Hoje o
vento grita, agitou-se e soltou o seu grito amarrado, ofegado no nada que o faz crescer… Se ele
quiser até pode pedir ao sol que ilumine a sua sombra, se ele quiser até pode
soltar as ondas do vazio do mar , que ira apenas escutar a melodia desafinada
da voz que o precede …Refugio-me nos
versos de amor, sem amarras, sem afetos, que o vento leva quando sopra sobre
mim, sobre todos nós desagua o seu
desespero … Ordeno que o seu odor de saudade se espalhe na trovoada que passa pelo meu peito nu como se uma catedral velha fosse exposta ao mundo sem varandas ,
sem abóbadas sem caves escuras que
arrepiam, deixando os quartos ocultos com paredes secretas que segredam medos e sustos…Hoje o vento levou-me
, nem sei onde estou, dói-me a cor deste
dia, dói-me o gestos de mim em mim!!
Onde estou? Alguém me ouve? Alguém
me responde? Conseguem ouvir-me? Estou aqui, no meio do tempo, deste relógio imaginário, sentado no ponteiro dos
minutos esperando a hora certa… E ela não chega!!! Passo em todos os lugares, e em nenhures....Levando comigo o amor que nunca pude
dar, as promessas que não cumpri, as fantasias que não sonhei, a vida que não
vivi. Hoje olho o vento, ele passa , grita , instala completamente o vazio na
partida , sacode o silêncio frio, tal qual eu sou gélido como este grito de vento que tombou
dos meus céus…
segunda-feira, 5 de março de 2018
sexta-feira, 2 de março de 2018
Hoje
vou desenhar um corpo nesta minha tela
branca da minha imaginação. Imagino os contornos desse corpo, que sinto com a
ponta dos dedos, vejo-a em cada
instante, como se estivesses aqui. Abraço-a, sinto o seu corpo, colado ao
meu. Esse corpo incandescente aquece o meu, gelado, derretendo-me os sentidos.
Num instante, a escuridão da noite ganha luz própria e algo sinto sobre o meu
corpo. Falem-me ao ouvido, enquanto eu percorro com a palma das minhas mãos o
espaço vazio que me separa desse corpo... Beijem o vazio que eu sentirei, na minha face a suavidade do toque . Nas
terras altas o gelo cai, extingue-se no desejo dos amantes . Os corpos, esses
, juntam-se ás almas, abraçam-se, bocas colam-se em pequenos
beijos, em doces trocas de caricias! As roupas são a única coisas que nos cobrem e os envolvem, aos poucos são tiradas sinto que se começa a
fazer o esboço do que quero . Cada contorne faz-me estremecer, lentamente,
deixo-me deslizar sobre a tela e com as minhas mãos desenho os lábios e boca que
me chama, eu, respondo-lhe com a ondulação suave do meu traço contornando as
suas curvas….O final aproxima-se, quando
os corpos desenhados se colam, a tinta ainda persiste fresca, tudo parece transpirado,
sinto a tensão uma vez que as almas se
libertam dos corpos e por um breve instante vão elevar-se aos céus . Agora fiquei
com este sabor a beijo em mim, que docemente me deixou sem saliva, como se tivesse
entrado em erupção …Hoje ofereço-vos este segredos nunca revelado, que apenas eu deixei
tatuado em meu corpo, tatuagem outrora esquecida, a meio de uma entrega como se de um alimento se tratasse…Hoje
acordei com a imagem desta tela, ergui os olhos aos céus senti um peso de um corpo, subitamente sobre o meu, como se
tivesse acabado de cair do céu, como se um anjo se tivesse precipitado sobre
mim…Foi ai que vi que nesse instante a minha tela ficou pronta …
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
Hoje
amigos a nudez na pele, é como carregar um
corpo semidespido, sem erotismo
, eu sei, que despirmos o nosso véu
é, como tocar na tecla do som de um
poema, num espaço vazio! Escrevo na
placidez dum momento onde travo o tempo.
Estendo o meu olhar, como se uma
passadeira vermelha me conduzisse
na caminhada de sonhos e nele eu me fundisse
com a ternura e com a suavidade dos bailados dos olhares perdidos….
Prologue-mos então a espera, evaporando
o ar que nos rodeia, inflamando cada milímetro do libido que as minhas
palavras deixam nos desejos à solta
pelo espaço que medeia o sonho dos corpos. Esta louca e simultaneamente doce
espera , faz-nos esquecer o tempo que eterniza nos olhares o amor que jamais entre as
almas perdidas foi feito!. Hoje tentei fazer um poema há muito
inacabado, nesta dialéctica que forma rios , que enche barragens, que desagua em oceanos , como se um fôlego de prazeres, desejos , sonhos, se perdesse em mim, apenas quando muitos tentam traduzir pelas letras dos textos que escrevo, o sentimento que em mim murmura e me faz
sentir poeta adormecido na memoria vazia do passado que o vento transporta de mim por ai onde quer que esteja...
