quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Hoje partilho que nunca o tempo se perde no caminho , mesmo quando no vento nos deixamos arrastar, deixando para trás as pedras, castelos, sonhos….O tempo nunca se esconde, gastasse e perde-se na alma quando os sonhos são a  raiz dos sabores, dos cheiros, dos toques, ainda que  distantes onde as lágrimas inundam por inteiro uma vida que se faz…No tempo não há vazios, há silêncios consentidos que doem arrastando-se até termos a consciência que o tempo é nosso! É esse tempo que me leva a ter a certeza que nunca escreverei nada de original, tudo já foi pensado, escrito,  outrora dito… Por muito que, aquilo que escrevo possa  ser ignorado, continuarei a escrever porque neste meu tempo dos dias de hoje, eu não escrevo para ser aplaudido, tatuado ou reconhecido …Basta-me a possibilidade de poder dizer o que penso, como uma luz que  ilumina sem nada pedir ou cobrar ! Este simples ato que me é concedido, de erguer os olhos e conversar com o luar, é uma pequena gota de luz que me cai do céu e rega o coração! O luar é a minha capela, meu confidente, que me faz sentir enamorado pelas estrelas, proferindo palavras que me alimentam na hora de abrir os portões e deixar,   pessoas partirem da vida…Eu sei que não as posso reter , esta vida é uma viajem e gostaria de abrir as portas para entrarem ao invés de saírem Mas!!! Um dia quem sabe se voltaram,  as vidas são cíclicas, as almas infinitas, de sonhos que voltam à casa de partida, porque até posso um dia cair no abismo, mas terei a sensibilidade de ter sido sem de facto ter precisado de ter sido mais do que outro alguém…


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Hoje  como uma serpente o meu pensamento serpenteia-se na alma, como uma procura de caminhos que aos meus pés se perdem sem uma saudade, uma memória rompendo-se na embriaguez do horizonte… Vagueiam-se gritos, ventos,  marés e cores que invento sem parar nesse sonho afogado entre o sangue e o fundo do mar! Volto-me para este  vagabundo que o meu peito abriga, por entre o macio da pele, perdido nas malhas e nos silêncios do olhar, versos, tingidos na tela  consequente da explosão do peito sempre que o tempo não vem. Hoje gostava de inventar outro tempo, em que os segundos fossem eternizados nos silêncios das memorias nessa onda que abraça os ventos e trespassa-nos ficando tatuada no nosso olhar. O azul do mar beija tudo o que deseja,  fervendo a pele nos poemas da inquietude do areal…Procurem-me no silêncio que encanta os corpos e luta nas águas loucas que se serpenteiam no areal que me encanta como este meu pensamento. Que a espuma deste mar , continue deixando  espaço livre para receber os corpos que perfumem os silêncios! Que perpetuem as vontades! Que joguem as emoções! Que se percam os caminhos! Que deixem o ar embalar os sonhos! Que se cantem as histórias! Que se fundam os olhares! Que se inventem os dias!  Que se toquem! Que se sintam! Que se fundam! Que excluam os maus para o infinito! Que se escrevam poemas! Que se lembrem todos, todos! Todos os sentimentos que se tenham congelado! Porque hoje vejo pessoas que perderam a capacidade da entrega, não sei se congelaram pela incapacidade da entrega, ou se deixaram de entregar-se,  como sequela do congelamento dos sentimentos… Vejo de tudo mas!! Não vejo pessoas vazias…

