Hoje , bem hoje o tempo, me desagua num rio de só um sentido, como se eu fosse um náufrago, de uma busca suspensa ! Recuso-me a morrer junto a esta janela da vida, devolvam-me o tempo e por favor , deixem-me usa-lo …Ele nunca é suficiente para um pleno conhecimento do sentido das nossas vidas, das nossas paixões e dos nossos amores, então resta-nos o protesto o inconformismo porque o tempo , esgota-se…Apesar de tudo…Com ou sem memorias, ás vezes descobrimos que o pouco que usamos foi mal…A única forma que tenho é escrever como protesto, porque escrevo sem precisar de falar a verdade ou recorrer á mentira. Debito a ficção com a realidade a todas as palavras que ouso proferir, escrevo palavras que correm de mãos dadas ou às avessas, embaladas quase sempre em doses ponderadas para nunca serem desmedidas e ferirem os outros. Hoje apenas afago a escuridão, como se precisasse dela, por isso já nem lhe irei oferecer mais resistência, deixarei por ela me sugar, ajoelhando-me nas palavras que me prestam um silencio sagrado, escondendo a noite que se adensa , no toque que as silabas verbalizam em mim, fazendo derramar os sentidos que rebentam o peito em interrogações expulsando o corpo para fora de mim mesmo! Estou compondo os restos do meu corpo como se dum puzzle se tratasse , vou juntando peças, tentado erguer das raízes um traço da alma que pelo caminho ficou tatuada no corpo em palavras … Não escrevo para que me leiam , isto jamais será um poema , isto é apenas um grito! Se a vida vai ter que ser de silencio , então que ele me faça dançar sem me cansar com os sons da minha alma, porque em mim toca uma orquestra, vários dias sonora que me preenche, noutros a poesia que me embala, sonho com uma musica de violino mas viajo na voz das palavras…
terça-feira, 2 de novembro de 2021
domingo, 31 de outubro de 2021
Hoje as palavras geram reflexões, ler às vezes não faz meditar. Mas para quê? Para pensarmos e aprendermos algo que acrescente à alma? Mudar atitudes, nem sei… Às vezes as palavras pesam e confundem a mente. Qualquer frase que nos leva a refletir nos espanta, silencia-nos. Em certos momentos esvaziamos e não queremos mais que somente viver; mas o que é viver? E retirar pessoas das nossas vidas porque, queremos mais delas , nem sei isto intriga-me e não há segundo ; sem que as palavras não me intriguem, por isso chega me um sorriso ou uma paz interior. Há momentos em que ficarmos presos às complexidades que o olhar sobre a vida nos impõe. O mundo anda confuso, as pessoas e suas problemáticas já preenchem nosso cotidiano com uma diversidade de pensamentos que ficamos penalizados, quando não, pensamos da mesma forma. Pensar para quê? Se a vida por si só, já nos aniquila com sua realidade cruel. Refletir sobre certos temas é bom, mas quem não gosta de simplesmente esvaziar a mente e focar os olhos no horizonte? Bom mesmo é somente caminhar, sem saber para aonde; somente olhar sem saber por quê; amar sem motivo algum; viver sem uma busca específica. Leveza é isso, é um desligamento do que amarra nossa mente em confabulações desnecessárias. Por uns minutos que seja, queremos somente estar presentes, vivos numa vida que orienta com sua simplicidade. Que seja somente para olhar estrelas, ou dar as mãos numa caminhada, mesmo que tudo não faça sentido. As vezes um pensamento, por mais reflexivo que seja não nos apetece, não estimula nosso coração. Diante de tanto caos, há vezes que não desejamos pensar muito. Queremos somente um pouco de paz, uma viagem silenciosa por palavras que abracem sem códigos, sem descrições enfeitadas ou imbuídas com significados. A mente, por vezes, quer ser livre, somente. Para sonhar com alegria, sem cortinas atrapalhando. Portanto, que hoje a simplicidade impere. Hoje vamos apenas olhar, sentir as palavras, nutrir o nada que elas são, o vazio que há nestas frases, ou lição presente em cada palavra absorvida. Leiam, sintam, amem. Silenciem-se. Vivam! O mundo e o amor , não tem de ser igual para todos e isso é fantástico, pois podemos amar sem alguma vez ter de o proclamar, justamente por não impor limites, por permitir que cada olhar seja sentido de forma única e diferente por cada um de nós. As vezes amamos muito mesmo mas não conseguimos resgatar o significado que os outros idealizaram mas! Mesmo que para os outros nada signifique, por trás de cada palavra que escrevemos há sempre uma imensidão de sentimentos, e nenhuma boca pode dizer as palavras que eu sinto...
