segunda-feira, 8 de junho de 2020

Hoje consigo ver sem sonhar, fecho os olhos e atravesso a neblina que caiu aqui , como um manto que me faz esquecer sem nunca ter esquecido! Já fiz Perguntas, reticências, já tentei dar sentido a esta falta de sentido, mas a desobediência da vontade esconde a luz, não  mostra o seu brilho e me ofusca o olhar… Eu remexo a razão quando a verdade me diz não , eu , olho as marcas sem vontade , eu visto-me de noite para esconder as tempestades, mas nunca me escondo de mim, não me envergonho, mesmo que as lágrimas deslizem em desalinho num compasso sem retorno marcado, as  páginas deste pergaminho escondem-se neste céu . Como posso ver sem sonhar, escrevendo silêncios ou trancando-os no ar ? Fechando estradas, abrindo fronteiras?  Hoje despi-me dos preconceitos na limpidez de um sonho,  procurando apenas a magia no espelho da realidade. sonho, mas!! Tristemente fiquei encurralado na limitação, da expressão, que me levou adormecer…Volto assim ao sonho profundo onde a magia acontece e rasga o horizonte , mostrando a montanha perfeita onde a nascente de água se vai deixando cair,  límpida e transparente no meu rosto cansado . Vagueando nas ruas da alma,  vejo portas mal fechadas , espaços vazios, fechaduras forçadas , olhos turvos, que no silêncio acutilante vertem lágrimas  por tanta pergunta amontoada, num canto sem respostas…Deixo-me cair por apenas ter a certeza que perdi as cores com as quais um dia me pintei…

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Hoje vejo o dia como um regresso do Outono e este é a estação  mais equilibrada da alma. Ele desenha e pinta meus sentidos. Adoro os seus aromas, cores  e essa sensação de despedida que deixa no ar… Outono é saudade e recomeço… Não há momento mais bonito para se virar uma pagina, para relegar para a memoria aquilo que um dia foi ou desejou-se que fosse…É como fechar um livro e reabrir outro, onde a nossa vida foi escrita e descrita nas palavras que se vestiram de sentidos e se fizeram emoção… Abrindo um novo livro será sempre uma incerteza e esta acarreta novas sensações e emoções de dias diferentes , não necessariamente  bonitos repletos de mil sorrisos, estes poderão ser feitos de lágrimas e de dor… Nunca sabemos o que vamos desfolhar no novo livro, há sentimentos que por muito que queiramos , muitas vezes não os entendemos! Se não podemos ler um novo livro então escrevamos, escrever  lava a alma, não temos de  sarar feridas, secar lágrimas  nem sorrir, amar ou sonhar. Temos sim de viver uma outra estação como este dia de Outono que nasce em meio de dias de verão…Eu acho que já aqui coloquei, todos os sentimentos que se podem partilhar. Todos verdadeiros e sentidos. Muitas vezes nem os vivi mas os salientei como se os tivesse vivido…Mas não é por não os ter vivido que os deixo de assinar,  não deixam de ser meus, mesmo que os tenha idealizado, sonhado e não os tenha vivido. Sempre fui plagiado, sim eu sei que tenho sido,   mas isso nunca me preocupou, afinal sou humano e os meus sentidos são iguais ao de toda a gente. Eu já pensei em deixar de escrever aqui, mas iria perder o rasto aos anos que aqui passei com algumas pessoas que me são queridas, por muita vontade que alguns , passo a expressão “alarves mal formados” tenham que eu deixe de escrever, Mas!!! Eu por eles,  apenas tenho vontade de manter este capitulo e jamais deixar guardado bem no fundo da alma os meus pensamentos , odeio analisar sozinho o que sinto e por isso não o farei e não o tenho de fazer !! Assim meus amigos despeço-me com a certeza que este dia de Outono que parece despedida, é e será mais uma renovação.


