terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Penso que Deus há-de recolher as lágrimas de todos nós e fazer com elas o mar! Olhar para a imensidão do azul que nos cerca é olhar para os olhos de todos nós que tivemos a humildade de chorar! Quando o sol as bebe, as lágrimas sobem ao céu e tomam a forma de estrelas ou de pingos de chuva. Outras vezes, solidificam no fundo do mar e disfarçam-se de pérolas. O mundo é feito também da matéria das nossas lágrimas. Elas são a voz da nossa humanidade. valem todas por igual. As estrelas do céu são pedaços de nós...

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Sinto-me um mero cais !!digo-o eu muitas vezes; ou poderia tantas outras vezes dizer eu estou um caos! E seria sempre parte da mesma verdade.Penso na minha verdade. Na verdade como meu destino e o caminho que abro até ele. e esta  verdade pode estar nas palavras que nos definem, mas quanto fica por dizer, não menos verdade, apenas por não termos como!? Há palavras que nos enclausuram e silêncios que nos libertam… se os soubéssemos ouvir! Quantos pensamentos vivem em nós escondidos e se esvaem quando tentamos verbalizá-los? Não fará isto parte do que somos? Serão estas verdades menores? Mas !!! a  verdade não se esgota na mera repetição. Aquilo que repetimos é como um porto seguro, limitado mas conhecido, e há aquilo que só com alguma coragem consentimos dar vida. E eu preciso desvendar verdades e palavras fora da repetição, cortar amarras e explorar, entrar no silêncio e transformá-lo, dar voz ao que sinto, pois sinto-me mais que um porto seguro. Por vezes o silêncio segreda-me um mar e um horizonte, e outras formas de os contar!Quando me penso sinto o dualismo da realidade e do sonho, do poder e do fracasso, do potencial e da inacção, da vontade e da cobardia. Porquê devo eu confinar-me ao conforto do habitual, quando me vejo capaz de arrojar?! Que medo me silencia outras verdades quando no meu sonhar eu consigo GRITAR? Sinto que por vezes devemos considerar desequilibrar a balança onde colocamos a nossa razão, mais habitual que racional, monótona mas cómoda, e a nossa intuição, tantas vezes certeira mas ignorada, ou esta Inquietude não estaria em mim, a impor-me mais....
Hoje chamo à minha noite vazia…Ao meu olhar de pétala do entardecer…Hoje transformo-me numa folha caída !! Hoje sinto-me nu de mim..Despido do que sobrou da ilusão, sinto-me uma palavra numa pálida boca…Num triste sorriso…despido de sonhos!!! Ergo este silencioso grito…num corpo vestido de solidão que comigo dorme à noite…O vazio dos abraços é apenas um silêncio sufocado…e as mãos sem nada e eu sem mim, adormecido no passado que me retém e prende…Sigo sem laços neste tempo que se esvai...Mas!!! Não sou o único acordem, há momentos em que parecemos viver num baile de máscaras...Olhem à vossa volta e percebam... As pessoas usam artifícios que as mantêm íntegras... assumem falas e posicionamentos que as tornam parte de todas as tribos...Elas buscam ser mais uma no meio dos demais, pertencem ao grupo da maioria. A necessidade de pertencer, de ser aceite é maior do que a necessidade de ser o que realmente são...

