terça-feira, 31 de outubro de 2023

Hoje é a simplicidade que nos ajuda a viver, como uma transparente gota de orvalho que rega e limpa as folhas e pétalas , sem fingimentos e demais hipocrisias. Sem essa simplicidade, vive em nós um ser louco, que está sempre pronto a saltar como uma mola, virando o mundo do avesso com uma guerra que destrói todos os passos dados…E a simplicidade que comprime, as forças desmedidas, como a como a prensa que esmaga as uvas pra fazer o melhor vinho. Será que há alguém que consiga dizer que nunca odiou? Que se sentiu enganado até à medula induzindo o desalento como uma ira? Penso que não, jamais somos atores a mascarar falas e princípios! Somos sempre racionais? Também acho que não , mas !! Tivemos, aqui e ali, uma vida de intuição como a dos ladrões e das feras, sem ponderar nem prever, até cairmos imoveis de barriga para cima, como se uma barata fossemos…Confessemo-nos, talvez então seja melhor sonhar, banir a estupidez, a hipocrisia, a falsidade, o egoísmo , porque quem inventa um sorriso, e uma mentira, acaba por fingir toda a sua vida… Isto são engenhos que acabam por ganhar cama nas vidas dos mentirosos, a ponto de confundirem o seu ser, com o ser que fabricaram, poro a poro. Tenho muita pena destas pessoas, não são quem dizem ser, chegam a mentir tanto a si próprios como aso outros, malditos mentirosos….Prefiro ondas de verdades que se misturam nas nossas veias como murmúrios que nos cercam num vai e vem de melodias como se fosse rios unidos por uma valsa que limpa qualquer alma…E se o mar se abrisse de repente, e ousasse destapar-se , onde todas as gotas do oceano se juntassem num de repente que refletisse tudo num só gesto, todos os seres marinhos se vestiriam de algas para receber o neptuno que se espuma nos rochedos intemporais dos sentimentos , porque o tempo será sempre o próprio tempo que não passa… Eu sei que são os furacões que arrastam os navios, mas é as brisas constantes e amenas que conduzem -nos ao porto de abrigo que tanto necessitam … Chega aquele dia em que abrimos os olhos e nos sentimos noutro mundo. O dia irrompe com um especto incomum, pouco familiar, suprimindo aquele bem-estar tão característico das manhãs. Nem o cheiro da rotina é capaz de despertar o frescor das memórias, aquela intimidade estabelecida com o que lhe cerca. Diante do espelho, a imagem é meio embaraçada. A procura por respostas é irrefletida, demasiadamente vã. Diante o desconhecimento, o silêncio faz-se mãe de todas as ações, superfície que apazigua brandamente tudo o que nos rodeia, o corpo nem sempre responde direito aos sinais externos, como em um ato de fuga, em que tudo responde apenas ao ato desesperador de correr. O momento, ao se prolongar, evidencia a apatia pela qual se vira refém. A vida transfigura e estranha-se inicialmente este “virar de página”. O mundo se apresenta como se fosse a primeira vez, igual dia em que você abriu os olhos, logo ao nascer. É-nos apresentado este ciclo que gira interminavelmente, período após período. O corpo sente a transição, e fica deslocado, simplesmente perdido. A mudança de um dia para o outro é abrupta, não soa a fugaz porque um sopro apenas , rasura as texturas do ontem. Ninguém esconde as nuances de outrora, da simetria enternecida das memórias, que davam formas à vida, mudar é sempre entrar em um estado de êxtase, em um novo cômodo jamais visto antes, como um espetáculo solitário, apreciado por ninguém além de nós mesmos. É preciso crescer, ganhando nova forma, amadurecer e mudar são eventos pelas quais inevitavelmente todos estão sujeitos a vivenciar, mas fazer novas escolhas, seguir e definir novos rumos e prioridades são sinais de que a nossa alma está se despedindo de resoluções velhas. Você se sente em outro mundo, pois está adentrando em uma nova caminhada, rodeada de novas paragens. O mundo segue sem esperar, cabe-nos apenas persegui-lo, agarrando as oportunidades de crescimento que surgem diariamente, deixando para trás os dias velhos e dando boas-vindas aos novos dias, que estão de braços abertos para cós… O que pode vir a doer não é o que há no coração, todos os dias me dispo um pouco mais sem que me perceba e por muito incrível que pareça , nuo sou muito mais puro, e hoje fixo-me nos 8.6!