quinta-feira, 28 de maio de 2020

Hoje descrevo o peso do silêncio como uma grande pedra que invade o nosso espaço , restringindo-nos ao que resta dele … O mais triste é que  sabemos que essa pedra é talvez o que está mais próximo de nós,  em alguns  momentos ,  como uma extensão daquilo que somos! Há dias assim em que todos os barulhos,  vozes,  músicas nos agridem  mas há outros dias que  é bom  recordar esse silêncio, como uma dádiva, esses dias em que o respirar nos une a qualquer coisa maior, e os sons fluem em nós… A pedra continua ali, desejo recuperar lhe algum espaço  mas lá fora estamos em guerra…Eu sei que todos querem viver um amor sem tempo e sem lugar definidos, eu sei, um amor sem passado nem futuro, onde cada momento de encontro transborde vida, e sensações. Será que ainda existe um amor assim? Será que existe algum sentimento  que não pergunte, nem responda, que seja apenas  um breve voo, a inconstância das dunas, e á suavidade de um fim de tarde. É possível que nesse lugar indefinido se cumpra apenas a essência das coisas, ou seja não as rosas em si,  mas a ideia e o perfume das rosas… Não os oceanos, mas a força e a espuma do mar. O mais difícil é aceitar que essa exuberância poderá  viver-se como quem vive uma estação do ano e não mais do que isso, senão tudo se concretiza e perde! O amor , feito para isso, para ser vivido e ser lembrado, para chorar e fazer chorar, para cuidar dos que cá ficam e velar pelos que vão…

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Hoje  há Muito sol, o dia acordou  cheio de luz, mas na minha Rua as pessoas andam estranhas, de costas viradas para o caminho. Tropeçam, caem e levantam-se, sem nunca tirar os olhos da imagem desfocada e incandescente deste dia, que lhes atraiçoa o  percurso…Que profunda  cegueira, não se distinguem os passos que dão, mas cada vez estão mais longe uns dos outros, separados por mais muros de betão. Coleccionam mentiras e desapego, as suas únicas verdade penduram-nas nas janelas, como se fossem cortinas!!! Não há flores...Tudo secou,  ainda mais lá dentro do que cá fora. Há cegueira e secura na minha rua. Só os gatos dizem bom dia.  Ainda há pouco um enroscou-se nas minhas pernas. Trazia uma chapa  pendurada ao pescoço que dizia  quero o meu dono…Há em muitos de nós uma alma que chamo , alma dos “diferentes” que é feita de luz, onde  estrelas sem morada , deslumbrantes ,  vivem guardadas para aqueles poucos capazes de sentir e entender!! Nessas moradas há tesouros de ternura humana dos quais só os “diferentes” são capazes de valorizar… Meus amigos não mexam com o amor de um “diferente” a não ser que sejam suficientemente fortes para o viver…

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Hoje deixo cair o meu olhar na paz do repouso silenciado,  onde a única luz é a plenitude  vivenciada do amor perfeito e incondicional! É na suavidade de um poema que espreita os diversos aspectos da brisa divagante que ficam entre o nascer e o por do sol…Conjugar a poesia em palavras é ver o mundo a meia luz , é limitar a busca dos viveres na obscuridade da nossa existência resumindo a mossa historia em simples atos tristes de fantasia… Há timbres sonoros que resvalam nas mãos que movimentam o contorne das letras ao fluir a ternura da paz indescritível ; há sons apenas que fazem os compassos na alquimia nostálgica da dor  adormecida a cada oração … Escrever, desabafar, poetizar torna-se viral ; é como abrir uma janela a cada dia e deslumbrar-nos com o nascer e o pôr do sol ; é deixar os olhos com rastos de água desmaiando para o mar;  é ver os pingos de chuva a transformarem-se festivamente em meras gotas de cristal! Não me arrependo de ter iniciado esta odisseia, vou-me reconstruindo como humano, sou apenas mais um desafortunado que vislumbra a serenidade nos céus porque o relógio não para mesmo quando o coração aflito segreda as angustias suspensas,  o tempo é interrupto , fica-nos o som ferido do simples tic-tac!

