sábado, 14 de janeiro de 2017

Hoje ouvi os deuses, choraram ao nascer do dia, senti uma voz entoar nas águas desse choro um canto um poema de pássaros imaginários de mágoas que deslizam e escorrem para o papel ...Hoje sou um trovador e nas sombras senti anjos a verter lágrimas de uma alma lavada , purificada em palavras coloridas de sangue embriagado que escrevo ao rasgar os céus!!! Recebo este mar que me banha de angustias, que me rodeia de velas , mastros que a chuva e o vento agitam no silêncio!! Retoco os meus silêncios, desvendo mistérios ocultos da alma, fico nu, desnudo-me ao expor-me em palavras que fluem em linhas direitas, alheias, ao meu próprio ser que transpõe fronteiras, que desliza em sentimentos, na força de um encontro em silêncio! As palavras vibram, estremecem, ganham vida, formam-se verbos e metáforas num pálido papel que ganha vida , não o julgues não sei se é belo mas sinto a sensibilidade expressa nele... Por favor não tentem decifrar-me! Sintam apenas  as palavras e deixem-nas envolver-vos como se de um abraço se tratasse!!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Hoje acordei abri  um olho e o dia mostrou-se um longo caminho, sonhei-te num percurso bem iluminado, mas!!! Quando abri o outro já o caminho ia a meio.  Hoje sinto frio, nesta berma por onde avanço, para que o dia não me atropele… Não queria escrever-te. As palavras permanecem mortas nesta folha de papel, sem haver quem as declame ou as cante aos quatro ventos.  É estranho mas nunca admitimos a chegada das estações , sabes porque  não admitimos que exista apenas uma… Somos sensíveis, a solidão enfraquece-nos, o mundo pesa mais para quem está só! O mundo...  perdi-me dele há tantos caminhos atrás,  Olha! De repente sou pequeno, tão pequeno que já não me sei. Mergulho no dia, como quem mergulha num poema. Num mundo habitado só por Falsos, oiço declamar nas ruas sentimentos, que nem os sabem sentir! Não queria hoje escrever-te , sabia que estas palavras iriam deixar-me a sós mais uma vez no silencio das estações…Fala-se de amor em todas as esquinas e de cada boca se liberta um sorriso, que fica a pairar no ar, como um pássaro vistoso. Ah!!! Não me digam que ainda sonham. Tenho a certeza que o queriam fazer … Acho que hoje prefiro caminhar deste lado e encharcar-me de vida, aos olhos da inocência. Eu sei que dirás , ainda que mintas ,   que foi o meu nome, até hoje,  que guiou todos os teus passos.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Hoje entro na noite como quem entra em casa. Atrás de mim deixo aberta a porta escancarada. Adianta-se de mim a sombra fugidia que persigo. Vejo como se dilui na penumbra onde estendo o manto de estrelas gasto dos dias remendado com os sonhos que piso. Antes que me encontrem do tanto que sou meu,  ali me escondo como um animal assustado. Encolho-me com medo que um dia aprendam a ver-me no escuro e me vejam assim …de alma nua…Na minha infância nunca me disseram que no asfalto nasciam garrotes de estrangular a vida! Nunca me disseram que as janelas para a rua, teriam grades e cortinas pesadas, por onde o sol pouco passaria... Ainda me iludi, por instantes, com a maciez do chão desta sala que piso e  com os fatos de casaco e gravata que vi... Mas esta manhã reparei que pisava  penas, na sua suavidade de, em tempos já terem sido  asas…Este ultimo fim de semana a minha Mariana,  perguntou-me porque caíram  as folhas das árvores no nosso quintal…E eu deitei-me ao seu lado  e inventei-lhe um conto, daqueles que fazem o mundo bonito…Cada vez que a olhava, podia ver-me, através dos seus olhos de encanto. Lembrei-me do meu Pai, que tantas vezes se deve ter visto nos meus, quando eu acreditava que o mundo era feito à medida das suas histórias.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Hoje chego até ao meu silêncio e pergunto-me, se ainda me conheces?  Vejo-te perdida  num labirinto secreto...A  cada passo teu, irrompe outros que te afastam!  Nos teus olhos trazes todos os desejos do mundo! Sei que procuras o caminho que te traga de volta. Talvez seja ainda a minha voz, esse sussurro, que te guia na penumbra da noite...Desconheces-me tanto agora! As tuas palavras tornam-se sílabas, amordaçadas, neste tempo de solidão acompanhada... E bebo desse teu olhar perdido, sem de vista te perder. Esta noite disfarço-me de sombra e quando a luz do luar atravessar a janela do quarto teu quarto irei apresentar-me a ti, dizendo o meu nome, uma e outra vez... Irei repeti-lo até ficar gravado nas tuas lembranças , Irei repeti-lo até que me reconheças e me abraces novamente, como quem abraça a vida! De ti não quero o brilho das pedras cravadas no ouro, não quero a sombra do corpo maior que a alma … de ti quero muito mais que riquezas mundanas quero este fogo que ateias num pequeno sopro,  quero o arrebato do primeiro abraço, o cheiro que inalo junto ao teu pescoço,  a correria do peito e o tremor das pernas.. de ti quero a liquidez desse sorriso que bebo sempre que me olhas quero as perguntas que te assolam a mente, de ti, não preciso  dos sóis que  plantaste no interior dos teus olhos...De ti quero apenas o que as mãos não tocam e o que por dentro me agarra com a ternura que sobre mim derramas-te um dia...De ti quero muito mais que riquezas mundanas quero as coisas pequenas que me enchem por dentro,  quero a vida,  quero o sonho esse mesmo!!! Onde tu entras e onde por fim ganho asas...

