segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Hoje abri a Janela e fiz-me  pintor, da tela da minha vida, entorno as  tintas de uma vida de varias cores que delicadamente misturo no quadrante desenhado em meus sonhos….Vou aos poucos identificando a obra que ali deixei. Cores de sentimento.. sonhos...poemas ...sim! Muitas palavras mudas que entorno de uma forma nunca lida...são  os sonhos derramados, rabiscados em palavras neste meu mundo invisível, quase mudo, que se deixou embriagar  de cores, que ao despirmos-nos não temos. Eu já expus aqui a minha nudez sem pudor, talvez antes o fizera em pensamento...na vida real. Mas, colori-me de amor, em flor, onde estamos  sensíveis, românticos, em estado natural. É ai que as nossas cores se misturam com o nosso habitat, passamos a ser parte integrante de toda a Natureza que nos envolve, a nossa tela de vida será sempre um expresso de sentimentos,  paixões, desilusões, realizações, pinceladas de  vivências... Ninguém,  nem, nenhum de nós, por mais que observamos todos os detalhes da tela de outro alguém, saberemos ler a fundo ou sentir da mesma maneira que seu autor…Eu também sei que muitas vezes a vida não passa de uma ficção em que a verdade se esconde num canto inviolável onde a humanidade não nos cumprimenta mas expõe como se nos esquecêssemos da porta aberta do nosso coração …Deixamos tantas vezes a porta do coração entreaberta que a nossa tela passa a ser tingida pelo sangue de amor e de ódio! Duas palavras distintas mas que nos fazem cerrar os pincéis e deixar a porta entreaberta que nunca se abriu…

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Hoje sei...É apenas aqui que olho o meu céu particular, onde me permito voar através das palavras! Sei que sou só um humano desajeitadamente intenso que escuta o silêncio… Sinto um esvoaçar de asas trémulas e cintilantes no meu rosto. Talvez seja apenas o respirar, compassado com a batida no meu peito. Mas!!! Ergo o rosto e uma brisa harmoniosa invade-me a pele... Talvez sejam umas mãos que me estejam a tocar de novo, num toque macio e arrebatador, com ânsias de carinho e proteção. Levanto-me e sigo na direção do luar. A sua luz preenche-me e aquece-me a alma. Sim, talvez seja a ilusão quem me lê por inteiro, e me despe de rodeios e me namora às escondidas…Talvez seja apenas um sorriso , que esboça-se pela última vez na forma de uma estrela cadente a passar , para me embelezar a noite e colorir o rosto, que se tornou cinzento desde a vida vivida outrora… Hoje se eu voltar a sonhar serei a tinta, outro alguém a tela; hoje se eu for a chuva , outro alguém será a minha aguarela; hoje se eu sonhar serei apenas o sal, outro alguém a areia branca, onde eu me transformo em mar numa longa maré cheia... Hoje se escrevo a voz do coração, numa carta aberta ao mundo, então é porque sou o espelho da `emoção num olhar profundo, onde nascem as palavras que vivem dentro de nós, escondidas ,em florestas de silêncio, permanecendo assim, presas no meu corpo e na alma...Tenho palavras em mim mas não as sabem ler ... Palavras que não tem coragem de se auto pronunciar no tempo e no espaço próprio...Era ai que elas fariam a diferença abismal entre o som e o silêncio... Hoje tenho em mim palavras cansadas de não acontecerem, palavras agitando-se num grito inaudível... palavras que o tempo vai calar ..

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Hoje o mundo amanheceu deserto, nele nem a casa dos sonhos habita ! Fui ver o mar e este parece despovoado, suas ondas batem no areal arrastando a miséria sem nome! A sua espuma entranha no areal , parecendo bombas explodindo aos pés do seu reflexo azul que a sua fortaleza de sensibilidade  montou de dentro para fora …Bebo as suas palavras molhadas  de indignação que a desigualdade das suas ondas arrastam num canto  silencioso de opressão, escuto a sua suave musica que a brisa vai tocando como um piano que docemente me sopra num melodioso ritmo hora triste, hora alegre mas que passa por mim quase invisível deixando as palavras que transportam a verdade nua que molda e gera o meu coração… Vou amontoar aqui essas palavras com as minhas mãos , remar até ao cume da onda que vem no horizonte, rabiscar a doçura no céu e erguer os meus olhos que se afogam nos desejos que incorporei nas minhas asas, neste voo que plana no som da maresia ….

