segunda-feira, 19 de março de 2018

Hoje debruço-me sobre a muralha da vida, diante dela, em silêncio, contemplo os pedaços do meu coração que ao longo do tempo se foram espalhando ao redor de mim… Tenho como todos muitas lembranças tuas espalhadas por toda a parte, mergulhadas nas minhas lágrimas,  que se misturam com as tuas neste dia cinzento ! Leio olhares, palavras de esperanças, que revivo nas muitas partes do meu coração, que envolvem cada uma das tuas lembranças…Por muito que te reviva e te recorde, sei  também que uma parte de mim jamais será encontrada,  ficará para sempre vazia nesta espera meu Pai Amado...Sinto saudades,  mas faltam-me palavras neste instante… Fecho os olhos para sentir tua presença neste momento onde sinto tanta falta de ti, meu velho... Meu querido velho... Meu pai... Esta Saudade  é sentir tanto e não saber dizê-lo, é querer estar perto, sentir  a tua  respiração, o teu  timbre, mas a nossa distancia...Queria correr ao teu encontro mas é o  desencontro a chegar primeiro, é ter tudo e nada acontecer… Até tenho saudade das tuas  resposta sem palavras ,  e, ainda assim,  eu desejava recebe-las,  Amo-te Pai até já , já comecei a minha caminhada até ti…

domingo, 18 de março de 2018

Hoje nesta noite gélida, tenho vontade de exclamar aos céus e trocar a minha vida de assim assim por um minuto fora de mim, hoje precisava expelir-me de fora de mim para lá, do além…Trocava a minha vida inteira pelo momento que ninguém tem. Parece um contra-senso mas parece-me que todas as pessoas são do tamanho do que não são… E todas as pessoas valem os momentos em que nada lhes vale!! Precisava volatilizar-me, deixar-me ir e ser a imagem que ninguém infere , o fútil folião em que ninguém crê. Quero ficar do tamanho do luar, quero rir sobre a tristeza, ensinar a vida à própria morte. Todas as pessoas são do tamanho das lágrimas que choram, da distância da loucura que decoram. E decoram a loucura como se decora a dor, e decoram a razão como se fosse indolor. Mas não, não é a loucura que dói; não é a razão que constrói; não é o demente o doente; não é o que sofre o carente; não é quem se contém que é gente… Nem pensar !!! Não é continuar que é viver; não é aguentar que é saber; Não... Não sou demente nem sou carente, não sou o que sabe nem o que quer saber. Sou o feliz ignorante, o mestre do obstinado. Ainda assim trocava esta vida de faz de conta por um minuto de felicidade porque nesta vida não há medo maior que morrer desta sede

quinta-feira, 15 de março de 2018

Hoje escrevo apenas como um mero fantoche na utópica da perfeição que me guia neste palco onde “alguns “nos tentam   humilhar sob o olhar curioso de pessoas” pequeninas”  que apenas sabem ver quando alguém lhes manda flores ou  batem palmas….Efectivamente há gente assim, atraiçoa a capa humana, mesmo sem saberem, nos viram as costas quando precisamos de um bom dia ou um simples abraço! Mas!!! Para que reclamar apenas uma flor quando temos um jardim à nossa espera,  para quê esperar um mero sorriso de outro alguém , se temos a capacidade de fazer sorrir a vida a tantos em nosso redor … Esqueçam meus amigos , nada nos é fiel neste mundo! Nem mesmo as folhas brancas nas quais escrevemos o que pensamos… Na verdade, essas a mim vão-me  matando aos poucos, vão-me roubando a alma, vão deixando a minha dor impressa como se o que sinto se pudesse ler, ver , tocar!! Eu sei que não pode... As palavras não podem explicar tudo, elas, são apenas uma introdução, ainda assim as pessoas não tem de saber interpretar os  corações alheios através de palavras que nada explicam…Eu sei que há pessoas que se identificam , talvez por se sentirem da mesma forma …Escravos das palavras é assim que me identifico, tenho este estupido defeito,  (para alem de muitos mais) escrever e imortalizar tudo, tanto o bom como o mau. Ao contrário do que muitos pensam, deita-me abaixo, lembra-me o que perdi a meio do caminho,  do que desisti nesse caminho e faz-me desejar  que a  vida fosse mais matemática do que literária, na matemática tudo tem resolução…Que  fazer  ?? A vida é feita de letras para mim e não de números e aquilo que não posso ou não consigo explicar em palavras eu explicarei então em números, como uma soma de todos os medos …

