domingo, 14 de abril de 2024

Hoje pergunto porque gostamos de alguém, será apenas pelo que o outro é, ou pelo que nós somos quando estamos perto? Amamos alguém não apenas pelo que fazem de si mesmos, mas pelo que nos fazem a nós mesmos, talvez também por ignorarem as possibilidades do tolo que somos, por aceitarem as possibilidades do bom que somos...Amamos por fechar os olhos às discordâncias dos outros, e por acrescentarem música em nós através da escuta dos silencios. Amamos por ajudar a construir da sua vida não uma taberna, mas um templo. Amamos por fazer alguém feliz sem uma unica palavra, sem um toque, sem um sinal, apenas sendo um ser próprio e ímpar. Talvez afinal, isso é o que o amor é, ser para os outros e para nós proprios...Mas, precisamos aprender a colocar limites, não é por desempenharem um determinado cargo na nossa vida que isso lhes dá mais ou menos, autoridade, porque a verdadeira autoridade não é imposta, é reconhecida, perde-se ou ganha-se, dependendo da confiança entre partes... A confiança não se inventa, não aparece por decreto, nem por recurso ao medo, à culpa ou à vergonha. A confiança precisa de cultivo, surge naturalmente pela qualidade da relação!Hoje persinto e sinto que há uma razão egoísta para perseguirmos a felicidade de forma icessante, é que ela dá um pessoalíssimo prazer e de conforto unico no ser humano. Porém a felicidade é mais do que um ingrediente individual, ela muda a visão do mundo. A felicidade é a coisa mais revolucionária que existe em nós e mesmo sem palavras, inclui, abraça, integra e a cada um, oferece um lugar onde crescer. Hoje tenho vontade colocar de lado as palavras, as pobres palavras usadas, até ao fio, vexadas até, perderem o mais leve sinal da sua intenção primitiva, de nomear coisas, seres, e as efémeras paixões que a vaidade aparelhou, antes de receber a curta, a irrebatível lição que cada palavra carrega...Hoje nem consigo mais orar por elas, nem exibir os desejos na parca extensão dos meus sonhos, porque cada palavra, enfim, caiu ao poço fundo arrastando os seus tributos na sombra e na desventura! Hoje recuo de mim mesmo, neste caminho da dúvida... Extenuante esforço analítico do meu espírito é tal, como uma espada, rasgando o olhar, mostrando-me os pontos mal acabados, na escuridão que se exalta sem vaidade e me inebria, mesmo sem bordar deixo o meu pequeno ponto de luz nos céus!

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Hoje nesta tentativa de entender o mundo, perco-me em palavras que sei serem ocas, sem sentido, tentando acreditar nelas a qualquer custo, decepcionando-me em seguida quando acontece o inevitável e me apercebo que eram vazias de significado. Afinal, as palavras são palavras, nada mais, e se não forem acompanhadas de actos perdem-se no tempo, perdem a sua força e transformam-se num passado distante e irreal do que uma vez foi um sonho. Não que sejam sempre falsas, mas sós não têm o poder de perdurar numa vida repleta de mudanças e adversidades constantes...Algumas das vezes, são palavras ditas com o intuito de alcançar um objectivo, outras, são palavras em parte sentidas. Meias palavras, meias verdades... Cada qual tem de interpreta-las, fazê-las suas ou deixá-las voar como notas de música ao vento. Palavras que mudam com cada resposta, cada gesto, cada acção... impossível saber para onde vão, e dificilmente descobrir de onde realmente vêm todas elas! As palavras têm a capacidade de se transformar, podendo adaptar-se a meio, adoptando a forma dos lábios que lhes dão vida e dos ouvidos que as recebem, por isso tanto podem ser rosas como, espinhos...Mas elas são muitas vezes, tudo por serem a forma básica de nos fazermos entender...Somos feitos de infinito, que essa longevidade esteja à altura, à largura, à profundidade do infinito que somos. Que sejamos desmedidos sem fronteiras, até certo ponto com um só sentido! As palavras não tem limites em nós, precisam de se expressar também sem limites e fronteiras, porquê? Porque a toxidade dos outros, em vez de nos ajudar a expandir, fazem-nos contrair, porque às vezes somos nós que nos enganamos e, em vez de sentimentos gratuitos, vivemos apenas de apegos daquilo que recebemos dos outros...O ser humano pensa muito e ama muito pouco... Premedita situações, asfixia, invadem, abafam, tramatizam com a posse , com o abuso, com a manipulação e isso não é violencia fisica é psicologica , é ai que deixa de haver o amor e passa a existir o sequestro... Nem o maior dos santos está isento de amar pobremente!

