quinta-feira, 5 de março de 2020

Hoje  posso partilhar que até tenho tido sonhos, como quem salta para as nuvens, viaja pelo céus, mas eu  nunca desembarco fico sempre flutuando lá... Eu chego a procurar nos céus mesmo quando este entra em erupção,  inflama e arde a vegetação que fica em baixo e mim...eu tenho sonhado, com brisas frescas de verão, acabo sempre por escorregar , meu corpo vira gelo como um destruidor do paraíso...Sob implacável, céu rico, sinto os anjos a passar por mim, quando a inteligência em mim invoco, e como agora é difícil fazê-lo... Mas com o tempo tudo se resolve e ser humano é amar, e mesmo quando for demais eu não estarei pronto para desistir...Cada respiração se torna uma oração, há dias que o coração bate assim,  fumo mais um cigarro, é como se, a ansiedade tomasse conta de nós, ficamos confusos , deixamos de saber distinguir o que podemos e o que não podemos…Passam dias e mais uns cigarros… E dias são horas e muita horas são muitos minutos… mais um maço que se foi…Não sinto barulho! Gosto escutar o ruído, mas é o silêncio que mais me cativa! Gosto do sol mas é a sombra que me convence; gosto de cores vivas, mas são os neutros com que mais me identifico;  gosto do Calor, mas é do frio que mais sinto falta, quando este me faz falta…Gosto de muitas pessoas, mas é de mim que sinto mais falta, quando me junto a elas… Acendo mais um cigarro, mas não consigo pensar, está tanto ruído ! É esta nudez que nos desarma as conchas molhadas pelo mar , das brisas mansas que nos desnudam as asas com uma pequena fresta de Luz a cada palavra que gera uma síntese…

terça-feira, 3 de março de 2020

Esta nossa vida apenas é uma peça de teatro, uma peça de teatro sem guião escrito…Desde que se nasce até morrer. somos nós que escrevemos  esse guião , minuto a minuto, hora a hora, dia a dia  renasço da criança que fui para o ser quem sou e atua nesta peça sem compasso , finjo-me alegre e cheio de vida...Mas o pano sobe e desce ao sabor dos anos, antes  adolescente que se transformava em sonhos e miragens, hoje.. vivo amores de desamor, alegrias e tristezas...O pano sobe  e desce ao sabor dos dias, mas em  adulto me tornei  e meus sonhos tentei realizar!!! Alguns consegui, outros nem por isso , o guião vai somando paginas de vida, páginas de alegria, páginas de tristeza, são momentos de desalento, momentos de esperança,  mas a cada página um ano de vida um suspiro de criança que me eleva e me transporta até ao que  cheguei nos dias de hoje.... Poderia ter desempenhado melhor o meu papel? Esforcei-me o suficiente para merecer esse papel? Que guião me reserva ainda a vida? Quero saber será possível ou impossível saber?? Apenas sei que desejo escrever ainda mais algumas páginas, páginas onde não escreva os mesmos erros e onde não  encontre tristezas, para um dia os meus filhos se deleitem com o que vivi ... Tudo isto não passa de desejos, pois o guião é escrito a cada minuto neste teatro de mascaras que a vida nos impõe