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Hoje regressei ao cais de pés molhados,  de olhar despido, Comecei a escrever uma história que rompe-se a cada tempestade, como um eco na eternidade…Deixo o meu sorriso cheio de tempo e verdade, que cultivo em canteiros secretos onde brota terra de jardim,  germinando as flores  onde descansa o meu coração cansado…Semeio verdade, nunca me esqueço das janelas e dos laços,   espero que o mundo me aconchegue na ternura do meu cansaço e os sorrisos sejam punhos  na alegria de lutar… Neste meu caderno que aqui partilho, existo mais do que em pensamento e rascunhos, mas é na ponta da caneta que os meus dedos se tornam corrente que me transportam para longe , longe demais, onde as palavras gritam silêncio, nesta caminhada que se tornou prudente , instigando-me de maresia como se esta,  fosse parte integrante das correntes que descansam no areal de todas as marés … Fico por aqui, nessa maré entre o refugio e o abraço

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Hoje como é difícil saber onde pertencemos, uns acenam de um lado outros de outro e o bater do coração abranda , cada noite o sono foge a mil e cada esquina me descubro cada vez mais pequeno…Já quis... Já quis que o amor fosse louco. Já quis tanto que, de tanto querer, o amor me sabia sempre a pouco. Já quis que o amor fosse apenas insano. Já o achei sagrado e de tão sagrado que era, depressa se tornou profano… Já quis amor que nem me cabia no peito. Era maior que eu, e isso não condiz com respeito. Já morei em amores de instantes, já respirei amores ausentes, já tive amores distantes, fraturantes. Já deitei amor fora, por não saber o que lhe fazer. É que o amor não consumido, azeda, não se deve manter ...Já transformei amor em raiva, já perdoei um amor não correspondido, já achei que para ser amor só valia se fosse um amor sofrido. Já dei mais do que devia dar, já me senti o mais amado, já achei que tinha tudo, e já vi tudo transformar-se em nada. Já morei sozinho no amor, por achar que amar bastava. Mas amar os outros esquecendo-te de ti, é dar amor e ficar com nada. Já quis que fosse tudo. Tantas vezes pedi que desse flor… Hoje, tranquilamente, vos digo, para mim, basta-me que seja Amor. Hoje apenas me torno passageiro, de um sopro, que se faça de paz e vivencia na beira desta praia onde me faço na textura, do que ainda desconheço, mas me reflete no seu semblante com uma determinação irrepreensível! Só há uma saudade má que não podemos sentir, é aquela que não podemos ir a trás...Tenho servido meus pensamentos com serenidade e calma, tentando dissuadir as circunstâncias do que vivo para ser capaz de seguir adiante. Cada passo que tento dar , faço-o numa pegada suave que direciono meus esforços no entendimento da dimensão dos dias, que chegaram a ser tão letárgicos. Sinto-me díspar, como se tudo ao redor fosse efêmero, apenas e cada dia seguinte seja apenas um esboço desfocado. Pareço meio fora do trilho, em desequilíbrio com a ordem vigente…Coisa de momento, situação essa que me desorienta e me larga à margem, perdido e sem direção, segrego sonhos em um fino desconforto, já acreditei tanto neles, mas estes não me foram fieis, o meu bom senso desorienta me mais que os sagrados passos, este desalinho me altera, buscando encontrar o rumo, a rota para minar os temores e o cansaço dessa paralela busca… Arduamente luto para realinhar a órbita do coração, equalizo a frequência dos meus pensamentos, da minha larga sinceridade e meu colo tão denso e farto descalça-se sem o amor! Ando sem sintonia, sem sentir a sequência das horas, a passagem dos dias e dos abruptos momentos que, por fim, ignoram a minha saúde. Hoje apelo à minha alma, sedenta pelo sorriso derradeiro e pelo abraço caloroso de raros sentimentos, um momento de glória, uma ocasião onde os braços possam vibrar pela cálida felicidade. Tudo tem me deixado distante, longe em algum lugar, que nem sei bem qual é ainda…Á parte do que se segue, do que flui e nasce. Mas é com destreza que me vou desvencilhando dos elementos que lesam a frequência do meu sinal no mundo, com a vida. É uma batalha diária e franca, para novamente voltar ao eixo e seguir adiante. Vou de peito aberto e esperar a honestidade de um único ser… Às vezes é bom desacelerar, apurar os olhos para o quadro bonito da vida e perceber o que de fato é essencial para nosso crescimento.Todos os dias me vou disciplinando a isso, porque a nossa felicidade não está nas mãos de ninguém, mas claro que está dentro de um amor, e para quem tanto busca um, é talvez a coisa que torna a vida mais aprazível e enriquece as alegrias. Podemos ser felizes por nossa conta, mas se aparecer alguém para compartilhar a felicidade, seremos muito mais...

