domingo, 12 de março de 2017

Hoje escrevo,  mas sinto as palavras amarrotadas, jogadas para  um canto por corações carentes...Escrevo palavras sem trilhos,  perdidas, por tanta gente, palavras estranhas que transpiram desejos de bocas  prostituídas por amores e sabores!! Escrevo palavras que me observam, mas não me vêem, palavras sem estradas, ou chão ...metáforas buscando o texto...Escrevo palavras que pintam o céu sem estrelas ou contornos, são apenas as mesmas que uso como gotas  que deslizam pelas curvas do teu corpo...Escrevo palavras que ditam instantes, ou os momentos que afastam o silêncio dos meus  passos , estas palavras são olhos que riem que choram , são refrões  de uma melodia que toco para ti  em tom de palavras transformadas  em olhares e gestos sem dicionário, palavras caladas trocadas por breves suspiros...

quinta-feira, 9 de março de 2017

Esta vida dá-nos momentos singulares, únicos, que nunca esqueceremos, que nos marcam para todo o sempre. Vivo o agora de forma vivida e intensa sabendo que só tenho esta vida. Sinto como se tudo começasse e acabasse num ápice, sinto que o nosso ser  é repleto mas somos só matéria,  a alma, expande-se a qualquer momento de nós... Preparamos o futuro no já, no agora, sabendo que este segundo passa rápido e ágilmente  o tempo urge, o hoje será ontem e  o futuro acontece no presente... Hoje...  Amigo és uma ave refém  presa a um suspiro escondido,  as tuas  asas batem velozmente desde que a tua respiração  ofegante e acelerada se sucumbiu de nós.... A luz do crepúsculo do dia beija as tuas  penas  que reluz cada vez mais impetuosamente  longe dos nossos olhares, não nos deixes avista-nos do alto amigo , merecias estar aqui ao pé dos teus amigos e mulher mas Deus assim não quis...Como não é suave esta forma sofrida do nosso destino. Às vezes sentimos  o drama, por vezes a tragédia, outras alturas a euforia e alegria total!!! Não sou competitivo, mas corajoso, lutador muitas das vezes e ambiciono sobrevoar por cima de todas estas barreiras que repetidamente caem no nosso caminho ... Vou sentir a tua falta amigo , que Deus te receba com o carinho que nos trataste sempre. Até já amigo a porta do céu está apenas entreaberta , entra, que iremos voltar a juntar-nos............
Eu em tempos cheguei a ter à porta do meu quarto vazio as malas feitas! Dentro delas abriguei o coração por estar cheio e demasiado cansado mas, já me habituei a conviver com o seu peso, nem eu o noto já… Porém continuo a imaginar que tenho um sorriso nos lábios pois eu já tive as malas feitas mas não tinha nenhum destino. Parece ridículo imaginar-me ir embora outra vez…Chego a sentir essa vontade de virar costas ao passado… Mas hoje sei que as malas feitas sempre foram uma promessa…Nada Mais! Uma promessa de que a seguir virá algo…Talvez melhor ! Ainda que essa promessa seja apenas mais uma mentira que nem sequer vou querer ou conseguirei ouvir. Como somos estranhos, fazer as malas, faz-nos felizes !!! Imaginar-mos apanhar um novo trajecto, ir embora sabendo que não voltamos. Faz-nos felizes deixar para trás os lugares onde não somos felizes. Mas eu já tive as malas feitas à porta, o quarto vazio e a melancolia do que estava a deixar para trás. Sensação de que estava a fugir. Estava a fugir de mim. As minhas malas, a minha bagagem sempre foi de recordações e não de pessoas. Porque levo comigo apenas o que me tocou a alma e não aqueles que tentaram anular-ma. È verdade há anos que deixei as minhas malas feitas mas o meu quarto está cheio…Não é por querer ir-me embora! É porque fiquei acorrentado ao passado . Sabem porque fiquei acorrentado? Apenas posso dizer que sinto saudades do passado, sim do passado que aconteceu há anos e do passado que aconteceu há minutos atrás. Tenho saudades do passado porque o presente não dura e o futuro é incerto. Odeio o incerto além disso, tudo o que tenho, são apenas as malas feitas e lugares onde ainda não tentei ser feliz…

