segunda-feira, 17 de junho de 2024

Hoje vivemos mil vezes em apenas uma vida, lutamos por causas perdidas muitas vezes sem sair vencedores. Viver é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos...É caminhar na dúvida cheios de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol, é alcançar o sol num dia de chuva, é chorar de alegria e muitas vezes, sorrir com tristeza. É e será sempre acreditar quando ninguém mais acredita, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é esperar quando ninguém mais espera, é identificar um sorriso triste e uma lágrima forjada! viver por vezes é ser enganado, e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço, e emergir sem ajuda, é estar em mil lugares de uma só vez, é fazer mil papeis ao mesmo tempo, é ser forte mesmo quando nos sentimos frágeis...Viver, é nos perdermos em palavras e depois perceber que nos encontramos nelas, é distribuir emoções, que nem sempre são captadas, é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever...Viver é e será sempre, construir castelos na areia, ve-los desmoronados pelas águas, e ainda assim, amá-los, é saber conceder perdão, é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar, é estender a mão a quem ainda não pediu e doar o que ainda não foi solicitado... viver é não ter vergonha de chorar por amor, é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço tendo a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções. É ser pai dos seus filhos, tendo confiança no amanhã e aceitação pelo ontem. Viver Hoje é desbravar caminhos difíceis, em instantes inoportunos, içando a bandeira da conquista, mesmo que nem sempre consiga entender as fases da lua ...Os filhos não são nunca nossos, pertencem a eles mesmos, mesmo que não consigamos concordar com tudo o que fazem! Por estranho que pareça , só temos obrigações para com eles, e o direito que temos é apenas de lhes fazermos as malas, colocando cuidadosaamente todo o tipo de utilidades, ensinamentos e valores... Gostariamos que seguissem sempre o melhor roteiro , não o mais fácil, mas o mais honesto...Há muito de nós que não conseguimos partilhar, não que não queiramos , mas são eles que não querem...Hoje viver é ter a alma em peso de luz, peso da música, peso da palavra, peso das lembranças, peso da saudade, peso do olhar, peso da ausência, peso das lágrima, peso de tudo o que é imaterial que sentimos como a solidão no meio de tantos outros como nós!

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Hoje pinto quadros surrealistas nesta tela da vida, desusada no rosto da culpa sem mãos na procura da agulha neste palheiro em chamas …Tenho as cores distorcidas burlando o olhar, a definição das imagens perdem-se na miopia das palavras sem som como linguagem gestual que nem um surdo mudo consegue explicar… Mas! Movo-me de forma invisível, de tão minúsculo que sou ,mas hábil nas renuncias que a gravidade dos sonhos nos obrigam a construir neste baloiçar da razão no mundo de um Deus só! É difícil encontrar a estrada certa, neste salpicar de sonhos e estrelas que nos focam na estrela polar que nos pode orientar… Ou asseguro, ou rejeito ou até mesmo, afronto todas as regras e privações que hostilizam a liberdade de um ser! Todos temos habitos diferentes, uns olham para as janelas ao seu redor, outros para as janelas do fundo, uns removem as cortinas da janelas outros fecham-nas por isso são obrigados acender as luzes muito mais cedo , esquencendo-se do sol, e do ar que vem de fora...Uns tem habito de acordar de manha em sobressalto porque já passa da hora, estão atrasados até para tomar um café, não leem os jornais porque não podem perder tempo...Ou comem uma sandes porque não tiveram tempo de almoçar...saem a correr o trabalho para tentarem deitar cedo porque já perderam o dia sem o ter vivido! Outros, abrem o jornal e leem sobre a guerra, aceitando-a , ignorando as perdas humanas, aceitando os numeros sem acreditar numa paz vindora! As pessoas acostuma-se para não se "ralarem" preservam a "pele", evitam feridas, para poupar o peito e a vida que aos outros se gasta de tanto nos acostumar-mos até a ela se perder a si mesma...Como nos perdemos, na nossa essência, no nosso querer, no nosso saber, por isso, hoje apenas escrevo como quem leva os dedos em chama evitando a pele, para não abrir mais fissuras nos cálices de mar salgado na alvorada dos desejos que voam sem asas! Sou a sintese de todos os meus ecos, muitas vezes silencio um a um para que outros irompam os seus, faço-me intimo da raíz do tempo onde cada palavra repouso docemente na fantasia do horizonte distante, onde as luzes se escondem lentamente na espera ao por-de-sol.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...