quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 Hoje  sinto o silencio correr-me nas veias, e sei,  que não há controle possível para não o sentir...Por muito que me mantenha firme , estes cigarros que vou apagando não me fazem perceber onde estou, embora olhe para o horizonte, nada consigo vislumbrar, mas se ao menos alguém gritasse desse horizonte e  me perguntasse , perdeste o sentido e o caminho? Eu diria , sim por favor deixa uma luz acesa para eu retomar o caminho, por favor deixem uma luz acesa , estou farto de procurar o lugar mais escuro para me esconder... Estou farto deste sentido, que faço eu neste bordel  de lágrimas, na orla de tantos véus, fabricando palavras nas morgues dos céus...Sinto-me um artesão de sangue rezando de punhos cerrados palavras brancas de medo, neste coração humano de tesouros ocultos… É no silêncio que vou selando os meus pensamentos de esperança de sonhos , cujo charme se romperia de fosse revelado…Sinto-me cúmplice  das fronteiras que em mim delineei, vivo rodeado deste mar deste  deserto onde a essência das primeiras flores não brota, o perfume do caminho que despido percorro nas areias que vou deixando tombar das minhas mãos vazias… Tento contrariar a erosão ao escrever palavras que emergem na noite como se flores se abrissem no romper do dia. Vou edificando o oásis imperfeito como um verbo que é proferido no desassossego da noite, recuso-me a ser pouco, a criar menos que a velocidade da luz, a silenciar as minhas duvidas, a desamparar a minha sensibilidade, a viajar numa corrente magnética sem conexão ao oásis que sonhei …Recuso-me, a não me desvendar e mesmo que a paixão seja uma palavra antiga, eu recuso-me a deixar de pensar nela , RECUSO-ME , a ignorar as cicatrizes que o tempo desenhou em mim, recuso-me a deixar o coração adormecido, a ser uma casa saqueada, a não aparecer no mapa a ser uma fronteira invadida por gente e lugares mal situados…

sábado, 18 de dezembro de 2021

Hoje agudizam-se em mim todas as marcas que o tempo me presenteou. Sim, tenho todas elas como presentes,  somente com elas sou capaz de reler minha vida, rever minha história, reviver meus momentos, já me chegam os presentes , as marcas já me tatuaram todo! Tenho marcas profundas que não podem ser vistas ou tocadas, não porque eu não queira, mas por serem marcas tão sentimentais, tão pessoais, que não se permitem exibições ou amostras ao escrutínio de pessoas abusivas. Essas são marcas carregadas no meu mais profundo sentimento, no meu mais reservado porto seguro. Estão nos sonhos que pude sonhar e naqueles que realizei. Estão nas memórias de um tempo bom que só eu conheço. Trazem consigo cores boas, muito vivas e coloridas, de tempos áureos e memoráveis. Trazem para mim o conforto de abraços sensíveis à minha jornada e desafios. Trago minhas histórias, tão verdadeiras que nem os melhores contos poderiam descrever. Estou em paz e isso  é aceitar serenamente que não possuo  todas as armas para conquistar o que desejo, não tenho munições suficientes,  para levar todos os seus planos adiante,  não possuo um exército que me apoie em todos os meus delírios. Estou só muito só mas isso não faz de mim um sujeito heroico. Eu já fui á luta por muitos sonhos meus , por um amor, por mais dinheiro por objetivos, mas  razoáveis, nunca fui ambicioso, porque  quando não dá certo, não dá, e quando se erra, paciência, e quando acerta, fico encantado… Mas! Quando me  canso,  recolho-me, e quando estou triste, choro… Primeiro passo para a PAZ é reconciliar-me comigo próprio, se é que é possível , porque posso fazer muita coisa concretamente, por mais abstratas que pareçam. Por eu me respeitar aprendi a querer do meu lado somente o que me faz bem, o que não me suga, o que não me fere, o que não me cansa e o que não me desequilibra. Aprendi também que o "não" e o "sim" faz parte do meu vocabulário e das minhas decisões, e usá-los vez em quando em tempos devidos faz bem demais para o coração. As vezes por medo de rejeição ou críticas de alguns deixamos de ser quem somos para ser o que o outro quer, nos abandonamos para dar abrigo ao ego alheio e isto não nos traz benefício algum a não ser frustrações e sofrimentos. Isso eu não faço , porque, não adianta querer agradar a todos ,  afirmo que nunca vamos conseguir, e este é o erro que muitos cometem , o de querer ser quem não são o tempo todo. Não faço rodeios quando tenho de dizer o penso, digo-o, e quem me conhece sabe bem disto, quem convive comigo sabe bem , que o que não me agrada não recebe meu sorriso. Cansei de criar relações insustentáveis, cheias de não me toques, cheias de superficialidades, cheias de falsidades . Cansei de sorrisinhos maliciosos ou palmadas nas costas. Já tenho tantas dores, que quando a coisas nos sufocam e nos ferem o coração , eu faço como o brasileiro “caio fora”. 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

 Hoje  amigos,  e leitores, venho em especial  agradecer a todos a amizade e carinho pelo fato de me seguirem no  decorrer de mais um ano que finda . Agradeço aos novos e velhos amigos, aos amigos de perto, os de longe, e a todos que fizeram e fazem deste meu  cantinho um local de passagem. Ter um blog onde escrevemos sobretudo sobre nós mesmos é  muito gratificante, pois com ele, aprendemos, a partilhar até os temas mais sensíveis das nossas vidas…Nele,  dividimos e somamos, e sem ele eu não conseguiria chegar tão perto do ser que sou, mesmo que isso me faça um ser imperfeito, mas! Com a noção de o ser… Desejo imensamente que a paz e harmonia estejam sempre em seus corações. Que a esperança seja um sentimento constante,  o amor e a amizade prevaleça acima das coisas materiais, que as tristezas e mágoas, sentimentos que as vezes fazem parte de nossas vidas,  sejam banidas dos corações, dando lugar á certeza que tudo ainda pode melhorar. Se  as doenças  nos atingirem, sejam amenizadas, na confiança de dias mais positivos  dando muita força,  e alguma resignação também. Que na humildade e acima de tudo o respeito com todos os seres vivos nesse nosso mundinho, seja uma prioridade em nossas vidas e que sejamos sábios , chorar pelo que perdemos mas lutar pelo que temos; chorar pelo que morreu, mas lutar pelo que nasceu em nós; chorar por quem te abandonou mas lutar porque  quem está a nosso lado; chorar por quem de odeia, mas lutar por quem te faz sentir feliz; chorar pelo nosso passado; mas lutar pelo nosso futuro; chorar pelo nosso sofrimento, mas lutar pela nossa felicidade…Não é mesmo fácil ser feliz, quando menos esperamos ou abrem mãos de nós ou nós mesmos abrimos as mãos  de varias coisas! Fazer escolhas é assumir o ônus e nunca um bônus. Com o tempo vamos aprendendo que temos de seguir em frente,  ninguém nos engana quando fazem da riqueza e do status a sua opção opaca de vida …Isso eu não invejo , o que “invejo “é o sorriso fácil, a luz própria, a felicidade simples e sincera sem pressões, essa sim nos brinda a paz interior tão desejada. Com tudo isto já me alonguei… O que quero é desejar-vos a todos vocês e aos que amam , um Santo e Feliz Natal. Que vivam esta quadra mágica e que possa ser aproveitada da melhor Forma. Prometo que no meu pensamento também estarão vocês TODOS . É preciso muita força para controlar todas as emoções , não é fácil pois sei que aquilo que planto no meu coração , cresce demasiado depressa , mas nada é impossível. Um grande obrigado por tudo e Umas Festas Felizes .

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

 Hoje eu não queria escrever, mas ao despir os lábios de palavras deixei-as ocultas nas mãos, à espera desse nada que aconteceu…Deixei o silêncio adiar o tempo nos rumores de um sono, promessas que som deu voz no rosto, ao subir a noite nos olhar  lacrimante ! Caiu a noite nas palavras perdidas, que semearam a demora, ansiosa da ausência abrindo-me o sorriso nas palavras que não escrevo, durante a sombra que não se escuta…Talvez... Já não haja sonhos roubados à noite,  lençóis de queixumes, estendidos sobre murmúrios da lua na anemia do olhar que a luz das estrelas esconde...Já me comovi pelo horizonte das palavras, já escrevi gemidos soprados pelo coração, já afoguei a felicidade na paixão que em mim empalideceu , mas hoje, escondo-me no recanto da cegueira da saudade que se alojou ! Hoje procuro-me quando eu nem sei para onde fujo,  estrangulo as veias como um recluso que se insurge contra as grades, como se elas fossem a causa da sua clausura …Muitas vezes a vida deixa-nos num cais , onde não há partidas nem chegadas, sem itinerário fechamo-nos no vácuo do centro de nós, esquecendo que o mar é uma ponte para nós passageiros, de um tempo, de um encontro, desencontro, de uma ilusão , de um amor…Percebem porque não queria escrever? As palavras não resgatam em nós qualquer sublimidade, em relação a ninguém, elas arrastam-nos para esse oceano , para essa imensidão no qual não queremos ser náufragos …Flutuar nessas águas pode ser a maior bênção, ou a maior desilusão que as marés nos podem acrescentar,  tudo pode confrontar os nossos instintos de racionalidade como um poema de amor…