domingo, 1 de março de 2020

Quando eu for um sonho de anjos transparentes no cais da minha madrugada, arrastem-me na sombra das minhas águas, para um porto irrequieto no infinito das vossas noites. Transformem-me no vitral que emoldura os tédios, na verticalidade das nossas misteriosas cores, que transportam o seu estranho vulto, numa consciência ausente onde os ventos de agitam na floresta dos silêncios. Abram-me a porta por onde entram as brisas que falam de mim, perfumando o salão da minha alma, entoando alegrias orvalhadas, num cortejo de violinos tecido pelos teus dedos nesta escrita atrapalhada....Deixo aqui o vulto do meu olhar imóvel de lábios frios que procuram a sedução no silencio das horas mortas da intensidade dos entardeceres pois serei sempre , mas sempre uma metáfora escrita no inconsciente da alma iluminada pelas estrelas de cortinas de saudade, no claustro de uma noite que se junta ao nevoeiro incógnito.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Sabem quando o amor acaba? Ele acaba quando poesia desiste dos olhos, quando uma janela se torna janela apenas, quando as estrelas são apenas pontos no céu; quando o sonhar se faz tão-somente no intervalo entre os dias… O amor acaba pela reincidente aridez dos olhares, pelos laços que endurecem, pelos espinhos que se cativa, e pelas ferida que se cultivam… A distâncias que nascem entre nós e a vida, entre nós e o outro são a resposta!!! E o que dizer do amor que jamais morreu por não ter fim mas que hoje deixou de ser? Qual é a linha, a palavra ou a essência que traça o limite entre o que éramos do que não mais seremos? Talvez o amor só deixe de ser por nunca ter sido o que havia de se tornar: amor…Sei que não faço  poesia, o que escrevo não tem o timbre de outros tempos e que quando a minha alma adoece, este mundo padece de dor, e tudo em redor se desmantela como castelo de cartas em dia de vendaval. Não faz mal, um dia a luz virá e do nada surgira de novo o caminho que desconheço o destino! Perdi-me do tempo em que facilmente encontrava o caminho hoje em mim reina apenas silêncio...Deus é mudo eu sou apenas seu seguidor…

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Hoje sei...É apenas aqui que olho o meu céu particular, onde me permito voar através das palavras! Sei que sou só um humano desajeitadamente intenso que escuta o silêncio… Sinto um esvoaçar de asas trémulas e cintilantes no meu rosto. Talvez seja apenas o respirar, compassado com a batida no meu peito. Mas!!! Ergo o rosto e uma brisa harmoniosa invade-me a pele... Talvez sejam umas mãos que me estejam a tocar de novo, num toque macio e arrebatador, com ânsias de carinho e proteção. Levanto-me e sigo na direção do luar. A sua luz preenche-me e aquece-me a alma. Sim, talvez seja a ilusão quem me lê por inteiro, e me despe de rodeios e me namora às escondidas…Talvez seja apenas um sorriso , que esboça-se pela última vez na forma de uma estrela cadente a passar , para me embelezar a noite e colorir o rosto, que se tornou cinzento desde a vida vivida outrora… Hoje se eu voltar a sonhar serei a tinta, outro alguém a tela; hoje se eu for a chuva , outro alguém será a minha aguarela; hoje se eu sonhar serei apenas o sal, outro alguém a areia branca, onde eu me transformo em mar numa longa maré cheia... Hoje se escrevo a voz do coração, numa carta aberta ao mundo, então é porque sou o espelho da `emoção num olhar profundo, onde nascem as palavras que vivem dentro de nós, escondidas ,em florestas de silêncio, permanecendo assim, presas no meu corpo e na alma...Tenho palavras em mim mas não as sabem ler ... Palavras que não tem coragem de se auto pronunciar no tempo e no espaço próprio...Era ai que elas fariam a diferença abismal entre o som e o silêncio... Hoje tenho em mim palavras cansadas de não acontecerem, palavras agitando-se num grito inaudível... palavras que o tempo vai calar ...

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Hoje sinto a minha casa ruir. Há quem diga que só com o tempo é que elas se desgastam mas quanto elas ruem o barulho da rua torna-se ensurdecedor! Sinto que a minha casa ruiu pelas palavras que não pude dizer e nas que não pude ouvir. Hoje sei que a minha casa ruiu pelos motivos dados e pelos motivos que não foram dados e esquecidos no silêncio. De mim apenas ruínas, foi isso que restou. Ruínas. Pedras soltas, empilhadas com meia dúzia de alicerces intactos segurando pouca coisa ... Apenas me pergunto de que vale toda a firmeza de mim demonstrada quando já ruiu parte da minha vida , pouco há para erguer , tudo parece que ruiu. Posso ter passado tempo demais a dizer o quanto amava , sem explicar que no meu mundo estava muita coisa assente, também, em pilares de afecto e amizade. Hoje valorizo mais uma palavra, um gesto, um retorno! Qualquer coisa, na verdade... Foi essa a minha espera em tanto tempo A minha casa já ruiu, pobres alicerces que caíram , há espera da força de um amor eterno. Fiquei eu e ela destruídos e sós, entre alguns alicerces que apenas se curvaram e outros que se mantiveram firmes, mas poucos!! Mas já pouco importa quando o pilar é central, nenhuma casa sobrevive . Na verdade tenho vontade de agradecer aos ventos, com ironia, dizer-lhes até podem matar-me a alma. que eu estou bem. Só que o vento ia rir-se de mim!!! Como sempre, ia esquecer-se das minhas palavras… E não ia devolver-me a minha casa… Porque os meus alicerces cederam e eu sou ruínas de mim. Hoje concluo que em alguns momentos na minha vida, colori a vida de terceiros, mas sinto que agora que tanto preciso não consigo colorir a minha! Precisava de não me sentir assim mas!! Completei tanto os outros, que agora nem me vêem …É no meio destas letras , historias , brisas e rabiscos que me torno eterno, que me reestruturo ! Posso até parecer que repouso entre a sombra da vegetação que idealizo na minha imaginação mas é na alma que tudo à minha volta se transforma, se renova ... Abro a porta, e saio desta casa em ruínas, deste ínfimo e restrito compartimento que a alma me concedeu…

