quinta-feira, 27 de junho de 2019

Hoje cessa-se  a inspiração quando se esgota os sentidos!!! Parece um sintoma de uma vida em transformação!!! Gastam-se todos os suspiros de uma só vez, por não se ter mais nada a observar no futuro longínquo. É a vida que funciona a priori, intensa, até que nos expõe. Somos máquinas de colher solidão como aquelas que se usam para desbastar os campos!!! Deitado nas nuvens, vejo o homem que há em mim, dilui-se como água da chuva em terreno árido. Finda-se a ideia, em mim, de uma apnéia em seco !! O que aqui há dentro destas palavras não é leitura de se abrir os olhos, nem leitura de fechá-los à noite. Não é tortura de alimentar o ódio, nem saúde de curar os vícios. O que há dentro das minhas palavras , não é capricho de um corpo afoito nem sossego de um talento lírico. Não é rabisco de um papel marcado, nem um evento narrado em vida. O que há dentro das palavras não é sólido, nem líquido, nem gasoso, nem frutífero. Não é definido por sua natureza de estado, nem supostamente um estado de espírito. O que aqui escrevo é o que há em qualquer espaço, mas nada tem de química, nem física. O que há dentro das minhas palavras não é a métrica do quadrado, nem a convergência de um círculo. O que transpiro aqui são palavras inteiramente densas que de mim ver-to! São elas que me habitam, neste tempo imemorável , escondidas no mais intimo espaço da minha alma que embriagam a essência de mim , transformando letras em palavras... 

terça-feira, 25 de junho de 2019

Hoje no olho do sonho vejo tudo,  sinto que do outro lado da montanha existe um mar cheio de nós. Nós encruzilhados,  amarrados que cantam e desenlaçam os sonhos. As marés, essas, são as respirações que os deuses colocaram nos desejos das ondas, onde se espuma a sua caminhada. Do outro lado da montanha ecoam as vozes, cantam-se as viagens, sussurram-se os abraços. Sei que no outro lado das montanhas há um labirinto aberto de cores e cheiros por onde  o meu sangue  percorre as memórias e entre cada nova respiração deixa os olhos mais perto do mar… Pergunto qual é a parte de mim que anda por ai nas palavras,  é que ouvimos dos outros apenas o que conseguimos entender, sim tal e qual um jogo infantil, onde é preciso colocar  blocos de formas variadas em orifícios correspondentes, para que estes encaixem, assim é nosso espírito assim é nosso entendimento… Como se no nosso “jogo” não existe uma determinada forma, ou  a dispensasse-mos, ou tentássemos coloca-la no jogo em outro local, onde este “bloco” se encaixaria à força, distorcendo sua forma original. Só assim, passamos a espelhar no outro aquilo que nós somos,  porque no olho do sonho vê-se tudo, cada pequeno pedaço da nossa  imensidão  é um  mar aberto de tamanho sem fim, de sabores que se inventam num impulso quase hereditário dos sonhos em que me procuro…Hoje no olho do sonho vejo tudo, pego em mim, faço-me vento, embrulho-me na nuvens, elevo-me aos céus …Tenho lá uma saudade à minha espera!

sexta-feira, 21 de junho de 2019

 Hoje vou fechar os olhos e sonhar que estou pintando na minha tela alguém  porque  tudo o que a minha mente cria, o meu coração acolhe é assim que me sinto  um acolhedor de sonhos que o destino acolhe…Eu sei que há pessoas que gostavam que eu fosse mais pratico, mas não o sou  não fui feito para ser prático apenas autentico,  só desta forma as pessoas sentiram a minha falta quando eu partir…As pessoas  detestam-nos quando somos diferentes, as pessoas odeiam a grandeza de alguns seres, e amigos,  para ser enorme  basta muitas vezes,  enobrecer a vida, percorrendo caminhos da ilusão, escrevendo sonhos, repartindo os gestos…Há carne que já não tem espaço para setas  trespassarem, e é nos barcos e sonhos de caos  que se afogam lamentos e semeia-se esperanças ao vento, fazendo lançar-se papagaios de amor no alto das falésias de lava adormecida  entre o mar e os céus… Sosseguem os olhos nas esquinas das histórias! Levantem e Pintem de novo a poesia! Fechem as janelas, fujam da ventania e dos cânticos de vielas … Arrastem-se pelos areias da ondulação neste andarilho DE VIDA , turvem as águas sem cor de guerra, deste mundo vazio e banal que se enjeita feito canibal, com  voz de mostro,  na vertigem da falésia que resiste á lava adormecida…Quero deixar o cântico da saudade explodir em mãos entrelaçadas de silêncios em todas as eternidades possíveis…Pontuem-se as palavras , cerrem-se os dedos, limpem-me o sangue, não me peçam definições, nem tão pouco me digam onde devo virar ou estacionar... A minha vida é um vendaval que se solta aos poucos , um átomo que gera uma onda que não sabe para onde vai, nem onde está, mas sabe bem que não irá por qualquer sitio...

