terça-feira, 22 de novembro de 2022

Hoje  tocaste o meu corpo como se fosses as teclas dum piano, tocado na mais profunda suavidade deste aprendiz que me intitulo, com a leveza das palavras que traduzem os nossos tons,  nos momentos que sempre sonhamos. Sacias-me a alma que carrego no fulgor da paixão que semeaste e acariciaste o meu presente que padecia num futuro ausente. Sacias-me quando...  abraças-me na tua suavidade mais dócil que abraços feitos de sonhos do mais puro céu, como se me desses a pureza duma melodia só para mim. Sacias-me...Na tua entrega de palavras notáveis, ditas no silencio de todos os nossos olhares. Sacias-me sempre, com os teus olhos que me fazem  cavaleiro da nossa viagem interminável.. Sacias-me... este corpo imperfeito,  desnudo e ausente de sabores, que silenciam as minhas feridas sentidas ... Inundas-me...  Num golpe de magia, transformas as tuas mãos gélidas em fumegantes e quentes suores. Completas-me... E agora é nos desenhos das nuvens no céu, que o teu rosto é desenhado pelos raios do sol, nesta aberta que ele hoje fez  no bocejo da paixão que  acaricio no teu beijo. Sacias-me... como sempre desejei e amei...Há em nós uma essência no toque, que desenha nos nossos gestos o paraíso nunca vivido, não tenho mesmo palavras, que descrevam com detalhe a sensação das pontas dos meus dedos a percorrer-te, é como se as minhas mãos viajassem pelo espaço, ou entrassem por uma janela indiscreta onde te olho te toco que sinto , na verdadeira inocência dos sentidos. Sinto que desloco de mim uma brisa, sinto-me um cometa, rasgando com o fogo na nossa intimidade que se expressa na saudade que a distancia dos nossos dias implode nos conceitos que o amor quer impor… És o som que bate no meu peito, o meu jogo da razão,  onde o amor é um sentimento mais simples quando te tenho a meu lado, isso é o meu maior momento magico que adorava perpetuar! Hoje vejo esta chuva miudinha cair, sobre as minhas sementes para quem sabe as fazer crescer nesse teu rosto em flor . 

 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Hoje escrevo só para ti, verdade! Sem medo dos olhares, apenas para ti, que és o meu horizonte , o brilho do meu olhar, o sorriso lunar, que me faz estrelar como se fosse uma constelação, cintilante no luar  que me faz parar o  tempo. Hoje fechei-me no teu  abraço, abriste o olhar e o teu sorriso e isso bastou para me preencher. Fico com as mãos na gratidão da pausa do nosso tempo , essa lembrança em  silêncio dos  desejos conjuntos. Embrulhamos os céus com as lágrimas em vénia ao vazio que consome,  crucificando o sentir no perfume dos nossos beijos.  Não gosto de sentir a tua ausência, esta é mais forte que eu e por mais que te envolva com os braços , sinto sempre que podia ter aproveitado mais. Os deuses não se calam em mim, oiço  preces dos imortais , e só as palavras me levam pra longe, para onde o dia e a noite se cruzam... sem se tocarem ! É nesta paragem de tempo, que me sacias, sussurrando com uma folha em branco que preencho com os meus sentires, e perfume que fica parado entre a glória do teu destino e o cheiro do mapa que me guia a teu caminho…Escrever-te é sonhar pelas tuas mãos, é contar palavras dentro dos  teus versos ,  é gerir o silencio dos nossos corações…É lapidar o único diamante que reluziu na minha pele, é inalar o opio que o teu corpo transpira . Eu acredito que quem escreve , pernoita sempre no sonho, e muitas vezes os seus versos , não traduzem  as mensagens puras que neles se depõe, à noite as palavras são sempre diferentes, traduzem silêncios, que nos desnudam o corpo , que mais hei-te dizer , à noite nada coincide connosco , ninguém o sabe explicar nem sequer nós mesmos…Há dias assim, acordamos como se tudo estivesse extremamente próximo,  e toda a nossa vida coubesse num simples poema, porque sempre que mergulho em ti , inundas-me! Espero que esse teu brilho,  simplesmente me reflita  neste verso que escrevo com o teu cheiro que é o tema da poesia onde me submerso.