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Hoje assisto de longe a este manto do anoitecer  que abraça a  terra, escuto os sons e os tons das pessoas que se passeiam pelo luar…As tristezas sentidas, tem de dar lugar a devaneios que fazem,  ali bem longe no horizonte, a magia diluir-se no infinito das estrelas espelhando a luz que parece ser gotículas de prata que choram e pairam  sobre o mar inquieto…Queria que estas gotas de luz que descem dos céus , alegrassem as profundezas do meu leito e soltassem as espécies marinhas que no meu pensamento se inquietam! O mar já não me agiganta as ondas,          que se revoltam em mim, fintando as estrelas neste olhar que se magnetiza na distancia que se adensa…O vértice das lágrimas contornam as nuvens, na ternura do amanhecer, circundando o arco-íris que abre seus braços numa acrobacia que precipita as lamurias da minha existência,  vão dando o adeus aos meus lamentos .Os ventos  trazem uivos  brandos que trespassam o meu jardim , levando o perfume derradeiro da vida, sorrateiramente deixando para trás as décadas da complexidade de  pessoas da minha existência , ao longo dos tempos absorvido neste ângulo de visão que o meu silêncio foi estabelecendo …Fico acordado até ao nascer do novo dia, contemplado a suavidade cristalina das águas, que se misturam com os meus sentidos na esperança que se ilumine como um raiar de um novo dia! Olho para leste , suplicando que o dia não me deixe cair a oeste

terça-feira, 12 de maio de 2020

 Hoje falo de parentalidade e ausência desta,  até pode ser que achem estranho que tantas atitudes negativas possam estar associadas à criação de um filho, eu pelo menos acho! Mas,  é importante lembrar que, na maioria das vezes, esses pais e mães não querem , até mesmo, não percebem o quanto estão sendo tóxicos para os próprios filhos. Comportamentos como esses podem ser resultado, por exemplo, de uma criação autoritária e pouco afectiva ou de uma insegurança que faz com que esses pais busquem se reafirmar por meio do controle da vida de seus filhos, usando-os para hostilizar o outro . Seja o que for, em muitos casos, há quem defenda que atrás das atitudes de pais tóxicos está o amor e o desejo de fazer o melhor por seu filho, mas eu não vejo mesmo isso assim... Isso leva-nos a  buscar o auto conhecimento e até ajuda profissional para  caso situações como as citadas acima passem a ser recorrentes na relação entre pais e filhos. Afinal, uma relação baseada no cuidado, no respeito e honestidade,  é uma relação melhor para todos! A maior parte das pessoas até pode ter uma atitude narcisista involuntária mas existe outros que o são propositadamente até ao ridículo da arrogância, são mal formados e não percebem ou ignoram que isso vai impactar negativamente a vida e o desenvolvimento dos pequenos … Ser Pai e ser Mãe não é um titulo é sim um estado de alma  e uma atitude, sempre em prol do menor e do seu bem estar. Infelizmente há seres ou coisas , chamem-lhes o que entenderem , que não são dignos dessa dádiva de gerar e cuidar  uma vida , que para mim é a coisa que mais nos dignifica como humanos…Sinceramente hoje não consigo deixar um legado no tempo das palavras, com o louvor ao amor...No entanto tenho a esperança que um dia a ternura e o sorriso das minhas filhas seja a sinfonia de um poema ...

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Hoje palavra a palavra vou construindo um mundo, eu sei que curvei a cabeça, que desisti do meu olhar, optei por transpor num livro as folhas de uma vida. Ergui um castelo, desenhei uma utopia registei cada suspiro, cada momento como um sonho de cristal! Será um heroi quem o conseguir transpor, já que ele é feito de sentimentos. Vou recriando estrofes e palavras que a minha vida rasgou em cada pensamento que escrevi …Muita gente lê este sonho de cristal que aqui vou colorindo, mas poucos o entendem , limitam-se a desfolhar as palavras que escrevo …Fica a sensação que as palavras não chegam! Então, não sendo suficientes as palavras ditas, os sorrisos esboçados, as mãos dadas, eu sento-me e escrevo. Escrevo apenas. Escrevo sem ter para quê ou para quem! Escrevo mas as palavras não são suficientes. Nunca são suficientes para descrever o rosto perfeito, o sorriso perfeito, as mãos perfeitas, a alma perfeita... As minhas palavras não conhecem a perfeição, por isso, também não chegam, não bastam, não são suficientes para vos explicar como é o meu mundo. Não são suficientes para dizer o que sou, por isso Choro…. É mesmo assim. Choro por medo de não ser, também eu, suficiente…Não ser suficiente para o tanto que há para viver e que não me é suficiente ...

