Hoje nesta espécie de despertar que não lhe posso chamar acordar, penso em ti, ou talvez tenha dormido a sonhar contigo, e viajei no teu amaciar de noite…. Acordei com esse teu rosto na minha memória a trazer-me saudades, como se a minha cama fosse enorme, demasiado grande sem ti e os fios dos teus cabelos se não se sentissem sem a tua presença, mesmo tendo tanta saudade. Os raios de sol que trespassam as brechas dos estores enfurecem-me por não me deixarem continuar a sonhar mais uns momentos contigo. Nasce uma verdadeira luta, eu firmo as pálpebras tentando voltar a dormir e a claridade torna os seus raios mais firmes para me acordar. O dia vence! Eu desisto! Abrindo assim as janelas para que o sol traga a brisa matinal para dentro e me inunde com o teu aroma doce, que vais deixando por onde passas… Já não consigo sonhar contigo, mas posso pensar em ti e imaginar-te a esta hora, linda ao acordar. Uma imagem do teu rosto surge-me ainda mais forte na minha mente eu tento rever-te melhor, saborear cada traço do teu rosto, mas quanto mais me esforço mais insuficiente parece a imagem que surge, até começo a sentir um odor doce e acre simultaneamente, provavelmente será recordação do teu perfume, ou melhor, a memória do intrínseco odor do teu corpo que o meu não quer esquecer. E não é a única coisa que não quer esquecer... São estes longos e agridoces momentos que penso em ti, que me fazem perceber que tenho de deixar de o fazer, pelo menos por agora, o dia deixa o rasto de mistura do calor dos raios de sol com a frescura da brisa que me invade o olhar e me faz tombar na perplexidade do tempo que vai desenrolando o dia e o entardecer para mais tarde, fechar de novo a cortina de luz que se vai debruçar sobre a alma e certamente, logo voltarei a sonhar contigo …Confesso que hoje aguardarei com ansiedade por esse momento, para novamente acordar a pensar em ti mais uma vez! As cartas que aqui escrevo, são de um eterno, singular, amor, que não tento explicar, porque há coisas que não se explicam, apenas se sentem. Desde o primeiro dia que abracei essa proximidade , que senti que não é feita só de ternura , mas, de muito mais que isso… Cada som que vem do fundo do ser é um murmúrio de saudade que se espalha pelo infinito, não soa ao mar, ou tão pouco ao respirar das ondas, parece sim, um bocejar de entardecer que entoa na alma as palavras que vão dando cor ao amor que se funde com o pensamento. É preciso entendermos os gestos, nas palavras, nos silêncios onde quer que estejamos para que um de nós vá sempre procurar o outro.
quarta-feira, 27 de abril de 2022
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