sábado, 30 de abril de 2022
quarta-feira, 27 de abril de 2022
Hoje nesta espécie de despertar que não lhe posso chamar acordar, penso em ti, ou talvez tenha dormido a sonhar contigo, e viajei no teu amaciar de noite…. Acordei com esse teu rosto na minha memória a trazer-me saudades, como se a minha cama fosse enorme, demasiado grande sem ti e os fios dos teus cabelos se não se sentissem sem a tua presença, mesmo tendo tanta saudade. Os raios de sol que trespassam as brechas dos estores enfurecem-me por não me deixarem continuar a sonhar mais uns momentos contigo. Nasce uma verdadeira luta, eu firmo as pálpebras tentando voltar a dormir e a claridade torna os seus raios mais firmes para me acordar. O dia vence! Eu desisto! Abrindo assim as janelas para que o sol traga a brisa matinal para dentro e me inunde com o teu aroma doce, que vais deixando por onde passas… Já não consigo sonhar contigo, mas posso pensar em ti e imaginar-te a esta hora, linda ao acordar. Uma imagem do teu rosto surge-me ainda mais forte na minha mente eu tento rever-te melhor, saborear cada traço do teu rosto, mas quanto mais me esforço mais insuficiente parece a imagem que surge, até começo a sentir um odor doce e acre simultaneamente, provavelmente será recordação do teu perfume, ou melhor, a memória do intrínseco odor do teu corpo que o meu não quer esquecer. E não é a única coisa que não quer esquecer... São estes longos e agridoces momentos que penso em ti, que me fazem perceber que tenho de deixar de o fazer, pelo menos por agora, o dia deixa o rasto de mistura do calor dos raios de sol com a frescura da brisa que me invade o olhar e me faz tombar na perplexidade do tempo que vai desenrolando o dia e o entardecer para mais tarde, fechar de novo a cortina de luz que se vai debruçar sobre a alma e certamente, logo voltarei a sonhar contigo …Confesso que hoje aguardarei com ansiedade por esse momento, para novamente acordar a pensar em ti mais uma vez! As cartas que aqui escrevo, são de um eterno, singular, amor, que não tento explicar, porque há coisas que não se explicam, apenas se sentem. Desde o primeiro dia que abracei essa proximidade , que senti que não é feita só de ternura , mas, de muito mais que isso… Cada som que vem do fundo do ser é um murmúrio de saudade que se espalha pelo infinito, não soa ao mar, ou tão pouco ao respirar das ondas, parece sim, um bocejar de entardecer que entoa na alma as palavras que vão dando cor ao amor que se funde com o pensamento. É preciso entendermos os gestos, nas palavras, nos silêncios onde quer que estejamos para que um de nós vá sempre procurar o outro.
sexta-feira, 22 de abril de 2022
Hoje a noite cobre todas as sombras que se recolhem no seu ego disfrutando cada medo como vitórias, fazendo tombar este escuro que recolhe as lágrimas, outrora tão rotineiras quanto as passadas dos manequins que deambulam tentando cativar um olhar mais atrevido ou um gesto que desbrave sentidos já tão contaminados pelos sentimentos soltos! Vamos retirar a âncora deste meu barco e deixar a alma ser a timoneira neste peregrinar! Talvez um Destino anunciado ...Navegar tocando aqui e ali o coração daqueles que se dizem mais altos no pensamento tão nosso ! Sobre o cintilar das estrelas hoje tombam talvez, apenas aqueles que tenham faltado a verdadeira sinceridade! Só numa alma virgem sem artifícios nem luzes de ribalta, sobressai a humildade e o reconhecimento de saber que somos todos pó e em pó nos tornaremos também todos …Para quê? Remar apenas!! Se o olhar deste mar preso não só comtempla sombras paradas e consciências adormecidas num ontem que já nem faz parte da história, para quê? Reconduzi-las até ao ínfimo pedaço onde as palavras são migalhas que alimentam a alma e o sonho ainda é aquele lago límpido onde a alma lava todas as feridas. É tão bom, quando erguemos a ponte entre os que adormeceram em leitos de espinhos, facilitando os que carregam o ideal jamais derrubado por qualquer fanatismo ou pelos desentendimentos que vão aparecendo a cada esquina da vida! Mas!! Eu, também sou um grão no meio deste pó todo! Limito-me com estas mãos e com o papel limar arestas rudes, deixando em cada SER a razão deste permanecer! Podem até me chamar louco por desvendar silêncios que as palavras desnudam a cada olhar no fulgor a nu da lucidez, fazendo esquecer o ego para voar no mundo onde as palavras são a misticidade de cada amanhecer , porque as palavras amigos hoje, podem ser o vértice da alma.
terça-feira, 19 de abril de 2022
HOje tudo
conta, até as fissuras das certezas vão espreitando as incertezas com que
por vezes pintamos essa tela que de azul só tem este céu onde as mãos tentam
tocar no momento do sonho. Há tanto tempo que os raios do céu, me deixam
preso no fogo que me transcende , fazendo-me viver na aridez do silêncio que
perdeu a voz e o espanto dos sonhos depositados na alma.
