sábado, 22 de fevereiro de 2020

Hoje sinto a minha casa ruir. Há quem diga que só com o tempo é que elas se desgastam mas quanto elas ruem o barulho da rua torna-se ensurdecedor! Sinto que a minha casa ruiu pelas palavras que não pude dizer e nas que não pude ouvir. Hoje sei que a minha casa ruiu pelos motivos dados e pelos motivos que não foram dados e esquecidos no silêncio. De mim apenas ruínas, foi isso que restou. Ruínas. Pedras soltas, empilhadas com meia dúzia de alicerces intactos segurando pouca coisa ... Apenas me pergunto de que vale toda a firmeza de mim demonstrada quando já ruiu parte da minha vida , pouco há para erguer , tudo parece que ruiu. Posso ter passado tempo demais a dizer o quanto amava , sem explicar que no meu mundo estava muita coisa assente, também, em pilares de afecto e amizade. Hoje valorizo mais uma palavra, um gesto, um retorno! Qualquer coisa, na verdade... Foi essa a minha espera em tanto tempo A minha casa já ruiu, pobres alicerces que caíram , há espera da força de um amor eterno. Fiquei eu e ela destruídos e sós, entre alguns alicerces que apenas se curvaram e outros que se mantiveram firmes, mas poucos!! Mas já pouco importa quando o pilar é central, nenhuma casa sobrevive . Na verdade tenho vontade de agradecer aos ventos, com ironia, dizer-lhes até podem matar-me a alma. que eu estou bem. Só que o vento ia rir-se de mim!!! Como sempre, ia esquecer-se das minhas palavras… E não ia devolver-me a minha casa… Porque os meus alicerces cederam e eu sou ruínas de mim. Hoje concluo que em alguns momentos na minha vida, colori a vida de terceiros, mas sinto que agora que tanto preciso não consigo colorir a minha! Precisava de não me sentir assim mas!! Completei tanto os outros, que agora nem me vêem …É no meio destas letras , historias , brisas e rabiscos que me torno eterno, que me reestruturo ! Posso até parecer que repouso entre a sombra da vegetação que idealizo na minha imaginação mas é na alma que tudo à minha volta se transforma, se renova ... Abro a porta, e saio desta casa em ruínas, deste ínfimo e restrito compartimento que a alma me concedeu…

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

 Hoje para todos vocês que querem falar de sentimentos, peço-vos que retirem as máscaras do “ eu”, para conseguirem relembrar momentos e desarmar por completo, um abraço mesmo que este seja  agora apenas de uma mão e  imaginário… Conhecendo-me como sou, e acreditem que de visionário nada tenho, sou capaz de passar por cima  de meus orgulhos, deixando coisas banais de lado, valorizando apenas as razões existencialistas de quem partilha os seus pensamentos e tem algum propósito nesta vida…Mas!! Alguns dos mais sépticos até podem perguntar, por quanto tempo podemos viver assim como eu, vagueando pelo deserto sem paisagens efectivas pessoais . Eu vos direi que não sei, mas nunca me acusem de não interagir com quem me Lê …Estão redondamente enganados! Se os tempos mudam as pessoas também por isso temos de aprender a mudar com eles. Não importa quanto estamos preparados para elas,  o quanto resistimos às mudanças, antecipamos momentos…Sabem do que tenho saudades? Saudades daquelas pessoas que não são inconvenientes, daquelas que sabem a hora certa, que não tem pressa e que possuem boas palavras. Daquelas outras que entendem expressões faciais, que sabem quando estão sendo ou não agradáveis… Sabem quando queremos muito estar com alguém, mas inventamos uma desculpa para ir embora , nos retraímos por impulso…! Então, são dessas pessoas que eu tenho saudades. Saudade das pessoas que entendem o que está acontecendo sem eu precisar dizer nada. Saudade de conversas banais, sobre qualquer situação alheia, mais ainda, saudades de quem sabe conversar sobre assuntos específicos, bagagem de conhecimento e informações. Saudades de pessoas que te ensinam e fazem-te mudar de ideia, mudar teu ritmo de vida, de quem te muda para melhor. Saudades de pessoas que te deixam à vontade, mas não tanto. Saudades de pessoas que te conquistam de verdade, na amizade, no carinho  no dia-a-dia. De quem te apoia em decisões difíceis, ou em fáceis escolhas. Saudades de tudo isso, em apenas uma só pessoa...