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

 Hoje as palavras! Fluem  com pressa, sem espera... Na sua indecisão e no congestionamento dos sentidos há sempre algumas engasgadas, para um não uso impróprio. Por isso, escrevo-as de uma forma metaforicamente falando, repletas de intencionalidades… Aqui consigo retoca-las  de uma forma amadora, mas com  sensibilidade para quem as entender! Em mim a sua germinação acontece de uma forma genuína , elas tocam-me, e , se elas falassem, abririam caminhos, na sua missão ao as invocar aos céus, mas!!! Sendo elas apenas palavras,  por muito que não queria,  elas distanciam-se do ato,  ficando apenas a mensagem que não tem morada.  Desenho-as como se de um poema se tratasse, deixo-as nuas à depreciação ou não,  de terceiros e sempre com romantismo teço-as,  onde vou recriando um rosto , sem corpo, sem respostas que me faz viajar em rios de mistérios … Hoje esvaziei este ramo de palavras como se dum ramo de flores se tratasse, desfolhei pétalas nos sonhos bordados entre as minhas mãos vazias e o vazio deste mundo vago…

domingo, 11 de fevereiro de 2018

 Hoje é como se  precisasse  de beber toda a chuva, para acender uma claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços, para acordar o fogo que deixei  adormecer em mim...Os sonhos enchem os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma nuvem, na extremidade do que morre nasce outro  que a dispersa por isso preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar , que metade lhe daria?  Sou saudade, do que já foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar. Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Hoje os meus pensamentos elevam catedrais, em templos que em  longínquas datas soletravam  serenatas, nas crenças que os velhos templários erguiam nos silêncios recolhidos das palavras que semeavam o esquecimento das horas  nas  sensações com recados de amor eterno…Meu corpo começa a elevar-se , os céus reclamam-no , deixei de sentir esforço a caminhar sobre o chão , meus pés desenham as palavras que a minha sombra projecta docemente para a parede que destaca a minha alma …Não há limites nas palavras, quando nos vamos completando de vazios, todos os dias escrevo  a minha independência. Mas ela, tem algemas …Estou farto de assistir aqueles que se acham poderosos, mas para mim poderosos não são os que descobrem o Ouro,  poderosos são aqueles que descobrem a insignificância das coisas ! Não existe pessoas frágeis , todos nós nos vestimos de realidade na arrumação do espaço dos sonhos, apenas existem alguns que a meio da euforia , gritam a vantagem conquistada,  outros reclamam-na em silêncio, nos pensamentos de suas catedrais ….

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Tenho alguns dias que por algum motivo falta-me a voz, fico inerte como se não houvesse mais nada a fazer, como se me pudesse reger por coisas impessoais , vulgares , coisa que não sou …Ainda assim assisto a alguns a  roubarem-me o chão que piso e o ar que respiro como se deles  eu fosse indigno, como se não os merecesse. Mas fico assim calado... como se não houvesse um grito na garganta querendo sair e entoar pelas paredes vazias desta vida… Mas não vale apena, chego sempre a optar por ficar assim quieto e mudo. Em vez de dar de mim, de lutar por aquilo em que acredito, pelos meus sentimentos, deixo que a vida corra como um rio mesmo querendo ir contra a corrente… Odeio que sejam injustos comigo … Fico assim , chego à conclusão que a esmagadora maioria  das pessoas prefere que os outros não pense , sejam mudos, incultos, tolerantes …Mas!! Não pensem que esta postura é uma postura cobarde, não nunca o será , cobardes são aqueles que preferem pessoas que se calam e pessoas tolerantes , sabem porque? Porque não tem a capacidade de nos enfrentar, falta argumentos, não me busquem para verbalizar de forma  rude … Chego a ficar calado  não por me ter esquecido das palavras, tão calado que selo os lábios sabem porque , porque há pessoas que nem merecem que nos debrucemos por questões colocadas por eles ... Peço apenas um favor pessoas mal formadas não comentem os meus textos pois não os conheço e nem tenho a pretensão de tal...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Hoje tenho de discordar de quase em absoluto, de certas posições que o meu coração assume…Eu hoje sonhei que era um Anjo que se escondia dentro das próprias asas, avistava ao longe  bruxas lobisomens e fantasmas mas!!! Não queria embarcar em novas guerras , deixei cair dos meus punhos as armas que durante tanto tempo me resguardaram nas trincheiras dos fumos,  dos bombardeamentos, das ofensivas, das granadas de violência que o ódio de terceiros arremessava das nuvens para o chão na luta diária sem arco íris de miragem …Eu já levitei o meu corpo entre o céu e a terra , eu já marquei na minha historia, a hora inesperada da inocência, eu já deixei o meu rosto asfixiado na moldura do tempo,  hoje apenas queria embalar-me nos braços do silêncio e sonhar sem o vento perverso  arrastar todas as minha frases e palavras para as sombras do ritual onde se dobra o medo…hoje prescindo da vaidade, deixo-a envelhecer recolhida num ponto sereno que me resta...A cegueira que o silêncio pintou na minha morada!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Hoje tive um pesadelo "terrível", constatei que,  sem duvida alguma, um dia o amor morre… Podem até achar que é uma  inoportuna notícia, mas todo amor morre um dia acaba por sucumbir! Há amores impulsivos, cúmplices, rotineiros, juvenis, maduros, impossíveis, platónicos, correspondidos, desejados, amados,  bem !!! Qualquer deles e não importa se são bonitos e sinceros, todos eles um a um acabam de  uma maneira ou de outra por morrer, mas a maioria morre mesmo é de  uma “morte assistida”. Todo o amor morre, mas morre na ignorância e estupidez dos seres humanos. Morre na constante busca pela  devassa do ego, pela satisfação pessoal, ambição desmedida . O amor morre quando nos traímos a nós mesmos, na verdade, o amor morre quando o ser humano trai a sua essência. Pior do que trair a confiança do outro é trair-nos a nós mesmos... O amor morre nas palavras que não foram ditas;  nas palavras ditas em excesso; nos exageros por vaidade;  na ausência por falta de coragem e também morre na presença de quem nunca está…Mas não se deixem confundir por estas palavras, não há sentimento de saudade por aquilo que não se tem ou algum dia teve, não podemos sentir falta do que nunca existiu... A saudade, assim como todos os sentimentos que vem juntos com o amor, é viva e latejante por aquilo que se respira ...Eu já senti esse cadáver de sentimento, penso que o isolei e coloquei-o num lugar bem escondido dentro de minha alma…Não o consigo resgatar, para quem sabe um dia acreditar,  que de alguma forma, a próxima vez será eterno…

