sexta-feira, 9 de julho de 2021

Hoje quando me enfileiro entre os demônios, deixo  guiar a vontade ao centro nervoso do meu interior, acuso o que decididamente me desorienta e ao mesmo tempo acomoda. Não dá para ficar à parte… As maiores mazelas moram dentro de nós, como uma doença adoece o nosso mundo, o olhar esse, fatigado anui a dor que vive à custa da nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significantes de apatia? Sinceramente não sei, se ao menos a luta fosse abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se elevar,  a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes, os calçados... Esta mudança é interna ornamenta os caminhos com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura ao redor. Que a luz desacomode e finalmente intervenha pela mudança estritamente imprescindível à minha alma com destreza e delicadeza, sem causar vandalismos na pátria que construímos dentro de nós mesmos ao longo dos anos. Mas!! O mundo é reflexo de nós. Sua manutenção nem sempre é espelho de nossas ações. Esta Pandemia tem sido uma revolução nas nossas vidas mesmo que nem sempre tudo que gira em torno dela seja autêntico, ficamos ancorados, de  coração e sonhos cada vez menos ativos! Hoje o peito devora-me em saudade, alienando o silêncio para as profundezas. Por tanto tempo estive adormecendo minhas memórias para reciclar um pouco de paz. Contudo, hoje exalta a vontade de delirar os versos do que tenho sentido, porque nem sempre é possível, nem sempre há dia para desejar e noites para amar... Nem sempre há estrelas cintilando na arquitetura esplêndida dos céus; nem sempre há olhos para admirá-las. Nem sempre as palavras nascem e se intercalam com doçura. Mas quando elas surgem, surgem, e nem sempre há alguém para quem lê-las. Nem sempre há abraços. Nem sempre falta deles ou de quem os dê. Nem sempre há beijos e dedos entrelaçados. Nem sempre há falta de afeto ou só saudade. Nem sempre há carinho. Nem sempre ...


8 comentários:

  1. Lindo de mais, é maravilhoso o que escreveste, o palavra é um dom de poucos, amei ❤

    ResponderEliminar
  2. Um balsamo para a alma. Vejo as tuas palavras dessa forma, estou muito grata por te ler

    ResponderEliminar
  3. Caro Paulo, o ser humano é como um copo meio de água, está meio cheio e ao mesmo tempo meio vazio. As suas palavras revelam um mundo que pide encaixar na vida de qualquer humano, um bem haja Paulo, és uma lufada de ar fresco neste dia abrasador.

    ResponderEliminar
  4. Mais um texto maravilhoso cheio de palavras carregadas de dentimento. É linda a forma com expressas o que sentes, o que te vai na alma. Decerto muitos se revêem na tuas palavras, situações iguais ou parecidas. É verdade que esta pandemia veio revolucionar muitas coisas, adiar sonhos , dificultar decisões, adiar o inevitável... Não deixes nunca de nos presentear com os teus texto. Beijinhos Paulo

    ResponderEliminar
  5. A idade não é a realidade que nos salva no mundo físico que habitamos, essência de um ser humano reside ao passar do tempo, isso sim nos torna eternos. Os nossos espíritos continuam a ser tão jovens e vigorosos como quando éramos jovens, o amor é apenas um estado de graça que obtemos! Não é um meio para nada, mas sim um fim em si mesmo. Uns dias temos amor, outros carinho e outros a falta de ambos, a solidão que muitas vezes vivemos não é falta de afeto, muitas vezes falta de rumo. O teu texto é muito intenso Paulo, adorei.

    ResponderEliminar
  6. Olá Paulo, que bem que escreves e que bem que exaltas os nossos receios e questões enquanto seres humanos. Somos sobreviventes opor enquanto desta pandemia, resta-nos saber onde ela ainda nos vai levar, e isso se alguém sabe , não o diz. Vamos viver enquanto temos tempo o amor e fazer dele o estandarte da nossa sobrevivência.

    ResponderEliminar
  7. Eu também te adoro amigo... Cativas mesmo com as tuas palavras, abraço

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...