terça-feira, 26 de outubro de 2021
Hoje sento-me em mais um ponto de partida , tantas vezes me sentei aqui , nesta muralha da vida, logo eu , que me fixo como uma rocha no agora, eis-me a sucumbir com o peso da mesma no dia de Hoje! É a solidão que nos faz parte integrante deste estado de sítio… Sentado, fico a ver a alma que deambula pelas ruas da vida, sei bem que há dias em que a alma sai veloz à procura de paz e quietude! São os estranhos desígnios dos Deuses! Será que este tempo tem razão para ser amargo? O tempo define-se como o melhor mestre para tudo. Como quem veste uma burca sigo de rosto coberto, como quem não vê e enterra sonhos na poeira do asfalto, fico de olhos limpos na lacrimejante aceitação da lagrima que resvala no colo onde a seiva suga a ultima gota do fruto perdido. Há dias assim , em que a esperança acaba engolida pela sede das sombras que se semeiam, sem pedir permissão, no pó da ampulheta da vida , que grão a grão, soma-se ás palavras que sobram nos sentimentos à deriva, dando forma ao pensamento da semente em espera, indivisível no caminho …Não me sinto nem perto nem longe, do antes e do agora. Apenas me revejo na idade das almas, no que estas apertam e calam porque é ai que me procuro, não em tudo onde me achei porque em nada posso caber se em algo sobrar…Hoje se eu cortar os dedos a esta voz, qualquer coisa basta , mesmo sem nunca ser bastante eu jamais saberei de minha existência e vocês nem perceberão que eu existo!
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
Hoje cresço na nudez das pedras que desmaiadas pernoitam na margem das marés vertendo-se nos caudais áridos do sal que se espumam pelo seu relevo. De onde provem todos os nossos dias, senão das pedras que se fixam assim, como as velas se fixavam aos barcos do antigamente! Subo para cima, nesta ilha de uma jangada imperfeita que navega abruptamente por entre relâmpagos que os céus devolvem a esta ilha desamparada que leva nas mãos do infortúnio um caminho que ignora as placas e nos faz sentir perdidos…Chamo as chuvas ao meu céu, que seja tão liquida, que se precipite por entre os dedos das minhas mãos fazendo-me escancarar as janelas onde já acendi a luz que derramou das estrelas. Hoje fixo a cor indefinível das marés, que enrolam em cada frase minha, todas as areias que as minhas mãos ancoraram, faço-o por tudo, pelo luto, pelas palavras, sim, até por todas as palavras parcas, modestas, que se afogam, se fundem por lucidez ou distração numa outra! Eu já subi ao mastro mais alto da vida, onde os mares fazem os seus ninhos, para lá do azul do horizonte, onde o mar sangra espumas brancas nos escombros dos trilhos dos barcos…Sei bem que não há nenhum céu escondido nesse mar, onde tenho-me banhado nestes anos de vida, ainda assim sei que há muito mais que esperança , mas eu não consigo obrigar o meu corpo a nadar quando até a minha alma se afoga no silêncio! Ainda não tive a oportunidade de sentir o mundo sem que este me exija mais do que aquilo que tenho para dar, corro, grito , elevo-me , chego a voar mas apenas nas águas onde o mar ainda não se espumou…É ai que fica a minha casa vazia onde muito antes de haver luz eu me afogo nas palavras.
