sábado, 6 de janeiro de 2024

Hoje há lágrimas que se soltam, deslizam, silenciosamente, ninguém as ouve, ninguém as vê, são um sufoco que aperta a alma onde tudo parece muito e pouco ao mesmo tempo, neste mundo louco cheio de pensamentos tristes que se desenham no céu e no meu jardim de flores que não brotam … As palavras não se desejam, caem no cansaço da coragem que dá voz ao coração tremulo e desgastado! Olho para para as paredes do meu quarto, não vejo nada que me conforte o rosto molhado, deste tempo tão curto onde se fecham as portas e se perde o caminho feito pelas estrelas…Quem sabe se ao padecer deste compasso me disperso e me afasto, de cânticos que desfrisam a alma e o coração, que renasce numa tela sem cor com versos eruditos que os meus olhos choram sem entender razão que me faz merecer este desalento na queda dos sonhos! Dizem que os sentidos e o romantismo é apenas ilusão, que as chagas que deixam não passam de censura da dor que reabre brechas fechadas pelo amor e ternura. Eu ainda consigo sentir o cheiro do amor, esse cheiro insólito que raramente se espalha pelo mundo como um incendio ou uma intriga. É tão dificil encontar alguém que nos faça sentir o amor como uma escada... Mas! acabamos por nos render, receamos a alternância dos dias, como uma foice negra, que a cada segundo pode desferir um golpe no peito, mesmo daqueles que nos acenam o coração! Pois bem assim fiquei...Ainda assim, no céu parecia renascer a cada hora, mesmo quando o poder das sombras nos sobressalta. Queria tanto este alento da vida, deixei cair o luto na frágil redenção de um abraço, gritei suspiros, entoei palavras sem sem nexo, como quem ergue uma bandeira na fronteira do olhar vazio,neste núcleo de insónias, que entoam a voz dos sentimentos como um chicote ...Sou apenas humano nunca quis ser mais que isso, ergui as palavras de amor, não de sombras, na infinita simplicidade dos instantes em que a noite se inunda de estrelas. Dei o meu melhor, dei nomes ás estrelas, nomes de pessoas que se amam na a luz do rumor dos anjos nesta nossa frágil humanidade! Eu sei que um dia tudo isto será visto como um nada que derrubou o mundo! Ficam milhares de ansiedades que não foram atendidas, e apenas restará talvez uma lápide à espreita , a macerar a memória desse vulto dos despojos da vida , que verteram da gruta do meu olhar, a advertência dos sentidos que ficaram apenas como instantes que soltam na nudez dos sonhos a desfalecer no meu peito! Desculpem, hoje estou assim como quem chegou ao fim da estrada sem ter vivido tudo o que queria, a palavra desolador, não é suficiente para definir tudo o que estamos a sentir...

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