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Hoje o dia amanheceu cheio de sons, sons de  passos em versos na calçada das poesias, que caminham na rua no meio de dedos que desenham a  sensualidade da natureza a sorrir ! Inspirei-me no sol , que magia embriagadora a sua Luz … Falemos então do Brilho que ele provoca nesta casa devoluta, que a noite devora em meia dúzia de palavras que pulsam na boca vulnerável… Hoje sinto este amor que é um nada que se liberta , uma luz que me desce pelo olhar e fecunda nos sorrisos a virgindade das palavras não ditas e , nos silêncios perdidos na lividez dos tempos que as minhas mãos derramaram nas cortinas do olhar que ondulei neste sol encandeceste que esconderam da minha visão anos a fio … Hoje sonhei que amei…E amar!! Amar é escrever, é deixar que me toquem até ser eu de novo! Amar é abraçar e adormecer até o corpo se extinguir , é acordar e ver as cortinas do meu quarto amarrarem os raios de sol numa pintura marcada pelos meus dedos na tatuagem da mãe Natureza…Abro a Janela e "Grito-lhe", não pares , brinda-me com a tua luz, abraça-me, dança comigo como se fizéssemos  amor...

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

 Hoje peço-vos que me emprestem as vossas memórias! Esqueci das minhas, no virar da vida, entre o tempo do nada e num (quase) silêncio de quem outrora já fui. Digam-me , contem-me, acenda-me os olhos com a luz dos vossos e façam-me ter a consciência que arrisco escrever sobre a vossa presença... Poderia deixar aqui folhas reservadas para um nome em branco, mas acredito que a memória deve ser gravada com letras e olhares, digo-o porque a personagem criada por nossa imaginação, deve ser a atmosfera de um sonho descrito. Todos aqueles que pisam no chão, mas que voam até a altura das estrelas, tem lugar nos meus sonhos. É como se tivessem poderes de um anjo, e pudessem desaparecer assistindo a aurora próximos à janela das portas do céu... Descrever mais é exigir demais de minha capacidade de transformar meus gestos em palavras. Peço-vos que não desvalorizem as palavras, estas, não cabem na vastidão do mundo interior, perdem-se na agonia de não ser e acabam rompendo caminho pelos dedos simplesmente , por não sabem mais para onde ir...

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Hoje sinto-me cúmplice  das fronteiras que em mim delineei, vivo rodeado deste mar deste  deserto onde a essência das primeiras flores não brota, o perfume do caminho que despido percorro nas areias que vou deixando tombar das minhas mão vazias… Vou tentando contrariar a erosão ao escrever palavras que emergem na noite como se flores se abrissem no romper do dia. Vou edificando o oásis imperfeito como um verbo que é proferido no desassossego da noite, recuso-me a ser pouco, a criar menos que a velocidade da luz, a silenciar as minhas duvidas, a desamparar a minha sensibilidade, a viajar numa corrente magnética sem conexão ao oásis que sonhei …Recuso-me, a não me desvendar e mesmo que a paixão seja uma palavra antiga, eu recuso-me a deixar de pensar nela , RECUSO-ME , a ignorar as cicatrizes que o tempo desenhou em mim, recuso-me a deixar o coração adormecido, a ser uma casa saqueada, a não aparecer no mapa a ser uma fronteira invadida por gente , lugares mal situados…

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...