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Este vazio,  que moldo e gero é um estado,  uma cratera profunda, onde ecos, ocos, são  na alma da carência !!! Vazio que se transforma em sobressalto incessante, onde tropeço a cada passo, nas frágeis raízes, que alimentam, a minha fragilidade. Que  vazio, é este espaço, em branco, onde só as palavras, ocupam espaço, onde a cama continua despida, fria...  Que  vazio é  este, que chega a soar vencido pelo reflexo, que vejo de mãos dadas, quando sentado, beijo o  mar.  Queria eu  percorrer descalço o lamaçal desta vida mas o amontoar  dos versos que aqui escrevo não passam de uma  brisa fresca da manhã... Poderia eu tatuar a alma com a delicadeza dos gestos imperfeitos mas continuo apenas a anexar  as emoções que os beijos não selam !!! Talvez então seja melhor dedicar-me a um amontoado de palavras, que, sem saber escrever consigo na mesma o silêncio da intimidade despido pelas lágrimas...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Hoje sinto-me à deriva como um  barco neste mar de vida que se adensa, navegando por entre as ondas, neste mar turbulento que  tem sido para mim...busco dias de acalmia, sem dias de tempestade. Queria ver dias de sol sem chuva onde as noites escuras fossem  estreladas!! Procuro ali bem longe o farol,  farol que me guie para um porto seguro , acho que já o vislumbrei mas voltei a perdê-lo...no meio de uma tempestade apenas e simplesmente procuro sobreviver...Tento não naufragar, mas mesmo à deriva preciso navegar com um brilho nos olhos que me dê esperança de um dia aportar em porto seguro...Era lá que queria adormecer , no teu colo , não sei, talvez no teu ombro , no teu braço num gesto imperfeito assim como um beijo!!! sentir-te e adormecer... e é no adormecer que tudo começa, começa a vida, o sonho, a liberdade da alma, da vida . Assim adormeço nem sei onde, nem com quem, nem porque? Dormir será perder tempo ou ganhar vida ? A vida que sonhamos, imaginamos, queremos, se a dormir conseguimos viver, porque não acordados!? Quem me dera que os dias tivessem nestas alturas 25 horas , apenas para desfrutar um pouco mais ....

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Muitas vezes o mundo não nos entende, e eu já não me importo que ele não me entenda…Todos nós temos de lutar contra o que achamos errado, para isso acontecer basta perceber que há outras soluções, na vida! Ninguém vai viver a nossa vida, ninguém sente a dores de outrem. Na esmagadora maioria ninguém vai seguir o nosso caminho. Mas!! há sempre quem nos segue e apoia, existem amigos e existe gente para quem somos extremamente especiais apenas por sermos como somos. Posso confessar-vos que já me bateram palmas, infinitamente, que já senti a pele queimar sob o foco das luzes. Mas !! Fartei-me de tentar procurar um sentido naquela peça de teatro constante à qual chamo vida. Já subi em palcos onde se recriava a minha morte numa veste de vergonha suja de solidão, já representei a saudade onde era ovacionado de pé, por fingir a tristeza mas!!! A felicidade era da vida que representava e não da morte que vivia. Já sustive a respiração numa longa apneia de namoro com o silêncio que me acompanhava. Já fiz do meu silêncio uma casa , um abrigo que preenchia-me como mais nada poderia fazer. Sim hoje já ninguém bate palmas pois perceberam que atores somos todos, já todos vós subiram a palcos como eu, uns representaram outros fingiram a vida quando nunca souberam viver …

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Hoje olhem para mim e decorem-me o sorriso ...Parece que vou de viagem, nunca mais me irão ver ...Vivam-me como nunca viveram , sintam-me com nunca o fizeram, cai da minha alma , tropecei na descida e  agora podem ler os meus pensamentos, vejam tudo, amanha não sei se estarei aqui . Amanhã tentarão entrar na minha alma e o meu corpo estará deserto. Amanhã podem procurar o meu sorriso, mas, apenas as lágrimas estarão tatuadas. Amanhã não vou reconhecer ninguém o meu olhar será vazio. Quem eu sou hoje, nunca se esqueçam! Se algo disserem de mim, não se sintam na obrigação de ripostar... Posso atravessar as noites como um fantasma triste, vagueando sem destino, não me sinto melhor nem pior do que um dia fui... estou simplesmente vazio, despido de vida, despido