Hoje eu te digo que tinha medo no inicio, tu sabes disso. O meu coração estava frágil, inseguro e as suas batidas, embora rápidas pois sentia-se apaixonado, eram incertas visto que estavam consumidas pelo medo. Como se tivesse que aprender a amar de novo, a aceitar e a elogiar - não foi nem nunca será como partir um copo pois esse pode ser substituído. Estava a curar-se pouco a pouco de todas as feridas que deixaram, de todas as saudades e de todos os desgostos. O meu coração estava a curar-se pois não há coração que fique bem, que se aguente. Mas mesmo assim, mesmo com o medo, a insegurança e a fragilidade, eu fui. Neguei ao inicio que te amava, mesmo tendo amigos a dizer-me que se notava o quão eu estava feliz… ou a diferença que se notava no meu olhar antes vazio. Espero que não me leves a mal pela negação inicial ou pela pessoa difícil que sou, pela complicação constante e pelo excesso de palavras que tenho. O meu coração é resiliente amo-te e ele sabe disso. A verdade, no final de contas, no final de um coração partido em pedaços ou de um coração magoado, é que o caminho para esquecer é mais longo do que o caminho para amar e que o caminho para reparar um coração partido parece ser infinito. Tenho a confessar que amo em demasia, por isso também escrevo em demasia , ou talvez esteja destinado a escrever tudo pois sou assim e, honestamente, nunca conheci outra vida onde o amor não seja essencial… Pois é na minha vida ele também é essencial e depois do sentir , jamais quero perde-lo .O amor será sempre, para mim, o sentimento mais bonito (embora, por vezes, doloroso), digam o que disserem. Tenho a dizer-te que me apaixonei por ti num piscar de olhos e que foi do mais certo que me pareceu - aconteceu tudo tão rápido e foi tudo tão intenso que se hoje, ou amanhã, ou talvez quando estiver nos meus cinquenta e poucos anos, me perguntarem se mudava alguma coisa ou se acrescentava mais tempo ao começo da nossa jornada juntos. Claro que mudava e pedia para te ter encontrado muito antes, pois desde que criámos a noção do tempo que a espera nos mata todos os dias. Pois desde que te conheço, o meu coração é teu, mas sabes , os teus lábios não são meus, mas ainda os sinto, o teu cheiro não está na minha roupa, mas ainda o sei de cor, o teu toque já não é presente, mas ainda te sinto; hoje os teus abraços não me envolvem, mas ainda me perco neles; a tua mão não está na minha, mas ainda sinto o conforto dela; o teu corpo já não está no meu, mas sinto-me dentro de ti, esta é a ironia de estares quando não estás, esta é a ironia do amor, por isso amo-te.
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
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