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Hoje eu até tentei, escrever varias palavras nas folhas em branco do meu perfil! Tentei colocar numa poesia de palavras  fáceis de entender, mas pela primeira vez , apaguei tudo e recomecei de novo… Não é difícil encontrar palavras, nem tão pouco é difícil soletra-las, por muito que contenham o infinito de mim, elas são a cor do meu jardim.  Eu já tentei escrever em vários idiomas, mas não há outra forma de dizer certas coisas, difícil é, encontrar quem perceba ! E, apenas as palavras me levam, nesse voo onde o “sémen” escorre de mim no silêncio, sugando-me o sorriso aberto, deixando a noite na inquietação do desejo…As Manhas acordam vazias, depois de despir a fantasia , as tardes vão clareando os meus sentidos, fica o grito dos sonhos esquecidos desse amor ausente que se faz noite em mim, abraçando as confidências que se calam nas minhas vivências… Quero gritar  com o corpo, deixar-me cair no mar, deixar o areal engolir-me nesse sonho derradeiro,  ser vento, tempestades, folia, e tricotar em mantos de amor os caminhos dos aromas da Brisa do Sado que pulsa em mim… A memoria é rouca no meu ser, faz-me vagabundo  das marés, apagando a fogueira acesa que restou, no caminho das amarras do amor que pintei nos céus com o sangue que de mim foi-se esvaindo…Hoje é nesse voo rasante pelo areal, de peito aberto, que tudo parece perto e longe, como um deserto...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Hoje na parede dos meus sonhos  o espelho é azul como o  mar. É nessa parede que escrevo o que sinto e só ai tudo se alcança. A parede dos meus sonhos é a minha essência, todas as histórias são contadas em pele ardente, só ai o caminho se faz sempre em frente, sem o corpo adormecer com o sopro do vento. É essa parede onde grafito os meus silêncios,  lavo nos meus gritos de vida, só assim consigo desmaiar na rouquidão …Alguns podem achar estranho! Mas… Sou como as crianças, escrevo os meus sentimentos para me recordar que sei sentir ! Todas as emoções , que o meu coração recita, é  em  batimento apressado, assustado ou simplesmente em palavras que o meu eco recria, fazendo parte do vazio que preenche a minha Alma…O amor pode ser em papel! Há escritas em pedacinhos de papel, que de tão pequenos podem ainda assim se transformar em focos de luz que nos iluminam as noites como se fossem estrelas, trazendo pensamentos escondidos que espreitam na inquietude da noite … Há palavras que são escritas em tempo errado, que o papel húmido das lagrimas caídas recusa guardar, não devemos escrever o amanha… Hoje posso escrever o meu amor em papel de embrulho,  projetando as cores do por do sol na areia da minha Praia…Posso envolver o que escrevo num laço para enfeitar o grande amor que sempre tive e sempre vou ter por vocês,  amo-vos minhas filhas e  na parede dos meus sonhos vocês são as atrizes principais…

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Hoje é um dia que não posso negar o motivo que me faz existir! Hoje penso que o amor está além do que se espera até porque ele não espera nada, ele é talvez seja a espera eterna! Ele não é só um momento, ele é mais do que o tempo e quando falo de amor, não posso deixar de dizer que ele não se restringe a duas pessoas...Mesmo sendo a primeira ideia que temos sobre isso! Há um amor que transcende e que se enraíza nos sentimentos e em tudo que o pensamento cria. Até porque, para amar alguém é preciso antes amar simplesmente. Sim, Amar sem explicação, sem sentido ou significado. Gostar de alguém  não é amar, amar, é a própria expansão que a vida representa. O amor nunca foi feito de metades, ele  é a doação de inteiros, plena, onde a divisão não entra , e a multiplicação não subtrai, apenas incrementa e adiciona!  Acredito que há quem viva na descrença total, eu mesmo já me coloquei nesse precipício onde o único sentido de vida é tentar mantermos  de pé sem deixar que os sentidos nos toldem ou nos deixem cair… Gosto de me sentir de pé, mas não quero ficar de todo por ai, quero sonhar , voar e propagar a nobreza de algo que transcenda os padrões da própria compreensão …Eu já me debrucei sobre o “cúpido”, serio!! Segui-lhe os seus passos, eu sei que muitas vezes ele erra a sua flecha … Opto em seu detrimento chamar os Deuses, pois só eles tem  o mérito da eternidade, talvez esses,  façam nascer as quase eternas relações de cumplicidade e afinidade que se formos a ver, são o suficiente para nos fazer voar…Porque hoje o mundo “Gira” e eu fixo, o mundo racionaliza e eu sonho, o mundo cala e eu falo, o mundo aterra e eu levanto voo,  o mundo ri e eu choro…