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Há pessoas que se amarram a nós envoltas em maresia para que não saibamos distinguir as linhas do seu nome…Deixam na praia um búzio para que as oiçamos nos ecos das marés antes de sumirem mar dentro! Há passos delicados na areia e sereias ao longe a quem pergunto,  quem são, apenas o mar me responde! Sou feito de terra,  diluíra-me nestas  águas antes de poder encontrar-te… Hoje dorme o teu nome na boca dos peixes…Eu , trago o sopro de uma noite nos cabelos e todas as vozes, que não quis ouvir, seguram os botões quase soltos deste manto em forma de neblina que me envolve… Vivo dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa o virtual do real…Aqui as noites são claras e consigo tocar a lua com a palma da minha mão…Aqui sou  um homem que não existe, escrevo em todos os muros invisíveis, uma frase dedicada à cegueira do Ser."Talvez seja esta janela, o paradigma que vos falta"  Apesar das poeiras e da lama onde as almas se arrastam, amanhece a vida dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa a neblina . Aqui as noites são claras, consigo tocar a lua com a palma da minha mão … Todas as noites espero a visita das estrelas. Talvez haja quem de longe perceba, que em todos os muros se pode abrir uma janela…


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Hoje olhem para mim e deixem voar os sonhos , deixem acalmar as tormentas e sentem-se um pouco aí a ver o Inverno da vida nas sombras anunciadas da noite numa estrela que o tempo vai apagar…Olhem para mim fiquem neste meu abrigo onde vos abraço com palavras que me fazem pernoitar aqui!!! Olhem para mim pois hoje não há batalhas, nem tristezas deixei cair o sol, enquanto anoitecia, escrevi enquanto escurecia ao ritmo do brilho do mundo que cintilam em mim, enquanto vocês como eu se sentem apenas sós…A vida é um mero poema onde as palavras ingénuas , maduras, servem a raiva ou a ternura prematura ou tardia dos actos dos nossos pensamentos através dos sentimentos…São as palavras o dicionário da pureza e o contraste da verdade e da mentira , onde lutamos, combatemos a sinceridade ou a falsidade do belo e do horrendo…Vou gerindo o poema da minha vida, luta desesperada com o indivisível onde prefiro que escutem os meus silêncios pois escuta-los e trocar as palavras é fácil difícil é interpreta-los...