terça-feira, 7 de março de 2017

Hoje sonhei que me envolviam num doce abraço! Sonhei, desejei, masturbei palavras que paravam-me e todos os problemas deixam de o ser, as feridas abertas da alma saravam no processo do diluvio que caia sobre o meu rosto transformado em flores a macula no olhar...Queria tanto um simples e mero abraço, daqueles que até um amigo pode dar… Queria encostar-me bem junto e sentir o cheiro do amor…Posso até conter os meus desvaneios, desejos calá-los como se não fossem importantes ou, simplesmente, como se não os sentisse… Olho para o meu infinito e finjo que as minhas lágrimas são de felicidade, abraço o horizonte de coisas proibidas. Deixem-me fechar os olhos e somente aqui ver o que corre dentro destas minhas veias, encontrar, por entre este emaranhado de pensamentos, a minha alma e apenas sentir... Porque eu só encontro a minha alma quando, contra a minha vontade penso que a doei para toda a minha vida... Tudo o que quero receber é esse abraço que ficou suspenso em promessas que os olhares vertem e que os corpos jamais cumprem… Envolvam-me nesse breve, levem-me àquele local onde o tempo está parado em ampulhetas de saudade e o espaço se comprime até caber nas palmas das minhas mãos! Hoje sonhei que enquanto me abraçavam julgando sentir o meu corpo, eu voei para além do mundo que imaginei, lá, encontrei, algures, o que perdi em cada um dos abraços que eu quis e alguém não me soube dar…

segunda-feira, 6 de março de 2017

Hoje consigo reconhecer-te nas demais estrelas do céu, nos flocos de chuva que gemem, no chão vidrado que piso , nas mãos vazias de um orvalho quente, no canto abandonado que deixaste o sorriso farto das minhas crianças a sonhar-te! Hoje desenho-te no branco do papel, em letras de água que queimam este olhar despido cansado de gritar! Desenho-te num lugar insólito, que desconheço  com uma saudade vencida num véu de cores por  sincronizar! Como eu te reconheço nesta estrada percorrida, neste sonho onde me abandono em caminhada, és a desordem da minha alma, a raiz do meu espírito... A única voz que me guia nesta viagem sagrada! Eis que o amor é isto mesmo,  uma onda, que invade o nosso espírito sem que possamos algo fazer para nos defender… Ele é como lava do vulcão, que escalda e derrete o nosso coração até os corações de aço …Na esmagadora maioria das vezes ele não é felicidade  é sim uma prisão, um cão raivoso que ataca sem perdão ..O amor em nós muitas vezes é como um elástico que se estica tanto,  que acaba por ceder de vez, por isso não me digam de uma forma gratuita que me amam sem realmente me fazerem sentir esse amor…Tudo o resto não passa de adjectivos , e é no verbo que nos fundamos por isso eu não temo a palavra,  ela é o amor da minha alma …

domingo, 5 de março de 2017

Cada segundo que penso estremeço pois nem sei como cheguei aqui !!! vim de  outras vidas  onde já Tinha sido  sol , frio, lua e cúmplice... Fui vento, brisa, chuva fantasia, medos e segredos com as mãos lavei a terra onde purifiquei almas e em cada  sombra e caminhos percorridos fui choro, inconsolável e ira... Fui mar em temporal fui ladrão ao roubar as  estrelas nos meus sonhos  desmaiados das correntes!!! Cheguei aqui de mãos vazias com a alma cheia de sonhos à procura apenas  de um pouco de alienar  ...Hoje sei e pergunto o que seria do mundo sem as palavras? Seria o mesmo que anoitecer sem o despertar dos dias...Dos  jardins sem uma flor. Da vida sem esperança e da música sem um autor... Há o que seria...Das palavras que aqui escrevo sem o amor ...O que seria desta vida sem perder, o que seria do mundo sem a paixão que nos embriaga e faz pulsar o nosso coração!! O que seria do amar sem sofrer?? O que seria de uma cama vazia dia após dia como  a minha...As palavras fazem as almas encontrarem-se , somos pedintes de amor, nem mais nem menos é isso que somos  ...Esta nossa natureza fria e intoxicada pela magia das noites quentes faz-nos  beber do cálice da fonte seca onde almas pedintes relutam em corpos tementes de dor e silêncio...