segunda-feira, 18 de outubro de 2021
Hoje vos digo que muitas vezes aquilo que sentimos é tão envolvente que nos faz sentir unos, fortes e nem deixa a chuva ou o sol nos tocar ...Por dentro abriga-nos , por fora desgasta-nos deixando-nos encalhar nas nuvens sem porta sem rótulos apáticas, quase mortas pelos punhais emergidos das ondas convulsas sem fim! Podemos coar o silêncio, sorrir para as estrelas, murmurar na escuridão que os ecos do nosso corpo, jamais deixarão de caminhar no inventario das memorias, que o sal acendeu no nosso corpo! Eu já acreditei que podia voar despido nos canteiros que plantei no teu olhar mas!!! Os orvalhos da noite derramaram a chuva e o clarão do sol nos beijos que um dia selei, são a certeza que podemos ser tão densos como as palavras, como o prazer indeciso na inquietude dos sorrisos que nos despem a defesa do corpo...Eu já vesti as estrelas e lancei sobre a fogueira da vida, a lava de um vulcão, hoje algemo o amor na saudade dos sorrisos passados e escondo o eco do silêncio no meu olhar...Há dias assim, que a estrada da decisão traça um caminho que não esperávamos, ouvimos a porta a trancar da rua, os gestos perdem-se na escuridão que arrefece o dia que ficou amarrado apenas ouvindo o desejo inteiro a cair, apenas entrado por um sonho perdido na porta que se fechou...Hoje fico aqui, empurrando tudo para dentro de mim, quando volto a trás apenas pare reler o caminho que perdeu por extenso as palavras que arrumo como fragmentos! Jamais me irei sentir nesta vida como um génio , mas nesta natureza que me atraiçoa prefiro a musica desolada onde me escondo á cegueira de ser apertado contra o vazio dos imortais...
sábado, 9 de outubro de 2021
Hoje tropeçamos em caminhos dúbios numa reza por um céu mais limpo, onde os medíocres promovem as suas mediocridades tombando-nos num desalento coletivo. Os tempos são traiçoeiros, ficamos focados na consequência das noites á luz de focos invertidos que não iluminam causas, dobrando-nos a convicções que rompem no manto escuro que retira a crença…Sinto-me humano, descuidado, sem foco de estrelas, que não se consegue governar no bairro da hipocrisia onde fervilha uma crescente força de lamaçal ! Até parece que foi ontem , que vestia-me de fogo ao transpor os riachos sem medo de me molhar, deixava-me ficar de pele molhada na boca das brisas que colhiam o silêncio da floresta no ventre da vida… Parece que foi ontem que os céus pintavam a alma sem profanar os segredos das nossas margens, parece mesmo que foi ontem, que os desejos imprimiam-se na nossa carne como quem tatua com pinceladas os sussurros de um corpo imóvel! Parece que foi ontem, que senti os sabores dos beijos que perdi no sentido da saudade desta pele de mendigo que a minha alma reclama na mingua da brisa deste folgo. Parece que foi ontem, que as minhas palavras se insuflaram nos ventos e esbarraram nas janelas fechadas das marés que o tempo levou, amo-vos filhas perante a transparência que a luz deste dia amontoa nesta ilha onde fiquei retido reclamando a liberdade desta dor que a cada dia doí mais e teima em não acabar… Parece que foi ontem, mas tudo muda e nós também, peço-vos apenas que me voltem acordar quando tudo acabar...Somente por amor é que alguém, coloca as mãos no lume e se queima, somente por amor movemos terras e céus, rasgando os véus num salto para o abismo sem olhar para trás, somente por amor e até parece que foi ontem, é ai que a vida se refaz...