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Hoje falo do beijo , sim do beijo,  porque tudo num beijo é misterioso . Ora vejamos, tudo começa na mera  vontade de beijar, que vem não se sabe de onde, lá dentro de nós ou de uma atração por um pedaço de ombro,  por um pescoço destapado, ou por uma mão simplesmente parada na nossa. Basta uns lábios  semicerrados, para, sentir aquele arrepio! E o que falar da velocidade do beijo, acho que quanto mais lento mais falam…Sim , os beijos  falam, dizem coisas com uma rapidez que não conseguimos controlar…Imaginem um beijo apenas no rosto, o que ele vos diz? A mim , ternura pura , respeito… Eu Já quis inventar  beijos! Mas.. O que mais nos toca nessa arte? Será  as mil formas de os entregar. Beija-se alguém quando se escreve, beija-se quando no meio do dia nos preocupamos em saber dos nossos, beija-se quando se escolhe uma música,  beija-se quando se planeia de véspera um jantar a dois, beija-se quando se fotografa o outro num momento inesperado…Com isto, quero dizer que há beijos que são apenas isso, mas há outros que são gestos que nos fazem sentir que cuidamos e somos cuidados…Não é só os lábios que beijam, o corpo beija, a voz beija, a pele beija, num simples abraço sem duração… Não vem nos livros , o que efetivamente liga duas pessoas, a vontade de querer alguém, a ansiedade dum simples abraço, a saudade de uma presença …Mas vem nos livros a dimensão que o amor pode ter,  em quem o vive, é esse o orgulho maior na vida de hoje! Seja amor de um filho, de Pai , seja de quem for, é isso que nos liga à vida, muito mais que meros sentimentos , estar presente sempre sem querer nada em troca… Há beijos que se passeiam entre as estrelas e o luar, vivem a vaguear entre o espaço e o céu, entre a terra e o mar, entre as palavras e o vento carregando nos seus sussurros o desejo da paixão que o beijo possa despertar…Sabem , hoje falo do beijo que é um pouco do nada, ou talvez seja  parte do todo…Mas, o todo jamais caberá no nada! Digo-o porque o todo que vira nada, nunca foi um todo…Hoje falo-vos de beijos, descalço vestido de fé numa viagem longa,imensa,  que dói !

segunda-feira, 17 de junho de 2019

 Hoje pergunto-vos se sabem o que é viver num CIRCULO ? É estar num bailado entre o sagrado e o profano entre caminhos sem laços e sem lado a lado em cima de um muro estreito frágil… Vedado de arame farpado do destino, onde enrolamos as nossas mentes, rendilhadas de espinhos e vontades puras, incandescentes, cadentes…Sinto-me desmaiado, nesta dormência cansativa, de vozes, no meio da delicada vida, cheia de nada ...Eu já arrisquei um estender de mão, onde os intervalos dos  dedos se entrelaçam nos espaços de outros! Neste para, avança, perdi-me nos contornos da neblina dos  olhares , divinos fascínios da alma, numa mera escritura lida em voz alta que espalha numa pauta escrita pelo vento o sabor das horas perdidas, aquelas que fiquei a olhar o horizonte…Esperando…Nos abraços sonhados e nunca dados! Nos beijos desejados e nunca provados! Esquecendo as mentiras dissolvidas no futuro quebrado!  Hoje deixo a minha companheira , a lua branca, iluminar-me a alma dos silêncios na noite que vagueia na folhagem deste matagal ! Não há inspiração divina  no clarear  do coração ! Ainda assim, ajoelho-me na luxúria no sonho dos corpos amados perdidos em suores num orgasmos salgado de paixão ! Desejos da alma ficam nas contradições que minam o pensamento bombeando o sangue que percorre-me as veias em reboliço e assalta-me o coração de dúvidas, e espasmos constantes numa timidez que roça essa certeza   querer algo e não encontrar… Este é o meu Circulo, onde tento persistir, mas como respirar sem sentir dor, como procurar a luz , sabendo de antemão que é na escuridão que consigo encontrar a saída deste labirinto, tanta pergunta-me me faço apenas porque  há algo em mim que silencia quando Grito... 

