quarta-feira, 8 de maio de 2019

Hoje quero falar de amor, como se este fosse conceito que desconceitualizei. Talvez seja apenas um estado de ser e estar, que se vai  perdendo em cascata…Acho  que a palavra amor  passou a ser impune na nossa sociedade! Ora vejamos, por causa do amor tanta coisa é válida, dentro do amor cabem tantos pequenos absurdos que são banalizados pelo nosso olhar , como poderia ele  suportar tantas bagagens muitas vezes nada fáceis de carregar…Muita coisa se  vive como se fizesse parte do amor, muita coisa se encara, muita coisa se faz mas passa despercebido, por isso pessoas se deixam, esquecem, escondem , mas isso não é  amor!  Talvez amar seja como brincar… Talvez seja como quando éramos crianças que na estrada da vida , íamos aprendendo como estar no mundo como crescer e ser aceite…A infância é uma boa referencia para  o que pretendo dizer, amor era brincar com uma outra criança com a bola, gastando a energia, correndo  em sintonia numa brincadeira que queria voltar a ter…Tenho saudades  desses tempos, eles não pesam a alma , não me fazem perder o chão , não me pesam nas costas , não me esvaziaram o sonho! Amigos, amor não nos completa com o que nos falta, não nos manipula, não preenche não nos despe! Ele quando vem junta-nos e quando vai, não nos atropela, nada nos tira…Mas!! Vamos por fazes, adorava amar mas, contentava-me pela paixão que em nós soa a alucinogéno, que muda a química do corpo,  que deixa tudo na erosão da nossa pele , que faz o sangue correr mais rápido,  que nos desvia da monotonia e nos faz saber que estamos vivos…

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Hoje ouvi os deuses, choraram ao nascer do dia , senti uma voz entoar nas águas desse choro,  um canto, um poema de pássaros imaginários de mágoas que deslizam e escorrem para o papel ...Hoje sou um trovador e nas sombras sinto anjos a verter lágrimas de uma alma lavada, purificada em palavras coloridas de sangue embriagado que escrevo ao rasgar os céus!!! Recebo este mar que me banha de angustias , que me rodeia de velas , mastros que a chuva e o vento agitam no silêncio!! Retoco os meus silêncios , desvendo mistérios ocultos da alma, fico nu, desnudo-me ao expor-me em palavras que fluem em linhas direitas, alheias, ao meu próprio ser que transpõe fronteiras, que desliza em sentimentos, na força de um encontro em silêncio!!!As palavras vibram, estremecem, ganham vida, formam-se verbos e metáforas num pálido papel que ganha vida , não o julguem não sei se é belo mas sinto a sensibilidade expressa nele... Não tentem decifrar-me apenas tentem sentir as palavras e deixem-nas envolver-vos como se de um abraço se tratasse!!

sábado, 4 de maio de 2019

Hoje falo da alma, tanto se fala da alma mas o que será ? Talvez seja o nosso lado mais escondido, mais negro, ou apenas o nosso lado verdadeiro, que nos coloca a nu, sem  etiquetas,  protocolos que são estabelecidos pela sociedade mas com a qual  não nos identificamos,  por isso nos deixamos arrastar, cumplicies, na desventura de tantos sonhos que apenas sentimos e jamais iremos tocar… Quando penso em alma, ocorre-me a liberdade de algo que nos faz voar, algo místico que não nos pesa mas que se manifesta no coração …Algo que nos faz jamais , cair e ficar no chão, dá-nos asas  para nos erguermos quando já pensamos não ser possível. A Alma faz-nos lembrar que estamos vivos mas, dá-nos a dor, faz-nos ir à luta,  mesmo quando ficamos de braços dormentes de tão desamparados estarmos…Seja por destino ou não , a nossa Alma é o nosso mapa, em que as linhas se cruzam, nossas rotas  podem entrar em colisão ou não, mas!! Seja destino ou não , creio que todos nós teremos uma missão a cumprir, um papel que estava destinado, onde as respostas estão sempre em nós e na nossa Alma. O Destino só nos vem dar um empurrão. Não tenho dúvidas de que existe, mas não da forma como nós o idealizamos. Creio que a Alma é o nosso observador mais atento, implacável, que sabe esperar pelo momento certo…Vou deixar-me adormecer, olhando as estrelas, ouvindo em silêncio o sussurro na Terra, da Alma, do coração e de tudo o que os meus olhos não vêm.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Hoje é no traço leve da pele que me perco, desse rasgo em que me resvalo,  porque já amei  para lá de tudo aquilo que eu sou, até muito para além de tudo aquilo que muitos são! Por isso calo-me,  penduro as minhas palavras no cabide, dos meus conceitos, que outrora definiam, agora definham…Chegamos a um ponto em que o espaço deixa de ser por “nós” para um mero eu…Nos despimos desse manifesto de vida  que nos faz sentir como roupas sem dono,  pele sem corpo, vida sem sonhos! Hoje escuto grunhidos, ruídos, gemidos, aproximo-me, vejo este corpo escondido nas roupas, envolto em dor que se vai disfarçando nos sorrisos  que a pele untada de creme vai deixando cair no silêncio das palavras, nos conceitos das formas que o pêndulo do tempo estabelece neste espaço vazio…As lágrimas brotam no sorriso inacabado, fonte que me banha sem medo nesta brisa que o calor transporta, sinto o mundo dentro de mim,  calo-me ! Agora opto por ouvir, compreender o que já esteve tão perto, porque nem sempre o valorizamos! Passamos ao lado de tanta coisa importante, esquecemos sentimentos que temos no coração, desistimos de tudo o que nos faz felizes, deixamos o destino fugir para nos sujeitar aos restos de quem não nos ama, entregamos-nos a uma cama vazia feita de pétalas de sangue…Todos nós já tivemos uma hemorragia de tristeza, ficamos anémicos, viúvos do sonho, nas pegadas da nossa historia mas eu, insisto ao invés de dormir, opto pelo despertar …