sábado, 4 de março de 2017

Hoje apetece-me divagar apenas nas palavras, sem qualquer sentido ou lógica, quero apenas desabafar um pouco, escrever e escrever sem limites, sem restrições, escrever apenas. Não quero falar de nada em concreto, apenas divagar, viajar no teclado e escrever o que me vai na alma. Hoje sinto-me fraco, começa a ser repetitivo este estado de humor na minha vida, confesso que já estou a ficar um pouco farto deste modo de vida, onde a solidão e angustia parece teimar em entrar. Gostava de poder escrever algo mais simpático, mais divertido, mas não tenho essa capacidade já há algum tempo. dentro de mim existem mundos e cidades.Trilhas de pensamentos, mentiras e meias verdades. Explosão de raiva, derrames de amor.Memorias não se esquecem, lembranças que aquecem.Mistérios infindáveis, anjos e demónios. Lágrimas que se choram pelos sorrisos. Olhares desligados num gesto perdido e imperfeito.Todos os que vivem por aqui e são como eu quando partem levam um pouco de mim e eu agasalho-me com um pouco de vós...E como diz a musica que tenho no blog agora "we can hurt together" agora contextualizem ...

quinta-feira, 2 de março de 2017

Hoje sinto a minha casa ruir. Há quem diga que só com o tempo é que elas se desgastam mas quanto elas ruem o barulho da rua torna-se ensurdecedor! Sinto que a minha casa ruiu pelas palavras que não pude dizer e nas que não pude ouvir. Hoje sei que a minha casa ruiu pelos motivos dados e pelos motivos que não foram dados e esquecidos no silêncio. De mim apenas ruínas, foi isso que restou. Ruínas. Pedras soltas, empilhadas com meia dúzia de alicerces intactos segurando pouca coisa ... Apenas me pergunto de que vale toda a firmeza de mim demonstrada quando já ruiu parte da minha vida , pouco há para erguer , tudo parece que ruiu. Posso ter passado tempo demais a dizer o quanto amava , sem explicar que no meu mundo estava muita coisa assente, também, em pilares de afecto e amizade. Hoje valorizo mais uma palavra, um gesto, um retorno! Qualquer coisa, na verdade... Foi essa a minha espera em tanto tempo A minha casa já ruiu, pobres alicerces que caíram , há espera da força de um amor eterno. Fiquei eu e ela destruídos e sós, entre alguns alicerces que apenas se curvaram e outros que se mantiveram firmes, mas poucos!! Mas já pouco importa quando o pilar é central, nenhuma casa sobrevive . Na verdade tenho vontade de agradecer aos ventos, com ironia, dizer-lhes até podem matar-me a alma. que eu estou bem. Só que o vento ia rir-se de mim!!! Como sempre, ia esquecer-se das minhas palavras… E não ia devolver-me a minha casa… Porque os meus alicerces cederam e eu sou ruínas de mim. Hoje concluo que em alguns momentos na minha vida, colori a vida de terceiros, mas sinto que agora que tanto preciso não consigo colorir a minha! Precisava de não me sentir assim mas!! Completei tanto os outros, que agora nem me vêem …É no meio destas letras , historias , brisas e rabiscos que me torno eterno, que me reestruturo ! Posso até parecer que repouso entre a sombra da vegetação que idealizo na minha imaginação mas é na alma que tudo à minha volta se transforma, se renova ... Abro a porta, e saio desta casa em ruínas, deste ínfimo e restrito compartimento que a alma me concedeu…