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Hoje se me faltarem as palavras no tempo que se desenha e eu não conseguir contar, como foram as minhas andanças, descaminhos, perdas, achados, então,  eu irei abrir uma brecha nesse emaranhado de razão, para ao mundo mostrar como brilha um raio de sol numa manhã apagada pela rotina….Eu sei que há e eu também as tenho, palavras intraduzíveis de uma vida de espera, que assinalam a normalidade da minha negação, a uma forma pálida de viver! Se os nossos corpos não passarem de um casulo, perdem-se numa queda livre como um desenho magico que só os deuses irão conseguir ver, nas teorias, ideologias, crenças que os papeis jamais retratarão …E se deixasse-mos de ter as palavras, já pensaram? Viveríamos o amor instantâneo !! Por isso hoje estou esperando, talvez tentando salvar o meu tempo perdido, deixando a luz cair para não aprender toda a verdade, resignando-me com o destino, porque não preciso que ninguém me derrube apenas preciso que alguém me abrace enquanto espero…Percebem porque sou exigente comigo mesmo…Hoje gostaria que estivessem desse lado mais um pouco, a minha fé pode ser abalada mas jogo-me nas palavras , levo-as nos ventos,  como um tornado, mensageiro de maresias onde a semente emerge desse sopro invisível no abismo oceânico ! Façam o favor de dar vida ás palavras, elas não são só depositarias de ausências  que comportam a escuridão…Estranhamente fazem de mim abrigo, memória, obstáculo ao triunfo do espírito, cicatriz onde a fenda da fé sorri do banal !

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Hoje sinto que o meu conforto é quieto , parado, previsível, intimamente estabelecido, como uma pedra, e por mais que cada detalhe seja analisado a sua atmosfera é pálida como a cor de uma rocha que o mar não banha … Tudo porque a rocha é previsível, confortável, confiável, estática… As pessoas passam e a rocha continua. Mesmo sem sentir um beijo do mar, ela se renova, porque os olhares mudam, os sentimentos também, mas os lugares são sempre os mesmos… Hoje estou assim , tentando fazer combinações entre as palavras, talvez essas consigam dar brilho à rocha… A vida é assim , temos vezes que perdemos no amor para ganhar nas palavras, talvez essa seja a poesia da minha vida, ainda assim tenho o sorriso aberto, estrelas nos olhos que projectam luz neste vazio que é o céu aberto…Se Deus mora em cada detalhe, a paixão mora em cada detalhe também, cada toque em nós é sentido, cada detalhe de beijos selados rasgam os sonhos e quebram distancias, fazendo o infinito serpentear em nosso redor …Se não sentirmos essa sensação de divino em cada pedacinho por nós  partilhado então,  nunca partilharemos o brilho da vida que nasce nas sementeiras da terra, porque nós não somos terra … A única coisa que podemos ser, é sonho, e fazê-lo fluir pelas palavras , neste pêndulo inerte que suspende o infinito na  espiral dos sentimentos que afinal de contas pertence ao nosso espírito  e jamais o levaremos deste desejo instantâneo que é a paixão…Quando se desaprendem as palavras, vive-se apenas o orgulho , egoísmo que se vai tornando numa arma inflexível, implacável até nos afogarmos de vez…Podemos afogar -nos de apenas duas maneiras: Submersos em água onde a morte é rápida e ritual; ou; submersos em vida onde o corpo paralisa na rotina minuto após minuto, minuto após minuto….Tique Taque ! Como uma Rocha...