terça-feira, 13 de março de 2018

Hoje propago apenas uma palavra e sei que ela sozinha representa um poema, porque ninguém a ouve ? Deixo-me isolar como se me recostasse na morte sem ninguém se importar…A solidão pode ter muitas formas, um dia ser uma ave que sobrevoa tudo sem o alcançar , outros, uma casa de uma paz insuportável, cheia de sombras e palavras que não emergem  rimas e apenas geram  silêncio. Sabem?!  Deixei-me arrastar pelos caminhos mais longos,  onde a única luz era a fé nos meus valores, mas!! Dos outros, eu nunca esperei nada... Posso até não ser a melhor companhia hoje , mas sei que sou a companhia da inusitada  ausência,  sou o reverso da medalha da solidão, apenas  de não haver quem comigo pudesse partilhar os meus caminhos. Nunca poderia esperar nada daqueles que dão, de si, apenas esmolas, restos que guardaram nas suas gavetas vazias outrora cheias…Sinto-me triste , sabem? Como há pessoas que tem a coragem de ignorar um ser que outrora foi um mundo, apenas para segurarem o mundo nas mãos, roubando até a luz dos olhos dos outros para iluminar as vielas onde as suas vidas se arrastam pela noite ! Não é fácil não esperar nada dos outros quando  os rostos  sorriem das lágrimas de quem chorou...É muito simples distinguir, nas ruas, aqueles de quem se pode esperar algo. Uma criança esboçando um sorriso a um pedinte que pede esmola, em vez de se afastar;  um jovem ajudando um invisual a atravessar na passadeira, em vez de troçar da sua condição... Um senhor que devolve a carteira a uma senhora, que deixou cair, em vez de a guardar para si. São as pessoas que olham em redor, por entre a corrida desenfreada dos dias. Mas são tão raras, essas pessoas, que desaparecem com facilidade, homogeneizando-se nas ruas repletas daqueles dos quais não se pode esperar nada…Percebem porque de tantos outros nada esperei nesta vida a não ser mentiras mal contadas, ilusões platónica, abandonos Mas!!! Não me desiludi quando foi isso que delas recebi, porque compreendi que eram muito pobres , não tinham mais nada para dar. E vocês ainda tem algo para dar?

segunda-feira, 12 de março de 2018


 Hoje sinto que há pessoas que já nascem cheias de armas e munições , outras tenta construí-las para se sentirem fortes e protegidas! Sinto o mundo perdido, nas mãos destas pessoas , pessoas de mãos ensanguentadas que exibem dia após dia as suas conquistas e os seus arsenais de defesa… São estranhas as pessoas, sentem-se imortais por alguns segundos , deixam para trás no seu caminho um rasgo de sangue que sulca  a nossa estrada como se duma arena se tratasse esta vida…A cada segundo que aqui estou, as armas disparam sobre rostos, uns culpados outros inocentes, uns perdidos no meio de uma guerra que não é a deles…Nem a entendem!! Hoje a minha alma sangra, persiste na vida a arrogância, ganancia, imoralidade, mentira a maldade o ódio, não há regras as pessoas vivem nas rédeas do infortúnio, pisam-se, e os espelhos já não as reconhecem …As ruas estão cheias de armas, enquanto as minhas não forem reconhecidas, eu não poderei  as erguer! Desculpem limito-me a encarar a imensidão do mar, ainda que saiba que ele é enorme e que eu sou pequeno demais para ser visto enquanto navego por ele …Hoje sei que nunca saberei  defender-me de modo satisfatório ou ter  armas hábeis para lutar contra o desconhecido, mas!! O importante é lutar de acordo com as possibilidades e manter-me forte para que após a luta tenha a força suficiente e a coragem de prosseguir !

sexta-feira, 9 de março de 2018

Hoje dissipam-se as vestes da noite, que por tantos dias me revesti!!! Restam as sombras que num açoite trémulo deixam a nu as penas com que me envolvi...Quebro os muros na minha orla e em pequenos rasgos de luz risco o infinito do olhar , adormeço a lua, que sem demora me eleva no silêncio ao som do meu grito...Há sem duvida dor que dói, sem que se a veja resta-nos divagar entre a lucidez e a ilusão, tecendo na alma um entrelaço de saber, apagando os porquês de cada questão que outrora nos fez parar!!!Tanta palavra borbulha em mim na espuma lavrada neste mar onde encalha o silêncio, onde guardo e desprendo pedaços meus…É nessas águas que hoje escorrem como lava ardente as minhas mãos vazias,  incendiando estas folhas em branco… Talvez não passe da ousadia, do refúgio, do reflexo  que me habita, na dependência exagerada…Ou uma luz poisando sobre mim mas!! Quando as palavras se instalam no papel é como se tocasse no céu, que de cinza se pintou , nele, retoco os silêncios e num arrepio, faço gotas de neve cair inundando os espaços vazios, eles sim, me fazem  convergir num lindo carrossel de sentimentos...

