Hoje escrevo como se fosse passado , porque, os meus dedos viraram estrelas, tocaram no dia de amanha, desenhando o passado, sem presente ! Talvez agora, no futuro, não sinta o frio que a noite tantas vezes trás, porque no meu corpo vive a luz de uma lareira recentemente apagada e nem o fumo, que ela teima em fazer crescer, me faz lacrimejar de saudade dum outro futuro… Aquilo que escrevo chama-se imaginação, de ventos e de momentos…Sempre que chove , o Sol espreita para iluminar o céu que rega de luz este meu jardim, descolorido , sem reluzir o azul e cinzento que desaba do céu. Gera-se um sonho, que se deita sobre o meu corpo e faz tempo que não leio o que escrevo sobre o meu corpo… Uma folha em branco basta, debaixo do olhar, com a caneta ansiosa a descansar de me fazer viajar e levar para todo o lado. São assim os sonhos, cansam-se de esperar . Até mesmo aqueles nossos sonhos em que o nosso “eu” se desprende de nós próprios, chamando-nos, rabiscando distâncias e nomes de terras que ainda nem floriram para ninguém… Sinto que já vivi este pensamento, como se o tempo ficasse retido no passado, e hoje voltasse a içar ao mesmo tempo a noite e os sonhos, carregando-me por montes e vales, por portas onde nunca irei entrar. .. Confesso que me assusto, silencio-me para escutar o coração, deixando-me prostituir por todas as minhas fragilidades e medos, silenciando o meu intimo apenas mais uma vez ! Este silencio da minha voz , não condiz com o barulho intenso do meu interior, sou muito mais que as minhas palavras escritas, sou muito mais que os emaranhados de nós, que compõem a minha historia, sou antes de mais toda a essência dos meus pedaços, sou inteiro, inquietante, mas também sou leveza, sonhada…Sou um ser em reconstrução que admite que nada vê e escuta, para além da surdez que abafa os meus dias, quando me carrego de um lado para o outro nesse sonho que outrora sonhei…Neste sonho, chego onde nunca estarei…. Por vezes, em certas noites como esta, acerco-me de um qualquer ideal, e prego aos Deuses, para que não se esqueçam deixar alguns pedaços de nuvem no meu peito, para que nunca deixe a minha alma só perante os olhares do purgatório final…
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o nosso silêncio é uma ponte que transcende a realidade, é um estado de plenitude entre mente e espírito de encontro com a paz, sem ele somos reféns do impulso e da desordem. Lindíssimo o teu texto
ResponderEliminarTens um poder enorme nas palavra, elas trazem cura, paz e equilíbrio, renovando as energias, que nos podem colocar no alto e nos fazer sorrir.
ResponderEliminarAs palavras têm um poder tremendo acredita, não são só as tuas , as generalidade há aquelas que edificam, outras que destroem, umas trazem bênção, outras, maldição. E é entre estas duas balizas que nos devemos moldar, agradeço muito as palavras que aqui colocas , tem um dom enorme. Beijinhos
Sempre única a sua forma de escrever, apaixonante demais mesmo!
ResponderEliminarÉ um prazer intenso ler as tuas palavras, ler e reler e reter... a tua alma é cheia de luz e encanto, jamais ficará só
ResponderEliminarÉs um ser lindo,maravilhoso,com tanto para dar e muito mais para receber,teu coração tem muito amor,sente se nos teus textos,vive vive o presente ,com essa essência tao tua,que brilha tanto nesse sorriso,nestas palavras,que nos fazem sonhar,adorei ,mais um texto maravilhoso💛
ResponderEliminarCaro Paulo, como tenho hábito de dizer as suas palavras São um livro Aberto, uns interpretam de uma maneira , outros de outra forma, mas o mais importante é que só o Paulo sabe a mensagem que delas levam, um bem haja enorme para mais este texto lindo
ResponderEliminarO nosso interior tem ruídos que só nós conseguimos definir, sabermos o que sentimos é o grande enigma. Adorei
ResponderEliminarAmigo, o nosso tempo tornou-se escasso para debater rótulos, as pessoas vazias são corpos sem alma, coisa que nunca serás, não têm essência que desperte interesse, não têm sentimentos, esses podem nos julgar pelo olhar pois nada tem nada a nos oferecer enquanto humanos ...Abraço
ResponderEliminarSentires tão profundos em silêncios escutados...
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