sábado, 5 de novembro de 2022

Hoje Tenho saudades da urgência de querer escrever...Sabem aquela sensação que nos faz dobrar os papeis pelos dedos cansados, urgindo guarida apenas na almofada…As ideias ficam mal paradas pela boca a salivar nas palavras que morfaram na mesa vazia, mas sem sentidos não há palavras que cheguem, pois estas sobrevivem apenas no eco inseguro que se fecha em rochas que nem o mar desfaz…Vale apena estar a dizer o óbvio? Vale apena deduzir as palavras do passado como se fosse uma pintura? Penso que não…Eu já inclinei o peito perante os olhos a brilhar , mesmo quando um rio de sal se istinguia deles! Eu sei bem que há pessoas que conseguem moldar emoções como se estas fossem noites de puro encanto, eu sinceramente não sou de todo capaz! Aprendi a lição da vida que me fez mergulhar num puro e duro silêncio, hoje recuso-me a escrever sobre verdades juradas, mesmo que elas se espalhem pelo chão como folhas secas de outono. Será que neste vento cabem todos os gritos? Muitas vezes me pergunto se existimos mesmo, pois há sempre um passo que fica por dar, onde um templo é presença e ausência é paz…Parece um paradoxo eu sei, e por muito que façamos voos vigilantes a poesia quebra sempre quem se aninha e embriaga na fonte do outro lado da ponte …Hoje estou assim , não sei definir se sinto o reflexo do espelho ou se a luz dele me encandeia , por isso, percorro palavras pelos lugares onde a minha voz não ecoa , escrevo como se as palavras fossem a minha fonte de água fresca porque só assim sei ser !  Diante dos silêncios eterniza-se a parede de cimento,  onde mais uma vez as palavras esbarram nesse  escuro onde tanta gente passa…Floresta de sonhos plantados por baixo dum céu que escurecido faz germinar sensações onde ninguém dança ou canta…Nada se mexe,  perde-se o ímpeto a velocidade, até a solidão se perde diante dos silêncios nessa noite como se ela fosse um pedaço de chão que nos recebe…Vou varrer estas folhas do chão? Procurar debaixo delas uma passagem ?  Ou vou sentar-me e esperar,  pode ser que um dia as folhas do Outono se revoltem com o vento…

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

 Hoje sinto que há abraços que são verdadeiras casas,  parecem ter um alpendre onde sentimos que estamos no lugar certo, por ele avistamos a porta que nos mostra um chá encima da mesa  para nos confortar e nos faz refletir e ter a confirmação eu por fim estamos no lugar certo e por fim que o destino se une ao sonho e se cumpre…Hoje estou assim,  suspiro-te na alucinação que me embala e estremece do rasgar da alma ao abrires a escadaria do meu ser, sinto que vão ficando intactas a memorias dos locais onde espalhamos cores juntos . Não tenho a capacidade de prolongar recordações num recanto clandestino do meu cérebro, não faço esboços de olhos fechados,  nem tão pouco me estendo nos destroços de algum pensamento , prefiro rabiscar , semeando, convertendo os desertos em estrofes traduzíveis nas noites quando tudo repousa sobre o brilho das estrelas que o silencio nos impõe … A noite aconchega-me e a fragilidade é apenas por envelhecermos a sonhar sonhos já sonhados…Eu já escolhi o recolhimento mas hoje escolho-te como mais um ponto de luz na minha vida , que me guia e me acompanhara até eu me sucumbir deste mundo… Eu tenho sorte em te conhecer , sorte de amar , tenho a sorte de a mim teres chegado, de seres o presente. Quero um mundo ao teu lado, dividir os sonhos, dividir as dores,  e de cuidar dos nossos sentimentos em comunhão contigo! Quero dançar pelas ruas, vestindo-me de sonhos pois as bermas das minhas estradas tem sido percorridas sem publico e no escuro… Acaba por ficar pouco por dizer embora se possa dizer muito, a vida é efémera e acaba por ser tão pouco nossa! Tudo pode mudar, o tempo está a ter uma resolução diferente, fica-nos sempre a duvida do que deveríamos fazer e viver, amanha podemos não ter tempo de viver tudo o que sonhamos, sentimos todos os dias a nossa fragilidade enquanto humanos em relação á vida e ao poder que temos sobre ela…A esperança ainda nos invade mas temos tanta duvida…Resta-nos viver, amar de uma forma única, conjugando todos os tempos desse sentimento nem que seja em versos de um passado, presente e futuro, aceitando o que temos e afirmar-mos que não vivemos nada em vão!

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...