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
Hoje é como se precisasse de beber toda a chuva, para acender uma claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços, para acordar o fogo que deixei adormecer em mim...Os sonhos enchem os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma nuvem, na extremidade do que morre nasce outro que a dispersa por isso preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar , que metade lhe daria? Sou saudade, do que já foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar. Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
Hoje
movimento-me entre a fuga das palavras e a quebra dos sentidos, o corpo, esse continua só, entregue a si mesmo, caminhando
desordenadamente sobre os trilhos da vida traçados pela auto critica ácida que
a alma, nos sonhos, carrega nas minhas
heranças, revolvendo o peito, enquanto vagueio na deriva dos tempos procurando
encontrar-me...Hoje vivo apenas, deixo os dedos esquecidos no teclado,
procurando palavras, que os meus olhos fechados, negam ler…Dispo-me deixo a
pele nua , adormecida, os sons não entram os ouvidos rendem-se à surdez, não deixam entrar a música que desperta as
palavras. Adormeci no portal da dor neste espaço, neste lapso, entre um mero instante
e o próximo, respiro, suavemente, adormecendo o corpo, num sono vazio de
sonhos, numa balada sem palavras, numa
música em silêncio. Não espero por ninguém, não sonho com nada, não vou a lado
nenhum, completo-me apenas, fechando um
ciclo da vida, dia, noite, até não acordar, andar…. Alimento o corpo, com
energias que não saboreio, que não entendo, que não irradiam em mim , apenas me
matem funcional…Gostava de cumprir o
destino, seguir um caminho , uma ponte mas !!! As pontes são
apenas rumores de silêncio entre duas margens e eu vivo apenas no estremo de uma delas …
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Hoje irei estar atento à gentileza
da alma, esta
me mobiliza o rasgar dos sorrisos sem ter de estender a mão… Sempre gostei de
conduzir mas não abdico de ser conduzido pelos olhares que desconstroem a
normalidade , que passa a flutuar pelas
curvas da minha invisibilidade. Adoro
escrever paginas de vida fazendo as palavras se sentirem mesmo com a efervescência que a brevidade da vida nos
proporciona! Acredito nos sentimentos, no encantamento que aos poucos o tempo
vai equilibrando nos nossos sonhos entre a realidade e a ficção , jamais me
deixarei insubordinar pela magia do imaginário sem pelo menos ousar em
transgredir a sede que o nu nos proporciona a nós, humanos . Agora deixem-me
dizer-vos uma coisa, um homem está sempre nu, perante o olhar de uma mulher ! Nu, perante aquela que o souber ler para além dos poros e dos sinais do tempo, e no seu corpo, encontrar os traços da eternidade em forma de luz... E eu,
hoje, estou nu sob esse olhar, como sempre estive, sem o saber…
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Hoje acordei compondo sentidos a descoberto, numa utopia despida de valores.Costuro os retalhos dos amores interrompidos, moldo e amasso a argila desta vida , dando-lhe forma e corpo, faço-a viver de imaginações sonâmbulas, amontoando cacos de uma vida... Sopro-lhe com a alma cravada de desalento, arranco ervas daninhas presas ao ventre que gritou amores sem respostas. Cultivo cantos, rego a semente encharcada de dúvidas, recomponho todos os ontens no hoje, escrevo pedaços de mim mas!!! Confesso já faz tempo que vivo um triângulo amoroso, sim é verdade!!! Daqueles triângulos que se estreitam , que alargam o olhar , ao tamanho da alma e agitam sonhos!!!Vivemos assim nós os três coração; Livros; e teclado ....