sexta-feira, 1 de outubro de 2021
Hoje já não há quem invente fórmulas químicas para provar que a água que corre sob a ponte que pisamos é diferente das outras. Não venham a palco certificar diferentes linhagens para as águas que passam por nós, dizendo apenas que oferecem diferentes cores consoante a luz que o dia expõe ! Não venham como os políticos que tudo exaltam para ficar sobre a ponte que caminhamos, nem me venham agora dizer que o rio, que apenas visitam fugazmente vai ficar bem diferente daquilo que era já ontem. As águas que o rio arrasta são sempre as mesmas, mesmo, que tragam memórias antigas, elas espelham sempre espaço para dias sombrios como um rio afluente que quase beija as arcadas da minha ponte. Só as barragens podem domesticar este rio. Agora, por mais que chova, as cheias que ultrapassem o esperado, são apenas um leve presságio do que foram no passado! Sinto a brisa do Sado, esse rio que nunca mais ousou crescer, nem para beijar as arcadas da minha ponte. Podem todos especular , mesmo que o rio ousasse transbordar como nunca aconteceu, mesmo que excedesse os seus limites, eu jamais perderia o meu foco de construir uma ponte que me elevasse…Hoje sinto-me enformado nas falésias que se encaixam no caudal, que pela rua corre formando margens entre dois lados, se as pessoas não andassem distraídas, dariam conta que a ponte é um limitador de dois mundos, já que nem todas as palavras são de amor; nem todos os beijos são sentidos. Nem todas as relações com as pessoas são saudáveis; nem todas as palavras ocas matam, ferem a alma de quem ama…Tenho dias assim, em que simplesmente sinto o mundo dentro de mim, como se fosse capaz de o sobrevoar por inteiro e dele me fizesse aprendiz num corpo selvagem onde a vida apenas pede coragem, neste mundo onde tudo acontece , no toque, no som, nos suspiros, que mostram a vida a seguir muito mais além que a nossa ponte…Sou eternamente um começo, um meio, um despertar, que me faz renascer, a cada olhar, a cada travessia na minha ponte!
quinta-feira, 16 de setembro de 2021
Hoje pairei no vento, enquanto este elevava as folhas na promessa do outono, Não sei se o céu estava desprevenido na face da sua ausência, mas, confio na estação vindoura, como se fosse um mapa, exposto na sua fina fragilidade do relevo imposto. Visto a armadura preparada para os contratempos, sei que as lágrimas são apenas a tatuagem da angústia que emerge na pele nos dias sombrios, sei que os ofícios que me destratam não pedem favor, mas também sei onde está o refúgio em mim, nessa bússola que levanta o olhar para a paisagem oceânica onde são inventariadas as nossas vivencias. Eu há muito que descobri que a pele contrariada é apenas um peso medido pelos sobressaltos, como uma mão que ergue a meio da tempestade e a concilia… Sinto-me como um corpo que se mete no estuário deste rio, sem medo da maré-viva. Sou apenas mais um lugar da vida , mapeado de cicatrizes, que se reagrupa como moléculas que compõem os palcos de outrora onde um tempo se jogou. Mas , esse tempo está fora do jogo. Agora, sou eu que estou fora do tempo. Congeminando à minha intemporalidade. Sei que posso sair das fronteiras do tempo e procurar-me em qualquer mapa de vida, é como se tivesse descoberto a porta do tempo que me fornece múltiplas possibilidades de ser apenas eu. Não me escondo atrás de biombos que diminuem a minha estatura. Não fujo do que sou. A minha estatura é a dos mares todos juntos. Jogo as marés no propósito da minha viabilidade, não no propósito da minha visibilidade . Sinto que sou mais do que o corpo que o espelho mostra. Não preciso de paradeiro , sou um mapa que se reinventa. Todos os dias.