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

 Hoje para todos vocês que querem falar de sentimentos, peço-vos que retirem as máscaras do “ eu”, para conseguirem relembrar momentos e desarmar por completo, um abraço mesmo que este seja  agora apenas de uma mão e  imaginário… Conhecendo-me como sou, e acreditem que de visionário nada tenho, sou capaz de passar por cima  de meus orgulhos, deixando coisas banais de lado, valorizando apenas as razões existencialistas de quem partilha os seus pensamentos e tem algum propósito nesta vida…Mas!! Alguns dos mais sépticos até podem perguntar, por quanto tempo podemos viver assim como eu, vagueando pelo deserto sem paisagens efectivas pessoais . Eu vos direi que não sei, mas nunca me acusem de não interagir com quem me Lê …Estão redondamente enganados! Se os tempos mudam as pessoas também por isso temos de aprender a mudar com eles. Não importa quanto estamos preparados para elas,  o quanto resistimos às mudanças, antecipamos momentos…Sabem do que tenho saudades? Saudades daquelas pessoas que não são inconvenientes, daquelas que sabem a hora certa, que não tem pressa e que possuem boas palavras. Daquelas outras que entendem expressões faciais, que sabem quando estão sendo ou não agradáveis… Sabem quando queremos muito estar com alguém, mas inventamos uma desculpa para ir embora , nos retraímos por impulso…! Então, são dessas pessoas que eu tenho saudades. Saudade das pessoas que entendem o que está acontecendo sem eu precisar dizer nada. Saudade de conversas banais, sobre qualquer situação alheia, mais ainda, saudades de quem sabe conversar sobre assuntos específicos, bagagem de conhecimento e informações. Saudades de pessoas que te ensinam e fazem-te mudar de ideia, mudar teu ritmo de vida, de quem te muda para melhor. Saudades de pessoas que te deixam à vontade, mas não tanto. Saudades de pessoas que te conquistam de verdade, na amizade, no carinho  no dia-a-dia. De quem te apoia em decisões difíceis, ou em fáceis escolhas. Saudades de tudo isso, em apenas uma só pessoa...

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Hoje como todos vocês, sou completo, quando as minhas metades se unem para juntar forças, metades que vivem em dois mundos diferentes ...Num sou doce e guerreiro , noutro apenas  sonhador...Fico refém da minha consciência onde os segundos se fundem e minutos que se perdem nas  horas que sucumbem em momentos coloridos com palavras… Se a vida fosse um livro, haveria destinos escritos, concretos, percursos delineados com causa e consequência anunciada!  Mas !! O que fazer, quando estes dois se juntam!!!?? Não sei pintar…Apenas me sei definir com rabiscos desordenados, fragmentos desconexos,  que milhares de vezes assumo como sentidos!   É assim, que muitas vezes somos assaltados nas nossas memorias, escolhas e lembranças ! Seguramos nossas emoções, sem pensarmos que possam nos prejudicar em algum momento. Quando esse sentimento chega, não adianta escondermos, ele logo irá transparecer em nossos gestos, e maneira de agirmos. Cada pessoa terá um modo em expressá-los, seja em um olhar, ou em uma palavra. O sentimento de amar é o mais sublime que possa existir. Amar com respeito e dignidade, não deixar a vulgaridade adentrar e nos tornar seres fáceis aos olhares a quem nos observa. Em algum momento da vida, todos nós amamos e sentimos nossos corações chegarem ao limite dos batimentos cardíacos. Cada vez que esse sentimento se apossa, todos os nossos movimentos se tornam maleáveis e se soubermos com respeito, conduzi-lo em união mútua de amor e sinceridade, seremos seres amados e respeitados. Uma das coisa que acho mais fascinante e Interessante, no ser humano é o coração,  mesmo partido continua batendo e a pulsar...