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Hoje a vida não se mede somando apenas pontos, não se mede pelo número de amigos que amealhaste, nem pela forma como os outros te aceitam… Não se mede pela importância da nossa família, pelo dinheiro que tens, pela marca de carros que conduzes, nem pelo local onde estudaste ou trabalhas. Na realidade a vida não se mede de todo pela tua beleza física, pelas marcas de roupa que usas, nem pelo teu gosto musical! A vida não é nada disso. A vida mede-se segundo a quem amas e a quem magoas, a felicidade e a tristeza que proporcionamos a nós e a quem nos rodeia …Mede-se pelos compromissos que cumpres e pelas confianças que atraiçoas, pelo sabor que deixas na boca dos outros com a tua presença e com as tuas atitudes. A forma como gerimos uma amizade, pode ser usada como algo sagrado ou como uma arma, do que se diz, o que se faz e o que se quer dizer ou fazer, seja maléfico ou benéfico, juízos que formulas e a quem ou contra quem os comentas…A forma como gerimos os ciúmes, do medo, da ignorância … A forma como lê-mos o amor, o respeito, o perverso como o cultivas e de como o regas. Não há mesmo forma diferente , ou regamos o coração dos outros ou então não alimentamos o melhor de nós! É o livre arbítrio só nós podemos escolher a forma como vamos afetar os outros, e essas decisões são do que trata a vida, ou alimentamos o melhor ou optamos pelo pior… Na realidade a vida nem sempre é justa , mesmo que sejamos o melhor que consigamos em cada situação, porque fazer bem a alguém, é fácil, uma graça até, fazer o bem é mesmo um dom, manter essa postura é uma virtude e uma luta constante… Por isso e muito mais , hoje, procuro no meu interior, todos os meus sentimentos, remexo-os, troco-os de um lado para o outro, tiro tudo para poder ver melhor...Um a um, vou tirando os momentos e sentimentos que fui guardando ao longo dos anos, alguns, tesouros escondidos, outros até esquecidos... Ponho-os sobre a mesa, não, não encontro aquele que procuro! Volto a guardar cada um no respectivo lugar, devagar, tentando senti-los, um a um, buscando aquele que me faz falta neste momento... Tinha de o ter posto no lugar do costume, mas! Isto acontece-me quando as coisas não correm bem, ou como eu gostava , parece que desapareceu...Ainda agora os tinha todos lá dentro... Espreito para ver o que se passa...Aí está aquele que procurava. Como sempre, diante dos meus olhos, parece que só eu o vi ele não me viu de todo !

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Hoje a emoção que escorre, que se esvai. Foi a emoção morna, que deslizou, que lavou, que sujou, que não aflorou. Emoção que dissolveu, que misturou, que se cristalizou para então se liquefazer novamente. É essa força de vida que insiste em negar sua frialdade orgânica, equacionada. São as lágrimas de um ser há muito tempo incredulo pelos sentires... Um ser que não é, não chora copiosamente em sorrisos de chuva serena e imparcial. Vertendo as suas gotas de Existência... É que só és feliz quando não exiges nada da vida, mas sabes agradecer tudo o que a vida te dá, só és feliz quando reconheces pessoas especiais no teu caminho e fazes questão de as guardar no teu coração... Por isso digo, que somos felizes quando compreendemos que ser amigo é ser fiel, é ser companheiro e é ser presente, mesmo quando a outra parte se resguarda...Somos felizes quando percebes que vencer na vida é ser genuíno, é ter a consciência tranquila e ter paz interior, mesmo que isso te faça dobrar perante as adersidades ... És mesmo feliz quando aceitas que a vida te tira o supérfluo e te dá apenas o que precisas para gerires. Somos felizes, quando entendemos que temos muitos defeitos, e eu sei que os tenho, mas, também temos qualidades e que tudo junto origina alguém impar numa luta para sermos todos os dias melhores...É mesmo assim, as pessoas felizes, não tem tudo, mas tem o melhor da vida amor e paz...O resto batalhamos para conseguir, porque temos alguma força, otimismo e resiliência! É possível encontrar a chave da felicidade! O sentido de vida, a paz interior, porque há coisas que não estão à venda! O amor é sem duvida o nosso mais estranho hóspede, quanto mais nos tiram mais nos enche e eu, passei metade da minha vida amando os outros, esperando também essa retribuição que é uma dádiva, ser amado! Mas acabei por me dar conta que esse tempo, passeio desperdiçando-o e por seu turno, eu acabei des-pe-da-ça-do...Hoje sinto-me completamente imerso no silencio, deixei-me mergulhar nas suas águas, arrastado pelo seu curso de forma imóvel , impercetivel como palavras que se amontoam no nosso silêncio ferido! São os afetos engolidos na silenciosa implosão do sentir, fazem cair os desígnios nas recordações timbradas na vida. O que se ouve, são apenas ecos de portas que se fecham, mas que ainda permitem a passagem de esperanças e desculpas... Imperam os destroços. Não há vencedores nem vencidos, o respeito e o desrespeito apenas dizem de que lado é que o vento vai soprar...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...