terça-feira, 4 de junho de 2019

Hoje estou entre a percepção da estrada antiga e as braçadas a braços fortes contra a maré das novas e tortuosas ondas que sustentam as multidões cheias de nada e padecentes de essência própria… O mundo está repleto, mas de poucas pessoas, sim , gente vazia de vida sistémica,  que sem reflectir aceitam e vestem as máscaras para poderem ser aceites e inseridos em círculos que não os caracterizam, limitando-os na sua existência. Vivemos neste Circulo de meras e repetidas cópias incansáveis de pobres paradigmas, tão superficiais quanto os sorrisos que esboçam… Porque caímos nesse declínio? Porque nos esvaziamos de nós mesmos,  na perplexidade do eu, cheios de orgulho por ser-mos, meros actores da realidade, que se regem dum colectivo que nada mais é do que um conjunto de outros vazios!!  Porque tentamos procurar nos outros aquilo podemos encontrar apenas em nós mesmos? Hoje vivemos num clima desmedido de Orgulhos. E o que nos fere o orgulho, será  ficar triste que nos tratem por seres inferiores ou apenas por não notarem na nossa existência? O que quero deixar claro é que o orgulho também pode ser competitivo no ser humano por natureza própria de cada um , ao passo que  os outros sentimentos só o são acidentalmente ! É que o sentimento do orgulho não está só em ter algo, mas sim, em ter mais e melhor que as pessoas do lado… Podemos ser ricos , inteligentes ou bonitos , mas as pessoas podem dizer isso sem ter uma base mínima de riqueza e beleza e inteligência ? Penso que não, porque se fossemos igualmente  todos bonitos ricos  e inteligentes  não havia  orgulho em sê-lo.  Porque temos de fazer comparações, não estaremos a ser covardes e a descer a dignidade dos outros e de nós mesmos? É esta ditadura do orgulho que corrói a possibilidade  do ser humano,  se elevar a um nível espiritual que dignificaria o bom senso, é por isso que me jogo nas palavras, porque faço-me vento, , maresia, brisa , tornado …Umas vezes doce, outras vezes um sopro que eleva a terra aos céus. Continuo preferindo jogar-me nas palavras , estas são o abrigo da escuridão, na memoria e na promessa negada do obstáculo superado ….

sábado, 1 de junho de 2019

Hoje dispo-me em palavras mais do que na pele. Gostava de me sentir sangue a correr dentro de alguém , escrever  nomes nas rochas que o mar foi dando forma . Seria esta a consciência que os meus olhos trazem no coração  enclausurado no mergulho de sangue inocente dos discursos vazios , das mentiras caiadas  nas mascaras dos corações empedrados em nós! Muitos  falam em direitos, mas poucos se comprometem em ter deveres…Outros cobram por posturas, ainda assim são incapazes de se responsabilizar pelos seus próprios atos; outros rogam por justiça e compreensão , apontando e condenando tudo e todos , lastimando a violência mas  eximem-se da educação  e gentileza… Sinto que não há uma assepsia moral , não há mudança de valores pessoais , os abraços serão sempre laços, filhos da saudade, esperanças, palavras de amor em silencio, brindes de carinho que emanam do corpo, traços do universo que delineiam as reticencias do encontro a dois…Poderia aqui falar em tanta coisa mas troquemos apenas palavras como quem abraça um corpo, e quando a noite descer em nós vamos todos deixar a espuma escorrer pelas silabas onde ensaiaremos um novo poema que tenha a pergunta e a resposta , porque há quem abrace e quem abra apenas os braços para o amanha…