domingo, 8 de janeiro de 2017

Hoje tive um sonho mas no meu sonho não havia noite, caminhava em passos lentos, com medo do caminho a seguir, mas! Olhava curioso para as mãos cheias de estrelas, que resolvi passear em mim...Escuto-as, e como elas segredam ao meu ouvido palavras desmaiadas que se elevam nos céus...Mas eu sou uma delas! Sinto o sabor das gotas negras que me rolam no rosto. Pequenos fragmentos da noite, aprisionados em mim. Neste meu sonho não há noite e, as estrelas, são estes pedaços de rocha, que tento guardar nos bolsos. Sinto o calor de um sol que queima as entranhas e um cansaço, deste peso que carrego, por não ter céu, onde as soltar.  Reparo, que neste meu sonho, há um outro sonho, que sonhas "tu". Onde as estrelas embelezam um céu noturno, a fazer as delicias dos cometas... Quisera eu, despertar deste meu sonho sem noite e arrastar-te comigo para fora do teu. E ao invés desse brilho que me emprestas, pudesses tocar... nas sombras, que se escapam da minha voz. E talvez se houvesse, ainda que por breves instantes, um momento da mais pura lucidez, onde me visses longe desse firmamento, onde me sonhas, com os pés tão sujos como a terra por onde caminham, me devolvesses assim a existência que me roubas, sempre que de mim falas. Hoje o céu desaba na rua indefesa, chora o céu e em mim chove neste sonho sem noite, onde os meus dedos  vão dando cor e vida as estas linhas que partilho...

sábado, 7 de janeiro de 2017

Hoje sinto o incêndio que queima cada pedaço do meu cio, olho o céu estrelado que penetra no meu profundo vazio e é por esse caminho que sigo, por entre o olhar e o brilho das estrelas…Olhem-me sou uma chama intensa, sou um mar de lava adormecida, sou, o eclodir dum corpo nu sobre o horizonte , sou a água fervente que inflama a mente na devassidão e na tempestade. Eu já fui a força dum vulcão em plena erupção!!! Hoje sou apenas o despertar da letargia, que os meus dedos transpõem em pura magia. Hoje em dia amar é esculpir uma obra de arte, é pintar o céu com os tons da lua, como se tudo em nosso redor crepitasse num fogo suave que nos derrete os sentidos. Hoje amar não é só desejo é também conhecer todo e qualquer segredo, descobrir todos os lugares onde nos guardamos, é libertar as loucuras que escondemos nas fantasias a sete chaves fechadas. Hoje já não sou capaz nem quero quebrar os limites que fundem corpo e alma, desejo e luxúria, que fazem dos sentimentos a mais profunda sensação. Prefiro percorrer o silêncio dos meus gemidos, percebendo as curvas que os contraem, a ondulação cadente com que os sonhos ficaram suspensos nas minhas mãos…Muitos de vós Dir-me-ão que escrevo apenas letras, descrições , utopias , ilusões mas nesta amalgama de sonhos vocês todos sentem-se parte integrante do meu presente narrado nesta saudosa viagem que não me canso de inventar…