sábado, 14 de outubro de 2023

Hoje o tempo transforma-se como uma fortaleza de papel, onde todos os passos se resolvem em caminhos esquecidos, por horizontes que se erguem como livros arremessados! Antevi tudo o que me cerca, como se tivesse que esconjurar silêncios, que guardei do mundo quando estes me traçaram a órbita. Tenho nas minhas noites e nos meus dias os amores das estações, mapeadas em latitudes e as longitudes...Guardei tudo aqui, os pontos fundamentais que me marcaram o norte e o sul e o perplexo...Hoje vou dar-me a esta ilusão de uma noite lucida e depois parto pelos dias dentro, interiormente, como uma maré de um sentimento. Tenho na pele a nostalgia de um lugar perdido onde emergem grandes navios adormecidos no horizonte azul ferido. A morte dançam-me no olhar pensativo silênciado. Esta coreografia de lágrimas finda, escondendo na imobilidade dramática das palavras mentidas o diário da falta de senso que se transformaram em arranhões no ferro que fundiu as linhas do meu Mundo no fim do amor que nunca brilhou a recompensa de um destino.Ah! Enquanto eu desejava essa recompensa outros se escondiam em massagens divergentes, ficticias, mas eu lutava no labirinto dos efeitos e das causas pela diversidade das franjas que apelavam honestidade ... Hoje sinto tudo ao meu redor, o ar, o som, o espaço, o vazio, até mesmo a gravidade, sinto pulsar em mim, quando oiço o sangue dentro de mim a circular nas artérias, tudo me impele os sentidos, sinto-os como se sentisse do meu passado a dor do crescimento dos meus ossos, hoje vejo tudo de forma diferente, a dor não nos deixa ter os sentidos apurados, e quando percebemos o calor das inquietações, acenamos envolver os mistérios, jogá-los ao céu com o intuito de desembaraçá-los. Porque há mentiras que não nos esquecemos, sabíamos da sua verdade, o comum mortal tenta aguçar o olhar, e ao fazemo-lo os erros ficam salientes como colinas no nosso olhar, já não os conseguem esconder... perdemos os sentidos, o desejo, o medo, nada existe em nós apenas a mudança de olhar, um virar de olhos, um passo à frente e qualquer gesto muda tudo ao nosso redor. Como se a atitude principia-se a alternância do mundo, qualquer palavra se tornasse órfã diante dos nossos demônios... Queria tanto guiar o bom senso mas, diante de tantas reflexões, caímos dentro da realidade, sinto que o mundo não precisa de um alinhamento, quem precisa somos todos nós, tudo aquilo que nos torna humanos são delitos interiores, que decididamente me desorienta e acomoda. Não dá para ficar à parte. As maiores mazelas moram dentro de nós, a doença adoece o mundo. nosso olhar fatigado anui o câncer que vive à custa de nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significativas de apatia? talvez , não sei, ao menos se a luta fosse abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se curar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes, esta mudança ornamenta os caminhos com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura ao redor. Chega uma hora em que precisamos ficar de mãos dadas, e firmes para suportar tempestades e atribulações naturais rumo à felicidade, percebemos finalmente que cada pessoa depende da outra para sobreviver, e que a união é necessária em muitas ocasiões. Abrimos os olhos e então finalmente não há mais diferença social, nem cor de pele, nem preconceitos tolos e ridículos. O que nos ajuda a perceber que na busca pela harmonia, pela paz e pela felicidade, faz-nos descobrir ferramentas capazes de encontrar isso com facilidade, e tesouros dentro de outros seres humanos. Aprendemos que o nosso melhor poder é a partilha da alma, justamente o de se doar aos outros, assim como os outros se doam para nós, numa infinita troca solidária de emoções, numa saudável interatividade e socialização entre almas, que no fim, buscam as mesmas respostas. Hoje chuva, fraca, respinga morna em meu rosto magro, de semblante abatido. Deixando este calor embriagar-se até o coração. Percorri a penumbra de uma rua assaltada pelo pavor da madrugada. Foi uma noite fragilizada pelas badaladas de horas vagarosas e impertinentes as gotas pareces pesadas rastejam aos meus pés sem rumo, sem direção, carregando em suas mãos a culpa pelo ato desvairado e descomedido que me assolou…O coração palpita quase sonolento, sofrido pela tensão suscitada, treme do frio que preenche o íntimo. As nuvens recolhem-se como uma cortina fechando o espetáculo e a conclusão é épica, mas trágica, um desfecho como o fim de uma leitura, onde o fim não agrada, como uma trovoada, Que fecha um ciclo. Abrupto. Revelador. Assustador, deixando os meus dedos convalescer diante do que restou, sem alento, sem cor… Basta um deslize e escorregamos, tombamos da tênue corda onde nossa diminuta alma caminha. A cada choque com o chão, estilhaços de nós saem como fugitivos amedrontados. Diante de tantas testemunhas, o impacto no solo não é só doloroso, mas vergonhoso...Caimos sozinhos, e só conseguimos algum retorno com treino adequado e intenso. Apenas com muita disciplina encontramos o ritmo e a sintonia do equilíbrio.A vida não abranda,o espetáculo segue ininterrupto e a plateia não suporta pausas, a programação não se altera e nada se adequa às nossas limitações, tampouco há reestruturação na estrutura do palco, este mantem-se velho e usado! Algumas dores ecoam muito a fundo, atingem tecidos internos da alma, a engenharia íntima dos nossos sonhos sofrem fissuras, em efeito à realidade da superfície tão dura. O caminho para a tranquila passagem sobre os fios poéticos da vida é antecedido por muita reflexão, por embates que põe nossa consciência diante dela mesma, os limites espelham-se, caimos com o choro cristalino do descernimento e nunca aprendemos a olhar apenas por dentro porque era apenas extrair dos olhos o proprio alcance, por mais que certas condições frustrem e nos coloque solitários diante dos desafios e do mundo, apenas nos tornamos humanos ao persistir, nessa tensão que é estar sobre a corda laça em que a vida tanto nos põe. Culpo dezenas de sonhos desenhados a carvão, culpo os espaços entre a luz, culpo os sons que desafiam o silêncio de uma casa vazia, culpo o que evelhece mais pela desilusão que pelo tempo, culpo a noite que me levou para longe!