domingo, 26 de maio de 2019

Hoje eu vejo o que são os outros! Nunca sou apenas eu, nem as palavras serão sempre e só minhas, porque nem eu possuo assim tanto mar nem tanta terra, palavras são apenas a vida que ainda percorro, para que não coloque os outros onde não querem estar mas ainda assim partilho o que escrevo. Escrever é algo que se deve fazer de forma totalmente desprovida de egoísmo, permitindo que quem nos fornece o sumo, seja realmente o protagonista, e que o que não sabem ou não conseguem dizer, seja dito por mim, da forma certa…Através dos meus olhos entendo do que padecem, que lágrimas choram e quão abertos são os sorrisos. Já estive em algumas histórias, já experimentei momentos muitos iguais e outros absurdamente diferentes, mas mesmo que em corpos e almas distintas, mesmo com corações que batem em ritmos diferentes, consigo ver para além do que vêem os outros e sabe-me, na maioria das vezes, muito bem. Já te vi a ti, a ti, e a ti também, por diversas vezes e soube o que dizer de cada vez que o fiz, porque pelos meus olhos passam sentimentos que todos deixamos escapar, e eu consigo sentir! Viver meus amigos por muito que tenhamos que subir estradas íngremes é uma dádiva mas fatal…Moral da historia ninguém sai vivo daqui por isso vamos com calma por isso faço-me caminhante em busca de onde sou uma matriz de estrada…Se quiserem sigam por mim!!

quinta-feira, 23 de maio de 2019


Hoje sinto o incêndio que queima cada pedaço do meu corpo, do meu cio... são 3 da manha olho o céu estrelado que penetra no meu profundo vazio e é por esse caminho que sigo, por entre o olhar e o brilho das estrelas…Olhem-me sou uma chama intensa, sou um mar de lava adormecida, sou, o eclodir dum corpo nu sobre o horizonte , sou a água fervente que inflama a mente na devassidão e na tempestade. Eu já fui a força dum vulcão em plena erupção!!! Hoje sou apenas o despertar da letargia, que os meus dedos transpõem em puros sentidos... Hoje em dia, sentir é esculpir uma obra de arte, é pintar o céu com os tons da lua, como se tudo em nosso redor crepitasse num fogo suave que nos derrete os sentidos. Hoje amar não é só desejo é também conhecer todo e qualquer segredo, descobrir todos os lugares onde nos guardamos, é libertar as loucuras que escondemos nas fantasias a sete chaves fechadas. Hoje já não sou capaz , nem quero quebrar os limites que fundem corpo e alma, desejo e luxúria, que fazem dos sentimentos a mais profunda sensação. Prefiro percorrer o silêncio dos meus gemidos, percebendo as curvas que os contraem, a ondulação cadente com que os sonhos ficaram suspensos nas minhas mãos…Muitos de vós Dir-me-ão que escrevo apenas letras, descrições , utopias , ilusões mas nesta amalgama de sonhos vocês todos sentem-se parte integrante do meu presente narrado nesta saudosa viagem que não me canso de inventar…

terça-feira, 21 de maio de 2019

Hoje falo-vos de sonhos , porque, tenho sonhos que não cabem em mim, mas também que não sabem o ser…Será que há forma de os aprender?  Talvez até eu seja um mero aluno da  inaplicabilidade de vida, não sei! A vida está sempre seguindo e se despedindo de nós, com os pedaços do seu existir a passar pelo nosso olhar …Tal como um Rio, flui, levando-nos e trazendo a fé no sabor das marés. O tempo não para , o mundo está sempre  girando, alinhando-se,  levando-nos ao porto de destino, onde chegamos à conclusão que falta-nos o tempo, urge tudo o que se perde entre os dedos, ironia da vida é essa, ai tudo passa a ser imaterial num crivo volátil fazendo -nos viajar à velocidade da luz , chegando a sonhos que se passeiam em nós inobserváveis ….Todos perguntamos, onde andam as sombras dos nossos passos? Onde andam os nomes que queremos chamar? Onde é o caminho correto que se possa chamar de rota ? Onde é a morada do destino?  Perguntas e mais perguntas que ninguém faz, porque não as sabem responder! É esta a pagina que escrevo aqui, como uma folha de mármore, traço a rota proibida dos meus sonhos, envolta de corações frios de hálito sem nome,  na luz que fecunda bagos de segredos na alvorada interdita nas paginas de paixão violando a viuvez das palavras … Ofereço-vos a minha nudez nas palavras, circulando-as num caminho sem regresso, como se as curvas do tempo me procurassem na reta onde o passado  escoou-se …Se a necessidade apenas fosse vontade , se a vontade ou menos fosse necessidade eu deixar-me-ia levar para um futuro onde nunca vou pertencer …

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...