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Hoje o dia acordou feio e sombrio, correu em mim um frio húmido, num vento grave que sabe a descontentamento onde a água afoga a terra… Acordei assim nu, agasalhado pelo sonho, com estas palavras beijando o papel branco onde não havia luz para o inicio de gestos!!! Hoje liberto os sonhos e as distâncias dando braços à ternura fazendo cair as ânsias…Hoje estou como uma criança de mãos vivas cheirando a vida, envolto neste grito de saudade e nostalgia!!! Abro os braços uma ultima vez amputando o adeus do dia… Os sonhos não têm cor, os homens não têm asas, as auroras escondem as estrelas, os segredos sobem o abismos da alma nesta floresta de palavras onde cravo um punhal na tela que pintei de mulher …Eu sei que nem tudo o que é vejo bom, nem tudo o que sinto me satisfaz, nem tudo o que caminho é pouco, nem tudo o que digo é verdade, nem tudo o que busco , encontro ,  nem tudo o que encontro é amor, mas se tudo o que procuro encontrasse, então teria encontrado o horizonte ...Por muito que este esteja distante, nele consigo ver tudo que quero, por isso tenho a certeza que algo me estará esperando lá!

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Hoje disfarço a sede…Rendo-me, de  boca  fechada, deixando as mãos discursarem por mim, provocando a fome enquanto amadureço os sonhos ….Gosto de me sentir assim, fico irreverente,  oceânico,  encontro as formas do mar, nos limites da minha vontade,  ancorando as margens do desejo  no sal que a sede deixa nas ondas, que,  atormentam este rodopio de sonhos e pensamentos seduzindo-me,  vergando-me, fazendo render-me…Crucifico-me nas preces, nas mortalhas da memoria que deixei por despir, transcrevo ecos do meu querer, nos sussurros audíveis,  onde vou recuperando os aromas do  vibrado dos meus pensamentos …Peço permissão aos anjos, que me elejam juiz deste labirinto de espelhos que me roubam a luz , que quebrem a distancia com ventos , palavras de fogo, disfarçadas em quilómetros , que me furtaram uma fatia da sanidade deixando-me este sabor salgado a maresia sem bússola,  no alpendre desta assoalhada vazia! Quero arrendar este espaço, com versos que me secam a boca  de horas cheias de gente impaciente, do pouco tempo que lhes espera… Há pessoas indecifráveis, jogam formalidades com olhares de fogo, quebram gelo com mãos ardentes,   alimentam a alma com a capacidade de ler o que não está escrito, abrem a porta de lugares  eternos, enchendo as mãos de frutos para substituir a duvida pela certeza , só assim conseguem esquecer o sonho esquizofrénico  do amor,   que amnésia do passado tanto adiou...Como diz o ditado popular a vida são dois dias e o de hoje já foi...

