quarta-feira, 11 de julho de 2018

Hoje sei que há  ausências que  invadem a minha alma…Sei o seu nome ! Dentro dela, o silêncio que cala as vozes enche o vazio com palavras esquecidas… Chego a pregar aos Deuses para que estes não me deixem só... Deixo-me ir para onde me levarem, soltando as amarras do desejo e, como uma Nau que  ousa seguir o seu curso esventrado o mar,  o meu sangue vai fervendo numa explosão de sentidos, que me faz naufragar pelas margens do meu corpo... Mas !! Acreditem,  eu não me deixo de inventar, na minha timidez, vou  desvendando os segredos que a minha alma jamais encerrou...Dispo-me de todas a certezas, em gestos inquietos , guiando-me por entre as labaredas do fogo que me consome por dentro! Quantas vezes pintei eu nesta tela, onde todos os sentidos se conjugavam num só…Já perdi a conta  das, tantas vezes que fugi  para não sentir a dor da perda... Sei que o nascer do dia, trás consigo,  o sol que inevitavelmente virá buscar  a minha ilusão, de uma  noite perfeita… Bom dia!

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Hoje vou falar-vos, dos  desejos calados, que , apenas os olhares trocados confessam, na causalidade dos dias que os compromissos engessam na nossa vontade. Quero falar sem protocolos, percebem! Falar da forma mais inesperada que há,  dos desejos das paixões que ainda não vivi, daquilo que nunca fui e da razão em mim que os sonhos não deixam medir! Amanha quem sabe se ousarei…Se ousarei,  falar em seios quentes e hirtos de desejo por mim, hoje apenas quero falar da viagem do olhar pelo corpo que se contrai em suspiros para esquecer o desejo que nos rasga a pele numa dança de sentidos que não penetra na intensidade dos sonhos…O olhar para mim é a porta da alma, onde não me deixo confundir pelo espaço ou pelo tempo! É um lugar onde o sexo não entra , deixou de fazer sentido, apenas os "sentidos" desdobram-se em palavras,  em telas, fazendo o olhar mover-se como o movimento dos cabelos ao vento! Como por magia, o instante torna-se  pleno,  os sonhos envolvem-se num serpentear sem malícia apenas com ternura de um ato de amor…Sonho com a simplicidade mais profunda da fantasia sem rosto,  os pensamentos são assim mesmo…parecem um muro feito de pedras encaixadas umas nas outras… Algumas, alisadas pelas memorias esquecidas num tempo tão antigo que quase já não lembramos… Outras, com tamanhos variados, cada qual com seu peso em nossa vida… Empilhadas no acaso das lembranças, com lágrimas e  sorrisos… Pedras que o tempo vai enfeitando de nostalgia ao longo dos anos…Hoje estou assim!

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Hoje partilho com vocês que a vida tem me ensinado que,  não perdemos aqueles que amamos de um momento para o outro, apenas se a vida nos atraiçoar... Na realidade  perdemos aqueles que amamos a cada ausência de gestos,  a cada silêncio das  palavras nos momentos que mais precisamos,  a cada tristeza que nos dão...Vamos perdendo aqueles que amamos, quando percebemos que não nos amam, ou que nunca nos amaram, da mesma maneira, ou, de qualquer outra... Vamos perdendo todos que amamos quando nos fazem sentir apenas por momentos na sua vida… Vamos perdendo quem amamos cada vez que nos sentimos desconsiderados, vulgarizados e  sentimos que não somos nada para quem é ou podia ser tudo para nós...Na verdade nada podemos fazer para inverter isso, resta-nos viver ilegalmente na nossa idade e caminhar onde o medo nos permite …Peço desculpa se muitos não se revém nestas palavras mas eu não possuo a solidez das rochas, eu ostento no meu corpo a carne e a água , estou longe de agarrar o mundo , o meu corpo é pequeno mas permite-me nascer uma e outra vez, as vezes que forem precisas, para enfrentar a escuridão de peito aberto, seguindo os passos dos sonhos que contam as estrelas dos céus ! Sou assim , todas as noites percorro as minhas rugas, migro entre estações, sufoco a tristeza sem vergonha apenas pelo gosto de viver … Hoje sou um “pretender”  tatuando as minhas cicatrizes com as marcas da aprendizagens da alma…