de todos os sonhos, mesmo dos que já realizei…Quando caminho, as minha pegadas fazem ressurgir o passado. Renascem vozes dos meus passos, ouço-as vibrando dentro de todo o meu vazio… Por muito que caminhe não projecto sombras , não há luz para que as tenha... há apenas a noite que atravesso neste corredor que não me leva a lado algum… Sinto-me um mero fantasma deambulando pelos sonhos alheios, imóvel, sei o que procuro e o que certifico de que não vejo. Vazio, sempre este vazio...Não foi assim que imaginei os sonhos! Imaginei que, em algum momento algo iria chegar e eu já não ia ser apenas e somente um fantasma vagueando nas noites de tristeza, aquelas noites que não amanhecem e que ficam dentro da alma, acorrentando-a ao chão frio de não saber o que vem amanhã. Imaginei que ia sorrir mas fazê-lo com todo o sentido. Sorrir de verdade, com aqueles sorrisos que não esmorecem e que ninguém rouba. Mas hoje apenas vejo-me atravessar a noite fria, passando pelos mais íngremes penhascos como um fantasma, saltando sem medo para o precipício… Eis que acordo dos meus sonhos. Não sou nem nunca serei um Fantasma! Posso até avistar o penhasco neste corredor de vida, que este velho amigo de todas as horas, continua comigo, jamais me deixará … Hoje acordei de um sonho que não era meu e apenas abdico daquilo que não acredito...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Todos nós temos dramas na nossa vida, mesmo esquecendo as lacunas. Podemos viver do nosso aspecto cuidado sem sombras e nuances incorrectas, que jamais conseguiremos desenhar um olhar perfeito de estrela. Se conseguisse-mos nas nossas acções projectar algum conteúdo, poderíamos ser o grande filme de fim de semana. Digo-o sem desprimor para o cinema, adoro cinema que nos enche as horas vazias e recria sonhos comuns em pessoas como nós, mais comuns ainda... Para que tudo mude nesta vida viajamos nos sonhos com o amor. Ele nasce pelos belos olhos e nas belas palavras , termina normalmente num coração quebrado que outro amor, tenta reparar com as novas viagens ao mundo das esperança. Vocês , hoje já pensaram nos olhares que se perdem, vagando, à procura do amor? Para chegarem à conclusão que o vosso amor deviam ser vocês mesmos. Saltamos nuvens , muros, apenas pelo conceito da procura da caixa perfeita onde hipoteticamente ficaríamos no espaço seguro.. Para desconforto basta o nosso pensamento e a ideia de quem inventou a calçada desnivelada que ciclicamente pisamos! Todos nós temos os nossos dramas sem a mínima duvida….Hoje sentei-me na minha Praia a ver a vida passar, agora que quero viver , não encontro nada meu, não sei se as palavras são o melhor ou se devia parar de as escrever, não sei se o melhor é acreditar em sonhos ou viver a realidade. Nem sequer sei porque a realidade não pode ser sonhada! Hoje sonhei-te! No meu sonho eras mais que tu, de ti apenas conheço o que me fazes sentir onde quer que estejas...

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Hoje posso dizer que todas as pessoas precisam de alguém, há quem precise de mim e há alguém de que preciso! Na soma de todas as vidas, todos respiramos juntos, o ar que o mundo dá. Eu por alguém e alguém por mim. Sei bem que de pouco valeria a respiração se nos faltássemos. Até é possível que venhamos a dar passos coordenados. Nem sempre sobre as mesmas pedras. Às vezes, vou à tua frente, puxando-te pelo braço outras vezes, vou certamente atrás de ti e deixo que me arrastes. Este é o meu universo talvez o teu, talvez o nosso. No meu, moram as perguntas no teu, a espontaneidade. No nosso devia morar a confiança que se ancora no desejo do amanhã. Se me amassem respirava e respiravam-me. Respirávamos juntos o mesmo ar, do mundo, que não nos entende, que não nos respeita..Hoje pergunto porque preciso de alguém e porque alguém precisa de mim se chego a ser inteiramente completo no seio da necessidade que me move?! Tenho 10 dedos nas mãos e escrevo com eles canções de amor que não veriam a luz do dia se não houvesse dois corações. Não! O Vosso coração não é metade do meu, o, meu não é metade de outro, eles são inteiros. Batem em compassos diferentes mas que musicam a vida de uma forma muito única. Tenho 10 dedos nas mãos e escrevo amor, imaginem se tivesse os 20 das minhas e das mãos de outro alguém...