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
Hoje abri a Janela e fiz-me pintor, da tela da minha vida, entorno
as tintas de uma vida de varias cores
que delicadamente misturo no quadrante desenhado em meus sonhos….Vou aos poucos
identificando a obra que ali deixei. Cores de sentimento.. sonhos...poemas
...sim! Muitas palavras mudas que entorno de uma forma nunca lida...são os sonhos derramados, rabiscados em palavras
neste meu mundo invisível, quase mudo, que se deixou embriagar de cores, que ao despirmos-nos não temos. Eu
já expus aqui a minha nudez sem pudor, talvez antes o fizera em pensamento...na
vida real. Mas, colori-me de amor, em flor, onde estamos sensíveis, românticos, em estado natural. É
ai que as nossas cores se misturam com o nosso habitat, passamos a ser parte
integrante de toda a Natureza que nos envolve, a nossa tela de vida será sempre
um expresso de sentimentos, paixões,
desilusões, realizações, pinceladas de
vivências... Ninguém, nem, nenhum de nós, por mais que observamos todos os
detalhes da tela de outro alguém, saberemos ler a fundo ou sentir da mesma
maneira que seu autor…Eu também sei que muitas vezes a vida não passa de uma
ficção em que a verdade se esconde num canto inviolável onde a humanidade não
nos cumprimenta mas expõe como se nos esquecêssemos da porta aberta do nosso
coração …Deixamos tantas vezes a porta do coração entreaberta que a nossa tela
passa a ser tingida pelo sangue de amor e de ódio! Duas palavras distintas mas
que nos fazem cerrar os pincéis e deixar a porta entreaberta que nunca se abriu…
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
Hoje sei...É apenas aqui que olho o meu céu
particular, onde me permito voar através das palavras! Sei que sou só um humano
desajeitadamente intenso que escuta o silêncio… Sinto um esvoaçar de asas
trémulas e cintilantes no meu rosto. Talvez seja apenas o respirar, compassado
com a batida no meu peito. Mas!!! Ergo o rosto e uma brisa harmoniosa invade-me
a pele... Talvez sejam umas mãos que me estejam a tocar de novo, num toque
macio e arrebatador, com ânsias de carinho e proteção. Levanto-me e sigo na direção
do luar. A sua luz preenche-me e aquece-me a alma. Sim, talvez seja a ilusão
quem me lê por inteiro, e me despe de rodeios e me namora às escondidas…Talvez
seja apenas um sorriso , que esboça-se pela última vez na forma de uma estrela
cadente a passar , para me embelezar a noite e colorir o rosto, que se tornou
cinzento desde a vida vivida outrora… Hoje se eu voltar a sonhar serei a tinta,
outro alguém a tela; hoje se eu for a chuva , outro alguém será a minha
aguarela; hoje se eu sonhar serei apenas o sal, outro alguém a areia branca,
onde eu me transformo em mar numa longa maré cheia... Hoje se escrevo a voz do
coração, numa carta aberta ao mundo, então é porque sou o espelho da `emoção
num olhar profundo, onde nascem as palavras que vivem dentro de nós, escondidas
,em florestas de silêncio, permanecendo assim, presas no meu corpo e na
alma...Tenho palavras em mim mas não as sabem ler ... Palavras que não tem
coragem de se auto pronunciar no tempo e no espaço próprio...Era ai que elas
fariam a diferença abismal entre o som e o silêncio... Hoje tenho em mim
palavras cansadas de não acontecerem, palavras agitando-se num grito
inaudível... palavras que o tempo vai calar ..
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018
Hoje
o mundo amanheceu deserto, nele nem a casa dos sonhos habita ! Fui ver o mar e
este parece despovoado, suas ondas batem no areal arrastando a miséria sem
nome! A sua espuma entranha no areal , parecendo bombas explodindo aos pés do
seu reflexo azul que a sua fortaleza de sensibilidade montou de dentro para fora …Bebo as suas
palavras molhadas de indignação que a
desigualdade das suas ondas arrastam num canto silencioso de opressão, escuto a sua suave
musica que a brisa vai tocando como um piano que docemente me sopra num
melodioso ritmo hora triste, hora alegre mas que passa por mim quase invisível
deixando as palavras que transportam a verdade nua que molda e gera o meu
coração… Vou amontoar aqui essas palavras com as minhas mãos , remar até ao
cume da onda que vem no horizonte, rabiscar a doçura no céu e erguer os meus olhos
que se afogam nos desejos que incorporei nas minhas asas, neste voo que plana
no som da maresia ….
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
Hoje
as palavras! Fluem com pressa, sem
espera... Na sua indecisão e no congestionamento dos sentidos há sempre algumas
engasgadas, para um não uso impróprio. Por isso, escrevo-as de uma forma
metaforicamente falando, repletas de intencionalidades… Aqui consigo
retoca-las de uma forma amadora, mas com
sensibilidade para quem as entender! Em
mim a sua germinação acontece de uma forma genuína , elas tocam-me, e , se elas
falassem, abririam caminhos, na sua missão ao as invocar aos céus, mas!!!
Sendo elas apenas palavras, por muito
que não queria, elas distanciam-se do ato, ficando apenas a mensagem que não
tem morada. Desenho-as como se de um
poema se tratasse, deixo-as nuas à depreciação ou não, de terceiros e sempre com
romantismo teço-as, onde vou recriando um rosto , sem corpo, sem respostas
que me faz viajar em rios de mistérios … Hoje esvaziei este ramo de palavras
como se dum ramo de flores se tratasse, desfolhei pétalas nos sonhos bordados entre
as minhas mãos vazias e o vazio deste mundo vago…
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Hoje é como se precisasse de beber toda a chuva, para acender uma claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços, para acordar o fogo que deixei adormecer em mim...Os sonhos enchem os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma nuvem, na extremidade do que morre nasce outro que a dispersa por isso preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar , que metade lhe daria? Sou saudade, do que já foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar. Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.
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