quarta-feira, 8 de setembro de 2021
Hoje sinto o dia escuro, escondido atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente, tentando inutilmente fazer-se despercebido. Esse escuro transparece e grita, onde se nota e clama… Move-se entre as paredes do meu labirinto, é um eterno vagabundo sem outra casa ou outro alento na vida. Vive na sombra acorda-me de manhã sem me deixar dormir à noite, move-me, o dia inteiro, no desejo de que o dia se torne noite outra vez…Pensa ele que passa despercebido em mim! Mas não. Quando tento escapar-lhe, ele toca-me na alma, já começa a ser regular esse aviso, que me faz revirar os olhos, tentar e desistir da busca pela coerência. Mas!!! Quando não o sinto pergunto-lhe se ainda está em mim. Não há uma explicação lógica, não há uma agenda nem um motivo... nem precisa de haver. Continua tudo oculto nos recantos de mim. E faz-me ao menos sentir acompanhado. Mas continua tudo , desafortunado, difícil, persistente, inevitável, Maduro irracional. Como é estranho o vazio me preencher de saudades, inventa histórias feitas de palavras ditas ou pensadas. Transforma-me pensamentos em desejos. Desejos em sonhos. Sonhos em segredos que não se contam a ninguém. Esse dia escuro está escondido. Aí, escondido à vista de todos. E ninguém sabe. Ninguém vê. Ninguém sabe que fica atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente. Ninguém sabe que permanece no centro do meu pensamento. Mas ninguém precisa de saber... É esse o sentido do sentir. Acontece dentro de nós. Muda tudo em nós, sem nos mudar. E avança connosco, até parar no transito!!!. Pode não ter nome. Pode não ser claro. Mas está lá, faz-me persistir sabendo que não estou só... Quando não vivemos por fora morremos por dentro, talvez seja esse o escuro que me grita e se move no meu labirinto interno, dizem que tem de estar escuro para se ver as estrelas ... Sinceramente , acho que as minhas 24 horas de muitos dias tem sido diurnas... Sinto-me cansado de muita coisa, de tolerar o intolerável , pode não parecer mas sou um homem humilde, e esta forma particular de expressão de maturidade psicológica, e de saúde mental que tento erguer é sempre genuína e parece transparecer uma certa atitude de tranquilidade interior, ou mais ou menos de paz interior. Mas!! Nem sempre isso é verdade! Esta forma de estar, apenas está associada a uma capacidade de apreciar realisticamente as minhas vulnerabilidades enquanto humano, e muitas vezes é aqui que falo delas mesmo que não exista quem o perceba ...
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
Hoje é daqueles dias em que sinto que me falta espaço para caber na minha própria vida, esta reclusão cega-me, deixando-me refém dos delitos que a minha consciência nunca cometeu! Há sem restrições pecados vividos na vã mania do sentir que deliberaram o tremor inconstante do imprevisível que estremeceram as bases frágeis da fraqueza do amor…. Fazendo-me frágil na força e forte na fraqueza! Acreditem que há danos, encruzilhados nas fronteiras dos retratos outrora efusivos que nos declinam, umas vezes amansando, outras mantendo, padecendo, matando em nós o intenso guerreiro que já há muito depôs as armas, fincando indefeso apenas marchando no meio de muitos outros que se afunilam! A verdade é que os horizontes, são feitos de luz que se dissipa inesperadamente. Foge-nos o apego instantâneo do ritmo enclausurado em nossas bases humanas. Talvez pelo desajuste íntimo e humano do tão essencial em ser, estar e viver. Quero muito viver, mas, há pouca nitidez nos pontos aos quais me vou remetendo, no raciocínio que mais parece que foi burlado por um campo de força que se alimenta da nossa felicidade. Dias passam como um piscar de olhos. os anos se atropelam, não há regra que diminua o ritmo da incerteza desordenada, que incide nossos passos a um fatal desgaste…Não é saudável ver a falta de cores nesta vida, o sopro de todos os descuidos retira-nos a clareza, perspicácia do templo que ancora as nossas principais alegrias e vontades! Chego á conclusão que acabamos involuntariamente de dispensar em excesso a nossa capacidade humana de subverter o simples em grandeza e de conferir o pensamento no miserável! . Falta-nos o espaço, suspendemo-nos numa correria sem precedentes com a falsa noção que tudo passara rápido. Mas!! Não! Nós é que nos apressamos sem precisão, sem alinharmos os nossos sonhos pois são eles que realmente nos movem os pés. Tornamo-nos as vítimas dessa fraude que nos lança sem direção a lugar algum...