Sabem!!! Eu hoje sei que todos trazemos escondidos na alma, pontos obscuros , inconfessáveis , que o sorriso de ocasião tenta camuflar . Todos Vocês são como eu , carregam um sorriso numa lágrima, escondida bem no fundo da gargalhada uma vontade dissimulada de chorar . Fiquem sabendo que todos escondemos na nossa alma pedaços de fantasias mortas, bocados de sonhos jamais confessados, esperanças mortas , vestidas de branco . É no olhar escondido, brilhante que temos as lágrimas retidas de um pranto que não ousamos deixar correr … Nada nesta vida é preto ou branco nem sequer o cinza ou mistura das duas cores, cada pedaço da alma , encerra tormentos , tristezas,  em nós. Temos um sorriso perpétuo tão perfeito e social que enterra no seio da alma os medos que carregamos as dores que não mudamos e toda esta bagagem de sentimentos que nos fazem na vida calar e deixar o silêncio falar ao coração com uma linguagem que não se expressa, já que há emoções que não sabemos traduzir assim como as insónias que não nos deixam dormir!!!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Hoje neste lugar distante, perdidas na noite, as minhas mãos vagueiam entre palavras, sombras e véus rasgados que acariciam rosto num vago murmúrio sussurrante. Não tenho vontade de falar, apenas escrever, quando as palavras, me soam como lâminas, dolorosas agulhas, ferem, elas cansam-me o corpo, esgotam-me as mãos que não sabem da luz dos afectos, da cor da cortesia, da aragem da carícia. Escrevo memórias, tristezas, inquietações desenho trajectos na escuridão, escombros da vivência , ruínas do passado, vazios transportados pelo tempo que se aproximam com cruel lentidão de mim!!! Hoje escrevo de mãos cegas, buscando que outras mãos surjam de entre as trevas para velar as minhas. Mas!!!! Não sei procurá-las, não ouso perceber quando alguém se aproxima… Contudo, não choro...Há muito que as lágrimas também se evadiram de mim!!! Agora, destes olhos vertem anjos cegos procurando estrelas que se afogam no silêncio

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Hoje sei que a nossa vida apenas é uma peça de teatro, uma peça de teatro sem guião escrito. Desde que se nasce até morrer. somos nós que escrevemos  esse guião , minuto a minuto, hora a hora, dia a dia  renasço da criança que fui para o ser que sou e atua nesta peça sem compasso , finjo-me alegre e cheio de vida...Mas o pano sobe e desce ao sabor dos anos, antes gaiato que se transformava em sonhos e miragens, hoje.. vivo amores de desamor, alegrias e tristezas...O pano sobe  e desce ao sabor dos dias, mas em  homem me tornei  e meus sonhos tentei realizar!!! Alguns consegui, outros nem por isso , o guião vai somando paginas de vida, páginas de alegria, páginas de tristeza, são momentos de desalento, momentos de esperança,  mas a cada página um ano de vida um suspiro de criança que me eleva e me transporta até ao que cheguei nos dias de hoje.... Poderia ter desempenhado melhor o meu papel? Esforcei-me o suficiente para merecer esse papel? Que guião me reserva ainda a vida? Quero saber será possível ou impossível saber?? Apenas sei que desejo escrever ainda mais algumas páginas, páginas onde não escreva os mesmos erros e onde não  encontre tristezas, para um dia os meus filhos se deleitem com o que vivi ... Tudo isto não passa de desejos, pois o guião é escrito a cada minuto neste teatro de mascaras que a vida nos impõe...