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Hoje sinto-me retido, como  se estivesse preso a uma  plateia onde o espectáculo é a noite, por mais que esse palco mude os atores são sempre os mesmos… E agora o que faço? Espero que as luzes da rua acendam ou mantenho o caminho por ruelas mal iluminadas… Como é bom nos sentirmos felizes, é ai que o tempo  parece não tem passado nem futuro, não existe nem há limitações. Neste tempo sentimos o desejo de o fazer parar, alcançar um apogeu que nos proteja do tempo futuro. De um modo que não compreendemos, sabemos que o poder do tempo depende em certa medida de algo que existe nas nossas mentes. Mas o que é que possa ser esse algo, é coisa que não sabemos, sim como não sabemos o modo de o alcançar intencionalmente… Talvez o amor seja um Dom  ou uma graça dos Deuses, assim como o tempo também, demasiado real, demasiado precioso, e as vezes nem imaginamos como temos muito pouco tempo…Hoje sinto-me retido, mas não pensem que estou cansado ou confuso…Nada Disso! sinto-me sim absorto a tudo, ao tempo, ás horas, aos compromissos dos dias que nos fazem pessoas de verdade. A vida ensinou-me que há pessoas de verdade e pessoas de mentira.  Juro que ela nos ensina isso mas também nos comprova que as pessoas de mentira quase sempre vencem as pessoas de verdade. Não sei se estou triste por ser uma pessoa de verdade, ou se por não conseguir ser uma pessoa de mentira… É ai mesmo que me sinto retido entre a verdade e a mentira , esse degrau que ninguém assume e tenta transpor sem lhe tocar , talvez por acharem  que a realidade pode ser apresentada melhor se fantasiada um pouco, e aí a mentira é quase inocente, assemelha-se a um desejo ou a um sonho,  não devemos subjugar o valor destas pessoas por isso. Mas será que podemos dizer que a mentira é como uma pele seca, que uma vez descoberta, deve apenas ser deitada fora? Não será isso ensinar o caminho do céu enquanto percorremos cegamente, o caminho para o inferno? São perguntas que não sei responder mesmo… Mas tento e isso faz-me ficar no degrau sem saber de subo ou desço ….