sábado, 7 de outubro de 2023

Hoje é daqueles dias que, ao abrir os olhos me sinto num mundo diferente. O dia irrompeu com um especto incomum, pouco familiar, suprimindo aquele bem-estar tão característico das manhãs. Nem o cheiro da rotina é capaz de despertar o fresco das memórias, aquela intimidade estabelecida com o que me cerca. Diante do espelho, nem me conheci. A imagem é meio embaraçada, até a procura de respostas é irrefletida, demasiadamente vã. Não há um impulso apenas a intuição entoando os cantos da alma. Não há nada, de fato. Entrei num estado quase mudo, numa imagem furtiva que acalenta a alma. Ante o desconhecimento, da imprevisibilidade o silêncio faz-se mãe de todas as ações, superfície que apazigua brandamente esta aflição. É um estado erradio, em que o corpo nem sempre responde direito aos sinais externos, como em um ato de fuga, em que tudo responde apenas ao ato desesperador… Tudo promove o prolongar, na evidencia do qual nos viramos reféns. A vida transfigurada impõem-se dia apos dia, o mundo apresenta-se como se fosse a primeira vez, igual dia em que abrimos os olhos, logo ao nascer. Somos confrontados e apresentados a este ciclo que gira interminavelmente, período após período, só que o corpo sente a transição, e fica deslocado, simplesmente perdido. Ninguém nos compreende, tudo é abrupto nem tempo poderemos ter de despedir de quem mais gostamos. É tudo muito fugaz. Somos apenas um sopro que se aparta nas texturas de ontem. Nem tempo houve para me desligar das nuances de outrora, da simetria enternecida das memórias, que davam formas à vida que tinha…As nossas sementes são regadas todos os dias, as quedas e experiências que moldam a alma, o corpo, mente, tornam-se professoras de diversos aprendizados... Todos os dias nos despedimos de partes que já nos representaram. Mudar é sempre entrar em um estado diferente como um espetáculo solitário, por ninguém apreciado nem mesmo por nós mesmos…Somos senhores de nossas reclusões, cegos desnorteados, de sensações impares, reféns dos delitos cometidos pela inconsciência, dos pecados vividos na mania de sentir e deliberar tudo o que se distingue pelo território que nos circunda. O tremor inconstante do imprevisível pousa dilacerante, estremecendo as bases do nosso peito. Somos frágeis na força, fortes na fraqueza, impávidos no amor, somos humanos apenas…Obrigado a todos os que por aqui estiveram… Uns de mim, dirão coisas imaginárias, outros, nem por isso, talvez porque não me sinta uma unidade de instantes mínimos, seja feito de vésperas e dias seguintes, sempre ciente da expectativa que a véspera me trás e da realização que o dia seguinte me pode trazer...

