segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Hoje amar simplesmente, completa-nos! Sempre foi essa a imagem que eu criei do amor. Um sentimento que tem de ser sempre plural, só assim poderá completar dois seres que se entregam a ele, para viveram em plenitude. Sem impor, sem transpor sem fazer com que um deles perca a sua essência ...É dessa forma colorida, que eu sempre ousei desenhar o amor. Desde sempre fui dando forma a esse amor nos meus sonhos, enquanto o procurava de forma exaustiva nas ruas vazias da vida, fui enchendo essa bagagem com os retalhos da vida que colhia por onde passava, sem sequer olhar para a paisagem que se erguia perante o meu ser! Sempre vi o amor dessa forma. Cresci com esse sonho. Vivo com essa ilusão. Na verdade, o amor para mim nunca foi plural, porque desde sempre me lembro de amar sozinho. Nunca a vida me ofereceu um amor que me amasse com a mesma intensidade que eu amei. Talvez por isso, sinta que tenho excesso de amor acumulado em mim. Ao mais pequeno sinal há logo estilhaços desse amor por todo o universo. Ainda o amor não se mostrou e já eu o sinto entranhado em mim. Ainda ele não chegou e eu já vivo abraçado a ele. Aprendi a amar sem esperar a resposta do outro lado, o meu amor dá e sobra para amar pelos dois. Tenho excesso de sentimentos para entregar, tantos que por vezes me chegam a sufocar... Todos vulgarizam esse sentimento, porque, em boa verdade, tão depressa chegam, como depressa partem. Chegam prometendo muito e partem sem deixar nada. Talvez seja esse o problema, os amores partem vazios porque não me chegam a amar. Os amores não se perdem em quem eu sou e partem mais sozinhos do que chegaram... São amores que me batem na porta para cumprimentar, mas que não trazem com eles a intenção de ficar. São amores nomadas, que não querem acampar na vida de ninguém... Querem apenas ser colonizados, prostituidos pelo lado bom que temos, mas ninguém é perfeito, também tenho defeitos que me caracterizam e por isso chego á conclusão, que não fui moldado à imagem do amor contemporaneio . Fui feito num outro formato qualquer e, por isso, a vestimenta do amor não me assenta muito bem. É assim como se fosse um fato demasiado largo para mim. Talvez seja por essa razão, que quando dou dois ou três passos em frente o fato, descai! Eu bem tento segura-lo com as mãos, mas logo chega um vento forte e todo ele cai... Tento agarra-lo com força, mas ele ganha sempre esse braço de ferro. E quando olho para mim já estou ali no meio da rua, nua e abandonada. Abandonada ao sabor de uma qualquer tempestade que me vai provocar um tsunami de desgostos. Deve ser sina, ter amor para dar e não existir quem o queira, saiba, receber. Parece um contrasenso, tanta gente na rua da vida e eu, sinto-me perdido dentro de mim e quando me encontro acabo ainda mais perdido. A vida não me compreende, o amor foge dos seus valores, ele completa-nos, mas eu continuo incompleto...Hoje quero apenas ser, a beleza gracejante de uma folha ou ter asas para que, num audacioso, mas auspicioso silêncio voar mas!!! Não sou , apenas um simples navegante na imensidão do tempo... Tenho um leve baloiçar no olhar que fazem as minhas asas ecoar, e confundem-me... usando as suas cores como um sonho de outrora, sinto-me deflorando o outono que passa...Escuto o sussurrar do vento, ele esta chamando por mim, por trás da névoa do outro lado do mundo, o coração da vida palpita, ele me chama, eu aceno ... Estou indo...Silencio-me , deste faminto verbo que ansiosos segredos calam em minha alma ,sôfrego de paixão aconchegam-me , quero continuar a sentir pois já me revelei profetizando a minha essência...Sou aquilo que escrevo, sou parte do que sinto, sou sombra sem medo, sou chuva molhada, sou como vocês me vêm, como me descrevo, sou paixão e emoção, uma rima inacabada, sou metade de mim, sou cansaço, sou a fome do querer, sou o deserto sem água, sou o dia sem partida, uma manhã ensolarada, sou um crime cometido, um desejo consentido, uma noite enluarada, profetizo os sonhos, sou tudo e sou nada, sou a verdade expressiva, uma frase censurada, sou um poema de amor, sou o mistério, sou o limite, sou uma alma desnudada..Hoje sinto-me meio perdido, mal consigo andar nessas linhas tortas da vida! todos temos dias em que nos sentimos reclusos, necessitamos, deste sentimento, talvez para redescobrir os nossos dons... A única coisa que eu ouço dentro de mim, todos os dias, é que, ainda é cedo para desistir. Talvez seja por isso que ainda estou por aqui!

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