terça-feira, 19 de abril de 2022

HOje tudo conta, até as fissuras  das certezas vão espreitando as incertezas com que por vezes pintamos essa tela que de azul só tem este céu onde as mãos tentam tocar no momento do sonho. Há tanto tempo que os raios do céu, me deixam preso no fogo que me transcende , fazendo-me viver na aridez do silêncio que perdeu a voz e o espanto dos sonhos depositados na alma. Deixei nascer esta raiva escondida,  que se prolongou pelas noites,  deixando-me nas mãos a loucura e a pena esmagada entre os nossos dedos que se acolheram. Que sabem os outros do que se intimida do olhar que anuncia a bênção dos céus, onde se deslingue  se a água é o vinho que se ergue desse maldito cálice que só transborda ódios, se o amor flui na brisa tal como a carícia de uma criança… Que sabem os outros das lágrimas que escorrem sobre o manto da fome, alimentando as veias doridas deste nada que se esconde e se renova,  ressuscitando a cada amanhecer? Será que há alguém desta solidão que se passeia sobre o dorso da noite gritando a morte branca, quando se deixa envolver nos suspiro, nos sufocos suspensos entre o partir e o ficar dos sentimentos jogados ao chão, apenas soletrados em todos os compassos deste mundo caído …Que sabeis do amor,  quando o nosso olhar se torna Outono inverno , roendo cada osso deixando transparecer esse vício onde tudo se corrompe para depois ser pó? Que sabes tu deste cadenciar que enlaça o corpo maduro e deixa nas mãos a única certeza que toca os sentidos e se esbate no pensamento libertando a pureza do amor esmagando pela luxuria,  um animal que vive dentro de cada um mas só alguns tem a coragem do alimentar? Que sabes tu dessa  batalha que deixaste regar  na boca o sabor amargo de quem nunca mordeu esse pedaço de carne com que se saciam os uivos de tantos lobos? Qual será a cor que mais  traduz e espalha  terror  vingança? Que sabeis deste espírito que  vagueia entre o ser e toda a misticidade que envolve o olhar que se deixa levar pela hora do perdão, que se ajoelha de todas as dores para  amanhã  erguer da verdade a sua plenitude ? Nada sabeis certamente e eu também não!

 


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