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Hoje sinto que me escondo das palavras, esqueci-me do verbo que me despe as roupas e veste na saudade a lua minguante …Esqueci-me dos socalcos da maresia que em mim sussurram a falésia do olhar,  cegueira da lua branca,  nua que ilumina esta praia de silêncios…O que posso eu fazer com as palavras, no meio de tanta indiferença? O que posso fazer com os sorrisos se estes não cabem nas gavetas? O que faço com as palavras que tentei escrever,  pergunto-vos, alguma vez se sentiram presos  à liberdade de outra pessoa? Essa é uma liberdade que nos pode empurrar para a luz quando o nosso corpo respira sombra. Hoje reflito sobre o medo, e ele pode ser feroz. Invade as artérias da nossa casa como  uma lâmina afiada cortando a esperança pela raiz…É como a água a desbravar caminhos,  derruba defesas e passa. O medo senta-se à nossa mesa dorme na nossa cama grita-nos ao ouvido até obrigar a alma a sair apropriando-se do corpo, silenciado a voz. Hoje uma "desconhecida", enquanto reparava uma linha ténue de vida, achou por bem agarrar-me nas  mãos cheias de ansiedade e com a sua  voz  uniu-as para que se ouvissem de repente como se de mais não precisasse a esperança  choveu-me  inteira nos olhos. Não sei quem ela é nem se algum dia as nossas linhas se irão poder cruzar mas imaginei-a de corpo inteiro alma limpa e ensinou-me que ainda somos Alma. Habitamos um corpo para que haja gestos!!!Eu sei que mora em mim uma força desconhecida, que alimenta  moinhos da imaginação, faz mover as folhas das árvores como se fosse uma brisa silenciosa que se propaga pelo infinito, não consigo explicar este mistério que brota nos meus silêncios sob a forma de palavras, frases, pensamentos,  sensações...Mas!!! Tenho medo da incongruência  do vazio, que me invade quando nada tenho a dizer…Se colocar a minha armadura ai sim irei mostrar como sou forte, e como qualquer ser humano , posso me tornar incontrolável e quando assim estou tenho sempre algo a dizer!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Hoje peço-me desculpa  por cada segundo em que meu pensamento não se inventa de novo . Não sei como se faz para esquecer, desvalorizar e esconder…Conheço algumas palavras mas não conheço  palavras mágicas que transformam as saudades em passado ou apenas o passado em saudades…Hoje sinto saudades dos meus ente queridos, não consigo esquecer o sorriso deles, vejo , revejo em meus pensamentos a luz que os seus rostos passaram para mim. Será possível sentir os seus abraços em mim, como se fossem agora vivido? Será uma ilusão esta suave recordação que se vestiu de azul e me coloriu os céus como quem pinta um arco-íris?  Quero os segundos de uma vida, ainda que apenas sonhada nas minhas horas vazias. Quero os sentidos provocados pelas emoções que permanecem mesmo depois do sol se esconder …. Não é no sonho que somos perfeitos, não! Há que vivê-lo… A alma solta-se e procura no sótão da nossa memória tudo aquilo que foi dito, feito e sentido,  para que o sonho seja perfeito. Ela vagueia pelas frases ditas em silencio, pelos gestos trocados na solidão, pelo sentimento que nasce do nada mas que se faz luz na escuridão da noite…Hoje peço-vos desculpa, mas , Inventem comigo a magia e doçura do amor que se esgueirou das nossas mãos …Deixem-me dar-lhes vida, a todos os céus que o reclamaram, e cortaram as batidas do coração! Ergam os braços e juntem-se a mim, nesta praia de sentidos, deserta em que o mar é o sonho e a vida a poesia que a aurora roubou …Peço-vos desculpa mas !! há horas que o coração chora, há silêncios de ausências ,  há caminhos de desejos, sentidos despertos, arrepios que se transformam em olhares, sorrisos sem milícias, memorias onde se reinventa o amor que jamais o deixamos de sonhar…Eu sei e peço desculpa. Se me perco nas entrelinhas que só eu sei ler… Nestas frases escondidas , que parecem um fado que se canta ao ritmo de uma lágrima , nos sonhos que acabam nos meus pés. Peço desculpa Pai, mas ainda vives em mim, no silêncio que a minha voz cala, para mais ninguém  magoar, vives em mim,  nos segundos que os ponteiros do relógio se esqueceram de marcar as minhas emoções, que sinto e nos desejos que sempre tive para revelar...

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Hoje viajei por lugares inesperados, procuro involuntariamente o refugio longe de tempos que a vida me levou. Fechei a porta à alma, e deixo-me levar nas asas da deslembrança, tentei não pensar, tentei sorrir para dentro perante tudo aquilo que me deixou triste, resguardando -me do mundo, correndo as cortinas do sonho,  bloqueando a magia…Quando sinto frio , tapo-me com a ausência, dou descanso à imaginação  que me rodeia a mente. É na noite que as sombras atormentam, as diversas e tardias esperanças... É na noite que abuso da meiguice e da inocência, diante de fatos inesperados que me toldam e me silenciam ... Fujo de pessoas que se calam perante os suas próprias vontades , desejos ,  fujo sempre de algo que nunca ocorrerá . Escuto em  várias vigílias, o som das almas intranquilas que se revelam nuas mórbidas e esquecidas , bebidas pelas suas próprias  sinas.  Escrevo-lhes pois elas tem na sua essência , a sua luz, que as direcciona apenas ao bem!!! Elas vivem Incertas, e  não só vagueiem, por caminhos tortuosos  mas também num plácido  desvanecer perante a solidão. Sou um ser pronto vivo a sobrevoar a imensidão de tudo aquilo que pode  inquietar,  sigo  almas encobertas, que a noite faz de companheira,  verto as  vontades além do olhar sem o medo de total escuridão... Posso continuar a  bailar todas as almas em mim e perambular entre as noites sem que eu me resigne...   

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...