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Hoje converto-me em poesia sem sabê-la, Há pessoas que me chamam poeta, mas eu não me atrevo em um pouco a sê-lo, só sinto tanto por desconhecer toda a rede da poesia…Mas, sou humano, apenas por busca-la corajosamente e tentar escrever…Mesmo que não a saiba definir, o que seria eu sem ela,  uma alma apenas que é nas letras que se alivia, e nas letras que dia após dia se esconde! Somos senhores de nossas decisões,  nos deixamos cegar se quisermos, vivemos numa  linha de tiro que ricocheteiam inebriantes e lívidas sensações de vários sentidos. Ficamos reféns dos delitos cometidos pela inconsciência, dos pecados vividos na vã mania de sentir e deliberar tudo o que se distingue pelo território que nos circunda. O tremor inconstante do imprevisível pousa dilacerante, estremecendo as bases  do peito...Somos frágeis na força,  fortes na fraqueza, impávidos no amor. Nossos danos ficam encruzilhados nos semblantes, retratos efusivos do que aperta e se declina, amansando, mantendo, matando, nascendo e padecendo tudo em nós. Somos intensos, guerreiros lançados ao escuro, sem armas, sem defesas, sem roteiros de sobrevivência. Demasiado é o caminho por onde recolhemos, por onde marchamos com o intuito de revelar territórios invadidos, e as  doenças penetradas em nosso perímetro tão desconhecido. O encontro interno é um embate que nos afunila. É intenso este foco pelo ajuste cego, em razão da subjetividade presente em nossa inconsciência, retemos a inspiração que debruça nas palavras sem composição, largando as roupas frias de corpos quentes, de desejos da pela que enxaguam a coisa mais ardente do ser humano, ficando apenas as roupas nuas , coladas ao sopro da boca  que mais mentiu! Hoje  o vento se fez curva , descendo e aquecendo a boca ainda suja do amor que não me pertence…Hoje acordei assim com os olhos alagados pela distancia de tantos mundos,  do mundo,  que me colheu.

sábado, 27 de novembro de 2021

 Hoje assisto ao começo da noite e os cinzeiros já estão repletos de meias palavras, porque será que escolhemos tão pouco aquilo semeamos. O Outono veio como se viesse por outra via, como se viesse de dentro para fora, por isso talvez até consiga ouvir o escuro da noite e escrever apenas numa dobra do tempo, como se essa fosse uma tarefa única e livre de todos os meus pensamentos e recordações. Todos temos dias assim em que vamos buscar imagens que o nosso olhar fotografou de olhares alegres, risos suaves, silêncios de paixão, que nos torna o coração dormente. Há que dar cor á mudança, deixar os ventos soprar e desbotar as tristezas passadas. Há dias que é tão fácil desenhar o silencio no nosso rosto, mas outros que custa…Com isto a noite voou-me das mãos , abriu as cortinas e deixou entrar a luz fazendo esquecer de novo a noite que partiu suavemente sem nunca dizer adeus, pintando as cores apenas da razão… Parece uma roda de vida onde tudo se vive e escreve, uma viagem sem ir nem vir, onde a luz do dia cai-nos das mãos,  resvalando para de novo deixar-nos envolver pelo escuro da noite que se avizinha! Ela trás no rosto as coisas que já sei,  gotas de trevas a desenharem as rugas mais perfeitas no eco, que deixei na minha vida inflamar,. Solto silabas secas sem brilho das estrelas,  ainda assim, ofuscam a lua que perdeu o seu poder sobre as marés ...Hoje apenas falo de pedras paralelas aos rios, portas sem números, ruas sem nomes, vidas desgastadas embrulhadas no fumo amargo do cigarro que deixei a consumir-se ao abandono,  no cinzeiro , esta cruz lancinante que engole tantos silêncios  e sirenes que o vento desviou - Vou fechar a pagina , não vou mais falar, hoje sinto o corpo gelado, o Universo penetrou-me , sinto o seu peso profundo, na sua dor que me esmaga o cérebro,  irrompendo-me um queixume de alma! O que escrevo , é como um esconderijo onde as silabas se inquietam muito antes de qualquer inicio... Nisto há a probabilidade de se unirem e formarem uma palavras, mas!! Há um tempo onde as letras rodopiam e regressam antes de qualquer inicio, a isto chamo Alma, e é esta a magia do despontar do inicio a cruzar-se com o fim,  a alma e o corpo transforma-se numa única silaba. Os poemas nascem, e o espaço, está cada vez mais vago,  há um tempo no corredor da vida  onde há o inicio e o fim. 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Hoje doí-me  ver te assim minha filha, minha  Margarida , tenho a esperança que toda a ciência te possa ajudar e se algo meu precisares para cá continuar , terás o que precisares,  a vida sem ti e  sem a tua irmã para mim não faz sentido de todo. Só quando percebemos no calor das inquietações, acenamos envolver os mistérios, jogá-los ao céu com o intuito de desembaraçá-los. Aguçamos o olhar. Os erros ficam salientes. É preciso, muitas vezes, a retomada do nosso equilíbrio. Em meio a tantas reflexões, caímos em nós. O mundo não precisa de um alinhamento. Quem precisa somos nós… Quando nos enfileiramos ante nossos demônios, e guiamos a vontade ao centro nervoso dos delitos interiores, acusamos o que decididamente nos desorienta e acomoda. Não dá pra ficar à parte. As maiores mazelas moram dentro de nós. Nossa doença adoece o mundo. Nosso olhar fatigado anui a doença que vive à custa de nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significantes de apatia? Penso que sim. Viremos a página então. Façamos revolução e manifesto no mundo que mais nos aprisiona e nos entorpece: o interior.  Que a luta seja abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se curar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo. Minha filha há noites claras de silêncio, como esta que fiz a teu encontro, uma viagem sem destino em que todos os metros contam, nos olhares vazios , nos pensamentos sem sonhos, nas aragens frias onde me dispersei para apenas te viver e te amar na dor…Eis uma das coisas que nem sei escrever, esta solidão que não sei viver no percurso ao rumo esquecido! Um grande homem , ao contrario do que muita boa gente julga, não é apenas um produto dos próprios méritos, não basta para o formar um conjunto de qualidades, mas também um enorme conjunto de circunstâncias. Estou aqui meu Anjo, para o que for preciso sem vacilar , acredita…. Esta estrada parece não ter fim,  foi tão fácil encontra-la, é tão difícil fingir o sorriso, quando o que mais quero é chorar…


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Hoje vou-me encostar sobre o olhar das sombras, para vaguear na luz indecisa, para fazer do instante que me tocaram a mão na despedida, retirada da intensidade do olhar. Há segundos e imagens que tem uma duração eterna nos nosso corpos, eles roçam o suficiente no olhar para provocar e fazer-nos explodir para o espaço, num tempo infinito. Qual é a forma menos dolorosa? Quais são as palavras menos amargas? Qual é o tempo menos frágil?  Qual é o lugar mais isolado? Qual é o começo menos confuso? Qual é o final menos horrível? Qual é a fórmula menos Injusta? Qual é a pergunta menos estúpida? Qual é a  justificação mais banal? Qual é a despedida menos lacrimosa? Qual é o silêncio menos pesado e a marcha com a franquia mais baixa para acabar com estas extravagâncias? Tanta pergunta e eu sem respostas, transponho assim dias em que o tempo pouco importa, carregando sombras nesta bagagem faz de mim um mendigo sem luz, inventado para os lábios um sorriso que tenta disfarçar a dor lapidada por um improviso feito de um juízo…Como posso eu escrever poemas, se as palavras que me cortejam não tem nome, não tem pudor, poem-me ao descoberto, me mordem , me lambem , me beijam numa heresia na estrada que sigo , que, quase sempre é a mesma que volta! Para que, então  tanta pressa...Eu sei  e assumo que gosto de beijar cicatrizes, eu sei que ai, a pele é mais forte , é onde as lembranças nos mordem os sentidos, e estas, desenvolvem-se de varias formas , tamanhos , logo eu que  sempre convivi com cicatrizes. Porque gosto delas? Gosto delas porque é lá que a dor encontra a sua única forma,  crescendo de novo na pele onde houve sangue, caminhos que já percorridos tem sido apenas o único lugar da vida. Hoje estou assim como quem se liga de gesso e ligaduras, enrolando-me, tombando-me no tempo, fazendo-me nada ver á minha volta ou então desapareceu mesmo tudo do meu olhar! Bem as questões de hoje são exatamente as mesmas de ontem, o dia dobra-se entre este empoeirado de palavras , talvez enfadonho mas é onde me sento, deixando-me ficar …Na realidade não cabem no tempo todos os verbos que já conjuguei, nem tão pouco a pressa que o mundo tem, assim não cabem no tempo os olhares perdidos nem as vidas vazias, construa-se castelos bem acima das nuvens que nos permita passear neles depois de erguidos, porque só reiniciamos a construção de um castelo quando um dos existentes ruir …Na minha face , derramo o absurdo da sua lembrança, um elmo de imagem que tento arquivar na esperança da sua volta! Para quê querer um céu, se nem os Deuses conseguem viver nele!