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Hoje como todos vocês, sou completo, quando as minhas metades se unem para juntar forças, metades que vivem em dois mundos diferentes ...Num sou doce e guerreiro , noutro apenas  sonhador...Fico refém da minha consciência onde os segundos se fundem e minutos que se perdem nas  horas que sucumbem em momentos coloridos com palavras… Se a vida fosse um livro, haveria destinos escritos, concretos, percursos delineados com causa e consequência anunciada!  Mas !! O que fazer, quando estes dois se juntam!!!?? Não sei pintar…Apenas me sei definir com rabiscos desordenados, fragmentos desconexos,  que milhares de vezes assumo como sentidos!   É assim, que muitas vezes somos assaltados nas nossas memorias, escolhas e lembranças ! Seguramos nossas emoções, sem pensarmos que possam nos prejudicar em algum momento. Quando esse sentimento chega, não adianta escondermos, ele logo irá transparecer em nossos gestos, e maneira de agirmos. Cada pessoa terá um modo em expressá-los, seja em um olhar, ou em uma palavra. O sentimento de amar é o mais sublime que possa existir. Amar com respeito e dignidade, não deixar a vulgaridade adentrar e nos tornar seres fáceis aos olhares a quem nos observa. Em algum momento da vida, todos nós amamos e sentimos nossos corações chegarem ao limite dos batimentos cardíacos. Cada vez que esse sentimento se apossa, todos os nossos movimentos se tornam maleáveis e se soubermos com respeito, conduzi-lo em união mútua de amor e sinceridade, seremos seres amados e respeitados. Uma das coisa que acho mais fascinante e Interessante, no ser humano é o coração,  mesmo partido continua batendo e a pulsar...


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Hoje sinto-me retido, como  se estivesse preso a uma  plateia onde o espectáculo é a noite, por mais que esse palco mude os atores são sempre os mesmos… E agora o que faço? Espero que as luzes da rua acendam ou mantenho o caminho por ruelas mal iluminadas… Como é bom nos sentirmos felizes, é ai que o tempo  parece não tem passado nem futuro, não existe nem há limitações. Neste tempo sentimos o desejo de o fazer parar, alcançar um apogeu que nos proteja do tempo futuro. De um modo que não compreendemos, sabemos que o poder do tempo depende em certa medida de algo que existe nas nossas mentes. Mas o que é que possa ser esse algo, é coisa que não sabemos, sim como não sabemos o modo de o alcançar intencionalmente… Talvez o amor seja um Dom  ou uma graça dos Deuses, assim como o tempo também, demasiado real, demasiado precioso, e as vezes nem imaginamos como temos muito pouco tempo…Hoje sinto-me retido, mas não pensem que estou cansado ou confuso…Nada Disso! sinto-me sim absorto a tudo, ao tempo, ás horas, aos compromissos dos dias que nos fazem pessoas de verdade. A vida ensinou-me que há pessoas de verdade e pessoas de mentira.  Juro que ela nos ensina isso mas também nos comprova que as pessoas de mentira quase sempre vencem as pessoas de verdade. Não sei se estou triste por ser uma pessoa de verdade, ou se por não conseguir ser uma pessoa de mentira… É ai mesmo que me sinto retido entre a verdade e a mentira , esse degrau que ninguém assume e tenta transpor sem lhe tocar , talvez por acharem  que a realidade pode ser apresentada melhor se fantasiada um pouco, e aí a mentira é quase inocente, assemelha-se a um desejo ou a um sonho,  não devemos subjugar o valor destas pessoas por isso. Mas será que podemos dizer que a mentira é como uma pele seca, que uma vez descoberta, deve apenas ser deitada fora? Não será isso ensinar o caminho do céu enquanto percorremos cegamente, o caminho para o inferno? São perguntas que não sei responder mesmo… Mas tento e isso faz-me ficar no degrau sem saber de subo ou desço ….