segunda-feira, 2 de julho de 2018


Hoje agasalhei-me do frio e perdi-me quando desnudava o sol no atalho das estrelas que me embalam num sono profundo. Sinto apenas mais uma caricia de um sonho que carrego nos meus olhos alongados, e, se formos a ver é essa a frescura da memoria que dá cor aos meus sentidos desmaiados!!!!Sei como poucos ler os meus e os vossos silêncios!!! mesmo num vazio embalado pelos sentidos , sinto um grito que me, e que vos aprisiona os passos....Os dias agora mais pequenos mostram as sombras de um momento que não aconteceu... Fico vazio perdido neste labirinto de ilusões ... Ainda assim!! A minha alma carrega no sonho um suspiro uma brisa que se veste de poemas que nunca li e um abraço que nunca senti...Enquanto tal não acontecer vou espalhando timbres de sonhos nos corações amargos que desejam sentir a vida.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Hoje informo que os homens assim como as mulheres, não são todos iguais… Jamais serei um homem  linear, nunca me sentirei uma pessoa  terminada, nunca em mim, aceitarei  rótulos nem caminhos feitos, precisos, em mim há  em tudo um principio e um fim sempre sustentado... Eu existo!  Não sou uma coisa ou um produto…Sonho como vivo, como se a vida fosse eterna…Os sonhos fazem-me  escrever, sem ter de mudar um único dia da minha existência….Se eu quiser parar de escrever, eu consigo mas certamente passarei apenas a ser reticências… Sou muito mais que 3 pontinhos. Sou o não-dito. Sou emoção e outra metade de sentidos…. Palavras nunca foram para mim um  antídoto, elas são o puro veneno! Se não escrevo sinto-me incompleto, se escrevo sinto fobia, por tanto pensar e tão pouco conseguir dizer…É a vida! Ou nós a controlamos ou ela nos controla a nós, eu prefiro pensar assim, uma vez que assim sou fiel a alguma coisa, e, se tenho na realidade que ser fiel a alguma coisa , então, vou ser sempre fiel a mim mesmo…Se vivermos a vida com amor, nunca encontraremos o fracasso,  digo-o, porque umas vezes ganhamos, outras perdemos, seja como for, podemos sempre investir noutro caminho mais fecundo que continue a fazer-nos crescer enquanto humanos …

terça-feira, 19 de junho de 2018

Hoje vou beijar os pensamentos, beija-los  é desenhar de forma livre, o amor que gostávamos de sentir  mas infelizmente não sentimos…O amor não mente, não é possível mentir, mas de que serve mentir e  dizer que não amamos? A fasquia é elevada e aquilo que a boca não fala, apenas o olhar numa linguagem profunda e indecente, pode expressar…A boca não mente e eu adorava escrever palavras na minha boca que não sei mais dizer…Era preciso despirem-me , não com as mãos, mas com o olhar! Certamente me iria sentir incomodado no inicio, mas depois, sentira-me desejado e lisonjeado por ter despertado esse olhar…Quero esquecer-me das palavras que gostava de dizer, deixar o final de tarde esmorecer com o cair do sol, que dá lugar ao luar que invade o meu silêncio nas paredes da minha casa que se fecham, porque eu, nunca quis ser a pessoa certa, e muito menos certa para alguém ….Na  minha vida , nada é certo, nem eu o vou ser… Vou continuar a errar, chorar, decepcionar, porque estou preparado para até, não ser a pessoa certa para mim mesmo…Sei que sou muito mais complexo que a moldura que vem de mim, e não pensem que a ansiedade que vive em mim é feita de receios, nada disso! A ansiedade que vive me mim é feita de vontade de saciar esta fome, de um futuro que me habita…

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Hoje posso dizer que nada sei desta vida, como vocês ...Vivo sem saber,  até acho que nunca soube.. Mas hoje sei que jamais saberei porque sigo sem saber…Qual é o lugar que me pertence, qual é o lugar que posso abandonar, qual é o lugar que me sustem, qual é o lugar que me faça parar e me faça algo conter? Será que estou sempre errado, será que esta é  minha estrada, posso continuar a errar, e espero que o tempo me pare...Que mar é este onde nado sem parar , que mar é este que me vai deixando apenas respirar, como se continuamente me quisesse manter vivo? Não pensem que faço estas perguntas por não estar lúcido com a minha loucura, estou ciente da minha inconstância, calmo na minha comodidade, amo mais do que posso e devo, mas por medo sempre menos do que sou capaz…Sei que há muita gente que pinta as suas vidas de branco e com a cor invisível que perdura, mas eu não, prefiro o dia espreguiçar-se em mim como algo sagrado em mim , acreditem a vida é sempre o que vive em nós…Prefiro a minha liberdade, afinal tenho apenas o simples direito de ir ou vir, de poder fazer escolhas, de optar, de expressar por isso penso…