sábado, 2 de maio de 2020

Hoje falo apenas em sentimentos e pergunto, até que ponto alguém pode medir o que nós sentimos ? Há pessoas ficam nos julgando, mas elas nem se quer sabem o que realmente sentimos, as vezes nem nós sabemos ao certo. Os sentimentos são muito complexos e confusos, precisamos de tempo para poder descobrir o que eles representam... Penso que fica complicado fazer isso com influencias de um e de outro. Nos deixarem  pensar é muito melhor, afinal as nossas  escolhas vão-nos levar onde devemos  ir, não onde nossos  amigos querem que consigamos chegar! É que há sentimentos que parecem ser uma doença , que a ciência ainda não descobriu a cura, a doença mais poderosa do universo, dessa doença todos sofrem, crianças, adultos, idosos, os altos ou os baixos, os fortes e os fracos, mulheres ,  homens, até mesmo os homens que dizem não ter sentimentos  esses também amam … Uma doença estranha, sem muitos sintomas, de repente um suspiro pode ser a dose exata pra se contrair a doença do amor, um olhar que se encaixa, um abraço apertado, um sorriso sincero. Ninguém gosta de estar doente de amor, embora soframos quase sempre, sempre estamos dispostos a contrair novamente essa doença, ela nos faz sorrir e faz chorar, faz pensar e escrever, faz de nós poetas, escritores, faz de nós reféns. O amor certamente é uma das coisas mais extremas do mundo, que nos faz os mais felizes,  mas também nos pode fazer  sentir o pior do mundo, enfim para falar de amor, palavras não são o suficiente, para entender o amor não basta apenas escrever, temos que  o viver, ou ja o ter vivido.... Escrever o que sentimos nem sempre é fácil, colocar sentimentos em palavras é uma tarefa muito complicada, porque geralmente é á noite, quando estamos sozinhos em nossos quartos, que surgem  pensamentos, frutos de amoções, e é verdade, quando estamos rodeados por amigos , não conseguimos, mas quando estamos sozinhos, pensamos em coisas até antes pouco inimagináveis, que nunca seriam ditas por nós, acredito que todos nós temos um lado poético escondido, somos, afinal, autores de nossa própria historia, e essa cabe somente a nós designarmos um final feliz, somente a nós !

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Hoje estou assim como meio perdido, falta-me a destreza dos sentidos,  não sei bem como procurar o caminho de regresso a casa... Esta noite desci dos céus e ainda carrego nas asas a humidade do ar. A Noite foi fria imaginei-me como um anjo que deixou em mim a vontade de ser pássaro, e carregar nas assas os desejos de ser vento… Não sei porque para aqui vim, arrastado pela corrente, deste corpo ausente, seguindo o curso deste trajeto infinito. Não sei porque sou, o que sou, e porque ainda persisto , soa a  vazio, mas quem escreveu o silencio de palavras que eu não disse ? De quem é a obra deste destino que em mim se vai traçando?  Sei que atravesso os espaços, como um raio que antecipa o trovão, aguardando pelo som que estilhaçará o silêncio, dos pensamentos que se vão. Ainda assim prego aos céus como quem vela o sono, como quem desenha a sua sombra, que a todos os lados me segue e  conduz. Sei que esta luz encandeia o olhar, mas ao mesmo tempo, também faz sonhar. Estou aqui, sentado no canto da esquina onde debrucei o meu corpo, esperando apenas por um olhar, um eco... Hoje vou ficar na luz  para ser visto como sou , mas ninguém aqui está, todos  dormem profundamente, envoltos na própria vida… Hoje escrevo e sou apenas o suporte que transporta as letras, elas são o sentido que o lhes ofereci,  do que senti, não consigo conferir ou administrar outro uso e por pequena que seja a  mensagem, eu limito-me ao êxodo dos instantes que o mar provoca  ao esbarrar na terra, aceitando e provocando a respiração das suas pedras na ilha do tempo que há tanto tempo foi um instante ...

