Hoje procuro no interior, da minha existência todos os sentidos remexendo-os , trocando-os de um lado para outro para quem sabe ver algo dentro de mim que ainda não encontrei…Decido retirar tudo dentro de mim , para ver mesmo bem, incluindo os órgãos que se limitam a seguir a batida do dominante coração que bate descompassadamente sem um ritmo definido. Todos os momentos e sentimentos vão se agrupando nesta mesa , onde coloco todos os meus tesouros escondidos, alguns , bem esquecidos já, diga-se de passagem…Não encontro aquele que procuro , desisto, volto a arrumar tudo no respetivo lugar , tento senti-los buscando aquele que realmente me faria falta neste momento , eu que sou tão arrumado, fico incrédulo mas!! O ultimo que tento arrumar agora não entra dentro de mim, e ainda agora todos se agrupavam dentro de mim, o que se passa !? Não sei se a vocês vos acontece o mesmo mas, é a escrever que encontro nestes rabiscos, as palavras que graciosamente ficam no precipício de outras com todos os sentimentos como se fosse uma caixinha de surpresas a que eu chamarei de universo. Hoje falo para quem me lê ou segue, pois são muitos mais os que me leem do que aqueles que revelam que me seguem. Eu nunca tive necessidade de ser ou tentar sequer ser um escritor , aquilo que me move a escrever é a sensação de liberdade que as palavras me dão, assim como a força que eles me transmitem…Escrever torna-se num combustível para chegar ao intimo da minha alma onde está o único refugio dos meus sentimentos, e isto tornou-se num alicerce que me sustem e me mantem de pé. De quê me vale, caminhar , ouvir, liderar , trabalhar se tudo o que faço é sempre pouco e se tudo o que posso é sempre insuficiente, infelizmente posso pouco mesmo…Sigo como posso ! As vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito! Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo. Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. Por isso hoje ajoelho-me no altar das palavras, como se lhes prestasse um culto sagrado de silencio com as mãos e as enchesse dos nadas que tantos dias me oferecem. Em cada silaba converto as interrogações que desfolham os sentidos de dentro para fora de mim, como quem junta peças de sossego nas raízes da alma que os suspiros inventam…
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Olá Paulo , que texto maravilhoso, tu és um escritor cheio de recursos e o mais impressionante é que tens um carisma muito forte , apaixonante . Nunca mudes a tua forma de ser quem te amar aceitar-te-á como és . O caminho é para saborear e deves seguir como podes sem te limitar nunca pelo que os outros pensam ou desejam de ti. Eu seu sei muito bem do que Falas .
ResponderEliminarEu descobri que as coisas que mais nos magoam podem se tornar o combustível e o estimulante para nos impulsionar em direção ao nosso destino. Elas ou te tornarão mais amargo, ou melhor e Amar é o grande combustível da vida. O problema é que eu só encontramos postos de abastecimento adulterados. É brutal este teu texto, muitos parabéns Paulo pela coragem de o partilhares, beijinhos.
ResponderEliminarCaro Paulo, as suas expressões dão fascinantes de ler, deste teto retenho apenas uma altar das palavras, quem se lembraria disso, lindíssimo , intensíssimo, único , acho que faz bem mudar o que não lhe parece que tem solução, o Paulo merece tudo mesmo, adorei e acho que este texto sim, é um grito no escuro que merece eu lhe dizer que é talvez um dos textos que mais me tocou aqui, um bem haja querido Paulo
ResponderEliminarSe fosse de todo possível penetrar nos nossos sentidos e retira-los um a um muitos de nós veríamos a mesa vazia ou meio cheia, porque a democracia surgiu, devido ao fato de que todos serem iguais aos olhos da sociedade, mas na realidade não somos iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais mas uns nos quais me incluo e te incluo são muito mais sensíveis que outros. Sofremos mais e muitas vezes não nos entendem ou fingem num sorriso amargo não nos entender, ignorando os nossos valores e sentimentos . adoro-te e considero-te único
ResponderEliminarA diferença entre a verdade e a ficção é que a ficção faz mais sentido e tu fazes todo o sentido, parabéns vizinho
ResponderEliminarPaulo, temos que procurar a felicidade dentro de nós mesmos, fora de nós nunca a encontraremos, como Paulo coelho diz, "quando se ama, tudo se passa dentro de nós, o que está fora de nós não tem importância"
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