domingo, 14 de novembro de 2021

Hoje é daqueles dias que me sinto perdido, resignado até, digo  a mim mesmo, que sei como ninguém como vai ser difícil adiante … Ao imprimir a palavra chega, então já sei que vem ai dor porque há coisas que não podemos corta-las das veias não! Então, apagarei simplesmente as luzes e vocês ai limitem-se a trancar as portas…Não sairei deste quarto até, que nada mais sinta, porque amigos tenho medo daquilo que sou, a minha mente parece viver numa terra estrangeira, sinto que gastei todas as reservas no meu amor em quem não o merecia…Tudo o que me resta e que sei é que amar alguém é um puzzle sem resolução  Simplesmente já me disseram para partir,  e não voltar a olhar para trás , vocês certamente também já caminharam nessa estrada muitas vezes,  também já devem conhecer todas essas frases , é como se esperancem encontrar então alguém bem melhor que nos mesmos, e voltar-nos a quebrar de novo! Meu deus, quero muito que exista alguém que quando eu estiver a sucumbir, cuide um pouco de mim, apenas um pouco…quando eu estiver lá! Espero que haja alguém…Oh, estou com medo deste final de caminho, entre a luz e lugar nenhum, eu não quero ser o único deixado ali para trás…Paralisarei aqui ou me afogarei na ausência de luz , será que haverá alguém que me deixe o Coração livre, para me segurar de vez quando eu cair de cansado… Há ao nosso redor algo que nos une que trai os nossos olhos, que alimenta o sorriso com uma fala que grita em silêncio. Movimentamos como que comandados por cordas, feito um fantoche nas mãos da vida. O corpo se acidenta quando sonha com, o amor em curvas que desapontam o coração, arrastando-nos por entre rotas estreitas, contra a vontade da razão dos desejos tão independentes que uniformizam a pele com o calor dos sentimentos. Tenho tanta saudade que confesso, começo a ficar imobilizado a força motriz que sustenta as pálpebras, mesmo diante da dor é quase impossível nos desvencilharmos do olhar que nos toca como se tivessem mãos, esse olhar que me invade por entre frestas ornamentadas do meu coração que se revelam com a elegância da poesia… Nem sempre é possível admitir, que existe um olhar arrematando nossas margens mais seguras, que nos refresca como uma brisa lancinante e intensa, que se demonstra de uma forma ardente, o silêncio pode ser poderoso, mas não nos deixa em paz, pois algo dentro de nós grita fazendo injustiças se revelarem como uma fragância que nem sempre cheira ao que desejávamos …A boca nem sempre revela o que o coração tanto queria dizer , e as palavras tremulas dos dedos imprecisos escondem o amor que se sente... Por isso, limito-me a tentar receber o respeito dos demais que por aqui passam, tendo a ousadia de ser eu mesmo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Hoje procuro no interior, da minha existência todos os sentidos remexendo-os , trocando-os de um lado para outro para quem sabe ver algo dentro de mim que ainda não encontrei…Decido retirar tudo dentro de mim , para ver mesmo bem, incluindo os órgãos que se limitam a seguir a batida do dominante coração que bate descompassadamente sem um ritmo definido.  Todos os momentos e sentimentos vão se agrupando nesta mesa , onde coloco todos os meus tesouros escondidos, alguns , bem esquecidos já, diga-se de passagem…Não encontro aquele que procuro , desisto, volto a arrumar tudo no respetivo lugar , tento senti-los buscando aquele que realmente me faria falta neste momento , eu que sou tão arrumado, fico incrédulo mas!! O ultimo que tento arrumar agora não entra dentro de mim, e ainda agora todos se agrupavam dentro de mim, o que se passa !? Não sei se a vocês vos acontece o mesmo mas, é a escrever que encontro nestes rabiscos, as palavras que graciosamente ficam no precipício de outras com todos os sentimentos como se fosse uma caixinha de surpresas a que eu chamarei de universo. Hoje falo para quem me lê ou segue,  pois são muitos mais os que me leem do que aqueles que revelam que me seguem. Eu nunca tive necessidade de ser ou tentar sequer ser um escritor , aquilo que me move a escrever é a sensação de liberdade que as palavras me dão, assim como a força que eles me transmitem…Escrever torna-se num combustível para chegar ao intimo da minha alma onde está o único refugio dos meus sentimentos, e isto tornou-se num alicerce que me sustem e me mantem de pé. De quê me vale, caminhar , ouvir, liderar , trabalhar se tudo o que faço é sempre pouco e se tudo o que posso é sempre insuficiente, infelizmente posso pouco mesmo…Sigo como posso ! As vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito! Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo. Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. Por isso hoje ajoelho-me no altar das palavras, como se lhes prestasse um culto sagrado de silencio com as mãos e as enchesse dos nadas que tantos dias me oferecem. Em cada silaba converto as interrogações que desfolham os sentidos de dentro para fora de mim,  como quem junta peças de sossego nas raízes da alma que os suspiros inventam…

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Hoje , bem hoje o tempo, me desagua num rio de só um sentido, como se eu fosse um náufrago, de uma busca suspensa ! Recuso-me a morrer junto a esta janela da vida, devolvam-me o tempo e por favor , deixem-me usa-lo …Ele nunca é suficiente para um pleno conhecimento do sentido das nossas vidas, das nossas paixões e dos nossos amores, então resta-nos o protesto o inconformismo porque o tempo , esgota-se…Apesar de tudo…Com ou sem memorias, ás vezes descobrimos que o pouco que usamos foi mal…A única forma que tenho é escrever como protesto, porque escrevo sem precisar de falar a verdade ou recorrer á mentira. Debito a ficção com a realidade a todas as palavras que ouso proferir, escrevo palavras que correm de mãos dadas ou às avessas, embaladas quase sempre em doses ponderadas para nunca serem  desmedidas e ferirem os outros. Hoje apenas afago a escuridão, como se precisasse dela, por isso já nem lhe irei oferecer mais resistência,  deixarei por ela me sugar, ajoelhando-me nas palavras que me prestam um silencio sagrado,  escondendo a noite que se adensa , no toque que as silabas verbalizam em mim, fazendo derramar os sentidos que rebentam o peito em interrogações expulsando o corpo para fora de mim mesmo! Estou compondo os restos do meu corpo como se dum puzzle se tratasse , vou juntando peças, tentado erguer das raízes um traço da alma que pelo caminho ficou tatuada no corpo em palavras … Não escrevo para que me leiam , isto jamais será um poema , isto é apenas um grito! Se a vida vai ter que ser de silencio , então que ele me faça dançar sem me cansar com os sons da minha alma, porque em mim toca uma orquestra, vários dias sonora que me preenche, noutros a poesia que me embala, sonho com uma musica de violino mas viajo na voz das palavras…

domingo, 31 de outubro de 2021

Hoje as palavras geram reflexões,  ler às vezes não faz meditar. Mas para quê? Para pensarmos e aprendermos algo que acrescente à alma? Mudar atitudes, nem  sei… Às vezes as palavras pesam e confundem a mente. Qualquer frase que nos leva a refletir nos espanta, silencia-nos. Em certos momentos esvaziamos e não queremos mais que somente viver; mas o que é viver?  E retirar pessoas das nossas vidas porque,  queremos mais delas , nem sei isto intriga-me e não há segundo ; sem que as palavras não me intriguem, por isso chega me um sorriso ou uma paz interior.  Há momentos em  que ficarmos presos às complexidades que o olhar sobre a vida nos impõe. O mundo anda confuso, as pessoas e suas problemáticas já preenchem nosso cotidiano com uma diversidade de pensamentos que ficamos penalizados, quando não, pensamos da mesma forma. Pensar para quê? Se a vida por si só, já nos aniquila com sua realidade cruel. Refletir sobre certos temas é bom, mas quem não gosta de simplesmente esvaziar a mente e focar os olhos no horizonte?  Bom mesmo é somente caminhar, sem saber para aonde; somente olhar sem saber por quê; amar sem motivo algum; viver sem uma busca específica. Leveza é isso, é um desligamento do que amarra nossa mente em confabulações desnecessárias. Por uns minutos que seja, queremos somente estar presentes, vivos numa vida que orienta com sua simplicidade. Que seja somente para olhar estrelas, ou dar as mãos numa caminhada, mesmo que tudo não faça sentido.  As vezes um pensamento, por mais reflexivo que seja não nos apetece, não estimula nosso coração. Diante de tanto caos, há vezes que não desejamos pensar muito. Queremos somente um pouco de paz, uma viagem silenciosa por palavras que abracem sem códigos, sem descrições enfeitadas ou imbuídas com significados. A mente, por vezes, quer ser livre, somente. Para sonhar com alegria, sem cortinas atrapalhando. Portanto, que hoje a simplicidade impere. Hoje vamos apenas olhar, sentir as palavras, nutrir o nada que elas são, o vazio que há nestas frases,  ou lição presente em cada palavra absorvida. Leiam, sintam, amem. Silenciem-se. Vivam! O mundo e o amor , não tem de ser igual para todos e isso é fantástico, pois podemos amar sem alguma vez ter de o proclamar,  justamente por não impor limites, por permitir que cada olhar seja sentido de forma única e diferente por cada um de nós.  As vezes amamos muito mesmo mas não conseguimos resgatar  o significado que os outros idealizaram mas! Mesmo que para os outros nada signifique, por trás de  cada palavra que escrevemos  há sempre uma imensidão de sentimentos, e nenhuma boca pode dizer as palavras que eu sinto...