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Hoje confesso que há muito que não moro nos livros, não escondo que tenho saudades de ler , mas recuso-me ler-me , sinto-me envelhecido pelo tempo.. Perdi a infância, esta já é longínqua do meu destino…Escrevo muitas vezes sobre o perfume da nostalgia,  vou  esculpindo nas palavras das horas vazias  o afecto forjado nas noites serenas e frias, onde propago silêncios e desejos que transponho do papel para as lágrimas que me beijam o olhar nas asas desta face vazia. Sou o mesmo de muitos outros textos, moro neste livro onde o amor  é o oficio dos sonhos, não escrevo versos mas, partilho palavras que se colam ao corpo, no pequeno fascínio da mudez da luz indecisa no caminho que  as estrelas traçaram para mim…Já escrevi sobre enganos, já dedilhei o medo nas águas da minha praia, já parei inerte subjugado ao frio de uma manha a tentar descobrir as coordenadas dos meus sonhos , mas!!! Hoje sou apenas um fascínio de palavras teimosamente procurando um espaço meu dentro de ti…

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Hoje penso que vem ai mais uma vez o dia de são Valentim e imaginei-te nas minhas horas vazias, mas nem uma palavra teço para conceder-me um tempo no paraíso dos sentidos…Quantas vezes ouvi no meu silencio que se faz, o som de uma voz calada em meus ouvidos, murmurando palavras sem nexo mas que em cada suspiro, me faz estremecer todo o meu ser num grito abafado de tanto querer… Quantas vezes, depois de a noite silenciar o dia, sinto na escuridão ocuparem todo o espaço a minha volta, deixando-me despido, com a alma aberta ! E tantas vezes fui guiado pelas emoções, escondidas dos caminhos da vida, me perdi nessas horas vazias, apenas inventando-te em cada segundo…em cada emoção, em cada desejo…Tracei linhas imaginadas pelo teu corpo ausente…escrevi rimas de loucuras no incêndio da pele que não tocavas…saciei a sede dos beijos nos lábios áridos sem a suave humidade dos teus… Quantas vezes pintei uma tela onde todos os sentidos se conjugavam num só…e tantas vezes fugi dele para não sentir a dor de ver o dia nascer e perder-te nos raios de sol que inevitavelmente viriam buscar-te desta minha ilusão sonhada tantas vezes em mais um dia de S. Valentim sozinho nesta sala que desenhou a noite perfeita…
Hoje se vivo da esperança atrapalhada e prostituída pela palavra, ou até mesmo maldição que me vai enxugando as lágrimas no lenço suado das fantasias que o passado reteve, certamente é porque o desejo ficou  na boca de alguém sem voz amaldiçoando assim a ave refém do olhar que sou... Eu sou assim , mas não sou só eu, todos nós somos um pouco ,almas vazias , pedintes de amor despidas que vibram em mentes que mantêm-se presas e cativas em vidas que foram herdadas para amar ou sofrer...É esta natureza fria de almas intoxicadas de noites quentes , ardentes onde se bebe o sangue dos cálices dos corpos pedintes , perturbados e miseravelmente entregues carentes que gera a poesia do anoitecer onde jamais desperta o dia da esperança!!!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Querido silêncio abre os braços, enlaça-me em teus  segredos!! Mas não, não me exponhas nem ao vento que os meus suspiros são só meus ...Podem até falar  com os teus,  estes suspiros que o meu coração beijou no silêncio do teu abraço ...Abraçar esta imensidão de nada é um momento um ritual de união que me cingiu a este corpo vazio que transporto .. Posso .até pairar de asas entreabertas, num voo divino almejando o  vácuo  dos sentidos, mas não me tentem ler  nesta infinidade de palavras que se cruzam nos caminhos do olhar que não provoco....Podem sim  até tentar entender os mistérios que este olhar vazio  brota, mas apenas em  palavras que escondam o meu nome, o meu perfume a minha alma os meus segredos, a minha magia que me faz levitar em oásis de sonhos e ternura. estas palavras tem um som que se esvai , quase indefinido e imperceptível assim como as suaves pétalas do arco íris que exalta poemas de sol e iluminam a escuridão da espera... Toca nas minhas mãos e no céu,  desenha  a eternidade que a melodia sussurra num coração como o meu!!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Hoje posso dizer que não há pontuação, vírgula que dê sentido á nossa História que todos os dias se escreve...
