser neste agora, ou daqui 10 anos, mas o fato é que um dia, não os teremos mais a nosso lado, essas  pessoas que tantos amamos, que fizemos sorrir, e fizemos chorar, pessoas que nos fizeram tão felizes, pessoas que fizeram do nosso dia a dia realmente ser um presente, ajudaram a construir um passado cheio de muitas historias para contar, mas é lamentável saber que um dia isso vai ter fim, ficarão somente as historias para nossos sucessores. Acredito que a partir do dia em que compreendemos a vida, tememos a morte, a morte que é tão fria, chega de repente, e sem mais delongas, leva embora as pessoas que mais amamos, e deixa apenas a saudade para os que ficam, esperando sua vez ! Nenhum rio discute os seus obstáculos , eu sei! Até porque os rios não tem obstáculos, tem circunstancias de curso que contornam  por um lado ou por outro… Como seria bom nos tornarmos um rio. Imponentes que acumulam águas suficientes para não esperar e passar por cima, ou encontra modo de passar por baixo. Os rios não discutem , lutam ou reclamam com lamentações,  o rio aceita o que encontra e segue o seu caminho….

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Hoje as matas estão virgens, rodeadas de colinas verdejantes, o mundo transformou se num habitat de  aves com multi-cores que voam sem limitações humanas…É este o fluir da natureza em seu rito gradual, de constante transmutação, este resplendente santuário que  vai formando à medida que o ser humano se enclausura mais…Será isto um progresso ou retrocesso?! Sinais de progresso anulam o meio ambiente, porque não transformamos o progresso em florestas exuberantes e o céu turvo em azul fundo… Outrora  o asfalto , empedrado repleto de pessoas , dá lugar a vida de seres confinados a gaiolas, se conseguidos proezas destas em  estado de emergência , não o poderemos proporcionar ao mundo em vida normal?! Tanta coisa para reflectirmos ao abrir a janela da nossa inspiração, para este desprendido cansaço desumano abrir das suas mãos e traçar destinos,  sincronizar sentimentos agraciando a alma da magia das cores a rasgar a devastação humana… Não pensem com isto, que acho que o ser humano tem feito tudo mal, não…Mas!! Está na altura perceber que o amparo do colhimento não é só para o ser humano, é sim para todas as demais espécies que tem sido subjugadas à nossa conduta egoísta, arrogante, abusiva!  As nossas mãos podem mesmo em tempo de “guerra” ser elas a transportar o cálice da paz.

terça-feira, 14 de abril de 2020


Hoje  sou obrigado a exaltar mais uma vez o meu Lindo Avô e a sua persistência e perseverança de um ser único em minha Vida, infelizmente chegou ao fim dos seus dias, lamentavelmente devido ás contingências que vivemos, nem presencialmente o posso acompanhar nesta ultima viajem...São estas as pessoas especiais que permanecerão connosco para sempre, e por vezes a nossa capacidade de reconhecer o valor destas pessoas é mínima , mas quando as perdemos vemos realmente o tempo que desperdiçamos da sua companhia. Embora soubesse que mais cedo ou mais tarde iria acontecer , é muito difícil aceitar a sua perda e saber que irei deixar de escutar a sua voz cheia de ternura e o seu olhar doce e penetrante. Fica o seu exemplo de vida , coragem, luta, entrega,  sofrimento e amor...
Nada mais posso dizer aqui diante de todos a não ser que mais um pedaço de mim desapareceu, este homem a que o meu Pai se igualava ...Jamais esquecerei os meus momentos de infância contigo, quando nos visitávamos, jamais esquecerei o ultimo dia que te vi vivo e me obrigaste a levar uma couve no tejadilho do carro que suplantava o tamanho do meu carro, jamais irei esquecer o teu ultimo abraço, e jamais esquecerei as tardes que passamos sentados na secretaria que tinhas no Palheiro,  que chamavas escritório...Amo-te daqui até onde os céus te levarem.


Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...