terça-feira, 26 de outubro de 2021

 Hoje sento-me em mais um ponto de partida , tantas vezes me sentei aqui , nesta muralha da vida,  logo eu , que me fixo como uma rocha no agora, eis-me a sucumbir com o peso da mesma no dia de  Hoje! É a  solidão que nos faz parte integrante deste estado de sítio… Sentado, fico a ver a alma que deambula pelas ruas  da vida, sei bem que há dias em que a  alma sai veloz à procura de paz e quietude! São os estranhos desígnios dos Deuses! Será que este tempo tem razão para ser amargo?  O tempo define-se como o melhor mestre para tudo. Como quem veste uma burca sigo de rosto coberto, como quem não vê e enterra sonhos na poeira do asfalto, fico de olhos limpos na lacrimejante aceitação da lagrima que resvala no colo onde a seiva suga a ultima gota do fruto perdido. Há dias assim , em que a esperança acaba engolida pela sede das sombras que se semeiam, sem pedir permissão, no pó da ampulheta da vida , que grão a grão,  soma-se ás palavras que sobram  nos sentimentos  à deriva, dando forma ao pensamento da semente em espera, indivisível no caminho …Não me sinto nem perto nem  longe, do antes e do agora. Apenas me revejo na idade das almas, no que estas apertam e calam porque é ai que me procuro, não em tudo onde me achei porque em nada posso caber se em algo sobrar…Hoje se eu cortar os dedos a esta voz, qualquer coisa basta , mesmo sem nunca ser bastante eu jamais saberei de minha existência e vocês nem perceberão que eu existo!

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

 Hoje cresço na nudez das pedras que desmaiadas pernoitam na margem das marés vertendo-se nos caudais áridos do sal que se espumam pelo seu relevo. De onde provem todos os nossos dias, senão das pedras que se fixam assim, como as velas se fixavam aos barcos do antigamente! Subo para cima, nesta ilha de uma jangada imperfeita que navega abruptamente por entre relâmpagos que os céus devolvem a esta ilha desamparada que leva nas mãos do infortúnio um caminho que ignora as placas e nos faz sentir perdidos…Chamo as chuvas ao meu céu, que seja  tão liquida,  que se precipite por entre os dedos das minhas mãos fazendo-me escancarar as janelas onde já acendi a luz que derramou das estrelas. Hoje fixo a cor indefinível das marés,  que enrolam em cada frase minha,  todas as areias que as minhas mãos ancoraram, faço-o por tudo,  pelo luto, pelas palavras, sim, até por todas as palavras parcas, modestas, que se afogam,  se fundem por lucidez ou distração numa outra! Eu já subi ao mastro mais alto da vida, onde os mares fazem  os seus ninhos, para lá do azul do horizonte, onde o mar sangra espumas brancas  nos escombros dos trilhos dos barcos…Sei bem que não há nenhum céu escondido nesse mar, onde tenho-me banhado nestes anos de vida, ainda assim sei que há muito mais que esperança , mas eu não consigo obrigar o meu corpo a nadar quando até a minha alma se afoga no silêncio! Ainda não tive a oportunidade de sentir o mundo sem que este me exija mais do que aquilo que tenho para dar, corro, grito , elevo-me , chego a voar mas apenas nas águas onde o mar ainda não se espumou…É ai que fica a minha casa vazia onde muito antes de haver luz eu me afogo nas palavras.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

 Hoje vos digo que muitas  vezes aquilo que sentimos é tão envolvente que nos faz sentir unos, fortes e nem deixa a chuva ou o sol nos tocar ...Por dentro abriga-nos , por fora desgasta-nos deixando-nos encalhar nas nuvens sem porta sem rótulos apáticas, quase mortas pelos punhais  emergidos das ondas convulsas sem fim! Podemos coar o silêncio, sorrir para as estrelas, murmurar na escuridão que os ecos do nosso corpo,  jamais deixarão de caminhar no inventario  das memorias, que o sal acendeu no nosso corpo! Eu já acreditei que podia voar despido  nos canteiros que plantei no teu olhar mas!!!  Os orvalhos da noite derramaram a chuva e o clarão do sol nos beijos que um dia selei, são a certeza que podemos ser tão densos como as palavras, como o prazer indeciso na inquietude dos sorrisos que nos despem a defesa do corpo...Eu já vesti as estrelas e lancei sobre a fogueira da vida, a lava de um vulcão, hoje algemo o amor na saudade dos sorrisos  passados e escondo o eco do silêncio no meu olhar...Há dias assim, que a estrada da decisão traça um caminho que não esperávamos,  ouvimos a porta a trancar da rua, os gestos perdem-se na escuridão que arrefece o dia que ficou amarrado apenas ouvindo o desejo inteiro a cair, apenas entrado por um sonho perdido na porta que se fechou...Hoje fico aqui, empurrando tudo para dentro de mim, quando volto a trás apenas pare reler o caminho que perdeu por extenso as palavras que arrumo como fragmentos! Jamais me irei sentir nesta vida como um génio , mas nesta natureza que me atraiçoa prefiro a musica desolada onde me escondo á cegueira de ser apertado contra o vazio dos imortais... 

sábado, 9 de outubro de 2021

Hoje tropeçamos em caminhos dúbios numa reza por um céu mais limpo, onde os medíocres promovem  as suas mediocridades tombando-nos num desalento coletivo. Os tempos são traiçoeiros, ficamos focados na consequência das noites á luz de focos invertidos que não iluminam causas, dobrando-nos a convicções que rompem no manto escuro que retira a crença…Sinto-me humano, descuidado, sem foco de estrelas, que não se consegue governar no bairro da hipocrisia onde fervilha uma crescente força de lamaçal ! Até parece que foi ontem , que vestia-me de fogo ao transpor os riachos sem medo de me molhar,  deixava-me ficar de pele molhada na boca das brisas que colhiam o silêncio da floresta no ventre da vida… Parece que foi ontem que os céus pintavam a alma sem profanar os segredos das nossas margens, parece mesmo que foi ontem, que os desejos imprimiam-se na nossa carne como quem tatua com pinceladas os sussurros de um corpo imóvel! Parece que foi ontem, que senti os sabores dos beijos que perdi no sentido da saudade desta pele de mendigo que a minha alma reclama na mingua da brisa deste folgo. Parece que foi ontem,  que as minhas palavras se insuflaram nos ventos e esbarraram nas janelas fechadas das marés que o tempo levou, amo-vos filhas perante a transparência que a luz deste dia amontoa nesta ilha onde fiquei retido reclamando a liberdade desta dor que a cada dia doí mais e teima em não acabar… Parece que foi ontem, mas tudo muda e nós também, peço-vos apenas que me voltem acordar quando tudo acabar...Somente por amor é que alguém, coloca as mãos no lume e se queima, somente por amor movemos terras e céus, rasgando os véus num salto para o abismo sem olhar para trás, somente por amor e até parece que foi ontem, é  ai que a vida se refaz...   





sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Hoje já não há quem  invente fórmulas químicas para provar que a água que corre sob a ponte que pisamos é diferente das outras. Não venham a palco certificar  diferentes linhagens para  as águas que passam por nós, dizendo apenas que oferecem diferentes cores consoante a luz que o dia expõe ! Não venham como os políticos que tudo exaltam para ficar sobre a ponte que caminhamos, nem me venham agora dizer que o rio,  que apenas visitam fugazmente vai ficar bem diferente daquilo que era já ontem. As águas que o rio arrasta são sempre as mesmas, mesmo, que tragam memórias  antigas, elas espelham sempre  espaço para dias sombrios como um rio afluente que quase beija as arcadas da minha ponte. Só as  barragens podem  domesticar este  rio. Agora, por mais que chova, as cheias que ultrapassem o esperado,  são apenas um leve presságio do que foram no passado! Sinto a brisa do Sado, esse  rio que nunca mais ousou crescer, nem para beijar as arcadas da minha ponte. Podem todos especular ,  mesmo que o rio ousasse transbordar como nunca aconteceu, mesmo que excedesse os seus limites, eu jamais perderia o meu foco de construir uma ponte que me elevasse…Hoje sinto-me enformado nas falésias que se encaixam no caudal, que pela rua corre formando margens entre dois lados, se as pessoas não andassem distraídas, dariam conta que a ponte é  um limitador de dois mundos, já que nem todas as palavras são de amor; nem todos os beijos são sentidos.  Nem todas as relações com as pessoas são saudáveis; nem todas as palavras ocas  matam,  ferem a alma de quem ama…Tenho dias assim, em que simplesmente sinto o mundo dentro de mim, como se fosse capaz de o sobrevoar por inteiro e dele me fizesse aprendiz num corpo selvagem onde a vida apenas pede coragem,  neste mundo onde tudo acontece , no toque, no som, nos suspiros, que mostram a vida a seguir muito mais além que a nossa ponte…Sou eternamente um começo, um meio, um despertar, que me faz renascer, a cada olhar, a cada travessia na minha ponte!