terça-feira, 6 de março de 2018

Meus amigos hoje gostava apenas de dizer, que sei  que há palavras que na realidade emocionam, prendem, encantam e sobretudo fazem quem lê  se transportar para o cenário da história. É apenas o que  acontece comigo em cada parágrafo em que os meus dedos se debruçam a criar..Algumas vezes nascem pensamentos suaves de bela leitura que podem proporcionar, transportando-vos para o cenário que imagino,por isso  descrevo-o sempre com riqueza de detalhes e magia, as quais apresentam uma realidade viva em mim e provocam uma acareação entre mim e os meus pseudo fantasmas, que somente me fazem sentir digno e verdadeiro, perante o que partilho… Com isto digo, tem havido alguns comentários (muitos) infelizes (que não publico) primeiro porque não traduzem nem acrescentam nada à  criatividade e o pensamento que aqui vou fazendo …Quando escrevo, não remeto as minhas palavras a nenhum ou a nenhuma das minhas leitoras,  limito-me em especial a escrever sobre a minha pessoa e o espectro luminoso da alma,! Pode muitas vezes parecer belo, mas há sombras, dor, choro e lágrimas... Não sou escritor , nem tenho essa pretensão cinjo-me a viver a realidade como ela se apresenta, sem rodeios, subterfúgios e enganos. Sempre olhando para os céus  e seguindo em frente, porque assim é a regra clara do bem viver! Agradeço os milhares de visualizações que me tem proporcionado,  aquilo que aqui travo é uma guerra entre a alma e a razão mas uma guerra apenas minha , quem quiser assistir, faça favor , mas!!! Não quebrem as regras do bom senso…

segunda-feira, 5 de março de 2018

Hoje o vento grita, agitou-se e soltou o seu grito amarrado,  ofegado no nada que o faz crescer… Se ele quiser até pode pedir ao sol que ilumine a sua sombra, se ele quiser até pode soltar as ondas do vazio do mar , que ira apenas escutar a melodia desafinada da voz que o precede …Refugio-me  nos versos de amor, sem amarras, sem afetos, que o vento leva quando sopra sobre mim, sobre todos nós  desagua o seu desespero … Ordeno que o seu odor de saudade se espalhe na trovoada que  passa pelo meu peito nu como se uma catedral  velha fosse exposta ao mundo sem varandas , sem abóbadas sem caves escuras  que arrepiam, deixando os quartos ocultos com paredes secretas que segredam medos e sustos…Hoje o vento levou-me , nem sei onde estou,  dói-me a cor deste dia,  dói-me o gestos de mim em mim!! Onde estou? Alguém me ouve? Alguém me responde? Conseguem ouvir-me? Estou aqui, no meio do tempo, deste  relógio imaginário, sentado no ponteiro dos minutos esperando a hora certa… E ela não chega!!! Passo em todos os lugares, e em nenhures....Levando comigo o  amor que nunca pude dar, as promessas que não cumpri, as fantasias que não sonhei, a vida que não vivi. Hoje olho o vento, ele passa , grita , instala completamente o vazio na partida , sacode o silêncio frio, tal qual eu sou  gélido como este grito de vento que tombou dos meus céus…

