Hoje sei...É apenas aqui que olho o meu céu
particular, onde me permito voar através das palavras! Sei que sou só um humano
desajeitadamente intenso que escuta o silêncio… Sinto um esvoaçar de asas
trémulas e cintilantes no meu rosto. Talvez seja apenas o respirar, compassado
com a batida no meu peito. Mas!!! Ergo o rosto e uma brisa harmoniosa invade-me
a pele... Talvez sejam umas mãos que me estejam a tocar de novo, num toque
macio e arrebatador, com ânsias de carinho e proteção. Levanto-me e sigo na direção
do luar. A sua luz preenche-me e aquece-me a alma. Sim, talvez seja a ilusão
quem me lê por inteiro, e me despe de rodeios e me namora às escondidas…Talvez
seja apenas um sorriso , que esboça-se pela última vez na forma de uma estrela
cadente a passar , para me embelezar a noite e colorir o rosto, que se tornou
cinzento desde a vida vivida outrora… Hoje se eu voltar a sonhar serei a tinta,
outro alguém a tela; hoje se eu for a chuva , outro alguém será a minha
aguarela; hoje se eu sonhar serei apenas o sal, outro alguém a areia branca,
onde eu me transformo em mar numa longa maré cheia... Hoje se escrevo a voz do
coração, numa carta aberta ao mundo, então é porque sou o espelho da `emoção
num olhar profundo, onde nascem as palavras que vivem dentro de nós, escondidas
,em florestas de silêncio, permanecendo assim, presas no meu corpo e na
alma...Tenho palavras em mim mas não as sabem ler ... Palavras que não tem
coragem de se auto pronunciar no tempo e no espaço próprio...Era ai que elas
fariam a diferença abismal entre o som e o silêncio... Hoje tenho em mim
palavras cansadas de não acontecerem, palavras agitando-se num grito
inaudível... palavras que o tempo vai calar ..
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018
Hoje
o mundo amanheceu deserto, nele nem a casa dos sonhos habita ! Fui ver o mar e
este parece despovoado, suas ondas batem no areal arrastando a miséria sem
nome! A sua espuma entranha no areal , parecendo bombas explodindo aos pés do
seu reflexo azul que a sua fortaleza de sensibilidade montou de dentro para fora …Bebo as suas
palavras molhadas de indignação que a
desigualdade das suas ondas arrastam num canto silencioso de opressão, escuto a sua suave
musica que a brisa vai tocando como um piano que docemente me sopra num
melodioso ritmo hora triste, hora alegre mas que passa por mim quase invisível
deixando as palavras que transportam a verdade nua que molda e gera o meu
coração… Vou amontoar aqui essas palavras com as minhas mãos , remar até ao
cume da onda que vem no horizonte, rabiscar a doçura no céu e erguer os meus olhos
que se afogam nos desejos que incorporei nas minhas asas, neste voo que plana
no som da maresia ….
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
Hoje
as palavras! Fluem com pressa, sem
espera... Na sua indecisão e no congestionamento dos sentidos há sempre algumas
engasgadas, para um não uso impróprio. Por isso, escrevo-as de uma forma
metaforicamente falando, repletas de intencionalidades… Aqui consigo
retoca-las de uma forma amadora, mas com
sensibilidade para quem as entender! Em
mim a sua germinação acontece de uma forma genuína , elas tocam-me, e , se elas
falassem, abririam caminhos, na sua missão ao as invocar aos céus, mas!!!
Sendo elas apenas palavras, por muito
que não queria, elas distanciam-se do ato, ficando apenas a mensagem que não
tem morada. Desenho-as como se de um
poema se tratasse, deixo-as nuas à depreciação ou não, de terceiros e sempre com
romantismo teço-as, onde vou recriando um rosto , sem corpo, sem respostas
que me faz viajar em rios de mistérios … Hoje esvaziei este ramo de palavras
como se dum ramo de flores se tratasse, desfolhei pétalas nos sonhos bordados entre
as minhas mãos vazias e o vazio deste mundo vago…
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Hoje é como se precisasse de beber toda a chuva, para acender uma claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços, para acordar o fogo que deixei adormecer em mim...Os sonhos enchem os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma nuvem, na extremidade do que morre nasce outro que a dispersa por isso preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar , que metade lhe daria? Sou saudade, do que já foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar. Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
Hoje
os meus pensamentos elevam catedrais, em templos que em longínquas datas soletravam serenatas, nas crenças que os velhos
templários erguiam nos silêncios recolhidos das palavras que semeavam o
esquecimento das horas nas sensações com recados de amor eterno…Meu
corpo começa a elevar-se , os céus reclamam-no , deixei de sentir esforço a caminhar
sobre o chão , meus pés desenham as palavras que a minha sombra projecta docemente
para a parede que destaca a minha alma …Não há limites nas palavras, quando nos
vamos completando de vazios, todos os dias escrevo a minha independência. Mas ela, tem algemas …Estou
farto de assistir aqueles que se acham poderosos, mas para mim poderosos não são
os que descobrem o Ouro, poderosos são aqueles
que descobrem a insignificância das coisas ! Não existe pessoas frágeis , todos
nós nos vestimos de realidade na arrumação do espaço dos sonhos, apenas existem
alguns que a meio da euforia , gritam a vantagem conquistada, outros reclamam-na em
silêncio, nos pensamentos de suas catedrais ….