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Hoje o cerco se fecha diante dos meus olhos, por muito que tente conduzir a minha vida pelos mais fidedignos caminhos, os corredores esttreitam-se, há momentos em que apenas viramos elos fugidios de uma arquitetura muito além da nossa compreensão de humanos, tudo  desalinha ao sussurro humano, e proporciona calor à frieza dos dias vazios. Debatemos-nos no meio de meandros pelas quais somos aniquilados, salientando sonhos, costurando emoções e desvencilhando as vestes esquecidas pela sombra da dúvida. Nem sempre fica tudo explícito nas nossas vidas, rodamos o rosto e não conseguimos ver a nitidez de um mundo que adoece, investigamos rostos difusos, paisagens abstratas, elementos carentes, que são apenas mais uma das situações que nos caem ao colo, mostrando que há ainda encantos, porém, por escombros pouco aparentes. São raros os momentos em que não nos sentimos distantes, desconectados dessa trilha em que a vida, calidamente, nos coloca. Os passos anseiam terra firme, clareza, emoções de alma, um encaixe perfeito de abraços indulgentes e apelos francos...Os olhos caminham vazios, em uma vã tentativa de esmiuçar sentimentos concretos, de desentrelaçar os nós que surgem enquanto perdidos, estamos... Falta consistência, todos os elementos nao expelham a realidade, apenas conduzem energia à nossa ‘fiação’ interna. Não há consonância. Trilhamos os dias à espreita, como vítimas que se desligam do essencial e se atiram em paralelo às curvas do mundo. Mal distinguimos um passo à frente, tudo anda muito desfocado e fora do lugar, com cores que desbotaram as melodias dos sonhos... Hoje padecemos em esporádicas alegrias, denotando a fraqueza de tanto vestir a mascara da alegria, sinto-me cansado. Perdi os mecanismos vitais, tudo se desuniu em mim. É esta sensação que preenche o íntimo, que me isola em profunda sonolência, apatica, como se quase tudo tivesse perdido a vivacidade e o brilho. Não há emoção em sorrir. Porque as calçadas andam vazias por demais os corações repletos de ar, multidões que não se encontram por estarem tão desligadas de si...hoje enxugarei os meus olhos e o olhar apenas contra o espelho onde eu me reflir, não queria sentir-me tão fraco, olhando apenas para a cabeceira, sou um ser de um elo de almas e pensamentos, que se funde numa troca de olhares e sentidos...Sempre seguirei enquanto aqui estiver o meu proposito de difundir apenas sentimentos puros da mais leve e verdadeira maneira, sentido!

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Hoje tenho o silêncio a ecoar pelos cantos, como se fossem gritos mudos, apenas audíveis pelo meu coração sedento, por algum misterioso sinal, desta vida. Olho para as estrelas, numa tentativa inocente de me sentir menos só, é tão fácil nos sentirmos sós! É um gesto de concordância com a vida que vestimos sem rumo, onde as palavras se vão expressando. Lanço-me em buscas que desafiam meu raciocínio, que me colocam frente ao obscuro dos dias, de um mundo longínquo pelo qual me atrevi a trilhar.Lentamente torno-me passageiro desse sopro, dessa carícia que ainda me extrai o senso de humanidade … Adormeço e me encaminho, palpitando roteiros para uma nova viagem, por alegrias, contentamentos que amenizem os avessos do meu sentir. Entre buscas e tentativas, padeço meu olhar franco e resoluto… É a consistência de dias legítimos que eu busco, feito o sossego que se vivencia na beira do mar. Como ele, sou feito de uma textura que ainda desconheço, mas desenha em meu semblante uma determinação irrepreensível. Mesmo que, por vezes , diga, muitas vezes que, surgem momentos que cansam meus passos, minhas entregas frente a sonhos tão intangíveis e distantes. Sou feito de tentativas, e são delas que me atrevo a ir além do que sou, do que vislumbro e experimento ao redor. Sou refém de uma prova dura, da qual sou incapaz de abandonar…Cada experiência tem um limite, não é um teste que me prepara e me condiciona a suportar as quedas que o caminho me oferece…Não procuro uma vitoria, nem tão pouco troféus da vida , já que estes são apenas o que conseguimos alojar no nosso coração, não há nenhum prémio que qualifique a vida! Há etapas singulares , afetos saudáveis, que geram o amor que nos enobrece e nos faz suplicar um tão abraço cálido e desejoso. São poucos os que nos conseguiram tocar na epiderme dos sonhos, na penumbra do caminho desbravado, sempre tive um empenho árduo que me agraciou a alma, me empolou as espectativas, retirando o discernimento do coração. Hoje digo que talvez não seja tão importante encontrar o que se busca, afinal eu sei que encontrei Aquilo que tanto buscava, quanto a isso sinto-me totalmente preenchido. Toda a busca pode ser incessante, mesmo que acumulemos apenas tentativas , em algum momento toda essa busca , valerá apena…Sem dúvida, após muito trilhar, viveremos, tornaremos real e próximo o que nos impulsionava. Cresce-se ao vivenciar, ao sentir o sabor de uma vitória,isso eu sei...Podemos nunca a conquistar, mas podemos com muito esforço e entrega, realizar um sonho, que pincele não somente sorrisos no rosto e na alma, mas a certeza de que nada está tão distante que não esteja ao nosso alcance!