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Hoje eu repouso o meu olhar, na  vertigem das palavras, que em rodopio me fazem navegar sem nunca parar …Tem dias que chega a ser ardente, este Cansaço, que pouso e repouso nas correntes emotivas do imprudente , onde as cores da vida desenham sonhos eternos ! Preciso partir! Posso até me perder no vazio, mas recuso-me a atirar as minhas palavras à calçada, ou afundar as lágrimas num futuro incerto… Hoje o tudo é cada vez mais o nada, e , na margem de mim apenas o grito pode ecoar na solidão . É na luz de todos os partos, que as pedras dos sonhos desenham caminhos dentro de mim! Talvez seja por este mundo virtual que possamos ainda pedra sobre pedra, escrever as memorias, e disseca-las da escrita viva, que sinceramente envelhece como um  livro na prateleira…Gostava de escrever um livro! Mas quantos passos são precisos para correr essa caminhada? Que gritos partilhar , quando a alma já esta calada? Quando dar de mim se não me sinto com nada? Em que face deixar correr as lágrimas? Como esconder os calos desta vida calejada ? Quantas mais interrogações posso fazer? E o vento frio não se faz sentir... fecho a cortina do horizonte neste terreno em cinzas de Inverno. Estico o olhar e vejo o labirinto ao longe,  Entro? Fico? Avanço! . Não, resta-me  afastar. Nem olho para trás, claro que a porta ficou aberta para deixar entrar as minhas lágrimas. Que da saudade para ser honesto, só conheço as palavras… Vou escolher uma estrada, faço-me a ela, e ai, tenho de avançar. A viagem é longa, quem sabe eterna... Levanto a cabeça , tenho vontade de  arrancar-me um pedacinho, nem que seja  desta ausência. Vou. Porque só assim saberei ficar...

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Hoje em dia eu cultivo a palavra, a mensagem, de todos os que me trouxeram até este lugar onde fiquei inerte. Sou o mensageiro, aquele que fala em nome de outros e em nome dos seus silêncios, sou aquele que pronuncia o que lhe foi dito, que escreve o que já foi sentido e ainda é... Mas, meus amigos, nada sou mais que uma folha de papel, pedaço em branco sem existência que apenas carrega a cor da tinta que alguém em mim imprimiu. Sou o silêncio, porque não falo com a minha voz, sou o anjo porque não sou salvador, apenas protector, apenas o que fala em nome de outro!!! Este não é o meu caminho, mas o trilho que percorro, algures no tempo, alguém me instigou pelo objectivo de atingir o meu… O meu lugar! A minha eternidade. Estes não são destinos, são momentos que em vão percorro, e enquanto o faço, vou arrastando aqueles que me escutam, que me seguem, que me lêem. Das palavras faço os sentidos que se propagam por tantos destinos, por tantas almas que, como a minha, são gotas de luz … Não temo a noite porque ela dá as estrelas que me hão-de conduzir ao destino, não temo a luz porque ela é a porta, não nego em falar sobre as imagens que guardo em meu coração! Se carrego alguma dor ela provem do inicio e não do fim das palavras…

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

 Hoje Estou longe mas em pensamento , consigo estar perto demais da minha pequena caverna escura onde me sento , agacho e me acho! É onde me perco nas vozes das silabas das palavras, onde me sento junto a um fogo,  já que do meu,  me canso por tanto me acender nas lágrimas narradas de histórias sem fim…Mas hoje calo-me. Estou longe, apenas me apetece o grito, do vazio, esse infindável e tremendo ronco de dentro que ecoa por toda a parte de nós! Resvalam  avalanches na pele gerando  inquietude nos passos… Mas sinto saudades, daquele manto no areal construído pelas brisas que outrora me iluminaram o sorriso. Aqui não  há areal , nem marés, nem brisas…Ainda agora cheguei e já estou impaciente por voltar, encontrar a estrada de retorno deste caminho que me fiz na estrada …Estou longe ! Calo-me para deixar o silencio ferir , sei que ele comunica muito mais, nem olho, os olhos caem de mim como punhais  que deslizam sem fim sem saberem para onde ir…Tudo é falso na tribuna de honra , a pele fica seca como um andor que serviu para promessas de honra esquecida . Enquanto aqui estiver, vou apenas varrer a memória , tingir a fome com os versos do passado entre penedos e enredos,  onde as palavras não podem unir nem deixar o amor existir…