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Hoje pairei no vento, enquanto este elevava as folhas na promessa do outono, Não sei se o céu  estava desprevenido na face da sua ausência, mas, confio na estação vindoura, como  se fosse um mapa, exposto na sua fina fragilidade do relevo imposto.  Visto a armadura preparada para os contratempos, sei que as lágrimas são apenas a tatuagem da angústia que emerge na pele nos dias sombrios, sei que os ofícios que me destratam não pedem favor, mas também sei onde está o refúgio em mim, nessa bússola que levanta o olhar para a paisagem oceânica onde são inventariadas as nossas vivencias. Eu há muito que descobri que a pele contrariada é apenas um peso medido pelos sobressaltos, como uma mão que ergue a meio da tempestade e a concilia… Sinto-me como um corpo que se mete no estuário deste rio,  sem medo da maré-viva. Sou apenas mais um lugar da vida , mapeado de cicatrizes, que se reagrupa como moléculas que compõem os palcos de outrora onde um tempo se jogou. Mas ,  esse tempo está fora do jogo. Agora, sou eu que estou fora do tempo. Congeminando à minha intemporalidade. Sei que posso sair das fronteiras do tempo e procurar-me em qualquer mapa de vida, é como se tivesse descoberto a porta do tempo que me fornece múltiplas possibilidades de ser apenas eu. Não me escondo atrás de biombos que diminuem a minha estatura. Não fujo do que sou. A minha estatura é a dos mares todos juntos. Jogo as marés no propósito da minha viabilidade, não no propósito da minha visibilidade . Sinto que sou mais do que o corpo que o espelho mostra. Não preciso de paradeiro ,  sou um mapa que se reinventa. Todos os dias.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Hoje sinto o dia escuro,  escondido atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente, tentando inutilmente fazer-se despercebido. Esse escuro transparece e grita, onde se nota e clama… Move-se  entre as paredes do meu  labirinto, é um eterno vagabundo sem outra casa ou outro alento na  vida. Vive na sombra acorda-me de manhã sem me deixar dormir à noite,  move-me, o dia inteiro, no desejo de que o dia se torne noite outra vez…Pensa ele que passa despercebido em mim! Mas não. Quando tento escapar-lhe, ele toca-me na alma, já começa a ser regular esse aviso,  que me faz revirar os olhos, tentar e desistir da busca pela coerência. Mas!!! Quando não o sinto pergunto-lhe se ainda está em mim. Não há uma explicação lógica, não há uma agenda nem um motivo... nem precisa de haver. Continua tudo oculto nos recantos de mim. E faz-me ao menos sentir acompanhado. Mas continua tudo , desafortunado,  difícil,  persistente,  inevitável,  Maduro  irracional. Como é estranho o vazio me preencher  de saudades,  inventa histórias feitas de palavras ditas ou pensadas. Transforma-me pensamentos em desejos. Desejos em sonhos. Sonhos em segredos que não se contam a ninguém. Esse dia escuro está escondido. Aí, escondido à vista de todos. E ninguém sabe. Ninguém vê. Ninguém sabe que fica atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente. Ninguém sabe que permanece no centro do meu pensamento. Mas ninguém precisa de saber... É esse o sentido do sentir. Acontece dentro de nós. Muda tudo em nós, sem nos mudar. E avança connosco, até parar no transito!!!. Pode não ter nome. Pode não ser claro. Mas está lá, faz-me persistir sabendo que não estou só... Quando não vivemos por fora morremos por dentro,  talvez seja esse o escuro que me grita e se move no meu labirinto interno, dizem que tem de estar escuro para se ver as estrelas ... Sinceramente , acho que as minhas 24 horas de muitos dias tem sido diurnas... Sinto-me cansado de muita coisa, de tolerar o intolerável , pode não parecer mas sou um homem humilde, e esta forma particular de expressão de maturidade psicológica, e de saúde mental que tento  erguer é sempre genuína e parece transparecer uma certa atitude de tranquilidade interior, ou mais ou menos de paz interior. Mas!! Nem sempre isso é verdade! Esta forma de estar, apenas está associada a uma capacidade de apreciar realisticamente as minhas vulnerabilidades  enquanto humano, e muitas vezes é aqui que falo delas mesmo que não exista quem o perceba ...

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Hoje é daqueles dias em que sinto que me falta espaço para caber na minha própria vida, esta reclusão cega-me, deixando-me refém dos delitos que a minha consciência nunca cometeu! Há sem restrições pecados vividos na vã mania do sentir que deliberaram o tremor inconstante do imprevisível que estremeceram as bases frágeis da fraqueza do amor…. Fazendo-me frágil na força e forte na fraqueza! Acreditem que há danos, encruzilhados nas fronteiras dos retratos outrora efusivos que nos declinam, umas vezes amansando, outras mantendo, padecendo, matando em nós o intenso guerreiro que já há muito depôs as armas, fincando indefeso apenas marchando no meio de muitos outros que se afunilam! A verdade é que os horizontes, são feitos de luz que se dissipa inesperadamente. Foge-nos o apego instantâneo do ritmo enclausurado em nossas bases humanas. Talvez pelo desajuste íntimo e humano do tão essencial em ser, estar e viver. Quero muito viver, mas, há pouca nitidez nos pontos aos quais me vou remetendo, no raciocínio que mais parece que foi burlado por um campo de força que se alimenta da nossa felicidade. Dias passam como um piscar de olhos. os anos se atropelam, não há regra que diminua o ritmo da incerteza desordenada, que incide nossos passos a um fatal desgaste…Não é saudável ver a falta de cores nesta vida, o sopro de todos os descuidos retira-nos a clareza, perspicácia do templo que ancora as nossas principais alegrias e vontades! Chego á conclusão que acabamos involuntariamente de dispensar em excesso a nossa capacidade humana de subverter o simples em grandeza e de conferir o pensamento no miserável! . Falta-nos o espaço, suspendemo-nos numa correria sem precedentes com a falsa noção que tudo passara rápido. Mas!! Não! Nós é que nos apressamos sem precisão, sem alinharmos os nossos sonhos pois são eles que realmente nos movem os pés. Tornamo-nos as vítimas dessa fraude que nos lança sem direção a lugar algum...

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

 Hoje nem tudo acontece como esperamos. Esta é a verdade mais absoluta da minha vida…. E creio que nunca aprendemos com esta verdade. Acho que faz parte da nossa natureza teimar, lutar contra todas as evidencias que nos fazem voar, ou simplesmente perder o voo que idealizamos... A vida é mais real, se marchamos numa rua em constante construção, há que ver por este prisma diferente que nos leva a encarar as adversidades e os acontecimentos com recetividade, a ponto de colorirmos melhor esse caminho que nos surge, na maioria das vezes cinza. Olhar para trás não significa voltar, porque voltar é exatamente o que não precisamos. Voltar é se deixar afetar. E este não é o propósito. O que passou é como um livro de cabeceira. Afinal, o livro de cabeceira é um livro que nos identifica de alguma maneira, é aquele que já lemos milhões de vezes, mas sempre o consultamos regularmente; às vezes para encontrarmos este algo que nos coloca no chão e nos faz lembrar o que somos; além de elementos que nos atestem de sabedoria e nos ajuda a renovar, para o amanhã melhorar. Mudar de estrada não significa alterar o horizonte que se segue, ou desistir do sonho! Os olhos alcançam mais que as mãos, quando estas acenam em distâncias o que nenhum gesto de corpo é capaz. Mesmo assim continua longe de se ver o além por trás da linha do horizonte. O quadro da vida ao redor, classifica-a e a limita, impõe-nos feito uma estátua com espaços para poucas lapidações. Mas da mesma forma como as paisagens são mutáveis nas nossas vidas, com o tempo, nossa alma se transforma ao mínimo movimento. O olhar pode mirar um simples verso do horizonte e com esse aprendizado nos tornamos capazes de alcançar os sonhos escondidos por trás do tecido celeste que reveste a nossa alma…Ela é o maior reduto de sensações no nosso ser, nunca nos irá abandonar e será o mais oscilante de tudo em nós…Hoje tenho de admitir que me sinto meio perdido nestas linhas tortas da vida!

domingo, 8 de agosto de 2021

Hoje a lua olhou para baixo focando o meu caminho deixando de  fora o seu encanto…Não sei o que a fascinou em mim para ter  tempo de me acompanhar até casa. Talvez tenha tido piedade e recordou-se de mim e  dos meus passeios pela escuridão onde nem se conseguia avistar o  verde das árvores e o azul do mar…Estou-lhe muito grato por ter-se dedicado a mim nesta noite …O Sol tinha-me avistado mas!!! Escondeu-se ,  eu não me iludi ao vê-los! Eu sei que há na caminhada humana todos os meios que levam ao caos ou ao cosmos.. Nunca ignorei isso…Sempre foi assim podemos ser tudo ou apenas metade de tudo, podemos ser solidão solitária ou solidão acompanhada. Vitórias perdidas ou  momentos entregues ao luar, ser tudo ou apenas um pouco de algo! Foi sempre assim podemos reflectir-nos num  espelho e apenas  ver o corpo sem a alma... Podemos sentir a alma sem corpo… Podemos ler o coração sem vontade. Podemos ser metades de metades, divididas aos poucos, até não serem mais do que grãos de poeira a esvoaçarem pelo céu da  vida, ocultando o sol e a lua que nos Guia…Hoje perco-me no tempo e não me  recordo de colher outra coisa. Apenas metades!!! Metade da vida. Metade da realização. Metade do percurso sem fim que se acumulava em nadas, em vazios, em sensações eternas de metade da vida  deste caminho  que tarda… Vivo sonhos escritos empilhados em poemas, que se fizeram livros e se arrumaram em estantes onde metade dos sentimentos foram meia mentira... O resto dos sonhos ficaram esquecidos nas meias verdades  que dançam  valsas sem par...