terça-feira, 16 de abril de 2019

Hoje apetece-me escrever embora sem ter para quem! A razão não sei, apenas vou escrever  aquilo que não  Hoje apetece-me escrever embora sem ter para quem! A razão não sei, apenas vou escrever  aquilo que não digo,  aquilo que fica calado,  aquilo que acaba por desaparecer entre olhares envergonhados nos gestos ainda mais tímidos ainda... Há dias assim, em que parece que perdemos o nosso sentido mais empreendedor de humanidade,   há dias em que já não conseguimos conter o turbilhão de sentimentos, que nos gera um arrepio sempre que se vê que aquela pessoa que nos podia seguir,  por quem o nosso coração chama, não passa de uma ilusão, miragem que não conseguimos delegar para terceiros… Já tentaram enganar o coração? Eu não o consigo enganar, por mais caminhos que tente traçar noutra direção e por mais pessoas que possa colocar na minha vida, na realidade falta sempre aquela que estará sempre ao nosso lado!, Como ignorar um desejo que palpita em nós, como ignorar uma forma de estar! Tento centrar-me num outro objetivo,  mas não dá para esquecer o nosso coração é mais persistente e mais lutador e acaba por não abdicar de princípios, valores que são tão básicos que deviam de estar como inatos em todos nós humanos… Mas não , muita gente tem o espaço e volume do coração mas não passa de apenas um espaço enorme nos seus corpos que pulsa bate mas não sente…Acaba por ser apenas mais um órgão que os sustem nesta vida! Raramente temos o  que desejamos,  e isso eu sei acreditem, nem sempre temos aquilo por que lutamos. Mas desistir é o melhor caminho? Mas abdicar de algo que preenche os nossos sonhos é a melhor escolha? Sinceramente não acho, sempre lutei, sempre batalhei, sempre me esforcei e se acredito em algo luto até ao fim, até a exaustão, porque mais vale me arrepender por algo que fiz do que por algo que poderia ter feito… Já não nem peço muito apenas viver, já não tenho muito mais onde renascer,   aprender a criar laços onde não existem, a criar conhecimentos onde nunca se partilhou ou a viver uma vida que nunca vivi. Aprendi com a vida a não desperdiçar a sinceridade, a honestidade,  oportunidade, de viver cada sonho, cada vontade e foi devido a isso que hoje sou o que sou, que hoje tenho o que tenho,  e que hoje sou pragmático,  mesmo por cima de falsas pessoas que só sabem viver a vida que não é a delas. Cada um traça o caminho que quer viver, uns erram à primeira, outros acertam logo e outros ainda traçam sempre caminhos errados para a sua vida e acabam por cair nos mesmos erros vezes e vezes sem contas. Não quero ser assim, recuso-me a enganar,  prefiro partir e lutar por algo que valha mesmo a pena...Uma Santa Pascoa a todos!
Hoje chove e , em mim também! Inevitabilidade do tempo que nos faz ficar saudosos do verão, que antecipa o outono … Sinto falta desse calor que parece um oásis no deserto que recuso acolher , por isso chove em mim…Dispo-me em palavras, depois dos dedos, dos sonhos, do corpo, dos dias, da vida, das historias, e volto a escrever porque ficam apenas palavras, silenciosas , das velas que acenderam em mim ! Tenho hoje em mim essa pseudo fogueira que não reduz o pavio … Esgoto a cera, ardo nas sombras, deste corpo gélido que esfria na ausência de poemas que no meu olhar, se tornam, na derradeira rima! Hoje perdi a madrugada , no ato de despir a noite em mim…Deixei-me órfão nos braços da lua,  caindo nas cores com que pintei as palavras, colorindo o céu, sílaba a sílaba como quem pinta a memoria de sonhos vividos, nas metáforas  do corpo, atravessando o profano enigma onde as palavras naufragam na raiz de um poema com a covardia dos silêncios, que  nos desertos choram areias…Hoje o céu chora e eu guardo o hálito das palavras moribundas da farsa da vida, rescrevo-as nos braços da noite onde a solidão percorre descalça as cinzas da mortalha do passado que não vivi , dos trilhos de onde parti, nos sonhos que apaguei na saudade da humanidade que adormeceu para mim…  

quinta-feira, 11 de abril de 2019

O meu coração tem asas que apertam a ausência, tem saudade, tem boca que solta palavras de solidão...Quando escrevo não pretendo ferir a sedução das palavras, nem arruinar os vestígios nos ecos que se soltam ao vento, luto apenas por traçar uma linha no infinito como um caminho até à foz de um rio...Não irei jamais fugir, da natureza que emanava de mim, mesmo que com esta forma de estar venha a incendiar os momentos,  por trazer sempre o verbo amar nos dedos, para transfigurar a minha escrita!! Mas não me julguem pois minha pretensão não é transfigurar as palavras esse é o caminho dos poetas e não o meu!!! Sigo os meus passos degrau a degrau… como se o céu me chamasse num voo que um dia sonhei, transfigurando-me a meio de sonhos inacabados , deixo que o meu coração vá esvoaçando ,  que busca a liberdade, da forma que quiser, que busque as respostas que precisa para que não descompasse, para que pulse sempre no ritmo da paz e da verdade...