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Hoje sinto que me escondo das palavras, esqueci-me do verbo que me despe as roupas e veste na saudade a lua minguante …Esqueci-me dos socalcos da maresia que em mim sussurram a falésia do olhar,  cegueira da lua branca,  nua que ilumina esta praia de silêncios…O que posso eu fazer com as palavras, no meio de tanta indiferença? O que posso fazer com os sorrisos se estes não cabem nas gavetas? O que faço com as palavras que tentei escrever,  pergunto-vos, alguma vez se sentiram presos  à liberdade de outra pessoa? Essa é uma liberdade que nos pode empurrar para a luz quando o nosso corpo respira sombra. Hoje reflito sobre o medo, e ele pode ser feroz. Invade as artérias da nossa casa como  uma lâmina afiada cortando a esperança pela raiz…É como a água a desbravar caminhos,  derruba defesas e passa. O medo senta-se à nossa mesa dorme na nossa cama grita-nos ao ouvido até obrigar a alma a sair apropriando-se do corpo, silenciado a voz. Hoje uma "desconhecida", enquanto reparava uma linha ténue de vida, achou por bem agarrar-me nas  mãos cheias de ansiedade e com a sua  voz  uniu-as para que se ouvissem de repente como se de mais não precisasse a esperança  choveu-me  inteira nos olhos. Não sei quem ela é nem se algum dia as nossas linhas se irão poder cruzar mas imaginei-a de corpo inteiro alma limpa e ensinou-me que ainda somos Alma. Habitamos um corpo para que haja gestos!!!Eu sei que mora em mim uma força desconhecida, que alimenta  moinhos da imaginação, faz mover as folhas das árvores como se fosse uma brisa silenciosa que se propaga pelo infinito, não consigo explicar este mistério que brota nos meus silêncios sob a forma de palavras, frases, pensamentos,  sensações...Mas!!! Tenho medo da incongruência  do vazio, que me invade quando nada tenho a dizer…Se colocar a minha armadura ai sim irei mostrar como sou forte, e como qualquer ser humano , posso me tornar incontrolável e quando assim estou tenho sempre algo a dizer!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Hoje peço-me desculpa  por cada segundo em que meu pensamento não se inventa de novo . Não sei como se faz para esquecer, desvalorizar e esconder…Conheço algumas palavras mas não conheço  palavras mágicas que transformam as saudades em passado ou apenas o passado em saudades…Hoje sinto saudades dos meus ente queridos, não consigo esquecer o sorriso deles, vejo , revejo em meus pensamentos a luz que os seus rostos passaram para mim. Será possível sentir os seus abraços em mim, como se fossem agora vivido? Será uma ilusão esta suave recordação que se vestiu de azul e me coloriu os céus como quem pinta um arco-íris?  Quero os segundos de uma vida, ainda que apenas sonhada nas minhas horas vazias. Quero os sentidos provocados pelas emoções que permanecem mesmo depois do sol se esconder …. Não é no sonho que somos perfeitos, não! Há que vivê-lo… A alma solta-se e procura no sótão da nossa memória tudo aquilo que foi dito, feito e sentido,  para que o sonho seja perfeito. Ela vagueia pelas frases ditas em silencio, pelos gestos trocados na solidão, pelo sentimento que nasce do nada mas que se faz luz na escuridão da noite…Hoje peço-vos desculpa, mas , Inventem comigo a magia e doçura do amor que se esgueirou das nossas mãos …Deixem-me dar-lhes vida, a todos os céus que o reclamaram, e cortaram as batidas do coração! Ergam os braços e juntem-se a mim, nesta praia de sentidos, deserta em que o mar é o sonho e a vida a poesia que a aurora roubou …Peço-vos desculpa mas !! há horas que o coração chora, há silêncios de ausências ,  há caminhos de desejos, sentidos despertos, arrepios que se transformam em olhares, sorrisos sem milícias, memorias onde se reinventa o amor que jamais o deixamos de sonhar…Eu sei e peço desculpa. Se me perco nas entrelinhas que só eu sei ler… Nestas frases escondidas , que parecem um fado que se canta ao ritmo de uma lágrima , nos sonhos que acabam nos meus pés. Peço desculpa Pai, mas ainda vives em mim, no silêncio que a minha voz cala, para mais ninguém  magoar, vives em mim,  nos segundos que os ponteiros do relógio se esqueceram de marcar as minhas emoções, que sinto e nos desejos que sempre tive para revelar...