Não é o ponto final  que usamos que algo mude, todos os dias escrevemos historias nossas nas pedras da calçada, com as pegadas que deixamos neste caminho ruidoso…Muitas vezes a felicidade chega de repente...Quando nem  exigimos  nada, ela simplesmente fica visível ao fundo da estrada… É neste caminhar que vamos pisando a calçada, o manto  do sentir  onde  mais uma vez, se torna urgente...nada exigir! Eu nada mais exijo estou cansado, esquecido, segurando um grito no peito que me embriaga…Há injustiças no meu alpendre que não sei explicar... Hoje transpiro solidão, ninguém escuta, ninguém me acode, grito sozinho neste precipício… sinto-me um poço de vida, escolhendo entre a flor e o deserto ! Lanço a minha semente á terra esquecida, neste cais onde hoje tudo é pouco e ao mesmo tempo demais!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

È na noite que as sombras atormentam, as diversas e tardias esperanças... É na noite que abuso da meiguice e da inocência, diante de fatos inesperados que me toldam e me silenciam ... Fujo de pessoas que se calam perante os suas próprias vontades , desejos ,  fujo sempre de algo que nunca ocorrerá . Escuto em  várias vigílias, o som das almas intranquilas que se revelam nuas mórbidas e esquecidas, bebidas pelas suas próprias sinas.  Escrevo-lhes pois elas tem na sua essência , uma luz, que as direcciona apenas ao bem!!! Elas vivem Incertas, e  não só vagueiem, por caminhos tortuosos  mas também num plácido  desvanecer perante a solidão. Sou um ser pronto vivo a sobrevoar a imensidão de tudo aquilo que vos inquieta,  também sou humano , também sou metade de mim, por isso sigo  almas encobertas, que a noite faz de companheira,  verto as vossas vontades além do olhar sem o medo de total escuridão... Podem bailar todas as almas em mim e perambular entre as noites sem que eu me jamais resigne...     

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Rendo-me ao tempo, infinito rendilhado de cordas emaranhadas pela vida pelos beijos que sinto nas profundezas da alma, em linhas incertas, em traçados perfeitos,  deste sorriso desconcertado que o meu coração, palpitante desfalecido, eleva em gestos invisíveis, imaginados onde me entranço em palavras que vou dando cor...Vagueio... Dizem que as palavras segregam tudo ao dizer nada , dizem que elas se perdem em contemplações, em paraísos na busca do amor puro! Escrevo num silêncio gelado de tons distorcidos onde me abandono nos versos outrora declamados em olhares flamejantes de desejo divinamente escritos do outro lado do mundo...Acompanhem-me nos suspiros, nos lamentos...Acolham-me eu apenas troco confidências, segredos, devaneios, sonhos, sem fim, mistérios por desvendar enraizados no reduto mais intimo de um bailado acariciado pelo vento escondido das noites iluminadas de luz que o silêncio das estradas tortas da alma vão debitando em mim...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Hoje é o caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos sentidos e que os leva a lado nenhum...Esta  é um artifício criado por uma necessidade de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios, escondemos-nos as horas planeadas, numa ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado.Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo. Coloca-se-nos o desafio de sermos maiores do que a própria existência e levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o amanhã pode nem sequer existir mais...

