Hoje dentro de si mesma, a noite não revela contornos , serve-se de sombras…Abro janelas de afetos, caminho sobre as horas, que exibem o desejo que o vértice das pernas esconde ! Imagino um corpo sobre mim, debruçando-se pelo meu lado selvagem , outrora adormecido num bosque imaginário, de prazeres sem grades! Sonhamos que em algum lugar estarão sempre dois braços, dispostos em forma de casa, para receber o nosso corpo quando cai. Eu já cai e muito…. Mas!!! E imaginei que havia um corpo com dois braços capazes de segurar-me firmemente na queda…Mas não …Tive de recriar-me num estranho abrigo ao longo dos abraços imaginários no limiar do percurso da vida ...Aproximei os olhos da vertigem dos céus, fiz das estrelas barcos, para sulcarem os mares do meu coração em desordem, criei gestos para contrariar as palavras, exilei-me do tempo pelo medo que enrouqueceu o cansaço nos rostos desenhados em silêncios, nas noites adiadas. Como se sentisse alguma perversão, a minha boca desenha gestos poéticos, excêntricos, que corrompem qualquer palavra que a luz da manha enrola nos meus olhos , em mais um dia que acordo com um som estranho dento do meu peito… Como se dum eco se tratasse, de uma palavra tatuada em mim, que eu não reconheço mas, mesmo assim, atravessa a fronteira como um fantasma apavorado pela luz que asfixia…Eu já escrevi muitas paginas na minha vida, mas tenho queimado todas como quem faz anos e sopra as velas sem olhar para trás!
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ResponderEliminarSempre fabulosas as tuas palavras, genuínas e amorosas . Gostei muito
ResponderEliminarLindo texto, sedutor, arrojado que exalta os sentidos á flor da pele. Os sonhos não tem muro, grades ou redomas, são sentidos e sonhados por quem ousa um pouco mais.
ResponderEliminarA natureza das tuas palavras são de uma intensidade muito forte! Não é a intensidade do que sentimos que produz o maior efeito sobre o nosso espírito de humanos, é sim a extensão dos nosso sonhos até à asfixia dos nossos dias. és encantador, só um ser humano virtuoso poderá sentir e exprimir-se dessa forma. beijinhos
ResponderEliminarAs tuas palavras até podem soar a tristeza mas não o são , elas são alegria e esta só brota em pessoas que se sentem iguais, aos outros e não inferiores ou superiores. Paulo tens este equilíbrio sempre patente nas palavras, a humildade de te comparares aos demais, apenas nos faz sentir mais as tuas palavras e fazer delas nossas também. Poucas palavras que dizem tanto...
ResponderEliminarCaro Paulo, "prazeres sem grades, bosque imaginário"
ResponderEliminarA liberdade, talvez, que nos dá esse prazer extremo, onde não há grades e as pessoas são livres de sentimentos e de si mesmas. Esses são utopias para muitos, mas são também metas para outros tantos! Um bem haja querido Paulo, adorei como sempre.