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Hoje é segunda mas escrevo  como se fosse do passado , porque Porque hoje é domingo, os meus dedos viraram estrelas, tocaram no dia de amanha, desenhando o passado, sem presente ! Talvez agora, no futuro, não sinta o frio que a noite  tantas vezes trás, porque no meu corpo vivem as brasas de uma lareira recentemente apagada e nem o fumo, que ela teima em fazer crescer, me faz lacrimejar de saudade dum outro futuro… Aquilo que escrevo chama-se imaginação, de ventos e de momentos…Sempre que chove , o Sol espreita para iluminar o céu que rega de luz este meu jardim, de giestas de pinheiros, todos da mesma cor, verde, sem reluzir o azul e cinzento que desaba do céu. Gera-se um sonho, que se deita sobre o meu corpo e faz tempo  que não leio o que escrevo sobre o meu corpo… Uma folha em branco basta, debaixo do olhar, com a caneta ansiosa a descansar de me fazer viajar e levar para todo o lado. São assim os sonhos,  cansam-se de esperar pelos sonhadores. Até mesmo aqueles nossos sonhos em que o nosso “eu” se desprende de nós próprios, chamando-nos,  rabiscando distâncias e nomes de terras que ainda nem floriram para ninguém… Sinto que já vivi este pensamento, como se o tempo ficasse retido no passado, e hoje, se voltasse a içar ao mesmo tempo que a noite para os sonhos se iça,  carregando-nos por montes e vales,  por portas  onde nunca iremos entrar. .. Confesso que me assusto, ao ver que nada vejo, ao ouvir a surdez que abafa os dias quando nos carregamos de um lado para o outro neste sonho que outrora sonhamos…No nosso passado chegarmos onde não estamos. Por vezes, em certas noites como esta, acerco-me de um qualquer ideal, e prego aos Deuses,  para que não se esqueçam deixar alguns pedaços de nuvem no meu peito, para que nunca deixe a minha alma só perante os olhares do purgatório final…


quinta-feira, 7 de junho de 2018

Eu me nego a falar sobre as imagens que guardo em meu coração! Se carrego alguma dor ela provem da existência de laços inimagináveis das conversas que giram em minha cabeça, dos sorrisos lidos no olhar, do choro livre de um semblante vil que me nego a voltar a sentir!!! Já tentei transportar os sentimentos, unindo as distâncias entre os sonhos laminados e vontades imperfeitas tal como todos somos!!! Ainda que não passem de platónicas!!! Já senti a solidão dos Oceanos , as palavras como laminas , os ventos em fúria na janela da solidão, já colori de cores infinitas as galáxias que parem as estrelas , já desvendei segredos guardados no ventre da terra, já escrevi mil palavras entre pratos quebrados , pedaços de versos inúteis servidos na mesa do silêncio e da divisão. Olhar o céu sem nuvens é como andar pelas areias dos desertos , é uma solidão assassina que nos deixa sem companhia!!!!e como alguém disse " é ser vampiro sem saciar o sabor do pecado!!!"