domingo, 5 de fevereiro de 2017

 Hoje estou de frente para o mar, nesta praia deserta..Aqui!!! consigo ficar a sós com os meus pensamentos. Consigo abandonar vontades. Sem perspectivas e sem relatividades. Aqui tento reconhecer a fraqueza de sentir o profundo desejo que todas as palavras por trás do meu caminho  moldam. É neste silêncio que elas fazem sentido e são percebidas…Sem ter de as pronunciar. Esta realidade, limitada e condicionada, pelas escolhas que se fazem e se aceitam. Parece-me muito dura, muito rígida. Tanto que por vezes, desistimos. E talvez por isso, lutamos também em contra-ciclo com o resto ... Desistimos, relativizamos  como nos percebemos, como desejamos, como fugimos… como nos perdemos... Fico de noite acordado, de olhos bem abertos, sonho com um sonho que não alcanço, dissipa-se no denso nevoeiro da vida. Atento aos sinais que percebo, sigo o único caminho possível. Que percorro, apaixonadamente. Intensamente…Deixo-me levar neste bailado de ondas em sintonia com os meus  pensamentos... Sinto-me a planar em emoções que não as sei explicar,apenas as sei sentir. Sou envolvido por uma sensação de serenidade que me liberta de todas as limitações a que sou de certa forma imposto diariamente. Olho a fúria do mar e deixo-me levar....somente. Preciso de sentir que as minhas necessidades são verdadeiras e não apenas fruto da minha imaginação, pois por vezes penso que preciso...quando na verdade acaba por ser somente um desejo, mas que não me satisfaz. Gosto desta sensação de levitação onde o meu corpo é conduzido para algures. Não sinto medo nem receio do desconhecido, pelo contrário, sinto-me seguro, pois sei que me leva a bom porto, pois ninguém melhor que ele sabe onde posso serenar e deixar-me envolver pelos meus pensamentos e onde exerço a minha necessidade de meditação. ...fecho os olhos e deixo-me levar em mais uma onda de espuma que rebenta mesmo ao meu lado...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Hoje o céu escureceu e fez-se silêncio, bastou as nuvens cerrarem... O portão abriu-se  e o nevoeiro cansativo entrou... nada é simples, nada é silêncio, e tudo não passa de um vazio. O calor não chega e o frio teima em permanecer. As janelas fecham e deixam apenas o escuro ficar, não há luz, nem um mero clarão!! Existe tudo e apenas nada. Reclamo armas de gelo que rebentem num grito surdo, onde a solidão parta para restar o vácuo da recordação. (Isto) torna-se tão simples de viver. É tão fácil abrir este portão para nada restar. Mas!!! façamos então o silêncio, a chuva há-de cair ... O portão fechou, e a imensidão do nada soou. Esta força imensa que consegue ser ouvida,  sem eu querer enche esta sala pequena de dimensões infinitas num pequeno e vibrante toque de mil cores em forma de Arco Íris.  Sinto uma surdez que ficou, como uma  força demorada de um minuto infinito calado. O amor desvaneceu, foi colhido na combustão fria da ignorância. Sinto o toque sinto o cheiro sinto a dor entre pulsos mas!! Faça-se apenas um pequeno silêncio, só eu fiquei... eu e o nada. E do nada subtraímos o tudo e o zero... O nada tornou.-se infinito, voou com as asas escuras do destino, que também desejou partir. Fiquei, o tudo da insatisfação. Sobrou o peso de uma tempestade vizinha, que também me silenciou... Deixo-me assim  adormecer num recanto desta sala, e lá fico, eu e o pó transformado, a fazer-me companhia, esquecido de mim, perdido de mim...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Hoje escrevo palavras sentidas, pálidas, nunca proferidas guardadas nos gomos da noite ... Hoje vou inventar novas palavras e criar o som que todos procuram mas por favor deixem-nas ser livres pois para as proferir prescindi da voz, de sonhos e das estrelas...Na repetição tendenciosa dos meus ecos não me procurem pois fez-se silêncio neste caminho perdido em algures, trajado de vestes molhadas , cadáveres deambulando em passos ligeiros gritando gemidos cortantes, derramados em lágrimas perdidas ...Faça-se então silêncio dos fantasmas do passado esquecidos e ressuscitados em almas dispersas que o toque não alcança ...Se a dor não me fere é porque acorrentei a minha voz ao silêncio!! Senti sonhos quase mágicos..."aproximei-me" suavemente o suficiente para puder sentir uma respiração , estendi as mãos mas não te toquei... Fiquei ali, imóvel a olhar e o coração bateu ... bem baixinho,  e não o ouviste!!!Despertei as nódoas negras da alma ... E a nudez que cultivo nas palavras faz do silêncio o soberano sem cor esquartejando os sorrisos esboçados, enclausuro o que tentam me negam sentir...Sinto-me nu apenas coberto por palavras estéreis ...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...