terça-feira, 21 de abril de 2020

Hoje vejo que nos tentam ensinar a viver "tapados", é assim que nos ensinam, é assim a doutrina a todo o momento, e é assim que acreditamos que o mundo é e terá que ser, embriagado de um fundamentalismo de senso comum em que vivemos… Já pensaram nisso? É como se durante o nosso  crescimento perdêssemos a capacidade de nos surpreendermos com este mundo em que estamos inseridos. Como se tivéssemos perdido  algo essencial, algo que os filósofos tentam despertar em nós, a indignação e a critica.. Porque há algo dentro de nós que nos diz que a própria vida é um grande enigma,  e  sentimos muito antes de aprendermos a pensar sobre isso. Em breve as plantas taparão por completo esta ponte da indignação e critica, que outrora estava limpa e ladeada de vegetação…Os  passeios dos que gostam de caminhar deixaram de se fazer. A natureza aproveita para se fazer notada, o verde ficará mais verde e as folhas deixarão de estar espezinhadas...O que era uma ponte por onde passei, ficará escondida, até ao dia em que possamos novamente descobri-la por entre arbustos que se fizeram muralhas. Agora é tempo de ficar em casa, dizem! Pensando no ontem e sonhando com dias melhores. Uma coisa que me sufoca, é saber que todas as pessoas que eu amo, um dia vão me deixar, embora façamos juras intermináveis de amor eterno e tudo mais, um dia o tempo vai nos separar, pode levar anos, pode levar segundos, pode ser neste agora, ou daqui 10 anos, mas o fato é que um dia, não os teremos mais a nosso lado, essas  pessoas que tantos amamos, que fizemos sorrir, e fizemos chorar, pessoas que nos fizeram tão felizes, pessoas que fizeram do nosso dia a dia realmente ser um presente, ajudaram a construir um passado cheio de muitas historias para contar, mas é lamentável saber que um dia isso vai ter fim, ficarão somente as historias para nossos sucessores. Acredito que a partir do dia em que compreendemos a vida, tememos a morte, a morte que é tão fria, chega de repente, e sem mais delongas, leva embora as pessoas que mais amamos, e deixa apenas a saudade para os que ficam, esperando sua vez ! Nenhum rio discute os seus obstáculos , eu sei! Até porque os rios não tem obstáculos, tem circunstancias de curso que contornam  por um lado ou por outro… Como seria bom nos tornarmos um rio. Imponentes que acumulam águas suficientes para não esperar e passar por cima, ou encontra modo de passar por baixo. Os rios não discutem , lutam ou reclamam com lamentações,  o rio aceita o que encontra e segue o seu caminho….

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Hoje as matas estão virgens, rodeadas de colinas verdejantes, o mundo transformou se num habitat de  aves com multi-cores que voam sem limitações humanas…É este o fluir da natureza em seu rito gradual, de constante transmutação, este resplendente santuário que  vai formando à medida que o ser humano se enclausura mais…Será isto um progresso ou retrocesso?! Sinais de progresso anulam o meio ambiente, porque não transformamos o progresso em florestas exuberantes e o céu turvo em azul fundo… Outrora  o asfalto , empedrado repleto de pessoas , dá lugar a vida de seres confinados a gaiolas, se conseguidos proezas destas em  estado de emergência , não o poderemos proporcionar ao mundo em vida normal?! Tanta coisa para reflectirmos ao abrir a janela da nossa inspiração, para este desprendido cansaço desumano abrir das suas mãos e traçar destinos,  sincronizar sentimentos agraciando a alma da magia das cores a rasgar a devastação humana… Não pensem com isto, que acho que o ser humano tem feito tudo mal, não…Mas!! Está na altura perceber que o amparo do colhimento não é só para o ser humano, é sim para todas as demais espécies que tem sido subjugadas à nossa conduta egoísta, arrogante, abusiva!  As nossas mãos podem mesmo em tempo de “guerra” ser elas a transportar o cálice da paz.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...