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
Hoje nem tudo acontece como esperamos. Esta é a verdade mais absoluta da minha vida…. E creio que nunca aprendemos com esta verdade. Acho que faz parte da nossa natureza teimar, lutar contra todas as evidencias que nos fazem voar, ou simplesmente perder o voo que idealizamos... A vida é mais real, se marchamos numa rua em constante construção, há que ver por este prisma diferente que nos leva a encarar as adversidades e os acontecimentos com recetividade, a ponto de colorirmos melhor esse caminho que nos surge, na maioria das vezes cinza. Olhar para trás não significa voltar, porque voltar é exatamente o que não precisamos. Voltar é se deixar afetar. E este não é o propósito. O que passou é como um livro de cabeceira. Afinal, o livro de cabeceira é um livro que nos identifica de alguma maneira, é aquele que já lemos milhões de vezes, mas sempre o consultamos regularmente; às vezes para encontrarmos este algo que nos coloca no chão e nos faz lembrar o que somos; além de elementos que nos atestem de sabedoria e nos ajuda a renovar, para o amanhã melhorar. Mudar de estrada não significa alterar o horizonte que se segue, ou desistir do sonho! Os olhos alcançam mais que as mãos, quando estas acenam em distâncias o que nenhum gesto de corpo é capaz. Mesmo assim continua longe de se ver o além por trás da linha do horizonte. O quadro da vida ao redor, classifica-a e a limita, impõe-nos feito uma estátua com espaços para poucas lapidações. Mas da mesma forma como as paisagens são mutáveis nas nossas vidas, com o tempo, nossa alma se transforma ao mínimo movimento. O olhar pode mirar um simples verso do horizonte e com esse aprendizado nos tornamos capazes de alcançar os sonhos escondidos por trás do tecido celeste que reveste a nossa alma…Ela é o maior reduto de sensações no nosso ser, nunca nos irá abandonar e será o mais oscilante de tudo em nós…Hoje tenho de admitir que me sinto meio perdido nestas linhas tortas da vida!
domingo, 8 de agosto de 2021
Hoje a lua olhou para baixo focando o meu caminho deixando de fora o seu encanto…Não sei o que a fascinou em mim para ter tempo de me acompanhar até casa. Talvez tenha tido piedade e recordou-se de mim e dos meus passeios pela escuridão onde nem se conseguia avistar o verde das árvores e o azul do mar…Estou-lhe muito grato por ter-se dedicado a mim nesta noite …O Sol tinha-me avistado mas!!! Escondeu-se , eu não me iludi ao vê-los! Eu sei que há na caminhada humana todos os meios que levam ao caos ou ao cosmos.. Nunca ignorei isso…Sempre foi assim podemos ser tudo ou apenas metade de tudo, podemos ser solidão solitária ou solidão acompanhada. Vitórias perdidas ou momentos entregues ao luar, ser tudo ou apenas um pouco de algo! Foi sempre assim podemos reflectir-nos num espelho e apenas ver o corpo sem a alma... Podemos sentir a alma sem corpo… Podemos ler o coração sem vontade. Podemos ser metades de metades, divididas aos poucos, até não serem mais do que grãos de poeira a esvoaçarem pelo céu da vida, ocultando o sol e a lua que nos Guia…Hoje perco-me no tempo e não me recordo de colher outra coisa. Apenas metades!!! Metade da vida. Metade da realização. Metade do percurso sem fim que se acumulava em nadas, em vazios, em sensações eternas de metade da vida deste caminho que tarda… Vivo sonhos escritos empilhados em poemas, que se fizeram livros e se arrumaram em estantes onde metade dos sentimentos foram meia mentira... O resto dos sonhos ficaram esquecidos nas meias verdades que dançam valsas sem par...
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...