terça-feira, 3 de junho de 2025

Hoje o tempo esgota-se de um todo!!! tudo parece ter acontecido ontem, outras vezes parece que foi á décadas!!!. Décadas são intervalos de duração prolongada, quando ainda se está no lado de trás do fio esticado. Se quisermos filosofar olhamos para a esquerda e vemos o passado Antes de Cristo se olharmos para a direita (Depois de Cristo) deslumbramos uma linha infinita, sem sinais de começo a não ser o toque e no olhar entre os seres…. O fim é o resultado da subtracção e da dialéctica entre os dois, embora se acredite sempre no prolongamento a vida tem já o seu tempo pré definido!!! Enfim , todos os dias afrontamos os ponteiros do Relógio que leva nas suas rédeas invariavelmente as noites e os dias que se sobrepõem... Todos os dias me parecem começos de fios rasgados ou mãos que ensaiam nós para remendar o avesso de um todo antigo, todos os dias relativizo a minha existência em função de um todo. Mas nunca ousarei esquecer a minha dimensão nem as minhas origens, em nenhum dos dias! Hoje dentro de si mesma, a noite não revela contornos, serve-se de sombras…Abro janelas de afectos caminho sobre as horas, que exibem o desejo que o vértice do pensamento esconde ! Imagino um corpo sobre mim, debruçando-se pelo meu lado revelde, outrora adormecido num bosque imaginário, onde os prazeres não tem grades! Sonhamos que em algum lugar estarão sempre dois braços, dispostos em forma de casa, para receber o nosso corpo quando cai. Eu já cai e muito…. Mas!!! E imaginei que havia um corpo com dois braços capazes de segurar-me firmemente na queda…Mas não …Tive de recriar-me num estranho abrigo ao longo dos abraços imaginários no limiar do percurso da vida ...Aproximei os olhos da vertigem dos céus, fiz das estrelas barcos, para sulcarem os mares do meu coração em desordem, criei gestos para contrariar as palavras, exilei-me do tempo pelo medo que enrouqueceu o cansaço nos rostos desenhados em silêncios, nas noites adiadas. Como se sentisse alguma perversão, a minha boca desenha gestos poéticos, excêntricos, que corrompem qualquer palavra que a luz da manha enrola nos meus olhos , em mais um dia que acordo com um som estranho dento do meu peito… Como se dum eco se tratasse, de uma palavra tatuada em mim, que eu não reconheço mas, mesmo assim, atravessa a fronteira como um fantasma apavorado pela luz que asfixia… Essa luz és tu minha Mãe, tantas vezes o meu porto de abrigo...

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Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...