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Hoje deixei cair na terra a vigília  da noite. Escutei a cor do choro, perante  sonhos vãos. Nem no perfume resiste  ao cansaço da voz que me ferve nos poemas feitos de trovões. O  estrondo das ondas nas rochas pintam de espuma a atmosfera assim como o caminho no horizonte que deixei! Para quem acredita na eternidade, ela não tem morada…Ora esta no peito, ora na agenda, escondida num rascunho, onde os gritos soltos ganham vida, fechando os olhos ganham cor, mas!! O que fazer, o que pensar, o que sentir, o que encontrar, o que libertar, o que aprisionar , o que cuidar, o que inventar, o que perder, onde ficar, onde existir..?? Meus lábios derretem paredes , num pedaço de pele,  o calor se desfaz na acendalha que alumia os meus passos neste silêncio que serve-se de résteas de sonhos , magia, de versos deitados ao acaso como cinza na minha identidade perdida na eternidade…

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Hoje deixo na foz deste meu olhar, as sementes de ternura e prazer,  porque só existo nesta essência de ser jardim quando o tempo me faz voltar a nascer, sempre que regresso de novo a mim desta viagem pela retina que a córnea esconde da íris dos meus dias… Todas as vidas podem ser um poema eterno que se canta  entre os sonhos e a estrada que os liga ao real! Há cores que a pupila deixa passar nestes labirintos, que desfolham as cores da  paisagem na inquietação dos passos interditos que o amor inventa e deles faz uma canção…Na vida não há morte de sonhos, isso é uma mentira, existem sim sonhos que se desfazem nas mares,  mas ressuscitam na espuma dos dias a cada recuo entre os tempos da praia mar…O meu nome desfaz-se nos ventos, no enlaço e cada momento, o meu destino inquieta a procura, na deriva entre a dor e o vazio! Desenho nos meus dias a canção dos silêncios, que, afogam o embriagado sabor dos roucos, na tatuada pele de todas as historias que escrevo… Forte em mim é apenas os rumos seguros mas incertos de uma ceia que se sirva pela noite fora…Não pensem que escrevo para mim, a todos os que pensam que sabem , e aqueles que tentam adivinhar, apenas digo que escrevo como alguém um dia disse: "escrevo para fora de mim"...

domingo, 27 de janeiro de 2019

Sabem!!! Eu hoje sei que todos trazemos escondidos na alma, pontos obscuros , inconfessáveis , que o sorriso de ocasião tenta camuflar . Todos Vocês são como eu , carregam um sorriso numa lágrima e escondida bem no fundo da gargalhada uma vontade dissimulada de chorar . Fiquem sabendo que todos escondemos na nossa alma pedaços de fantasias mortas, bocados de sonhos jamais confessados esperanças mortas , vestidas de branco . É no olhar escondido brilhante que temos as lágrimas retidas de um pranto que não ousamos deixar correr … Nada nesta vida é preto ou branco nem sequer o cinza ou mistura das duas cores, cada pedaço da alma , encerra tormentos , tristezas e desamores. Temos um sorriso perpétuo tão perfeito e social que enterra no seio da alma os medos que carregamos as dores que não mudamos e toda esta bagagem de sentimentos que nos fazem na vida calar e deixar o silêncio falar ao coração com uma linguagem que não se expressa pois há emoções que não sabemos traduzir assim como as insónias não nos deixam dormir!!!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Hoje assisti ao desmaiar da força do mar, quando uma onda se desfez contra o areal… Esta, abraçou, a terra e os restos da areia, que a arriba deixou cair no abraço eterno das horas…Os ventos  passados deixaram  poemas espalhados na ternura imensa que a espuma dissolveu no cansaço da maré em semente!  Ao assistir ao seu declínio , senti-me um vagabundo por não conseguir transformar o tempo em algo ainda mais profundo e penetrante que fizesse essa onda vingar…Senti que o desmaiar dessa onda, era o abraço de uma amante da arriba  que ao fazer-se noite, se fez mar em mim… Mas os deuses deixam-me confuso,  sim  deixam… trocam as marés fortes em mim, recuando sonhos interditos,  levando as vagas que amararam no meu olhar, deixando-me refletindo grãos de areia que jamais passarão a algo mais… Escrevo aqui agora nesta noite, os cheiros dessa erosão, que sobem com a maré , neste rio sem margens, na ternura de todos os passos que me levam mais até à sua foz neste poema eterno,  que cobre o meu rendilhado olhar, nos labirintos desmaiados que estão para nascer!

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...