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
Tenho alguns dias que por algum motivo falta-me a
voz, fico inerte como se não houvesse mais nada a fazer, como se me pudesse
reger por coisas impessoais , vulgares , coisa que não sou …Ainda assim assisto
a alguns a roubarem-me o chão que piso e o ar que respiro como se deles
eu fosse indigno, como se não os merecesse. Mas fico assim calado... como
se não houvesse um grito na garganta querendo sair e entoar pelas paredes
vazias desta vida… Mas não vale apena, chego sempre a optar por ficar assim
quieto e mudo. Em vez de dar de mim, de lutar por aquilo em que acredito, pelos
meus sentimentos, deixo que a vida corra como um rio mesmo querendo ir contra a
corrente… Odeio que sejam injustos comigo … Fico assim , chego à conclusão que
a esmagadora maioria das pessoas prefere que os outros não pense , sejam
mudos, incultos, tolerantes …Mas!! Não pensem que esta postura é uma postura
cobarde, não nunca o será , cobardes são aqueles que preferem pessoas que se
calam e pessoas tolerantes , sabem porque? Porque não tem a capacidade de nos
enfrentar, falta argumentos, não me busquem para verbalizar de
forma rude … Chego a ficar calado não por me ter esquecido das
palavras, tão calado que selo os lábios sabem porque , porque há pessoas que
nem merecem que nos debrucemos por questões colocadas por eles ... Peço apenas um favor pessoas mal formadas não comentem os meus textos pois não os conheço e nem tenho a pretensão de tal...
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
Hoje
tenho de discordar de quase em absoluto, de certas posições que o meu coração
assume…Eu hoje sonhei que era um Anjo que se escondia dentro das próprias asas,
avistava ao longe bruxas lobisomens e
fantasmas mas!!!
Não queria embarcar em novas guerras , deixei cair dos meus punhos as armas que
durante tanto tempo me resguardaram nas trincheiras dos fumos, dos
bombardeamentos, das ofensivas, das granadas de violência que o ódio de
terceiros arremessava das nuvens para o chão na luta diária sem arco íris de
miragem …Eu já levitei o meu corpo entre o céu e a terra , eu já marquei na
minha historia, a hora inesperada da inocência, eu já deixei o meu rosto
asfixiado na moldura do tempo, hoje
apenas queria embalar-me nos braços do silêncio e sonhar sem o vento perverso arrastar todas as minha frases e palavras para as sombras do ritual onde se
dobra o medo…hoje prescindo da vaidade, deixo-a envelhecer recolhida num ponto sereno que me resta...A cegueira que o silêncio pintou na minha morada!
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
Hoje tive um pesadelo "terrível", constatei que, sem duvida alguma, um dia o amor morre… Podem até achar
que é uma inoportuna notícia, mas todo
amor morre um dia acaba por sucumbir! Há amores impulsivos, cúmplices, rotineiros,
juvenis, maduros, impossíveis, platónicos, correspondidos, desejados, amados, bem !!! Qualquer deles e não importa se são bonitos e sinceros, todos eles um a um
acabam de uma maneira ou de outra por
morrer, mas a maioria morre mesmo é de
uma “morte assistida”. Todo o amor morre, mas morre na ignorância e
estupidez dos seres humanos. Morre na constante busca pela devassa do ego, pela satisfação pessoal,
ambição desmedida . O amor morre quando nos traímos a nós mesmos, na verdade, o
amor morre quando o ser humano trai a sua essência. Pior do que trair a confiança
do outro é trair-nos a nós mesmos... O amor morre nas palavras que não foram ditas; nas
palavras ditas em excesso; nos exageros por vaidade; na ausência por falta de coragem e também morre na
presença de quem nunca está…Mas não se deixem confundir por estas palavras, não há sentimento de saudade por aquilo que não se tem ou algum dia teve, não
podemos sentir falta do que nunca existiu... A saudade, assim como todos os
sentimentos que vem juntos com o amor, é viva e latejante por aquilo que se respira ...Eu já senti esse cadáver de sentimento, penso que o isolei e coloquei-o num
lugar bem escondido dentro de minha alma…Não o consigo resgatar, para quem sabe
um dia acreditar, que de alguma forma, a
próxima vez será eterno…
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
Hoje o dia amanheceu cheio de sons, sons de passos em versos na calçada das poesias,
que caminham na rua no meio de dedos que desenham a sensualidade da natureza a sorrir !