domingo, 1 de outubro de 2023

Hoje os olhos alcançam mais que as mãos, acenam em distâncias o que nenhum gesto de corpo é capaz! Mesmo assim continua longe de se ver o além por trás da linha do horizonte neste quadro da vida ao redor, que nos classifica e nos limita, impõe-nos a paralisia como se fossemos uma estátua com espaços para poucas lapidações. Mas da mesma forma como as paisagens são mutáveis com o tempo, a nossa alma se transforma ao mínimo movimento, e nos olhares, pode mirar o versos no horizonte, com o aprendizado nos tornamos capazes de alcançar os sonhos escondidos por trás do tecido celeste das margens dos rios e das nascentes que ao longo do caminho, fomos adormecendo na incógnita indefinição das horas… É possível atravessar fronteiras, exceder os limites da nossa capacidade para concretizar os desejos mais íntimos, passar por cima da nossa capacidade e ser, não o faço, mas viver é uma constante surpresa quando nos condicionamos a galgar os degraus com afinco e determinação, quando cada dia é vivido na totalidade, pelo anseio de ser feliz, em alcançar as realizações que aprimoram, com sorrisos e orgulho, do ser dentro de nós que alguns vulgarizaram na esquina das suas ações… Não sabemos o que nos aguarda, porém podemos lutar para nos tornarmos a realizar, no que queremos. Há possibilidades, chances de superarmos os desvios e obstáculos para alcançar os prêmios por se viver, e isto é uma passagem tão pequena. O horizonte se expande na medida em que seguimos adiante e só então, no seu devido tempo, os sonhos se descobrirão, estando ao alcance de nossas capacidades. Quando o dia nasce, e o sol desponta em nossas vidas, atestando a beleza de nossos sonhos, percebemos como cada vitória é um alento e nenhum sonho existe em vão, todos seguem uma razão para nos orientar. Porque nos permitem viver. São paisagens muito além do alcance dos olhos, mas aprendemos que é possível de ser avistado, sobretudo, vivido por um ser que nos reflita também… Hoje posso até ser poesia sem ser, há quem o diz que sou, mas nem me atrevo a tentar sê-lo , só sinto a minha fala por desconhecê-la, sou humano por continuar a buscá-la e corajosamente a escreve-la ...Mesmo que nem eu mesmo a saiba definir , sou apenas mais uma alma que nas letras se alivia ! Às vezes um pensamento, por mais reflexivo que seja não nos apetece, não estimula nosso coração. Diante de tanto caos, há vezes que não desejamos pensar muito. Queremos somente um pouco de paz, fazer uma viagem silenciosa por palavras que abracem sem códigos, sem descrições enfeitadas ou imbuídas com significados.Posso ter a pele estilhaçando, mas as minhas palavras ainda são de aço, não derrapam assim tão facilmente, é nestes dias de reclusio que preciso me redescobrir nos meus dons, enquanto outros bailam á beira mar vivendo de fachada... A mente, por vezes, quer ser livre, somente. Para sonhar com alegria, sem cortinas que se as abrirmos veremos aquilo que nunca haveríamos acreditado… Hoje precisava mesmo de um poema de amor, para quem sabe rerescar a alma e o coração , que amaciasse o afeto e a delicadeza de cada um de nós, mas não consigo fazê-lo, sinto-me meio perdido nestas linhas tortas da vida...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...