sexta-feira, 30 de julho de 2021

 Hoje acordei com o sabor a sal de todos os mares que me banham, autografei os cometas da aurora desta cândida paisagem de infância que o frio da noite tatuou no planalto no degelo de mais um sonho que perfurou o silêncio cicatrizado da minha alma, que se expos no alpendre das horas perdidas…Quantas vezes senti os meus dedos derramarem a implacável dor acorrentada nos porões dos veleiros adormecidos,   quantas vezes no óbito dos sonhos, deixei de  trespassar muros de prisões, no crematório  de poemas sem regras na orgia das palavras ! Hoje as palavras tem um obscuro movimento próprio na audácia da sua compreensão, tem vida, movimentam-se por sim mesmas sem casualidade seguindo unicamente o seu movimento próprio. Ainda não sei porque razão em mim, o silêncio ocupa o lugar de tantas palavras no vazio das frases, se não consinto que me devorem,  então, que me invadam , me usem , na decadência da subserviência do oportunismo…Hoje é apenas mais um dia de reflexão e sei bem que há dias sem decisões, também sei que há dias de dizer que chega e gritar que basta ... Durante um largo período de tempo percebi que tinha perdido a  minha casa,  pois na sua morada não existia as responsabilidades que são obviamente divididas e não são imploradas... Estes últimos dias foram dias de imposição, os sonhos abarcaram os meus vazios, deixando asas que não podiam voar.  Os remédios da vida chegam com a forma de sons e cores ou então de sabores e gestos , quando o meu remédio vem de uma forma única de amar! Hoje quero ver a Vida, quero ver a poesia a transformar-se, ganhar contornos na sabedoria,  na sabedoria emocional e nunca na de ego ou  material…Vivo com a verdade de que trago dor e mágoa a várias vidas mas que nunca , nunca …Pela forma de atropelar gente, ou  usar os sentimentos alheios para percorrer as horas de um relógio! É que os relógios param os corações explodem,  é na lucidez do amor que podemos encontrar todos os paradoxos, se somos semelhantes podemos também ser meros opostos…Hoje sou uma liberdade romântica, sem nunca o ter sido, danço  uma valsa platónica na insignificância da escassez que o amor pode ser no infinito da saudade! Amo-vos minhas filhas, são vocês que dão corda ao relógio da minha vida, porém o meu tempo não se mede em relógios , é a vossa vida que me chama ...

domingo, 25 de julho de 2021

Hoje o dia conflui sem certeza, sem cor, sem textura totalmente impercetível., assim como o vazio decora a margem da alma e todas as nuances se extirpam sob o véu da desigualdade, ou se quiserem da  tendenciosidade abraçada pelo medo dos dias confusos. Tudo se torna leve por conta do esvaziamento que o findar propicia. A vida equaciona em nossos peitos uma infinidade de sonhos engavetados, que desbotam as virtudes mais concretas. Como Humano, Ui, falta-me certamente tudo, até a garra, que me debruce na esperança e o anseio inefável da paralisia. de tantos entroncamentos e caminhos sem placas de orientação…. Porque a vida não aponta, não deixa evidentes suas maravilhas, ou acontece ou não, no peito há sempre um trampolim que amortece a queda, e engrossa a cortina do céu, escurecendo as expectativas, que a paisagem vislumbrada pelos olhos, sonho cultivado,  no solo do nosso peito vai germinando… sinceramente, sinto falta dos abraços que cativam, e escondem em cada um de nós o espetáculo das ausências, de distanciamentos que incidem na solidão em nossas vidas. Todos os dias anoitece dentro, de nós , ai nos findamos como quem se esgota, porque há dias que tudo é levado pelos dias incomuns, pelo silencio dos acontecimentos. E pairamos inertes diante de um passivo desespero, de uma inconsciente condição de receio. A vida por vezes amortece nossos olhares, a saúde que impulsiona o coração a pulsar, os pés a andarem.... E só nos resta aguardar o dia nascer de novo, como em um ciclo ininterrupto de renovação,  humana que só finda no nosso último suspiro de vida! A Alma é um reduto de múltiplas sensações que por vezes acabam mesmo por nos abandonar…

terça-feira, 20 de julho de 2021

 Hoje eu tenho a certeza que cada um de nós é como um livro que desfolhado, conta a própria historia do inicio ao final .  Já o nosso corpo é, apenas  uma casa onde a nossa alma habita nesta passagem pelos vivos, partindo apenas quando  não couber  mais nessa casa, como se quisesse começar uma nova história, um novo livro ,  que não será aqui, será num outro lugar , se esse lugar existir… Já pesaram que cada dia que passa  pode ser tudo que nos resta para viver?  Eu realmente não sou um bom exemplo de vida , desperdiço o tempo como se ele fosse infinito, e digo-o, talvez porque existir para mim seja apenas uma circunstancia que me foi imposta. Eu não pedi nada a ninguém , nem fui inquirido nunca acerca da minha existência! Mas!!! Estou aqui por muito que muitas vezes tenha vontade de rumar para bem longe daqui…Para longe do que sou, para longe de  mim…Seria tão bom , conseguirmos sair sem destino, mas …Não fui inquirido, mas fiquei com obrigações que me seguram a este lugar ! Nem dá para sair um pouco dos escuros das noites,  dos problemas, das angústias... Hoje, gostava de sentar-me á beira mar e olhar o céu contado,  ao mesmo tempo as estrelas, mas humanamente isso também não é possível , nem sei quem as criou para lhe agradecer a beleza criada ! Não há mesmo uma forma possível de eleger a estrela do céu mais bonita, nesta existência ao mesmo tempo tão imensurável como o infinito em que me deixo perder… O mundo está uma rebelião, como posso entender que ao mesmo tempo que este céu lindo que me cobre seja o mesmo que vê um mundo doentio, de valores, afetos, que não dignificam a bravura e a fé dos nossos antepassados …Enfim , estou aqui e adorava ao menos ficar á deriva no meio do oceano apreciando esse momento único onde tanta estrela brilha , não sei se para me iluminar o olhar , ou para se despedir deste mundo que se afunda … Pergunto-me a mim mesmo , invocando os Deuses se as brisas e as estrelas que brilham são ou não uma tela viva pintada por Deus!

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Há pessoas que se amarram a nós envoltas em maresia para que não saibamos distinguir as linhas do seu nome…Deixam na praia um búzio para que as oiçamos nos ecos das marés antes de sumirem mar dentro! Há passos delicados na areia e sereias ao longe a quem pergunto,  quem são, apenas o mar me responde! Sou feito de terra,  diluíra-me nestas  águas antes de poder encontrar-te… Hoje dorme o teu nome na boca dos peixes…Eu , trago o sopro de uma noite nos cabelos e todas as vozes, que não quis ouvir, seguram os botões quase soltos deste manto em forma de neblina que me envolve… Vivo dentro da janela, que pintei à rebeldia, no muro que atravessa o virtual do real…Aqui as noites são claras e consigo tocar a lua com a palma da minha mão…Aqui sou  um homem que não existe, escrevo em todos os muros invisíveis, uma frase dedicada à cegueira do Ser ."Talvez seja esta janela, o paradigma que vos falta"  Apesar das poeiras e da lama onde as almas se arrastam, amanhece a vida dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa a neblina . Sinto que,  em todos os muros se pode abrir uma janela…A janela do amor, é a que mais visibilidade nos dá, aprendemos a amar não as pessoas mas os sentimentos das pessoas, aprendemos a conviver   com os defeitos que temos e perdemos  tempo demais procurando a pessoa perfeita, sendo que ela só existia dentro de nós. É muito estranho quando Idealizamos pessoas incríveis, dispostas mentalmente e fisicamente a se adaptarem a nós,  ao nosso estilo. Mas isso é errado porque assim,  estamos desejando secretamente encontrar alguém compatível com o melhor de nós! Eu falo por mim, as expectativas, essas, já não são mais as mesmas, pois passei a administrá-las e não projetá-las em ninguém. Já  usei os sonhos como uma tela branca, para desenhar os meus desejos. Hoje uso-a como tela pronta, para me equilibrar… Não é que já tenha aprendido tudo, nem tão pouco consiga  controlar todas as minhas emoções , porém separo a raiva da razão, o desgosto da compreensão e a ansiedade de todos os motivos . Deixei de viver o futuro e aprendi a apreciar o presente, impedindo que ele se torne um passado frio e amargo… Aprendi muito. Mas aprendi a me amar antes de buscar qualquer tipo de amor em alguém. O amor só existe quando conseguimos encontrá-lo  dentro de nós ao invés de em alguém… Por vezes o amor é,  representado em coisas tão simples na vida do ser humano, que mais vale fechar os olhos e sonha-lo!