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Hoje escuto o detalhe traçado do vento neste risco invisível que desenho em meu corpo !!! Desenho o nada, no vazio que preencho com a minha pele, despida, nua em tons de mel, que prostitui o meu corpo em cascata de vontades... Eriçam-se os poros, que ao sabor de ondulantes brisas sentem o calor da boca ancorada aos seios nus que me oferecem. Não tentem tomar-me por completo, como se fosse um ser frágil tímido, desenfreadamente louco, para me perder em lábios em inúmeros lábios...Pode ser desconcertante amar, mas nunca em mim será mais que desejo perfeito, de em um só corpo me deitar, de em uma só alma habitar, como se fosse eu anjo, ou o próprio demónio encarnado...Hoje renego-me a esse apetite, essa voraz condição de colmatar o fogo com um dilúvio de sonhos. Afinal é disso que vive a ilusão, de ser algo em contra-mão, tentando torcer o destino a favor do vento, como vela da vida que inflama esta nossa condição...Quem não me conhece não me ache completo!! Completo soa a realizado, realizado é acabado e o acabado é tudo aquilo que não se renova..Pois eu apenas vivo completando-me mas ainda não acabei!!!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Hoje sei que ser estrela não é só brilhar, ser um comenta não é só viajar por isso escrevo, sou parte do que sinto, sou sombra sem medo, sou chuva molhada, sou como me imaginam , sou como me descrevo, sou paixão e emoção, uma rima inacabada, sou metade de mim, sou prazer , sou cansaço, sou a fome do querer, sou o deserto sem água, sou o dia sem partida, uma manhã ensolarada, sou um crime cometido, um desejo consentido, uma noite enluarada, sou o sonho, sou tudo e sou nada, sou a verdade expressiva, uma frase censurada, sou o poema de amor, sou o mistério, sou o limite, sou uma alma desnudada!!!Sou alguém que se pode derramar em palavras até que a chuva lave das ruas um rasto, até que a vida apague uma imagem do peito, até que a luz se canse de brilhar e deixe a noite vigorar …Hoje sei que em meus sonhos acordamos sempre de mãos dadas !! É como se até nos sonhos precisássemos de estar juntos…Adormeço mais uma vez e ai levo-te comigo de mão dada , para que nenhum caminho que faço, mesmo o que acontece por dentro do meu inconsciente, se faça sem ti….

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Hoje posso apenas dizer que perdi a pressa de tudo, não tenho pressa de nada… Assim como o sol e lua não o tem! Mesmo que quisesse, jamais conseguiria andar mais depressa do que as pernas que tenho. Mesmo que onde queira estar seja longe, nunca lá estarei num momento. Não trago o sol nem a lua na algibeira, não pretendo conquistar mundos apenas porque dormi mal, nem tão pouco, almoçar o mundo por causa da fome… Não tenho pressa. Pressa de quê? Não tenho pressa de correr em passadas largas, de dar um pulo, para apenas saltar por cima da sombra…Não tenho pressa, se estendo o meu braço, chego exactamente aonde o meu braço chega , nem um centímetro mais que isso! Toco só aonde toco, não onde penso…Só me resta saborear onde estou, e isto faz-me rir e sentir-me …Mas!!! O que me faz rir a valer é, nós pensamos sempre noutra coisa… Somos vadios do nosso próprio corpo ! Estamos sempre fora dele porque estamos aqui, onde as paredes choram, as ausências feitas neste caminho de espinhos por onde caminhamos . Já não existe pressa, na nossa porta corre rios de sangue onde todas as noites afogamos os sentimentos… Eu não sabia que podíamos morrer tantas vezes nesta vida!


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Hoje o dia nasceu repleto das lágrimas da última noite, as ervas parecem chorar...E caem das folhas das árvores, gotas como cristais, geram o silêncio, que é quebrado gota a gota, por um orvalho tão frio quanto o próprio silêncio. Lá no alto o sol brilha com desdém. E faz com que nasça o dia... silenciosamente, as ervas parecem chorar ...eu, apenas as acompanho!! Vou gerando um mar em meu redor, mar de ondas que dançam, valsas de Amor…Para lá de mim não há nada que mude o meu sentir, amar alguém é o nosso sustento, do corpo e da alma e!!! Haja o que houver... Mesmo para lá das palavras, que me saem dos dedos, das esperanças e tristezas, das alegrias e dos medos eu serei sempre, a continuação de Ti em mim.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...