quarta-feira, 1 de março de 2017

Hoje sou apenas as  cinzas que sobraram e cravaram marcas no meu ser no entanto sou tão nada, como poderei ser uma casa cheia...Ergo-me para a vida encho os bolsos vazios ,  de medo e de receio de nada ver...Em minha vida fez-se  porto de saudade só de partidas e não chegadas  pouco conheço...Não escuto sons não sinto cheiros...Vivo numa tarde sombria onde o  vento acaricia-me o cabelo enquanto eu, com mãos invisíveis percorro um  corpo de, mulher, mas!!! tenho receio de o tocar de me acordar e ficar perdido na neblina... Queria me doar a todos os pensamentos de pessoas ocultas como as águas do mar como as folhas ao vento como os beijos por selar ...Há em mim um grito mudo sem sons definidos  que me conduz à incógnita sensação de sonho e ao mesmo tempo  de  ressaca...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Penso que Deus há-de recolher as lágrimas de todos nós e fazer com elas o mar! Olhar para a imensidão do azul que nos cerca é olhar para os olhos de todos nós que tivemos a humildade de chorar! Quando o sol as bebe, as lágrimas sobem ao céu e tomam a forma de estrelas ou de pingos de chuva. Outras vezes, solidificam no fundo do mar e disfarçam-se de pérolas. O mundo é feito também da matéria das nossas lágrimas. Elas são a voz da nossa humanidade. valem todas por igual. As estrelas do céu são pedaços de nós...

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Sinto-me um mero cais !!digo-o eu muitas vezes; ou poderia tantas outras vezes dizer eu estou um caos! E seria sempre parte da mesma verdade.Penso na minha verdade. Na verdade como meu destino e o caminho que abro até ele. e esta  verdade pode estar nas palavras que nos definem, mas quanto fica por dizer, não menos verdade, apenas por não termos como!? Há palavras que nos enclausuram e silêncios que nos libertam… se os soubéssemos ouvir! Quantos pensamentos vivem em nós escondidos e se esvaem quando tentamos verbalizá-los? Não fará isto parte do que somos? Serão estas verdades menores? Mas !!! a  verdade não se esgota na mera repetição. Aquilo que repetimos é como um porto seguro, limitado mas conhecido, e há aquilo que só com alguma coragem consentimos dar vida. E eu preciso desvendar verdades e palavras fora da repetição, cortar amarras e explorar, entrar no silêncio e transformá-lo, dar voz ao que sinto, pois sinto-me mais que um porto seguro. Por vezes o silêncio segreda-me um mar e um horizonte, e outras formas de os contar!Quando me penso sinto o dualismo da realidade e do sonho, do poder e do fracasso, do potencial e da inacção, da vontade e da cobardia. Porquê devo eu confinar-me ao conforto do habitual, quando me vejo capaz de arrojar?! Que medo me silencia outras verdades quando no meu sonhar eu consigo GRITAR? Sinto que por vezes devemos considerar desequilibrar a balança onde colocamos a nossa razão, mais habitual que racional, monótona mas cómoda, e a nossa intuição, tantas vezes certeira mas ignorada, ou esta Inquietude não estaria em mim, a impor-me mais....
Hoje chamo à minha noite vazia…Ao meu olhar de pétala do entardecer…Hoje transformo-me numa folha caída !! Hoje sinto-me nu de mim..Despido do que sobrou da ilusão, sinto-me uma palavra numa pálida boca…Num triste sorriso…despido de sonhos!!! Ergo este silencioso grito…num corpo vestido de solidão que comigo dorme à noite…O vazio dos abraços é apenas um silêncio sufocado…e as mãos sem nada e eu sem mim, adormecido no passado que me retém e prende…Sigo sem laços neste tempo que se esvai...Mas!!! Não sou o único acordem, há momentos em que parecemos viver num baile de máscaras...Olhem à vossa volta e percebam... As pessoas usam artifícios que as mantêm íntegras... assumem falas e posicionamentos que as tornam parte de todas as tribos...Elas buscam ser mais uma no meio dos demais, pertencem ao grupo da maioria. A necessidade de pertencer, de ser aceite é maior do que a necessidade de ser o que realmente são...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...