Deixei nascer esta raiva escondida, que se prolongou pelas
noites, deixando-me nas mãos a loucura e a pena esmagada entre os nossos
dedos que se acolheram. Que sabem os outros do que se intimida do olhar que
anuncia a bênção dos céus, onde se deslingue se a água é o vinho que se
ergue desse maldito cálice que só transborda ódios, se o amor flui na brisa tal como a carícia de uma
criança… Que sabem os outros das lágrimas que escorrem sobre o manto da fome,
alimentando as veias doridas deste nada que se esconde e se renova,
ressuscitando a cada amanhecer? Será que há alguém desta solidão que se passeia
sobre o dorso da noite gritando a morte branca, quando se deixa envolver nos
suspiro, nos sufocos suspensos entre o partir e o ficar dos sentimentos jogados
ao chão, apenas soletrados em todos os compassos deste mundo caído …Que sabeis
do amor, quando o nosso olhar se torna Outono inverno , roendo cada osso
deixando transparecer esse vício onde tudo se corrompe para depois ser pó? Que
sabes tu deste cadenciar que enlaça o corpo maduro e deixa nas mãos a única
certeza que toca os sentidos e se esbate no pensamento libertando a pureza do
amor esmagando pela luxuria, um animal que vive dentro de cada um mas só
alguns tem a coragem do alimentar? Que sabes tu dessa batalha que
deixaste regar na boca o sabor amargo de quem nunca mordeu esse pedaço de
carne com que se saciam os uivos de tantos lobos? Qual será a cor que mais
traduz e espalha terror vingança? Que sabeis deste espírito que
vagueia entre o ser e toda a misticidade que envolve o olhar que se deixa
levar pela hora do perdão, que se ajoelha de todas as dores para
amanhã erguer da verdade a sua plenitude ? Nada sabeis certamente e
eu também não!
sábado, 9 de abril de 2022
Hoje consigo ver sem sonhar,, desistindo do sonho...Vou fechar os olhos e atravessar a neblina que caiu aqui , como um manto que me faz esquecer sem nunca ter esquecido, porque nisso sim, eu sou abençoado , é a estrada que ne está destinada. Já fiz Perguntas, reticências, já tentei dar sentido a esta falta de sentido, mas a desobediência da vontade esconde a luz, não mostra o seu brilho e me ofusca o olhar… Eu remexo a razão quando a verdade me diz não , eu , olho as marcas sem vontade , eu visto-me de noite para esconder as tempestades, mas nunca me escondo de mim, não me envergonho, mesmo que as lágrimas deslizem em desalinho num compasso sem retorno marcado, as páginas deste pergaminho escondem-se neste céu . Como posso ver sem sonhar, escrevendo silêncios ou trancando-os no ar ? Fechando estradas, abrindo fronteiras? Hoje despi-me dos preconceitos na limpidez de um sonho, procurando apenas a magia no espelho da realidade. sonho, mas!! Tristemente fiquei encurralado na limitação, da expressão, que me levou adormecer…Volto assim ao sonho profundo onde a magia acontece e rasga o horizonte , mostrando a montanha perfeita onde a nascente de água se vai deixando cair, límpida e transparente no meu rosto cansado . Vagueando nas ruas da alma, vejo portas mal fechadas , espaços vazios, fechaduras forçadas , olhos turvos, que no silêncio acutilante vertem lágrimas por tanta pergunta amontoada, num canto sem respostas…Deixo-me cair por apenas ter a certeza que perdi as cores com as quais um dia me pintei…
sexta-feira, 8 de abril de 2022
Hoje deixei o céu tombar o macio branco que se deixou enroscar neste sol envergonhado, fecho o seu pestanejar sobre o rosto macerado do tempo onde as flores foram violentamente colhidas com as gotículas humedecidas deste estupido olhar que me deixei fixar… Não consigo soltar o perfume dos afetos na transparência e honestidade que supostamente deveria pulsar na pele cedida ao arrepio breve inóculo, desmaiado, leviano do desejo egoísta premeditado… Tecem-se mentiras, em lagrimas que quebram de vez o nó que chegava a asfixar os sentidos , mesmo neste corpo adormecido que perdeu a alma sem nada pedir em troca! Não era assim que me revia no fio condutor desta vida, mas seja assim feita a noite, que ela caia sem regresso…Vou ficar ali no meu canto, sentar-me na minha praia a escutar o marulhar deste mar na lentidão do tempo nas trevas da memoria . É tão triste quando as palavras vibram como feridas, porque será que mereço este mar, que bate no meu corpo enchendo-me de marés de silêncio quando a frescura do areal apenas aguça o eco da saudade nos meus lábios! Sinceramente já nada sei mesmo desta vida , eu que já tão pouco sabia, fecho os olhos carregados de sal nas dunas de um sonho que se espuma nas minhas mãos , quando o que mais queria era retê-lo em mim, vivendo dele gota a gota, mas!! A água cansou-se, paralisou-se no meu olhar que parou.
domingo, 3 de abril de 2022
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...