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Hoje quando me enfileiro entre os demônios, deixo  guiar a vontade ao centro nervoso do meu interior, acuso o que decididamente me desorienta e ao mesmo tempo acomoda. Não dá para ficar à parte… As maiores mazelas moram dentro de nós, como uma doença adoece o nosso mundo, o olhar esse, fatigado anui a dor que vive à custa da nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significantes de apatia? Sinceramente não sei, se ao menos a luta fosse abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se elevar,  a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes, os calçados... Esta mudança é interna ornamenta os caminhos com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura ao redor. Que a luz desacomode e finalmente intervenha pela mudança estritamente imprescindível à minha alma com destreza e delicadeza, sem causar vandalismos na pátria que construímos dentro de nós mesmos ao longo dos anos. Mas!! O mundo é reflexo de nós. Sua manutenção nem sempre é espelho de nossas ações. Esta Pandemia tem sido uma revolução nas nossas vidas mesmo que nem sempre tudo que gira em torno dela seja autêntico, ficamos ancorados, de  coração e sonhos cada vez menos ativos! Hoje o peito devora-me em saudade, alienando o silêncio para as profundezas. Por tanto tempo estive adormecendo minhas memórias para reciclar um pouco de paz. Contudo, hoje exalta a vontade de delirar os versos do que tenho sentido, porque nem sempre é possível, nem sempre há dia para desejar e noites para amar... Nem sempre há estrelas cintilando na arquitetura esplêndida dos céus; nem sempre há olhos para admirá-las. Nem sempre as palavras nascem e se intercalam com doçura. Mas quando elas surgem, surgem, e nem sempre há alguém para quem lê-las. Nem sempre há abraços. Nem sempre falta deles ou de quem os dê. Nem sempre há beijos e dedos entrelaçados. Nem sempre há falta de afeto ou só saudade. Nem sempre há carinho. Nem sempre ...


terça-feira, 6 de julho de 2021

Hoje é  arda a entrega do  passo que nos direciona sem um abraço. É o amor que gira pelo peito,  nasce e frutifica, floresce e nos arquiteta com a estrutura que compõe os nossos sentimentos. O sentimento até lateja intermitente  em nós, reerguendo-nos das quedas, tal como o sangue que potencializa a vida que o coração nos entrega. Padecemos na tentativa de negar, de fugir de uma mão que nos convida a adentrar num navio pronto para navegar no maior dos oceanos. Porque para amar é preciso aceitar o convite de um vento que tremula intermitente sobre o nosso mundo. Hoje eu apenas  me desprendo para dar mãos, novamente, à poesia para esta  me soltar o grito e quem sabe me reencontrar.  Que a luta seja  com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se regenerar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes que sempre vestiu... Esta mudança é interna ornamenta os caminhos que desbravo com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura na árvore da vida. Que os Deuses se desacomodem e finalmente intervenham pela mudança estritamente imprescindível à alma. Com destreza e delicadeza., sem causar vandalismos na minha áurea  que construí dentro de mim ao longo dos anos.  Basta um deslize e escorrego, tombo da tênue corda onde a minha diminuta alma caminha. A cada choque com o chão, desmorono como  fugitivos amedrontados. A vida é mesmo assim, uns nos tiram o sonho,  outros nos devolvem os sonhos…É esta dialética que não consigo alcançar com a razão, nem de dia nem envolto no mistério da noite! Sinto-me um simples sopro de existência que rodopia na luz e na escuridão …É este duelo de síntese que não me faz quente nem frio, nem mais nem menos, nem som nem silêncio , nem negro nem branco, apenas um ser que tenta a superação aos seus limites , isso leva-me a olhar e não ver…

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Hoje escuto o silêncio .... Leio o tempo e ás vezes fujo, corro de mim!! Mas o mundo não muda ...Eu contínuo aqui, a tentar parar o tempo de tantos momentos sonhos, planos, fantasia promessas , algumas vividas que o tempo levou ...O mundo não mudou os momentos apenas adormeceram nas palavras que se calaram !!! Perderam-se os segredos mas que mude o destino... Por um minuto que seja , nem que seja num jogo de faz de conta ... Por enquanto apenas sinto ilhas de encanto nas rugas provocadas pelo abandono do tempo, que não me souberam eternizar!!! Espalho estas palavras no chão, amontoado de sentidos desconexos , labirintos de emoções que junto em mundos proibidos!!! Que Ousadia esta minha! tentar descontinuar um enigma absorvendo o segredo do ser e assim permanecer... É inquietante o silêncio que habita na solidão dos instantes.... É nesses pedaços de tempo que o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos  quebrar mesmo que não queiramos! Faz-se poesia com o desmoronar dos castelos, paisagens esquecidas , previsões desta bagagem que transportamos na nudez dos dias longos, dos julgamentos injustos, que acabarei sempre por descrever como quem constrói o som do amor na partilha de quem se ama…Hoje vou verbalizando as quedas, convencendo-me que o chão também é um abrigo, é nesse terminal que desenho as minhas cores, elas se  impõem e me abraçam num carinho de prudência !!! Gosto desta inquietude nesse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade que nos faz persistir perante as horas surdas dos dias...Mas !!! por vezes as palavras que escrevemos querem sorrir , elas escondem sorrisos nas rimas misturadas em versos de dor e ausência… Este bailado de palavras inertes muitas vezes jogadas ao chão frio em tons de silabas desalinhadas não é mais que a nossa sombra desaguada no desalento de um papel usado, amarrotado pelo nosso ultimo suspiro...

terça-feira, 22 de junho de 2021

Hoje a noite está a resvalar a escuridão. Os passos dão-se de uma forma frágil , na sombra que ofusca o céu . O ar esse , torna-se irrespirável. Por muito estranho que pareça, sobrevivemos, e não queremos crer nessa simples possibilidade. À nossa volta o cenário da destruição extrema, começa a imperar,  percebe-se que aconteceu uma catástrofe a nível global, social, emocional, porém, os pormenores os detalhes estão á vista de todos mas as verdades escasseiam. As pessoas escondem-se nos recantos cheios de sombras, longe dos cheiros, apenas inalando  o arrepio do medo… Porque é no corpo e nas nossas necessidades que tudo começa e acaba. É o corpo que é real, e, paradoxalmente, só o compreendemos quando o perdemos ou quando ficamos reduzidos a ele, já pensara nisso? Sinto que a cada dia que passa, estamos, lutando pela  sobrevivência da nossa liberdade é assim, passo a passo, segundo a segundo, pulsação a pulsação, vamos dando cor ao que não vemos mas que nos afeta !  É um tempo onde nos movemos sem rumo, sem saber a direção, sem saber nada. E não há ninguém para perguntar o caminho, é um caminho interno e solitário. Uma luta renhida pela lucidez, que começa nos gestos mais banais. E, ao mesmo tempo, o desespero de preservar a memória porque, acreditem, sem ela morremos de facto… Para um sobrevivente, a morte pode ser um consolo, quase um alívio. Para um sobrevivente, cada movimento dói, como uma chaga permanente na vida. Mas, em vez de se render ao abraço da morte, da desistência, o sobrevivente continua em frente  numa obstinação que tem tanto de desespero como de instintivo.  Percebemos, assim, que o mundo está cheio deles. Sobreviventes. A luta começa a estar no rosto do mundo. Podemos então olhá-la de outros prismas, conhecê-la, interpretá-la. Não com raciocínios, mas com as emoções à flor da pele. Não encontramos respostas nos livros, esses apenas contam histórias fazendo a história. O mundo começa a estar invertido o preto transforma-se em branco e o branco em cinzento. Todavia, temos mãos, temos tintas e pincéis, mas não há nesta vida quem saiba pegar neles e pintar… Sinto que estamos num novo começo, começamos a ver o mundo como se fosse a primeira vez, um ponto de partida, onde nem temos como mostrar o passado, o que foi destruído, nem há como trazê-lo para o presente, como oferecê-lo às novas gerações… Hoje percebo que o cenário mudou. Abre-se uma porta, para que surja uma luz, e devolva a crença onde tudo começa a parecer ruinas ,  porém, tudo fica diferente. Seria bom as pessoas  voltarem a trocar sorrisos e palavras,  coisas simples,   alegrias, tristezas, estados de alma, talvez ai descobrissem  o poder da partilha! Não sei se iremos ainda presenciar o renascimento do mundo, da vida, como se a vida fosse uma coisa abstrata, exterior, a nós humanos,  que tanto experimentamos os sentimentos básicos dessa vida, como quem prova pedaços tímidos de sabores desconhecidos,  do amor, da amizade, da mulher, do homem,  da agressividade, da luta, da coragem, da partilha, do egoísmo, da solidão, da solidariedade, da cumplicidade… O medo, esse, é aquele que já conhecemos de cor, de tanto o vestir e levar pelos caminhos. O medo, esse animal que se esconde na toca, encolhido, assustado, e que, ao sentir-se encurralado, se pode tornar comunitário, primeiro por desespero, depois, por não termos como lhe fugir…Hoje estou assim porque o medo de perder me retira a vontade de ganhar!