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Hoje viajei por lugares inesperados, procuro involuntariamente o refugio longe de tempos que a vida me levou. Fechei a porta à alma, e deixo-me levar nas asas da deslembrança, tentei não pensar, tentei sorrir para dentro perante tudo aquilo que me deixou triste, resguardando -me do mundo, correndo as cortinas do sonho,  bloqueando a magia…Quando sinto frio , tapo-me com a ausência, dou descanso à imaginação  que me rodeia a mente. É na noite que as sombras atormentam, as diversas e tardias esperanças... É na noite que abuso da meiguice e da inocência, diante de fatos inesperados que me toldam e me silenciam ... Fujo de pessoas que se calam perante os suas próprias vontades , desejos ,  fujo sempre de algo que nunca ocorrerá . Escuto em  várias vigílias, o som das almas intranquilas que se revelam nuas mórbidas e esquecidas , bebidas pelas suas próprias  sinas.  Escrevo-lhes pois elas tem na sua essência , a sua luz, que as direcciona apenas ao bem!!! Elas vivem Incertas, e  não só vagueiem, por caminhos tortuosos  mas também num plácido  desvanecer perante a solidão. Sou um ser pronto vivo a sobrevoar a imensidão de tudo aquilo que pode  inquietar,  sigo  almas encobertas, que a noite faz de companheira,  verto as  vontades além do olhar sem o medo de total escuridão... Posso continuar a  bailar todas as almas em mim e perambular entre as noites sem que eu me resigne...   

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Hoje desnudo as palavras que em mim vão nascendo, tenho nome para todas mas, nem tudo é um turbilhão de emoções ou exposição das sensações, e, jamais as considerarei monólogos sem fim ou enxurrada de palavras desenfreadas. Todos precisamos  abrir o coração porque a linguagem da mente , que prefere o racional, o útil e o seguro, entra em conflito  com a linguagem do coração impedindo-nos de seguir a  intuição  que nos faz realmente felizes. Sabem a  linguagem do coração é difícil  de interpretar, pela rejeição, pelo abandonado, pela exclusão,no entanto, quem escuta e é sensível aos sinais , consegue estar presente para ouvir e falar na mesma linguagem,  com a mesma disponibilidade. Com isto digo que é preciso  semear para colher. Não basta o Silêncio…Há silêncios que criam abismos. Nascem de palavras que não foram ditas, resultam de sons que geraram desentendimento. Há palavras que ficam encarceradas na nossa memória como desconfianças. Há silencio  a construir muros . Há muros que caem do nascer de palavras, no  diálogo e compreensão. Há palavras que andam e se aproximam, que vão diminuindo a altura dos muros; palavras que unem o que o silêncio afastou…Há alturas em que nos sentimos sós, desligados do  resto do mundo. Ficamos sós , sem mais por dizer, deixamos-mos ir  entregues a nós mesmos, como  ficar fechado num quarto escuro, fugindo  do silêncio , tentando com múltiplas actividades, encher o tempo com encontros, telefonemas ,  evitamos ao máximo aquele momento em que ficamos de novo em casa sem ninguém, entregues ao vazio do que o reencontro inesperado e os olhares esquivos não se apercebem …Há sempre palavras que não são ditas , silêncios que gritam beijos de 3 vidas que vivem na alma de quem os deu, permanecem no coração de quem os recebe, e morrem na recordação de quem os viveu…Houve tempos em que o silêncio era uma dor e logo o som calado das palavras escritas enchiam páginas de poesia e amor….

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Hoje  despi os meus pés e toquei ... Na areia... Onde pela primeira vez despi a minha roupa ..  Como se num lugar longínquo estivesse , ali me converti a nu com o som que cada vez parecia mais próximo de mim! Abri os olhos e descalcei as minhas pegadas do areal, onde o mar resvalava de forma soberba e imponente…. Tenho vontade de o ver de muito mais perto... Mas!!! Agito o olhar de forma calma e serena com a sensação que ele é só meu, nem que seja apenas por mais uns minutos , vou deixar ele entoar o seu cântico perante o luar despido que se cruza com o meu nu. Pudesse a noite ser mais que esta ilusão, eu garantidamente conjugaria todos os verbos que definissem a coragem e ousadia de quem ousou pisar as águas que se evaporaram de mim…Olho para os céus como quem olha para os poemas guardados em gavetas …Fico sem  palavras! Escritas, descritas, pelos meus humildes  dedos que tantos anos se vergaram perante  folhas, que não guardo jamais em lugar algum! Prefiro ter a gaveta cheia de  vazio,  cerrado... Docemente deixo verter pelo céu  uma voz que me chama, chego a casa e as paredes desta sala escorrem  preces... desejos...  para muitos... cumpridos... para outros nunca serão...Posso esperar, sim eu sei mais um pouco ... Mas!!!  A vida  também vai partir de mim,  ela não nos concede o tempo ... E ontem eu apenas pedia tempo... De nada tenho medo, apenas da incongruência, da loucura e do vazio, que  vida leva nas asas do vento sem bússola para nos orientarmos…