terça-feira, 5 de junho de 2018


Hoje , tenho alguma dificuldade em escrever o que penso … Talvez seja melhor desviar-me da minha rota e apenas, sinto que a solidão molda-nos a companhia! Só ela nos consegue transportar  para aquilo que não nos desejamos transportar, a solidão molda-nos até os sorrisos, e os choros como agora,  ela não só nos molda como nos  acorda, abre as portas  que nos despem enquanto colocam , a nossa vida em lume brando…hoje o dia parece de inverno, o sol está  tímido e coberto de  sombras que com dificuldade aderem ao embaciado espelho que me reflecte o reflexo que não sei ser, tudo, mas tudo serve para nos vulgarizar, até um abraço , até uma companhia, uma mão, um sorriso, um desejo infinito que nos  prenda à vida. Quando nos confundimos com o que não existe, o passado e o futuro tornam-se numa triste visão que serve-nos o presente daqueles que não nos sabem ler… É verdade hoje pareço não ter assunto para escrever,  que não seja este, como um barco que vai abanando porque perdeu a tosca vela que o fazia estabilizar …Talvez a vida seja mesmo pedaços de solidão, e eu prefira então ser um barco…Fico confuso como há pessoas falando que amam outras com a mesma vulgaridade que um cumprimento por exemplo de um bom dia! Dizer a alguém que se a ama não é o mesmo de dizer bom dia, não vulgarizem esse lindo verbo…Há quem o faça para  retribuir,  admito que algumas vezes pensei em escreve-lo , mas sem o verdadeiro entusiasmo do sentimento, por pura retribuição...Mas!!! Não o consigo… Não digo que amo, esperando que me digam o mesmo. Se dizerem ótimo, pois não há nada melhor do que ouvir um "Eu te amo" bem dito, ainda mais se for sustentado por pessoas amadas por nós e que a reciprocidade exista…Sou artista em amar no meu silêncio, existem pessoas que inevitavelmente de alguma forma fazem parte da minha vida e mesmo assim , não o era capaz de proferir , gratuitamente… Fico-me questionando,  porque para algumas pessoas isso sai naturalmente, sem que se faça muito esforço? Enfim, o que importa para mim , é que as pessoas que amei na minha vida o saibam inequivocamente sempre, para mim o amor não pode ser vulgarizado , não vulgarizem a palavra e muito menos o sentimento que engrandece o coração humano…

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Hoje deixamos a liberdade engavetar-se nas escolhas, ao sermos presos…Presos nas rédeas do infortúnio agrilhoamos os sentidos até não sentirmos mais, sejam, como nós, os sagrados,  profanos ou até  imbecis!  Os sussurros que escuto  são memórias distantes, um tempo que como ontem, já passou…É no  fundo da gaveta, que a morte dos nossos sorrisos é recortada  pelo gume do cutelo que vive ou habita, em todos nós, nesta tempestade maldita, neste silêncio que faz companhia aos mundos sós… É ai que alguns de nós passamos a ser arquivados,  no lugar vago, do estorvo de uma vida com sabor amargo. Hoje escrevo neste dossier da vida amarelecido, pelos suaves dedos que nos moldam e pincelam os medos…Debruço este olhar furtivo para dentro de um livro, onde, procuro o terno e ameno calor humano,   aqui, sim, aqui, exibimos os episódios dos caminhos que inexistem no nosso presente, porque no passado a guerra podia ser travada frente a frente… Percorro este calabouço que vagueia e percorre as ruas pavimentadas pelas sombras do saber. O céu desaba em nós a ténue historia que, durante anos administramos, perpetuando a memoria , pagina a pagina , passo a passo num caminhar sem  dono onde me vergo no silêncio que envolve o meu coração de capa dura de conhecimento , neste mundo de loucura que cheira a asilo…Hoje estou assim , entre o céu e o que é meu...Sei que sou único na forma como sinto e vivo as emoções, a minha aparência pode ser copiada , os olhares , ensaiados, os gostos desenvolvidos e cultivados... Mas!! há algo em mim que é tão único e tão  só "meu" que ninguém pode copiar, e isso são as minha emoções...

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Hoje revivo as minhas viagens pelos corpos que deixaram o seu sabor na minha pele… Hoje reclamo detalhes dos mais escondidos recantos, das mais exuberantes montanhas, dos mais húmidos vales que ousei percorrer. Eles são memórias escritas nas pontas dos meus dedos, nas curvas do meu olhar, no sussurro suave da minha voz, que em murmúrios do Outono descrevem nas folhas das árvores. Assim, os retractos destes meus destinos são como pedaços de ninguém que levo inscritos na pele, tatuados no horizonte fazem do meu legado, a forma mais doce de vida que descrevi, que dancei sobre o corpo em ondas subtis, que desenham traçados de uma dança da qual conhecemos cada movimento, porque nos está tatuado nos genes, no corpo e na alma em palavras de amor que fazemos sobre a cama desta vida… Hoje, guardo tudo num livro, só para ficar escrito, descrevo cada curva que as palmas das minhas mãos, traçaram em folhas de papel descrevendo o vício regado com o mel do olhar, com a seiva da solidão, recordando o reflexo de luz, o corpo que nos seduz, que nos induz cada dança sensual a que nos entregamos. Os meus escritos jamais serão iguais serei em mim e por todos os demais, o modelo perdido no tempo, grito abafado entoado pelo vento!!

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...