sexta-feira, 2 de março de 2018

Hoje vou desenhar um corpo nesta minha  tela branca da minha imaginação. Imagino os contornos desse corpo, que sinto com a ponta dos dedos, vejo-a em  cada instante, como se estivesses aqui. Abraço-a,  sinto o seu corpo, colado ao meu. Esse corpo incandescente aquece o meu, gelado, derretendo-me os sentidos. Num instante, a escuridão da noite ganha luz própria e algo sinto sobre o meu corpo. Falem-me ao ouvido, enquanto eu percorro com a palma das minhas mãos o espaço vazio que me separa desse corpo... Beijem o vazio que eu sentirei,  na minha face a suavidade do toque . Nas terras altas o gelo cai, extingue-se no desejo dos amantes . Os corpos, esses , juntam-se ás almas, abraçam-se, bocas colam-se em pequenos beijos, em doces trocas de caricias! As roupas são a única coisas que nos cobrem e os envolvem, aos  poucos são tiradas sinto que se começa a fazer o esboço do que quero . Cada contorne faz-me estremecer, lentamente, deixo-me deslizar sobre a tela e com as minhas mãos desenho os lábios e boca que me chama, eu, respondo-lhe com a ondulação suave do meu traço contornando as suas curvas….O  final aproxima-se, quando os corpos desenhados se colam, a tinta ainda persiste fresca, tudo parece transpirado, sinto a tensão uma vez que as  almas se libertam dos corpos e por um breve instante  vão elevar-se aos céus . Agora fiquei com este sabor a beijo em mim, que docemente me deixou sem  saliva,  como se tivesse entrado em erupção …Hoje ofereço-vos este  segredos nunca revelado, que apenas eu deixei tatuado em meu  corpo,  tatuagem outrora  esquecida, a meio de uma entrega  como se de um alimento se tratasse…Hoje acordei com a imagem desta tela, ergui os olhos aos céus senti um peso de um  corpo, subitamente sobre o meu, como se tivesse acabado de cair do céu, como se um anjo se tivesse precipitado sobre mim…Foi ai que vi que nesse instante a minha tela ficou pronta …

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Hoje amigos a nudez na pele, é como carregar um  corpo semidespido, sem  erotismo ,  eu sei, que despirmos o nosso véu é, como tocar na tecla do som de um poema, num  espaço vazio! Escrevo na placidez dum momento onde  travo o tempo. Estendo o meu olhar, como se uma  passadeira vermelha me  conduzisse na caminhada de sonhos e nele eu me fundisse  com a ternura e com a suavidade dos bailados dos olhares perdidos…. Prologue-mos então a  espera, evaporando o ar que nos rodeia, inflamando cada milímetro do libido que as minhas palavras  deixam nos desejos à solta pelo espaço que medeia o sonho dos corpos. Esta louca e simultaneamente doce espera , faz-nos esquecer o tempo que  eterniza nos olhares o amor que jamais  entre as  almas perdidas foi feito!. Hoje tentei fazer um poema há muito inacabado, nesta dialéctica que forma rios , que enche barragens, que  desagua em oceanos  , como se um  fôlego de prazeres, desejos , sonhos,  se perdesse  em mim, apenas quando muitos tentam  traduzir pelas letras dos textos que  escrevo, o sentimento que em mim murmura e me faz sentir poeta adormecido na memoria vazia do passado  que o vento transporta de mim por ai onde quer que esteja...

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Hoje é como se precisasse de beber toda a chuva, para acender uma claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços, para acordar o fogo que deixei adormecer em mim...Os sonhos enchem os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma nuvem, na extremidade do que morre nasce outro que a dispersa por isso preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar , que metade lhe daria? Sou saudade, do que já foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar. Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Hoje movimento-me entre a fuga das palavras e a quebra  dos sentidos, o corpo, esse continua  só, entregue a si mesmo, caminhando desordenadamente sobre os trilhos da vida traçados pela auto critica ácida que a alma, nos sonhos,  carrega nas minhas heranças, revolvendo o peito, enquanto vagueio na deriva dos tempos procurando encontrar-me...Hoje vivo apenas, deixo os dedos esquecidos no teclado, procurando palavras, que os meus olhos fechados, negam ler…Dispo-me deixo a pele nua , adormecida, os sons não entram  os ouvidos rendem-se à surdez,  não deixam entrar a música que desperta as palavras. Adormeci no portal da dor neste espaço, neste lapso, entre um mero instante e o próximo, respiro, suavemente, adormecendo o corpo, num sono vazio de sonhos, numa  balada sem palavras, numa música em silêncio. Não espero por ninguém, não sonho com nada, não vou a lado nenhum, completo-me  apenas, fechando um ciclo da vida, dia, noite, até não  acordar, andar…. Alimento o corpo, com energias que não saboreio, que não entendo, que não irradiam em mim , apenas me matem  funcional…Gostava de cumprir o destino,  seguir um  caminho , uma ponte mas !!! As pontes são apenas rumores de silêncio entre duas margens e eu vivo apenas no estremo de uma delas … 

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...