segunda-feira, 8 de março de 2021

Hoje  ia gostar de escrever algo que soa-se a  poesia, poesia despida de memórias, vestida de vida. Neste afogar das águas... Neste desmaiar de sentimentos perante a dor...Destas  mãos cheias de nada...De todas as casas desabitadas...Da soma de todos os medos... Da pétala de flor perdida. Serio, gostava muito de escrever na sombra e vestir de luz esta minha madrugada pelos corredores da minha alma....As estradas da vida fizeram-se  escuras, mas vem ai a primavera, podemos ter perdido os céus, seus raios de sol, suas nuvens , mas!! Fica o brilho das estrelas, a fé dos sorrisos na maré e a proteção dos Deuses…Iá sem duvida adorava fazer poesia com a dança do meu corpo até a alma desmaiar, mas!!! As folhagens das arvores começaram a desabrochar, mesmo com o sol escondido num denso nevoeiro! Olho os bancos de jardim e vejo-os abandonados , esperando-me enquanto eu deambulo apenas no meu imaginário pelos belos jardins sozinho…Coisa que nunca faria só! Mas! É só,  que elevo os meus pensamentos ate caminhos nunca percorridos, neste meu mais atrevido imaginário, o banco continua abandonado, embora os dias também tenham ficado mais cinzentos, eu limito-me a esperar pelo despir das arvores , limito-me a ver o crescimento dessa folhagem , até estas  se cansarem e se espalharem pelos caminhos vazios onde o banco de jardim continua abandonado…A verdade é que a eternidade só pode existir para aqueles que creem que o tempo pode ser enganado, que o espaço pode ser contornado, e que o corpo pode suspender-se no ar, sem ter asas, e mesmo assim voar. De outra forma a eternidade é o vazio da espera, da ausência, da carência que os quotidianos não podem mais suportar…Acho que já ninguém espera um milagre, já ninguém consegue dizer que esta bem, eu sei é tão difícil ser-se assim tão grande quando nos sentimos muito pequenos perante a vida  e apercebemo-nos que ela é uma luta longa , tudo fica confuso, vê-mos as árvores mas não vê-mos a floresta ! Será que alguém me pode mostrar onde está a luz?  Porque, eu sem querer costurei  o meu coração e o banco de jardim continua abandonado!

7 comentários:

  1. O teu texto é lindíssimo, cheio de sentimento. Não te sintas pequeno és enorme, beijinho

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  2. O que rejeitarmos a cada momento, nenhuma eternidade nos restituirá essa perda.
    Mais um texto lindo.

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  3. Sempre existiu pessoas na vida a caminharem isoladas, devias pensar assim: se vais um passo à frente é claro que estarás sempre caminhando só. Sei por experiencia própria que tem dias que nos sentimos muito sós , mas também tem alguns benefícios estarmos sós . Mas olha em redor não estas só , andamos todos por esses jardins proibidos , vendo ao longe o banco vazio onde muitas vezes certamente nos sentaríamos e conversávamos , namorávamos. A vida é mesmo assim, tens um coração lindo , aberto não penses que ele esta fechado... beijinhos , Parabéns pelas tuas pipocas

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  4. Caro Paulo a bondade, o amor e o altruísmo são expressões de força, nunca sinais de fraqueza, por isso tenha muita e força , que esse banco de jardim não será ocupado com segurança e realismo no tempo certo na hora certa. Um bem haja Paulo

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  5. Sem palavras, o Paulo em meia dúzia de palavras deixa-me perplexa com a sua intensidade. Apaixonante ler cada suspiro seu.

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  6. Anónimo3/10/2021

    Só somos grandes, quando há grandeza de espiritualidade dentro de nós.

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  7. A luz está por todo o lado.... Talvez até a iluminar esse banco de jardim, que um dia não estará abandonado, vive o amor, vive a vida, com a intensidade que escreves tuas palavras,és um homem incrível, que nestas palavras, escritas com tanto sentimento ,nos levam a acreditar, por isso vamos amar, vamos viver, olhar as estrelas, vamos sonhar ... Com essa floresta, com esse banco de jardim. 💛

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