domingo, 10 de janeiro de 2021

Hoje , sinto-me próximo do longe, que embaciou os céus , enquanto tento procurar o caminho de regresso a casa...Sinto que nesta noite desci dos céus carregando nas asas a humidade da noite fria que se instalou, deixando em mim a vontade de ser uma ave, pairando no desejo de ser vento… Não sei porque para aqui vim, mas fui arrastado pela corrente, deste corpo ausente, seguindo o curso deste trajeto infinito como um viajante que volta pouco a pouco, num regresso que é silencioso. Já alguns dias que não ousava escrever, mas hoje sinto essa necessidade, sinto que ando acompanhado, mas sinto-me muito só…poderia até contextualizar, falar desta solidão acompanhada, porque opto por ela! Sinto-me acompanhado por mim mesmo, como se tivesse uma amizade colorida comigo mesmo…É que só assim viajo por outros sítios, e desfaço alguns equívocos…Interrogo-me tantas vezes se o que escrevo é amor, talvez seja a única forma de amar que sei, não sei!  Acabo por tomar opções que me ferem a mim mesmo, mas que me farão crescer como humano, entretanto escrevo este amor que se projeta de mim e me invade as dúvidas, umas vezes fazendo sentido e outras não! Escrevo o amor que é,  e o que não é amor, talvez seja uma tentativa, um embrião que não deixa de merecer ser escrito… Escrevo o amor que me faz persistir, me dá alento, escrevo, o amor enquanto tiver tempo e qualquer que seja o amor, porque o tempo urge em mim,  se pudesse segurar-me-ia nas pontas de um mero segundo de vida...


7 comentários:

  1. Aquilo que escreves é mais que amor, é a longevidade dele em ti. És um ser misteriosamente diferente dos demais, acredito que o amor que escreves, te conduzirá a uma longevidade sentimental. Muita força para mais um momento duro de confinamento que iremos estar sujeitos. Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Não deixa de ser lindíssimo,como uma sinfonia o texto que escreveste, porém, sendo e triste. Tu transmites amor das mãos

    ResponderEliminar
  3. Anónimo1/11/2021

    Simplesmente Mágico

    ResponderEliminar
  4. Caro Paulo, descreves o amor como uma emoção que não dá para controlar, é uma emoção que abafa a lógica e o senso comum, tens uma arte única, muito tua que fascina e nos faz pensar em tudo o que acreditamos, és encantador...Um bem haja, um beijo.

    ResponderEliminar
  5. Cada vez é mais interessante ler o Paulo, uma capacidade gigante de fazer as palavras terem vida. Um Beijinho

    ResponderEliminar
  6. Vamos voltar a ficar fechados como se uns criminosos fossemos, quero agradecer as palavras que tens partilhado durante este tempo todo! Peço que continues a brindar-nos com os teus pensamentos, tão únicos, humanos e comuns a todos nós. Venha o teletrabalho e palavras tuas, beijinho

    ResponderEliminar
  7. As tuas palavras parecem ter vida, abraço amigo

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...