Inspirei-me no sol , que magia embriagadora a sua Luz … Falemos então do Brilho
que ele provoca nesta casa devoluta, que a noite devora em meia dúzia de palavras
que pulsam na boca vulnerável… Hoje sinto este amor que é um nada que se
liberta , uma luz que me desce pelo olhar e fecunda nos sorrisos a virgindade
das palavras não ditas e , nos silêncios perdidos na lividez dos tempos que as
minhas mãos derramaram nas cortinas do olhar que ondulei neste sol encandeceste
que esconderam da minha visão anos a fio … Hoje sonhei que amei…E amar!! Amar é
escrever, é deixar que me toquem até ser eu de novo! Amar é abraçar e adormecer
até o corpo se extinguir , é acordar e ver as cortinas do meu quarto amarrarem
os raios de sol numa pintura marcada pelos meus dedos na tatuagem da mãe
Natureza…Abro a Janela e "Grito-lhe", não pares , brinda-me com a tua luz, abraça-me, dança comigo como se fizéssemos amor...
quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
Hoje peço-vos que me emprestem as vossas memórias! Esqueci das minhas, no virar da vida, entre o tempo do nada e num (quase) silêncio de quem outrora já fui. Digam-me , contem-me, acenda-me os olhos com a luz dos vossos e façam-me ter a consciência que arrisco escrever sobre a vossa presença... Poderia deixar aqui folhas reservadas para um nome em branco, mas acredito que a memória deve ser gravada com letras e olhares, digo-o porque a personagem criada por nossa imaginação, deve ser a atmosfera de um sonho descrito. Todos aqueles que pisam no chão, mas que voam até a altura das estrelas, tem lugar nos meus sonhos. É como se tivessem poderes de um anjo, e pudessem desaparecer assistindo a aurora próximos à janela das portas do céu... Descrever mais é exigir demais de minha capacidade de transformar meus gestos em palavras. Peço-vos que não desvalorizem as palavras, estas, não cabem na vastidão do mundo interior, perdem-se na agonia de não ser e acabam rompendo caminho pelos dedos simplesmente , por não sabem mais para onde ir...
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Hoje sinto-me cúmplice das fronteiras que em mim
delineei, vivo rodeado deste mar deste deserto onde a essência das primeiras flores
não brota, o perfume do caminho que despido percorro nas areias que vou
deixando tombar das minhas mão vazias… Vou tentando contrariar a erosão ao
escrever palavras que emergem na noite como se flores se abrissem no romper do
dia. Vou edificando o oásis imperfeito como um verbo que é proferido no desassossego
da noite, recuso-me a ser pouco, a criar menos que a velocidade da luz, a
silenciar as minhas duvidas, a desamparar a minha sensibilidade, a viajar numa
corrente magnética sem conexão ao oásis que sonhei …Recuso-me, a não me desvendar
e mesmo que a paixão seja uma palavra antiga, eu recuso-me a deixar de pensar nela
, RECUSO-ME , a ignorar as cicatrizes que o tempo desenhou em mim, recuso-me a
deixar o coração adormecido, a ser uma casa saqueada, a não aparecer no mapa a
ser uma fronteira invadida por gente , lugares mal situados…
segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
Hoje assisto a palavras! Estas correm como as
águas dum Rio, sem espera... Neste pensamento sem congestionamento de sentidos, há sempre um cuidado a evitar o seu uso impróprio. Sempre que escrevo não
tenho intencionalidades malévolas, escrevo sempre com a vontade de dar um retoque perfeccionista, na sensibilidade da minha arte de entender as palavras, sempre
contextualizando-as na sua origem, para que genuinamente sigam a sua missão… Eu sei que
elas não falam apenas seguem um caminho, mas sendo palavras, ficam sempre distantes
do ato, elas apenas levam a mensagem nas asas, sentimentos nus, romantismo, fantasias descritas sem rosto,
sem corpo, mas que usam a liberdade para aumentar o caudal no rio dos mistérios!
Para quem não me conhece, fiquem sabendo que caminho entre o sonho e a
realidade, numa insubordinação do imaginário, transgredindo o eu, no sentir de cada palavra que deixo na efervescência da sede de uma mera emoção…
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Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...