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Hoje sinto-me como um vampiro ao sol, que entra na alucinação semeada em metáforas,  que se sucedem aos abismos  em grutas e sombras….Trago em mim essa droga resignada  dos corajosos injectados,  de sangue, de carne moribunda  que a infundada ficção gera nas mentes turvas de toda esta  gente…Há quem me queira decifrar…Há!! Mas decifrar pessoas não é decifrar palavras, decifrar pessoas é decifrar gritos, e olhares de serenidade! Há palavras que nos rasgam o olhar, mas há gritos que nos rasgam a Alma. Tantos gritos que ficam surdos , sem palavras que as acompanhe , e todos os agudos por decifrar vão ficando no vómito do olhar … Que palavras são estas? De que boca saem e em que ouvido irão morrer… Umas tantas destinadas a corações que acabam perdidas no vento outras encerram-se em lábios que as retém e as rejeitam prenunciar! Tantas nos magoam, outras nos reconfortam ,  nos devolvem a vida como uma doce caricia de amor….Ficamos com sede de tempo! É esse descompassar alheio ao julgamento do sumptuoso paraíso,  que nos pisa o improviso , nos frusta o sentimento, nos retira o alimento da alma e nos leva a procurar por vielas a paz …Perdemos o tempo… Ele é como grãos de areia que nos fogem entre os dedos ! Hoje peço tempo… Quero rever todos os sorrisos que encontrei, a boa gente que amei na liberdade que semeei …A liberdade só é uma, mas dependerá sempre do tamanho da gaiola que construirmos…

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Hoje pergunto-me para onde foi toda a minha inspiração? Será que esta partiu para longe  ou nem exista mais, sinto saudade de outros tempos, de quando era próximo com as palavras, hoje vejo-as  distantes. O tempo passou, tudo parece mudar mas eu continuei aqui, esperando por coisas que talvez nunca cheguem, factores que talvez nunca me influenciem, coisas que provavelmente nunca serão diferentes. As vezes é mais fácil destruir um sonho,  embora seja improvável que se aceite isso de braços abertos, mas pode ser feito, e algumas vezes tem de ser feito…Muitas coisas na minha vida  já não são mais iguais, outras coisas jamais mudaram, e outras já nem fazem sentido, apenas nos meus sonhos tudo continuou intacto, chego até a sentir o  cheiro deles, vivo os sonhos como vivo a minha vida, porém  acordo com o sentido da realidade , mas!! Esta não me obedece como os sonhos que trago na cabeça! Há quem diga que somos tão minúsculos com a nossa felicidade mas, Gigantes com a nossa dor…Por mais que eu faça para entender, eu não estou de todo a conseguir...É verdade que deixei de viver de saudades para viver apenas por ai, sou, aquilo que já fui, por mais que tente, que gaste todos os meus argumentos, que escreva , que leia , que personifique a razão, eu irei sempre pensar num novo recomeço é esta força maior, que me vai continuar a permitir sonhar...

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Hoje acordei de sobressalto passei a mão nos cabelos e penteei meus sonhos...A barba por fazer coçava meu rosto, e o dia nascia e contra mim pois lá estava o sol que insistia em me bagunçar o olhar lacrimejante... Preparei o meu café e lá fui a mais um dia! Banhei meu corpo, agora nu, água escorrendo aos prantos lavava meus sonhos inacabados, na minha sensatez do brilho intenso da saudade dum choro derramado pelos cantos, do caminho, onde esvazio meus versos, que nem são mais versos são palavras, onde desfaço poesia, derretendo sentimentos como asas de cera que desaparecem no calor das distâncias...Não imagino um voo, nem dores eternas, sóbrias, imaculadas, persistentes mas!!! Adotadas como um sobrenome onde as rimas flutuam , dia após dia, noite após noite, como um cavaleiro das trevas solitário, que se esconde do sol que se foi, que se apagou com o coração castigado, sem sonhos, sem vida ...E assim sigo, não persigo, bebo aos goles as sombras geladas dos momentos que virão tentando não desistir de vez em quando daquela vontade danada de fazer das palavras um tropeço, sem nexo, sem sentido, sem amor nos versos pois nem sempre as palavras são justas, ou brilham , como a saudade da luz brilha na lua que de dia se esconde dos vidros quebrados espalhados por todos os locais em que vagueei. Em cada um deles está um reflexo que me pertence. Sei de cor o ponto em que descansa cada um dos fragmentos,  e tenho, esta estranha obsessão de lhes passar por cima e dispersá-los, para que há noite reflictam o brilho que a Lua lhes concedeu !!

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...