quinta-feira, 17 de junho de 2021

 Hoje eu já não acho estranho quando alguém coloca em causa algo que outros tem como adquirido. É uma sensação desconfortável quando começamos a duvidar das nossas certezas e dos outros…Mas, é humano! Eu tenho a noção de que sou uma pessoa de certezas, talvez de ideias firmes até,  por vezes fixas e inflexíveis, é verdade... Mas são elas que nos podem guiar na vida! Se não tivermos certezas como podemos sobreviver neste mundo? São elas que nos fazem seguir e estabelecer um percurso para atingir os nossos objetivos….Se este existirem claro! Quando tomamos decisões, as certezas estão lá. Porque se não estiverem... Se não estiverem, somos incapazes de decidir o que quer que seja conscientemente. E isso assusta-me. A inconsciência das decisões é uma coisa que me assusta, porque não consigo entendê-la. Por esta ordem de pensamento, talvez aquilo que me assusta é o que me escapa ao entendimento. A razão faz parte do ser humano, porque é que os Homens tendem a esquecer-se disso? Não sei. Essa é uma pergunta que me irá perseguir para sempre...Considerações sobre a responsabilidade da Humanidade à parte, a verdade é que quando me deixam a pensar sobre as minhas certezas, sou capaz de me alhear de tudo. Parece que começo a sentir o chão a fugir dos meus pés. E eu tenho muito medo de ficar sem ele, confesso. É, muitas vezes, o mundo à nossa volta que coloca as nossas certezas em dúvida permanentemente... O que é que é justo? O que é que honorável? O que é que é uma atitude corajosa? O que é que é a mentira? O que é que é a omissão? O que é que é a verdade? O que é são valores? O respeito é medo? Ou o medo faz parte do respeito? Serão coisas completamente distintas ou não? Quais são as nossas raízes? Elas existem? O que é que a identidade? Qual é a nossa identidade? O que é que defendemos? Porque o fazemos? Ou, porque é que não o fazemos? Quando somos de ideias fixas, por vezes, podemos cair no erro de sermos idealistas... Mas será que ser idealista é um erro? Eu acredito que não. Acho que é bom ter ideais e defendê-los. Do que é que se faz a vida se não defendermos algo em que acreditamos? Se não fizermos o que estiver ao nosso alcance para que aquilo que amamos não desapareça? O que é a nossa vida se não agarrarmos com unhas e dentes a oportunidade de fazer alguma coisa pelos outros e por nós mesmos? Nada. Sem isto a vida não tem sentido. Aí está uma certeza. Sem nada disto a vida não tem sentido.  Quanto ao resto o desafio está no bom senso. No bom senso de chegar a um ponto e, através da reflexão consciente, perceber se continuarmos ou não no caminho que escolhemos. No bom senso de conseguirmos entender até onde podemos ir. E, no final de contas, a dúvida vai fazer sempre parte desse processo. Só temos de arranjar uma forma de ela não nos engolir. Hoje estou assim,  porque  ter um filho é como ter um coração fora do nosso corpo, e escrever está intimamente associado  a essa ideia ...Por isso!! Hoje mordo o meu coração...



segunda-feira, 14 de junho de 2021

 Hoje dentro de si mesma, a noite não revela contornos , serve-se de sombras…Abro janelas de afetos, caminho sobre as horas, que exibem o desejo que o vértice das pernas esconde ! Imagino um corpo sobre mim, debruçando-se pelo meu lado selvagem , outrora adormecido num bosque imaginário,  de prazeres sem grades! Sonhamos que em algum lugar estarão sempre dois braços,  dispostos em forma de casa,  para receber o  nosso corpo quando cai. Eu já cai e muito…. Mas!!! E imaginei que havia um corpo com dois braços capazes de segurar-me  firmemente na queda…Mas não …Tive de recriar-me num estranho abrigo ao longo dos abraços imaginários no limiar do percurso da vida ...Aproximei os olhos da vertigem dos céus, fiz das estrelas barcos, para sulcarem os mares do meu coração em desordem, criei gestos para contrariar as palavras, exilei-me do tempo pelo medo que enrouqueceu o cansaço nos rostos desenhados em silêncios, nas noites adiadas. Como se sentisse alguma perversão, a minha boca desenha gestos poéticos, excêntricos,  que corrompem qualquer palavra que a luz da manha enrola nos meus olhos , em mais um dia que acordo com um som estranho dento do meu peito… Como se dum eco se tratasse,  de uma palavra tatuada em mim,  que eu não reconheço mas, mesmo assim,  atravessa a fronteira como um fantasma apavorado pela luz que asfixia…Eu já escrevi muitas paginas na minha vida, mas tenho queimado todas como quem faz anos e sopra as velas sem olhar para trás!

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quarta-feira, 9 de junho de 2021

Hoje ando costurando pedaços de sonhos rasgados, que sei que dormem dentro de mim.  Agarro-me a  eles, como me agarro ao caminho, para seguir. A vida muitas vezes é-nos servida com uma  dureza gigante, repleta de adversidades que somos obrigados a enfrentar, mas!! Não foi isso que me endureceu o  meu Eu. Tenho como todos vós as minhas andanças internas, em busca de força para construir a colcha da minha vida, me auto defino como um ser  fragilizado, mas com a coragem suficiente para fazer de todos os meus retalhos de um antigo ser,  que pensei não mais existir. Um homem resiliente  que ainda resiste,  e não se deixa ofuscar pela escuridão dos dias menos bons ... Tornei-me um artífice de costurar no escuro,  porém ser assim,  exige de mim  muita habilidade, cautela, para não perder o encanto, a delicadeza, a essência no que me tornei! Quando começamos a bordar a nossa colcha da vida, não é para nos tornarmos melhor que nada nem ninguém , é apenas colocar o amor em cada ponto, cada retalho, das nossas vivências… É ai que ficam os muitos laços para dar, quando outros optam por dar nós… Viver para colorir onde não há cor, é essa a beleza e a leveza desejada entre cada ponto para que mais tarde não seja necessário dar nós em laços difíceis de desatar! Não posso com isto dizer que todos os pontos que costurei na vida tenham sido desencontrados ou apertados, ou, até mesmo que tenham tido a coloração de um dia de cinzento, mas!!! Cinza também é cor, e faz parte de todas as vidas serem preenchidas por todos os tons…Apenas gostava que soubessem, que, viver é fantástico, mas não é verdade que a cor que escolhemos para dar a tonalidade dos nossos dias tenha sido escolhida por nós….Não mesmo!  Hoje olho a lua sem qualquer pudor pela sua cor, ela serve-se como um balsamo para a alma e uma brisa que me acalma .

quarta-feira, 2 de junho de 2021

 Hoje escrevo  como se fosse  passado , porque, os meus dedos viraram estrelas, tocaram no dia de amanha, desenhando o passado, sem presente ! Talvez agora, no futuro, não sinta o frio que a noite  tantas vezes trás, porque no meu corpo vive a luz  de uma lareira recentemente apagada e nem o fumo, que ela teima em fazer crescer, me faz lacrimejar de saudade dum outro futuro… Aquilo que escrevo chama-se imaginação, de ventos e de momentos…Sempre que chove , o Sol espreita para iluminar o céu que rega de luz este meu jardim, descolorido , sem reluzir o azul e cinzento que desaba do céu. Gera-se um sonho, que se deita sobre o meu corpo e faz tempo  que não leio o que escrevo sobre o meu corpo… Uma folha em branco basta, debaixo do olhar, com a caneta ansiosa a descansar de me fazer viajar e levar para todo o lado. São assim os sonhos,  cansam-se de esperar . Até mesmo aqueles nossos sonhos em que o nosso “eu” se desprende de nós próprios, chamando-nos,  rabiscando distâncias e nomes de terras que ainda nem floriram para ninguém… Sinto que já vivi este pensamento, como se o tempo ficasse retido no passado, e hoje voltasse a içar ao mesmo tempo  a noite e os sonhos,  carregando-me por montes e vales,  por portas  onde nunca irei entrar. .. Confesso que me assusto, silencio-me para escutar o coração, deixando-me prostituir por todas as minhas fragilidades  e medos, silenciando o meu intimo apenas mais uma vez ! Este silencio da minha voz , não condiz com o barulho intenso do meu interior, sou muito mais que as minhas palavras escritas, sou muito mais que os emaranhados de nós, que compõem a minha historia, sou antes de mais toda a essência dos meus pedaços, sou inteiro, inquietante, mas também sou leveza, sonhada…Sou um ser em reconstrução que admite que nada  vê e escuta, para além da surdez que abafa os meus dias, quando me carrego de um lado para o outro nesse sonho que outrora sonhei…Neste sonho, chego onde nunca estarei…. Por vezes, em certas noites como esta, acerco-me de um qualquer ideal, e prego aos Deuses,  para que não se esqueçam deixar alguns pedaços de nuvem no meu peito, para que nunca deixe a minha alma só perante os olhares do purgatório final…

sábado, 29 de maio de 2021

Hoje sinto simplesmente falta…Falta  dos sonhos que me embalaram a alma, dos sorrisos tontos que nascem nos lábios, simplesmente porque a memoria tem dias, que trás de volta instantes que nos enchem de magia…Sinto falta da doçura de um beijo trocado em segredo, do toque suave de uma alma na minha, com a força com que me faça sentir de novo vivo… Sinto falta das horas em que o mundo parece não mais existir…porque nada mais interessa no  mundo…Hoje sinto falta das palavras, por isso escrevo-as, nos silêncios do meu coração, que a ausência imposta me rouba da razão…Sinto falta daquela ilusão, que nos faz voar por caminhos desconhecidos, por retalhos de uma vida que poderia ter sido! Sinto falta das fantasias, das historias de encantar , onde eu podia ser quem quisesse…Até aquilo que nunca fui…Dono do meu coração! Sinto falta daquelas horas em que, era capaz de irradiar, palavras de alma aberta  onde me iluminava para que nada fosse escondido, nesta perfeita imperfeição que é ser eu mesmo , no sonho da entrega inconsequente …Sinto falta de tantas coisas que chego á conclusão que nunca foram minhas…Posso até me reconstruir vezes sem conta, porém jamais deixarei de ser o mesmo de sempre...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...