terça-feira, 9 de abril de 2019

Hoje pediram-me, ruínas do que já fui, mas eu, não vejo  destroços de mim mesmo, não consigo lembrar-me das vozes do caminho…Optei por construir uma fortaleza Para que nada me arruíne o olhar em diante! Não há outros caminhos que possa transpor, a ponte que me segura, retém o medo que me atravessou, sou incapaz de segurar, o fecho dos olhos, perante o escuro, ignoro sombras que são apenas sombras, opto por perceber qual foi o rumo que a luz tomou nos retalhos da memoria que se revelam em múltiplos rostos! Escrevo, aqui agora sem memória, coberto de dias por haver, dias ilegíveis nas paginas da minha pele, tantas vezes escritas na areia dos sonhos na praia perdida que irrompe no olhar, as palavras que se afogam, vazias, num tempo que se esgota de marés feitas pelo olhar casual da lua … Esqueci-me da memoria na aurora de outro dia, cedendo este corpo na sombra de versos nas cores do silêncio que entre os dedos se vão perdendo nas suas origens. Há murmúrios de sal que as lágrimas encaminham pelas trincheiras do peito, notas audíveis  na voz rouca do coração que a noite reflecte nos céus na extinção da alma. O cio na palma da mãos escreve a indecisão do olhar, nos seios do cais da espera , em cada  estrofe cedida no sabor dos lábios que o meu rosto oferece na desilusão, que se mistura grão a grão com o areal que sonhei deste barro com que moldei o meu corpo sem molde…

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Hoje na justeza de todos os sonhos que colidem com a razão  eu me refugiei nas palavras sem afectos, do almanaque que escrevemos das nossas vivências . Desmaio a cada instante em que deixo o silêncio vazar o conteúdo dos meus sonhos,  na volatidade do imperfeito vivido!   As minhas palavras não são mais do que um diário de sentimentos, mas estes, não passam só pela razão, nem tão pouco são filosofias… São ternos registos de amores, sentimentos, sensações que falam na “língua” do coração. Quando escrevo , não quero mudar o mundo para fora de mim, sou egoísta, vejo apenas por dentro a emoção das letras na  minha solidão conjugando verbos num mundo pequeno que dentro de mim se torna Gigante mesmo escrito à mão…Eu já tive a porta aberta…Cansei-me! Faz frio ai fora , tive de encosta-la, mas!! Se por ventura também sentirem frio, a porta abrir-se-á  porque deixei pela estrada fora o sabor fossilizado pelo abandono da ternura de palavras lançadas sem resposta…Hoje sai desse cerco, libertando-me da prisão que me encerra numa cela onde entrei só…Mas!! Amigos, está frio ai fora , e ai as horas são apenas de simples passagem!

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Hoje é no  limite infinito que me chamam, ai,  me conjugo no eterno tempo que perpetuei de imperfeito…Fecho as noite como quem fecha gavetas, para apenas voltar abrir em próximas estações! Tenho horas e horas por usar, minutos sem olhares sufocados, de lugares e ausências que escrevo pelas manhas no areal árido por desbravar, pétalas de sangue, arcos de luz que me focam os pés nesta hemorragia de lágrimas que o sol seca nas pegadas da historia…Faz-se noite e é ai que deixo o sangue verter de mim, desfibrando as palavras nestes meus dedos indiscretos que com prudência calam o sonho em mim… Estabeleço margens em mim, que os lábios não beijam, deixo o segredo despir-me,  segurar-me nas silabas, rasgo a carne nua que os dedos não conseguem tatuar! Quem me dera conseguir esgotar sentimentos,  como quem gasta as palavras, ao encher paginas de lágrimas que não secam a dor… Certamente, não me iria prender ao que me prende , deixava-me ir segurando-me no sopro da magia como um balão de sonhos insuflado,  suspenso, flutuante,  para gerir sempre a queda  sem ter de escolher o ponto de aterragem… Como esconder esta fome de esperança, de copos e talheres intactos que nos cerram as pálpebras do amor resfriado, tanto aroma de ausências por saborear!!?

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...